AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS DA POPULAÇÃO DE COMUNIDADES COM CARACTERÍSTICAS RURAIS, MUNICÍPIO DE DIAMANTINA, MINAS GERAIS, EM RELAÇÃO À DOENÇA DE CHAGAS E SEUS VETORES A doença de Chagas constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e outros países latinoamericanos. Após a eliminação do Triatoma infestans, principal espécie envolvida na transmissão, e a descentralização dos serviços de saúde, um dos grandes desafios para o controle da doença é a manutenção da vigilância entomológica com a participação da comunidade. Este trabalho objetivou avaliar os conhecimentos e práticas da população das localidades rurais de Extração e Quartel do Indaiá, município de Diamantina, Vale do Jequitinhonha, estado de Minas Gerais, em relação aos vetores, à doença e à vigilância entomológica. Para tanto foram realizadas entrevistas por meio de questionário semi-estruturado junto a 76 habitantes dessas localidades. A maioria dos entrevistados de Extração e Quartel do Indaiá, afirmaram reconhecer o inseto (71,43% e 85,37%), porém o índice de acertos no reconhecimento do triatomíneo em tais localidades foi de 82,86% e 34,15%, respectivamente. O inseto mais indicado como barbeiros entre os entrevistados que souberam reconhecer o triatomíneo foi o Panstrongylus megistus adulto, indicado por 93,10% e 53,85% dos residentes nessas localidades, respectivamente. Entre os entrevistados da localidade de Extração, 85,71% afirmaram já ter visto o inseto e em Quartel do Indaiá o percentual foi de 85,37%. A maioria dos indivíduos afirmou ter visto o barbeiro dentro de casa, seguido de galinheiro e mato. No tocante às atitudes tomadas caso encontrassem o inseto, a maioria dos indivíduos afirmou encaminhá-lo ao Posto de Informação de Triatomíneos local. Dos indivíduos que relataram ter algum parente que já foi picado pelo barbeiro, a maioria indicou os pais, três indivíduos afirmaram terem sido picados pelo inseto. A maioria dos entrevistados relatou já ter ouvido falar da doença e indicaram como órgão afetado o coração. Em relação às atitudes a serem tomadas a fim de evitar o aparecimento de barbeiros no domicílio, a maioria dos entrevistados relatou ser necessária a higiene da casa, seguidas as melhorias na habitação e manejo do peridomicílio. Entre os 76 entrevistados, 41 (53,95%) não sabiam da existência do serviço de controle da doença de Chagas no município. De acordo com os dados obtidos julga-se necessária a continuidade das ações que visem à manutenção da vigilância entomológica, assim como o aprimoramento do serviço e divulgação do mesmo junto à população das localidades avaliadas. Palavras – chave: doença de Chagas, participação comunitária, vigilância epidemiológica DIMAS RAMON MOTA QUEIROZ