A rua como protagonista do direito à cidade Isadora Schuck Clarimundo (1) Mima Krupuskaya Grossi Feltrin(2) (1) Acadêmica da FAU, PUCRS, Brasil. E-mail: [email protected] (2) Acadêmica da FAU, PUCRS, Brasil. E-mail: [email protected] Resumo: O presente artigo visa ampliar e afirmar a importância da rua e suas potencialidades em prol de se ter direito à cidade e exercer nossa cidadania. Desse modo investigamos a relevância da rua e a classificamos a partir de três abordagem distintas: a rua como um vazio urbano, a rua resiliente e a rua vital. Através desse enfoque construímos uma serie de objetivos para serem alcançados, enquanto a nossa formação acadêmica, visando futuramente colocar em prática os conceitos que hoje são apenas apontados como, Arquitetura da Cidade, Acupuntura Urbana, Cidade para pessoas, Escala Humana e entre outros fatores. Buscamos realizar algumas iniciativas para tornar esses conceitos mais próximos das pessoas que habitam a cidade de Porto Alegre, através do eixo da Rua São Carlos no bairro Floresta. Assim, observamos que o estigma que a rua carrega pode curado pelas pessoas desde que almejem ter direito a sua cidade. Palavras-chave: Rua; cidade; arquitetura; vazio urbano; direito à cidade; acupuntura urbana; escala humana; vitalidade. Abstract: This article aims to extend and affirm the importance of road and its potential for the sake of having right to the city and to exercise our citizenship. Thus we investigate the relevance of the street and classified from three distinct approach: the street as an urban void, the resilient street and vital street. Through this approach we have built a series of goals to be achieved, while our academic training, aiming eventually put into practice the concepts that are now only appointed as City of Architecture, Acupuncture Urban City for people, Human Scale and other factors. We seek to carry out some initiatives to make these concepts closer to the people who inhabit the city of Porto Alegre, through the axis of St. Charles Street in Forest neighborhood. Thus, we observe that stigma that street bears can healed by people from that aim entitled to their city. Key-words: Street; city; archtecture; urban void; right to the city; urban acupunture; human scale; vitality. 1. INTRODUÇÃO Atualmente vivemos em um modelo de cidade no qual compreendemos a relevância da rua como um espaço público, uma vez que ela é capaz de suportar os diferentes atores da cidade, sendo uma conexão entre os variados usos. Porém ela pode ser mais que isso, sendo até mesmo oportuno, nesse momento, dizer que ela tem que ser mais, é preciso valoriza-la, ter ambição diante da mesma e dos seus potenciais para que ela deixe de ser vista como apenas um lugar de passagem e assuma um caráter de identificação com o seu transeunte, passe a ter sentido de urbanidade e deixe de ser um vazio que suporta, muitas vezes, apenas automóveis. A rua é necessária para ter cidade, visto que a sua relevância é essencial para se ter planejamento urbano, mas para que o mesmo se torne vital é preciso que comecemos a levar em conta a presença da mesma nos desenhos urbanos das cidades, para que então a rua – falamos da sua composição total, ou seja, passeio mais via para tráfego de veículos motorizados e não motorizados – possa voltar a ser a protagonista da cidade, sendo condição necessária, a mesma voltar a ser a protagonista dos seus pedestres, para que então esses sintam-se no direito de usufruir a sua cidade e experimentar o que há de melhor nelas, ou seja é permitir-se ao acaso e não ao descaso. 1|9 2. OBJETIVO Materializando tal argumentação, temos como interesse salientar que hoje uma parcela das ruas da nossa cidade se comportam como vazios urbanos, possuindo caráter somente transitório de pessoas, sobretudo, de carros. Dessa forma, estamos em busca do resgaste da qualidade urbana em Porto Alegre, agregando o convívio social, ou seja, estimulando as pessoas a utilizarem a rua como objeto de encontros casuais, exercício, lazer, comércio e outros fatores contribuintes para uma vitalidade tanto da cidade quanto humana. Queremos, inclusive, que a população não se intimide para frequentar a rua, isto é, quanto maior o número de pessoas no espaço público – rua-, ela se torna mais segura, mais reconhecida e mais