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DIZERES O QUE PENSAS.
Escreveres o que sentes sem medo
de represálias. Compores e cantares as músicas que mais te motivam. Desenhares de forma livre.
Tudo isto são coisas que consideras
naturais e que podes fazer sempre
que quiseres. Mas nem em todos
os países as coisas acontecem desta
forma e, em Portugal, durante os
40 anos de ditadura, tudo isto era
impossível. Nesse período ainda
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MONTEPIO JOVEM PR IM AV ER A 2015
não existia o direito à liberdade
de expressão, um dos direitos
fundamentais da Constituição
da República Portuguesa.
O artigo 37.º da Constituição
estabelece que: “Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra,
pela imagem ou por qualquer outro
meio, bem como o direito
de informar e ser informado, sem
impedimentos nem discriminações”, e ainda que “o exercício
destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer
tipo ou forma de censura”.
A liberdade de expressão
também implica a hipótese de não
gostares do que outros dizem ou
fazem, ou de ofenderes alguém
com a forma como expressas o que
sentes e pensas. Mas isso faz parte
da própria liberdade. No início
deste ano, os atentados na redação
do jornal francês Charlie Hebdo,
em Paris, vitimaram 12 pessoas.
Os terroristas justificaram o ataque
com o facto do jornal satírico
representar Maomé (algo interdito
na religião islâmica) e criticar e
ridicularizar os muçulmanos.
Ora, o jornal sempre criticou
muçulmanos, judeus, católicos,
o papa e o sistema político e económico. Muitas dessas críticas são
violentas e o seu gosto pode ser
discutível, mas este é o preço
a pagar por se viver em liberdade–
– podemos discordar uns dos outros, às vezes sentimo-nos ofendidos, mas isso não nos dá o direito
de recorrermos à violência.
Em 1993, a revista do Expresso
publicou uma capa com a caricatura do Papa João Paulo II com um
preservativo no nariz, uma crítica
à posição da Igreja sobre o preservativo, e que causou grande
polémica. Na época, quem quisesse
protestar, poderia fazê-lo através
do direito de resposta – “assegurado, em condições de igualdade
e eficácia, o direito de resposta e
retificação, bem como o direito a
indemnizações pelos danos sofridos” – previsto no mesmo artigo
da Constituição.
Os atentados de Paris levantaram a questão dos limites da liberdade de expressão, havendo quem
defendesse a imposição de limites.
Os jornalistas recusaram, porém,
criar um precedente que abriria a
porta à censura. Se hoje se fazem
cedências perante os dogmas de
um grupo religioso, amanhã poderá
fazer-se o mesmo a pedido de um
grupo económico ou de um governo. O que, além de impedir a livre
prática do jornalismo, vai contra
os princípios fundamentais das
sociedades em que vivemos.
TESTEMUNHO
JOÃO
MAGUEIJO
INVESTIGADOR DO COSMOS
E PROFESSOR CATEDRÁTICO
DE FÍSICA TEÓRICA NO
IMPERIAL COLLEGE, EM
LONDRES, É AUTOR DE
BIFES MAL PASSADOS,
LIVRO SATÍRICO QUE
TEVE GRANDE SUCESSO
EM PORTUGAL E GEROU
POLÉMICA NO REINO UNIDO.
“Acho melhor partir do
princípio de que não há
limites para a liberdade de
expressão. Se começamos
com 'a minha liberdade
acaba onde a tua começa'
acabamos com a pior das
ditaduras, pois essa é uma
velha desculpa. Claro que há
exceções, mas é melhor que
essas fiquem com o ónus da
prova, em vez de estarmos
a fazer regras gerais à partida.
Isto aplica-se sobretudo
ao nível do humor. Não há
nada mais ridículo do que
higienizar o humor.
Ir longe de mais faz parte da
piada da coisa, e, claro está,
muita gente deixa de achar
graça, mas o humor não é só
fazer rir: é questionar.
RANKING DA
LIBERDADE DE
IMPRENSA 2015
Todos os anos a Associação Internacional
Repórteres Sem Fronteiras publica o ranking
mundial da liberdade de imprensa, que avalia
a situação em 180 países, tendo em conta o
pluralismo e independência dos media, respeito
pela segurança e liberdade dos jornalistas e as
condições em que estes trabalham. Conhece o
ranking de 2015 (ah!… e Portugal está em 26.º).
OS DEZ MELHORES
01. Finlândia
02. Noruega
03. Dinamarca
04. Holanda
05. Suécia
06. Nova Zelândia
07. Áustria
08. Canadá
09. Jamaica
10. Estónia
OS DEZ PIORES
01. Laos
02. Somália
03. Irão
04. Sudão
05. Vietname
06. China
07. Síria
08. Turquemenistão
09. Coreia do Norte
10. Eritreia
Fonte: Repórteres Sem Fronteiras (fr.rsf.org)
SABES O QUE FOI A GUERRA FRIA?
Durante décadas o mundo viveu
em permanente conflito político,
económico, científico e ideológico
que ficou conhecido como Guerra
Fria. Esta "guerra" foi designada
“fria” por nunca ter havido um
confronto militar direto entre os
dois blocos. Mas em tudo o resto
este período foi bastante quente.
