O Núcleo de estudos de conjuntura econômica da FECAP – NECON
Pesquisa Mensal do Comércio – PMC - Maio 2012
Queda no volume de vendas do comércio varejista ampliado.
As vendas do comércio varejista já começam sofrer os efeitos da redução da atividade
econômica. Setores como o de Material de construção, por exemplo, a redução foi de 11,3%,
na comparação com o mês de abril de 2012. Outros setores que sofreram uma redução no
volume de vendas na comparação com o mês imediatamente anterior foram os de
Combustíveis e lubrificantes -0,8%, Outros artigos de uso pessoal e doméstico -0,2% e -3,1%
para Móveis eletrodomésticos. O volume do comércio varejista como todo sofreu uma
redução de 0,8% no mês de maio. Embora, não seja uma queda acentuada é uma queda que
preocupa, uma vez que reverte a trajetória de crescimento dos últimos meses.
Agora, na comparação do mês de maio de 2012 com o mesmo mês do ano anterior, a maioria
dos segmentos apresentaram desempenho positivo. Os destaques continuam sendo os para
os segmentos de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação que
cresceu 17,3% sobre igual mês do ano passado e o segmento de Artigos farmacêuticos,
médicos, ortopédicos e de perfumaria 10,9%. O crescimento do primeiro se deve
principalmente a difusão do uso da informática e da comunicação, assim como o crescimento
da renda e do emprego. Já o segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de
perfumaria está associado ao crescimento na renda e do emprego em meses anteriores. No
entanto, o volume de vendas da atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou queda
pelo segundo mês consecutivo, nesse mês a queda foi de 2,5%. O segmento de Livros, jornais,
revistas e papelaria também registro queda da ordem de 3,6%.
Nas próximas pesquisas poderemos verificar se as ações do governo, com vistas a incentivar o
consumo terão os resultados esperados.
Resultados Setoriais volume de vendas de igual período ano anterior (maio 2011).
O Segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
mais uma vez registrou alta, desta vez a alta foi de 9% sobre o volume de vendas de igual
período do ano anterior. Esse segmento se beneficia do crescimento da renda e do emprego.
Também contribui para esse crescimento os gastos decorrentes da comemoração do Dia das
Mães.
O segmente Móveis e eletrodomésticos no mês de maio registrou crescimento no volume de
vendas. A variação foi de 9,3% no volume de vendas em relação a maio do ano passado. Esse
crescimento pode ser em parte explicado pelos incentivos do governo ao setor, através da
redução do IPI para chamada linha branca (geladeiras, máquinas de lavar e outros). Mas a
manutenção do emprego, o crescimento da renda e a manutenção do crédito continuam sendo
os principais determinantes do desempenho.
O segmento de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria também
registrou alta. Desta vez de 10,9% na comparação com maio de 2011. Partes dos produtos que
compõe esse segmento são essenciais como remédios, médicos e artigos ortopédicos. O que
significa que o crescimento do consumo cresce, mas moderadamente em relação à renda, ou
seja, apresenta baixa elasticidade renda. Por outro lado, os produtos cosméticos e de
perfumaria são considerados bem de luxo e, geralmente, apresentam alta elasticidade renda.
Assim, podemos deduzir que o crescimento registrado neste setor se deve principalmente ao
crescimento no volume de vendas de artigos cosméticos e de perfumaria. Uma vez que o
crescimento da renda registrado em maio de 2012 foi de 4,9% na comparação com maio de
2011, enquanto que a massa de salários e teve aumento de 7,5%, conforme - PME do IBGE.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes registrou alta de 7,4% no volume de vendas em
relação a maio de 2011. Parte desse aumento no volume de vendas reflete a redução no preço
dos combustíveis que teve uma variação negativa nós últimos 12 meses de 4,4% conforme
IPCA.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. Esse é o segmento
que registra as maiores taxas de crescimento, a taxa acumulada nos primeiros cinco meses do
ano foi de 28,1% e nos últimos 12 meses de 26,4%. Isso se deve a crescente importância de
equipamentos de informática e comunicação no dia a dia dos consumidores. Também
contribuiu para o crescimento a redução média de 8,6% nos preços dos computadores. O
acréscimo no volume de vendas, em maio, foi da ordem de 17,3% sobre igual mês do ano
passado.
O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria, não acompanhou o crescimento dos
demais segmentos acima e registrou queda de 3,6%. Esse setor sofre com mudanças na
preferência do consumidor com a disseminação da informática e da Internet.
O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, registrou crescimento de 3,8% sobre o mês
de maio de 2011. Apesar do crescimento, o setor cresce abaixo dos outros segmentos. Devese destacar que os preços médios do setor no acumulado dos últimos doze meses registraram
alta de 6,2%, segundo IPCA. O que pode ajudar a explicar o crescimento moderado do setor.
O segmento Outros artigos de uso pessoal e doméstico, registrou variação positiva de 8%.
Acompanhando o aumento da renda, do emprego e da comemoração do Dia das Mães. Para
melhor compreensão, esse setor inclui atividades como: lojas de departamentos, ótica,
joalheira, artigos esportivos, brinquedos, etc.
O Comércio Varejista ampliado que incorpora mais dois segmentos Veículos, motos, partes
e peças e de Material de construção, registrou queda de 0,7% no volume de vendas em
relação ao mês anterior. Mas quando comparamos o volume de vendas com o mesmo mês do
ano anterior o segmento registrou alta de 5,8%.
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou, pela segunda vez consecutiva,
queda no volume de vendas. A variação foi de -2,5% em relação a maio de 2011. Foram esses
resultados negativos que contribuíram para que o governo adotasse medidas de estímulos ao
consumo como redução dos juros, ampliação do crédito e redução do IPI. As repercussões dessas
medidas sobre o volume de vendas devem ser verificadas nas próximas pesquisas.
Quanto ao segmento de Material de construção, esse registrou acréscimo de 3,6% em
relação ao mês de maio de 2011. Porém, esse resultado é bem menor do que a média dos
últimos seis meses que ficou de 10,6%. Essa mudança repentina no taxa de crescimento pode
ser resultado do adiamento de aquisições por parte dos consumidores que esperam taxas de
juros menores, sinalizadas pelo Banco Central e mercados financeiros.
Tabela Resumo
BRASIL - INDICADORES DO VOLUME
DE
VENDAS
DO
COMÉRCIO
VAREJISTA E COMÉRCIO VAREJISTA
AMPLIADO
Combustíveis e lubrificantes
Hipermercados, supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e
fumo
Tecidos, vestuário e calçados
Móveis e eletrodomésticos
Artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos
Livros, jornais, revistas e
papelaria
Equipamentos e materiais para
escritório, informática e
comunicação
Outros artigos de uso pessoal e
doméstico
Veículos, motos, partes e peças
Construção civil
% 2012/Maio/2011
% Maio/
Janeiro 2012
% acumulada
de
12 meses
7,4
9
4,4
9,3
2,1
6,1
3,8
9,3
10,9
1,2
13,8
10,5
1,6
14,9
9,9
17,3
28,1
26,4
-3,6
2,3
3,1
8,1
7,6
4,2
-2,5
3,6
-0,8
11,1
1,2
8,7
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Queda no volume de vendas do comércio varejista ampliado.