utilizada, consequentemente, dando mais vida para a nossa cidade. Com essa ação, torna-se evidente que existe diferença de classe social, todavia, é através do nosso livre arbítrio que vamos decidir a que patamar chegaremos em condições de cidade. Se a rua vai nos estimular a sermos mais humanos e a decidir se queremos ou não continuar com uma cultura de segregação, já que ela nos coloca diariamente em choque com essas diferenças de realidade, ou se continuaremos “ passando reto” e nos alienando do que está na nossa volta, do que não nos agrada e do que nos causa medo. A rua é uma dadiva, é ela que nos permite conviver com as diferenças, e tomar decisões diante das mesmas, é ela que nos conecta com outros seres humanos, estimulando que se crie sociedade. Porém essa decisão cabe passar por nós, se queremos ou não construir relações; e isso é o que nos dá medo e insegurança. Chegamos a um estágio que vemos tanta crueldade com o próximo, que o que se dá evidência são gestos gerados pelo individualismo, preconceito e alienação. Mas se ao mesmo tempo isso nos preocupa, também nos motiva a encontrar alternativas para tentar erradicar tais males. Cabe a nós, o futuro da profissão, ter esperança, mas não é suficiente tê-la é necessário encontrar os meios para que aconteça e vire realidade. 3. JUSTIFICATIVA De acordo com o arquiteto Ignasi de Solà-Morales vazios urbanos podem ser: uma área sem limites claros, sem uso atual, vaga, de difícil compreensão na percepção coletiva dos cidadãos, constituindo normalmente um rompimento no tecido urbano. Mas é também uma área disponível, cheia de expectativas, de forte memória urbana, com potencial original: o espaço do possível, do futuro’ Assim, percebemos que existem espaços ou até algumas ruas na cidade de Porto Alegre que se comportam como um vazio urbano, pois perdem seu caráter suportando moradores de rua ou serve apenas de ligação entre pontos da cidade, afastando sua vitalidade e deixando de ser protagonista do direito à cidade. Entretanto quando assume a identidade de vazio urbano, torna-se oportuna sua qualidade quanto ao mesmo, uma vez que passa a ser um expoente, tendo um estigma de ser a resiliência que devolva o direito à cidade aos porto-alegrenses. Objetivando a problemática, ilustramos três ruas da Capital distinguindo-as através de três parâmetros. Rua Garibaldi do trecho do número 310 a 352, que pode receber o conceito de vazio urbano, visto que não tem uma função como significado de rua. O outro exemplo é a Rua São Carlos que vem sofrendo um processo de “descicatrização” de rua degradada à uma rua com qualidade urbana. Já a Rua Padre Chagas com o passar dos anos e pela iniciativa de uma comerciante local, ganhou a competência de um expoente de urbanização, que hoje irradia sua energia para as ruas do seu entorno, se caracterizando, até mesmo, como eixo principal da região Moinhos de Vento, sendo uma verdadeira protagonista ao direito à cidade. É importante salientarmos a chocante realidade da Rua Garibaldi que se comporta como um vazio urbano, visto que percebemos apenas um veículo, as calçadas são interrompidas, não há circulação de pedestres, ao longo do seu eixo se percebe que tomada por muros e, também, não exerce seu papel para que haja construções de uso público e privado. Aspectos, esses, que fazem com que a arquitetura da cidade seja ignorada. 2|9 FIGURA 1 – Rua Garibaldi. Fonte: Google Street View (2014). A partir do proposto diagrama, é possivel concluirmos que a Rua São Carlos vem se configurando de maneira espontânea através dos seus moradores e comerciantes que a algum tempo vêm trazendo um carater de diferentes usos para ela, consequentemente tornando-a com maior potencial e maior vitalidade. Com isso, a associação Vila Flores, localizada na mesma rua, juntamente com o grupo de estudos Geração Urbana estão tonarnado a São Carlos como um expoente para Porto Alegre, até mesmo, sendo reconhecida pela própria Prefeitura da cidade, classificando-a como polo de interesse cultural. FIGURA 2 – Rua São Carlos. Fonte: http://www.hostel.tur.br/. Acesso 24/08/2015 Ainda no eixo dessa rua, é visível a interação da rua com seus transeuntes, associados com diversas atividades que trazem dinamismo e vigor. Essa ação nos permite concluir que as fachadas das edificações são ativas contribuindo para que o espaço público e o privado interajam entre si, obtendo como elo de ligação a calçada. A mesma tem o papel de acolher as pessoas, uma vez que, essas atraem outras pessoas, fazendo com que que todos esses elementos caracterizem uma grande festa ao ar livre. 