No fim da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945) emergiram duas
superpotências à escala mundial:
os EUA – capitalista – e a então
chamada União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS) –
o chamado bloco comunista,
defensor do socialismo de Estado.
Em pouco tempo, a competição
entre os dois blocos levou ao
aumento da tensão. Surgiu a
NATO (Organização do Tratado do
Atlântico Norte) para defender os
países ocidentais de um eventual
ataque dos países de Leste e
o Pacto de Varsóvia, que tinha
como objetivo defender os países
do bloco soviético de um ataque
ocidental. A tensão teve dois pontos
altos: nos anos 60 do século xx,
com uma corrida ao armamento –
nomeadamente nuclear – à escala
mundial e, no início dos anos 80,
quando o presidente norte-americano Ronald Reagan lançou
o projeto Guerra das Estrelas.
Os dois lados – com equipamento
cada vez mais poderoso e letal
– tinham consciência de que
uma guerra entre blocos teria
consequências devastadoras.
Por isso nunca houve um confronto
direto, mas tanto os EUA como a
URSS apoiaram conflitos noutros
pontos do globo, “patrocinando”
outras guerras: foi o caso da Coreia,
do Vietname ou de guerras civis
em África, como a de Angola.
A partir de meados dos anos
80, com a chegada de Mikhail
Gorbatchov ao poder na URSS,
a tensão começou a abrandar.
Em 1987, para alívio dos países
europeus, os EUA e a URSS
assinaram um tratado de destruição
dos mísseis de curto e médio
alcance e em 1990 a Guerra Fria
terminou.
SERÁ QUE ESTAMOS
A REGRESSAR A ESSE
TEMPO?
Os recentes conflitos na Ucrânia
fizeram reaparecer o tema, pelo
facto de a Rússia ter apoiado os
separatistas – em boa parte devido
aos interesses económicos
e militares na região – e a Europa
e os EUA estarem ao lado
do governo ucraniano.
A memória do que foi a Guerra
Fria tem levado a que, nos últimos
meses, França e Alemanha tenham
feito tentativas para que
as duas partes alcancem um
cessar-fogo, até agora sem sucesso.
Em todo o caso, apesar dos receios
de um regresso, a Guerra Fria
ainda é uma coisa do passado.
O MURO DE BERLIM DIVIDIA A CIDADE
E O MUNDO: DE UM LADO, A REPÚBLICA
FEDERAL DA ALEMANHA (RFA),
CAPITALISTA; DO OUTRO, A REPÚBLICA
DEMOCRÁTICA ALEMÃ (RDA), SOCIALISTA.
A TUA ASSOCIAÇÃO MERECE
UM PRÉMIO?
Fazes parte de uma associação juvenil, de uma
associação de estudantes ou de uma organização sem fins lucrativos? Os projetos que desenvolvem com jovens são inovadores? Então fica
a conhecer o Prémio Voluntariado Jovem,
da Fundação Montepio.
Na sua 5.ª edição, o Prémio de 5 000 euros tem
nova roupagem. Cinco organizações, entre as
muitas candidatas, são convidadas a participar
no “Dia do Voluntariado Jovem” e terão de
responder a um desafio: criar um projeto para
um problema social em concreto.
Nesse dia, os participantes beneficiarão de duas
conferências dedicadas ao tema do voluntariado
e ao problema social identificado, trabalharão
em equipa na construção de um projeto de
voluntariado jovem (com o apoio de mentores)
e apresentarão os seus projetos perante um júri,
que escolherá a proposta vencedora.
Os vencedores, conhecidos no final da sessão
de apresentação dos trabalhos das diferentes
associações juvenis, verão posteriormente
implementado o seu projeto na sua organização.
O QUE DEVE CONTER
A CANDIDATURA?
F ormulário de candidatura e proposta
assinada pelo responsável da organização
D
ocumento de informação genérica sobre
a organização
D
ocumento de informação específica
sobre voluntariado
D
ocumento de caracterização da equipa
de jovens que, no caso de seleção
da candidatura, frequentará o “Dia
do Voluntariado Jovem”
OO júriQUEé constituído
DEVES SABER?
por António Tomás Correia,
Presidente do Conselho de Administração do
Montepio; um representante da Fundação Eugénio de Almeida; um representante do projeto
GEPE (Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego), desenvolvido pelo Instituto Padre António
Vieira; um representante da Junior Achievement
Portugal; e um representante do GRACE.
O projeto selecionado receberá um prémio
de 5 000€
AINDA VAIS A TEMPO!
19 DE JULHO - FIM DO PRAZO
DAS CANDIDATURAS
12 DE AGOSTO - ANÚNCIO
DAS CINCO ORGANIZAÇÕES
PARTICIPANTES
PARA MAIS INFORMAÇÕES, O GABINETE DE
RESPONSABILIDADE SOCIAL AJUDA-TE
213 249 290 OU MONTEPIO.PT
PR IM AV ER A 2015 MONTEPIO JOVEM
7
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O QUE TE - Montepio