Relatório da The Economist Intelligence Unit A ECONOMIA HIPERCONECTADA, FASE 2: ORGANIZAÇÕES HIPERCONECTADAS RESUMO EXECUTIVO A sociedade humana está se tornando cada vez mais interconectada e a previsão é que o número de dispositivos conectados aumente 30 vezes entre 2009 e 2020. O aumento acentuado de interconexão resultante da internet, da tecnologia móvel e da Internet das Coisas (IoT) é denominado “hiperconectividade” e não se trata simplesmente de uma tendência tecnológica. Trata-se do meio cultural que define a era em que vivemos – e no qual nossas empre sas atuam – no século XXI. A economia hiperconectada é um programa de pesquisa com diversas fases, realizado pela The Economist Intelligence Unit (EIU), patro cinado pela SAP. A primeira fase examinou a literatura publicada e entrevistou especialistas e acadêmicos sobre as consequências econômi cas da hiperconectividade. A fase dois examina a aplicação da hiperconecti vidade no nível organizacional. Para isso, a EIU entrevistou 561 líderes de empresas de diversos setores, funções e porte de todo o mundo. Os resultados da pesquisa são apresentados neste resumo executivo. Um relatório a ser publicado analisará os dados em maior profundidade. Os principais resultados são: As organizações reconhecem que se adaptar à hiperconectividade é crucial para sua sobre vivência. Quase seis em dez entrevistados (59%) concordaram com a afirmação que “deixar de se adaptar à hiperconectividade é o maior risco que a nossa organização enfrenta ”. Essa resposta é mais comum entre varejistas (68%), mas é sur preendentemente baixa entre empresas de bens de consumo (45%). No entanto, a maioria dos entrevistados acredita que a hiperconectividade tem sido positiva para sua organização (86%) e para seu setor (83%) até o momento. Mas quase um terço concorda que a hiperconectividade ”apresenta mais ameaças do que oportunidades”. Essa visão é mais comum entre varejistas (44%) e empresas da região da Ásia do Pacífico (44%). Em geral, as organizações acreditam que estão conseguindo enfrentar os desafios com efici ência, e 69% dos entrevistados concordaram que sua empresa “está fazendo um bom tra balho para se adaptar à hiperconectividade”. O setor que menos concorda com essa afirmação é o de saúde, com concordância de 65% dos entrevistados. A economia hiperconectada: Fase 2 Organizações hiperconectadas Os produtos digitais oferecidos por concorrentes estabelecidos, não start-ups digitais, são a fonte mais significativa de pressão competitiva. A comoção causada por uma start-up do Vale do Silício é o “bicho-papão” dos negócios da nossa era, mas até agora, as empresas têm enfrentado maior pressão competitiva de empresas estabelecidas que lançam produtos digitais. Mais de metade (57%) dos entrevis tados afirmaram ter enfrentado pressão competitiva “moderada” ou “intensa” em consequência das ofer tas de produtos digitais de concorrentes estabeleci dos. Essa proporção é mais acentuada entre empresas de TI e tecnologia (81%) e empresas da região da Ásia do Pacífico (74%). As start-ups baseadas em tecno logia digital foram a fonte desse tipo de pressão para pouco menos da metade (49%) dos entrevistados. Pensando nos próximos três anos, mais uma vez os entrevistados esperam mais concorrência “moderada” ou “intensa” das ofertas digitais dos concorrentes esta belecidos (69%) do que das start-ups digitais (58%). A aceleração dos processos de negócios pressiona as empresas a se automatizarem. O impacto orga nizacional da hiperconectividade mais citado foi que “os processos dos negócios foram acelerados”. Os provedores de serviços de saúde e fabricantes de equipamentos médicos são os que apresentaram maior probabilidade de ter sentido isso (nos dois casos, 53% dos entrevistados). Faz sentido que “auto matização de processos dos negócios” tenha sido a resposta organizacional mais citada (46%). As empre sas do setor de saúde tendem a adotar rapidamente a automação de processos de negócios (58%). No futuro, os entrevistados acreditam que a hiperco nectividade tornará suas empresas mais ágeis, mais inovadoras e com menos controle central; a previsão mais frequente foi de que “a capacidade de a adminis tração central controlar a organização será reduzida”, citada por 46% dos entrevistados. Os métodos de trabalho e as habilidades necessárias estão evoluindo. Quase quatro em dez entrevistados disseram que suas empresas introduziram treina mento em habilidades digitais (39%), o que reflete uma mudança na natureza do trabalho diário na era hiperconectada. Esse treinamento foi especialmente comum entre os fabricantes (45%). A forma de organização do trabalho também está mudando, e a mesma proporção (39%) de entrevistados disse que “adotou desenvolvimento ágil e/ou técnicas de gestão 2 de projetos”. Essa proporção foi mais elevada entre empresas de TI e tecnologia (53%). A resposta l menos comum foi “ter nomeado um diretor digital”. Citada por apenas 19% dos entrevistados, essa resposta foi mais frequente entre serviços financeiros (25%) e fabricantes (25%), e menos frequente entre empresas de serviços de saúde (10%). A resposta mais frequente ao aumento da concor rência resultante da hiperconectividade foi entrar em novos mercados, conforme afirmado por 47% dos entrevistados. Felizmente para eles, a hiperconec tividade facilitou a identificação de novos mercados adequados para as empresas entrarem (41%). As orga nizações estão procurando fornecedores e clientes em outros locais, e 38% dos entrevistados relataram que a hiperconectividade aumentou a capacidade de trabalhar com fornecedores internacionais. Isso foi especialmente verdadeiro entre os fabricantes (44%). Em relação ao crescimento da hiperconectividade, 45% dos entrevistados acreditam que cadeias de suprimentos cada vez mais globalizadas permitirão que eles reduzam significativamente os custos. Um fato interessante é que essa opinião é bastante difundida entre empresas de serviços de saúde, inclu sive farmacêuticas e de biotecnologia (59%). A hiperconectividade está promovendo uma mudança na direção da personalização em massa. Metade dos entrevistados (50%) acredita que o cresci mento contínuo da hiperconectividade significará que “produtos e serviços serão cada vez mais ajustados às necessidades individuais dos clientes”. Surpreen dentemente, essa opinião é menos difundida entre os varejistas (36%) do que em outros setores. Até o presente momento, a consequência mais comum da hiperconectividade para o relacionamento com os clientes foi que os “canais digitais têm permitido um contato mais direto entre clientes e colaboradores” (39% dos entrevistados) – uma opinião que, na ver dade, é mais difundida entre os varejistas (50%). Em segundo lugar está a afirmação de que “os clientes normalmente leem comentários on-line ou em mídias sociais antes da compra” (38%). Quase metade das organizações pesquisadas (48%) reagiu à hiperconec tividade “adotando medidas para aumentar nossa visibilidade e reputação nas mídias sociais, o que melhorou os negócios”. Essa abordagem foi especialmente adotada por empresas de serviços financeiros (54%). © The Economist Intelligence Unit Limited 2015