3|9 FIGURA 3 – Diagrama de usos da Rua São Carlos. Fonte: Acervo Geração Urbana (2015). FIGURA 4 –Rua Padre Chagas. Fonte: https://www.flickr.com/photos/gijlmar/7906028200 (2015). Acesso 24/08/2015 Conforme a imagem acima, é possível analisarmos que a Rua Padre Chagas, em Porto Alegre, atualmente, é um dos maiores ícones da cidade no parâmetro rua, pois adquiriu-se o hábito de ocupar tanto a calçada quanto a rua, o que antes não era comum na cidade. Dessa forma, outras ruas adjacentes e até ruas de outros bairros foram agregando tal conceito, o que contribui para uma rua mais movimentada, gerando visibilidade para o comércio local, o que estimula o mesmo a ficar aberto por mais tempo, contribuindo, então, para a segurança dos moradores locais, ou seja, é agradável caminhar em ruas como esta, que possuem uma boa iluminação, pessoas transitando, mobiliário convidativo e outros fatores que podemos observar ao longo dela. Esses elementos auxiliam para que haja mais pessoas que permanecem por um longo tempo, consequentemente gerando maior segurança para a rua, atraindo novas pessoas para a mesma. 4|9 FIGURA 5 – Rua Fernando Gomes. Fonte: http://www.vilaro.com.br/site/index.php (2015). Acesso 24/08/2015 Ao mesmo tempo em que as pessoas atraem mais pessoas, a rua tem a capacidade de irradiar energia para ou rua adjacente, estimulando que essa mesma se revitalize e passe a agregar mais pessoas. A partir da análise dos três tipos de ruas que consideramos compreendemos que a Rua São Carlos possui grande significado no tempo em que queremos que ela seja um meio efetivo de como a rua pode chegar a ser direto da cidade, pois ela se encontra em um processo transitório, ou melhor, não é considerada por inteiro uma rua vital nem uma rua como vazio urbano, entretanto a peça chave para que ela não seja nem um nem outro, é que ela possui o engajamento por parte de alguns moradores que nela habitam. Por isso, acreditamos que, nós como, estudantes de Arquitetura e Urbanismo, temos o direito e o dever de intervir nesse eixo que se comporta como tal. Apesar de as ruas que se caracterizam como um vazio urbano terem certa potencialidade para uma transformação, não cabe a nós, na categoria de estudantes, que ainda estamos em processo de aprendizagem, intervir de modo concreto nesses pontos, pois não possuímos, ainda, a capacidade de um arquiteto urbanista. Todavia, não queremos desmerece-las, pois também acreditamos no seu potencial. Por isso, nada nos impede que possamos analisar essa problemática e debater com experientes sobre o assunto, mediando com a comunidade local. É nosso dever, sobretudo, conscientizar tanto os especialistas sobre o assunto quanto o público em geral para que elas possam ser mais humanas visando uma arquitetura e um urbanismo que seja para as pessoas, que tenha relação com o entorno e tenha uma função de acordo com a arquitetura da cidade. É uma maneira de tentar colocar em prática o que aprendemos na faculdade como teoria, que, muitas vezes, não ultrapassa os seus muros; é, também, uma crítica a nós estudantes, que em diversas ocasiões não saímos da nossa zona de conforto carecendo o exercício da nossa profissão. É por esse motivo que não escolheremos os vazios urbanos como ponto de partida de intervenção e sim a Rua São Carlos que nos possibilita atuar in loco. “Oportuno, de igual modo, enquanto tempo de reflexão, sobre as cidades, esses lugares impares e extraordinários...que são, cada vez mais, o principal - senão mesmo o último – destino da aventura humana. ” Como vimos anteriormente, o potencial da Rua São Carlos nos permite empregar diversos métodos que tenham forte expressão física no local. É também motivação para a escolha dessa rua a nossa participação efetiva no grupo Geração Urbana, localizado no Centro Cultural Vila Flores, Rua Hoffmann, Bairro Floresta, o que nos possibilita, diariamente, ter maior contato com essa realidade, o que nos justifica escolher a rua em questão. 4. MÉTODOS EMPREGADOS Desde o segundo semestre de 2014, viemos analisando os possíveis potenciais da Rua São Carlos, tendo reuniões com nossos orientadores da pesquisa de Iniciação Científica, tentando entender a 5|9 morfologia, a cultura, a história, as problemáticas, os usos, os expoentes e o público local, para que pudéssemos intervir urbanisticamente com coesão. Desse modo, nosso primeiro passo foi quanto ao reconhecimento do local, para isso nos utilizamos de levantamentos in loco de uma faixa específica delimitada pelo grupo. Os levantamentos abordaram 4 tipos de mapas, que nos ajudaram a compreender a morfologia do local, sendo eles: o de usos, o de alturas, o de patrimônio histórico e o de fundo figura; juntamente com a criação de fotogramétricas das quadras. FIGURA 6 –Fundo-figura Rua São Carlos. Fonte: Acervo Geração Urbana (2015). Tendo tais documentos nas mãos e analisando-os, surgiu o desejo de tentar entender como se configurava a rua em questão, e para isso percebemos que teríamos que conhecer os seus moradores, aqueles que davam vitalidade para ela. Para isso, por iniciativa dos nossos orientadores surgiu o objetivo de realizar encontros com a comunidade local, a fim de debater suas problemáticas e então começar a se pensar em soluções. 5. RESULTADOS Consequentemente, criou-se o Conversa de Vizinho, com o intuito de colocar em prática essa atitude. Foi um evento interativo, constituído de quatro encontros, entre moradores do bairro, órgãos públicos e meio acadêmico, mediado pelo Grupo Geração Urbana em parceria com a Associação Cultural Vila Flores. Com este evento pudemos perceber a importância do engajamento dessas entidades, sem dúvidas, a união de todos os membros, tornou a Conversa de Vizinho mais rica de informações, visando melhorias mais eficientes. Acreditamos, que, o evento (Conversa de Vizinho), criado pelo grupo Geração Urbana, sem dúvidas, contribuiu para a melhoria de um ponto de Porto Alegre, e nosso objetivo é irradiar, cada vez mais, essa iniciativa, partindo do conceito de acupuntura urbana, pois é através das pessoas que a cidade se torna mais energizada. Essa ação foi, sobretudo, confirmada com a nossa experiência, sem a 6|9 comunidade o eixo da Rua São Carlos, não seria tão visado e, também, não seria considerado como novo potencial de crescimento em termos de cidade. Felizmente, conseguimos aliar todos protagonistas da rua, desde moradores, comerciantes, organizações culturais e órgãos governamentais, obtendo, portanto, um grande grupo pensante para melhorar a vida do eixo da São Carlos. FIGURA 7 – Convite Conversa de Vizinho. Fonte: Acervo Geração Urbana(2015). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Quando pensamos em cidade pensamos em pessoas, aonde elas vão, onde se encontram elas são a essência do funcionamento de uma cidade. ” Da mesma importância dos prédios de uma cidade são os espaços públicos entre eles. ” E hoje as mudanças mais impactantes nas cidades acontecem nesses”. E quem acaba sendo o protagonista disso tudo é a rua, pois é ela quem absorve e ao mesmo tempo demonstra “ o quadro “ em que a cidade se encontra, ou seja, é como se fosse a epiderme do tecido adiposo, que tanto as reações externas quando internas refletem nele. Hoje, a rua é um desperdício, é uma pena ter que dar tal adjetivo a ela quando muitas vezes pensamos e a vemos como oportunidades, oportunidade de se ter direito à cidade que vivemos e amamos. Mas como podemos fazer a rua deixar de ter esse caráter? Sendo um lugar em que as pessoas se sintam bem e tenham liberdade? Algumas “pistas” para a resposta ou para as respostas surgiram com o Conversa de Vizinho, o qual nos ensinou que criar um espaço público para as pessoas não pode ser visto somente do ponto de vista urbanístico, mas que é necessário que seja visto antes de mais nada pelo ponto de vista humano, é buscar alternativas e meios através da nossa essência, que nos de caráter de comunidade e não de individualismo. Aprendemos também que os espaços públicos de qualidade são a chave para se ter boas cidades, mas eles não surgem sozinhos, é preciso que sejamos atentos a eles e que lutemos pelos mesmos; além de ter pessoas usando. Mas para isso é preciso que tenha alguém que de suporte, os estude e tenha tempo para pensar nos detalhes, levando em conta nesses as pessoas obviamente. Nos perguntamos se não seria esse o papel da academia hoje? E entendemos que seja, uma vez que através dos nossos levantamentos, estudos de caso, estudos e levantamento in loco, conseguimos aliar o lado acadêmico da pesquisa de investigação, o que até hoje é o normal, ao lado acadêmico prático que nos fez entender o quão importante é pensar em uma escala humana, levar em consideração, antes de tudo, as pessoas, pois é do nosso interesse - a fim de se ter uma formação que nos de suporte para resolver as problemáticas atuais, respeitando o lugar, o seu entorno, a sua história, o seu patrimônio e os seus habitantes. E para isso precisamos entender como as pessoas se sentem na rua e como reagem a ela, e o sucesso da mesma se dera através dessa experiência pessoal, observativa, que só se consegue estando in loco, “fora da caixa”. O que se exemplifica na frase de Nuno Portas, “o fato da maioria das grandes cidades ter parado de crescer em ritmo acelerado, permitiu que o urbanismo deixasse de ser um urbanismo de antecipação e previsão para assumir uma postura mais imediatista diante dos problemas já existentes. Em suma, através deste tema – A rua como direito a cidade- conseguimos melhor ampliar a nossa realidade e como devemos tratar as ruas. É sempre importante, que coloquemos em prática nossas ideias para que sirvam como exemplo para outras atitudes. Do mesmo modo que a fala de Amanda Burden serviu para nós: “As ruas precisam de defensores vigilantes, não só para reivindica-los como uso público, mas também para projeta-los para as pessoas que o utilizam, para assegurar que sejam 7|9 para todos, que não sejam violados, ignorados ou abandonados. Os espaços públicos têm poder, não é só pelo número de pessoas que a usam, mas o número de pessoas que se sentem bem, só por saber que estão nela. Espaços públicos podem mudar a maneira como se vive em uma cidade, e o que sente pela mesmo, e um porquê de permanecer nelas. A rua é como uma festa, as pessoas ficam nela porque estão se divertindo. ” Deste modo, é possível, sermos críticos e, ao mesmo tempo, esperançosos, afinal, de nada adianta só observarmos a ferida se não a curarmos. A maioria das ruas de Porto Alegre, estão, sem dúvidas, em um estado caótico, todavia, assim como a Rua São Carlos, está recebendo um tratamento de melhorias, temos a expectativa de que esse movimento atraia outras pessoas e, assim, tornaremos as ruas como o espaço público mais frequentado, mais seguro, com uma arquitetura e urbanismo de excelência e, sobretudo, um lugar vital, em que a população tenha o prazer de fazer parte. Estamos na constante busca de passar para as pessoas essa ideia de que elas que fazem a rua e, a partir disso tornam as cidades mais ativas e seguras. A rua é o contato com diversos pontos ao mesmo tempo, e temos de explorar isso. É através deste pensamento que chegaremos em excelentes resultados para a urbanidade de Porto Alegre. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LERNER, Jaime. Acupuntura Urbana. Brasil: Record Ltd, 2003. GEHL, Jan. Cidade para Pessoas. Brasil: Perspectiva. 2014 GEHL, Jan. Novos Espaços Urbanos. Brasil: Gustavo Gili GG 2006 ZEVI, Bruno. Saber ver Arquitetura. Brasil: Wmf Martins Fontes 2006 JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. Brasil: 2006 ROSSI, Aldo. Arquiteura da Cidade. Brasil: 2006 URBANA, Geração, Acervo. Brasil: 2015 BICCA, Paulo, Morfologia e Arquitetura da Cidade. Brasil: Aula 2015 FIGUEIRA, Cibela. Cidade como Arquitetura e Arquitetura como Cidade. Brasil: 2015 NETTO, Vinicius e SABOYA, Renato. “A urgência do planejamento. A revisão dos instrumentos normativos de ocupação urbana.” Arquitextos 125,02. São Paulo: Vitruvius, 2010. 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Aos queridos professores Cibele Vieira Figueira e Paulo Renato Bicca por nos motivarem pelo seu espírito jovem além de serem grandes exemplos; obrigada pela amizade construída. Ao Grupo Geração Urbana pela constante motivação e oportunidade de participação; por fazer pensar “fora da caixa”, pelas amizades, pelos levantamentos e análises que nos mostraram que é possível visar oportunidades concretas para a nossa cidade. Aos colegas do mesmo, pelo ambiente criativo, amizade e apoio. Por conseguinte, aos nossos pais que nos motivam, proporcionam e visam nosso mérito. 9|9