TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES NO ENSINO DE ENGENHARIA Rodnny Jesus Mendoza Fakhye1, Solange Maria Alves2 RESUMO: O presente trabalho mostra a necessidade de um novo perfil para o egresso do curso de engenharia civil. Este novo perfil não somente está justificado na literatura, senão também tem sustento legal, como pode ser verificado nas diretrizes curriculares do MEC. Nos trabalhos pesquisados encontram-se características comuns nos “novos” perfis formulados na literatura. Segundo estes, um curso de Engenharia deve dotar os indivíduos não só com sólidos conhecimentos científicos de Ciências Básicas e de Engenharia, mas também com um conjunto de aptidões e atitudes que os tornem capazes de exercer ao mais alto nível a profissão de Engenheiro com uma grande longevidade na eficácia profissional. Como resposta a esta necessidades existem diversos enfoques propostos por diversas instituições e autores que visam atingir o novo perfil formulado. Algumas destas respostas são analisadas, e pode-se perceber que grande parte delas podem ser aplicadas no curso de Engenharia Civil da Unochapecó, bastando para isto, em alguns casos, adaptações e em outros: investimentos em software e capacitação. Palavras chave: ensino; engenharia 1 INTRODUÇÃO: As radicais transformações sociais, políticas, culturais, éticas, tecnológicas, econômicas que fazem a realidade do mundo contemporâneo, representam o despontar de uma nova era na história da civilização. Uma virada chave no campo da engenharia é a mudança do paradigma determinista ao paradigma das incertezas, por exemplo, a segurança das construções deixou de ser uma certeza para ser um risco confiável (LARANJEIRAS, 2007). Os problemas tornaram-se complexos com infinitas relações com diversos campos de conhecimento, transformando a capacidade de pensar de forma complexa, numa necessidade. Outro componente da nova situação são as mudanças originadas pelo progresso da tecnologia de comunicações e da informação que têm influenciado de maneira marcante o processo de ensino em todo os níveis. A docência universitária e especificamente o ensino de engenharia tem sido confrontado com uma nova realidade; com um tipo de aluno novo com outras perspectivas e desejos e também com novas tecnologias que devem ser rapidamente assimiladas. Não há muito tempo quase a totalidade dos professores de engenharia eram “profissionais do mercado que dedicavam algumas horas algumas horas semanais para passar um pouco de sua experiência profissional para aqueles que seriam seus futuros colegas de profissão” (PACHECO; FIALHO, 2004, p 3). Atualmente nas instituições de ensino são exigidos outros requisitos como mestrado e doutorado na formação acadêmica dos professores de engenharia. No entanto mantém-se um problema chave, o professor de engenharia praticamente não tem preparo nenhum na área pedagógica o que gera um conflito entre as novas situações encontradas em sala de aula, as novas necessidades de ensino geradas e o tempo curto para assimilar as novas tecnologias e repassá-las aos alunos. Com o panorama mostrado pode-se deduzir que existem novas necessidades no ensino de engenharia, tais como: metodologias eficientes, rápidas, flexíveis que permitam acompanhar as mudanças constantes no mundo tecnológico. Um ponto positivo dos avanços do mundo tecnológico é que também são fornecidas ao docente ferramentas poderosas que não há muito tempo tinham custos proibitivos tais como ferramentas computacionais, interatividade on line através da Internet, etc. 1 Mestre em Estruturas 2 Doutora em Educação (Orientadora) 2.CONHECIMENTO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL: A QUESTÃO DA ENGENHARIA CIVIL: Dentro das necessidades do mundo atual a capacidade técnica isolada deixou de ser a exigência primordial da sociedade e do mercado de trabalho. Existe a procura de profissionais que sejam capazes de trabalhar em equipe, que conheçam e pensem de maneira complexa, que entendam o funcionamento das organizações, que analisem de forma crítica o contexto econômico e social da empresa à que estão ligados. Morgan et al. (1998), afirma que as organizações exigem profissionais com capacidades desenvolvidas de liderança, criatividade e de comunicação. Que é uma das características da chamada sociedade do conhecimento. Na Figura 1, são mostradas as características técnicas e pessoais necessárias ao novo profissional de engenharia. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS PESSOAIS Capacidade de reconhecer os problemas Ampla cultura e curiosidade por novos e solucioná-los em diversas áreas. conhecimentos Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à Bom relacionamento humano engenharia. Avaliar criticamente ordens de grandeza e Domínio de técnicas computacionais significância de resultados Compreender e aplicar ética e Conhecimento de legislação pertinente responsabilidades profissional Avaliar a viabilidade técnica, econômica e Responsabilidade Social e Ambiental social dos projetos de engenharia. Capacidade de trabalhar em equipes Versatilidade e Criatividade multidisciplinares Domínio de língua estrangeira Senso de cidadania Compreensão dos problemas Autoconfiança nas suas posturas administrativos, sócio-econômicos e do profissionais meio ambiente Capacidade comunicar suas idéias e Alto sentido ético, social e de defender seus projetos coerentemente responsabilidade profissional Mentalidade aberta e atitude positiva Autodidatismo diante da vida Figura 1. Características necessárias ao profissional de engenharia. (MARCHETTI, 2001) 3. FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO: O objetivo fundamental do processo de ensino de engenharia é a preparação de profissionais que atuem com competência nas diversas áreas da engenharia, com este objetivo em mente, são montados os cursos os quais devem fornecer um conjunto consistente de conhecimentos que os habilitem para tal. A forma de lograr este objetivo, os médios e abordagens utilizados determinarão o perfil do profissional formado. Se no processo da formação do engenheiro forem contempladas as habilidades e competências que se mostram como necessidade na sociedade atual o curso terá cumprido a sua finalidade se pelo contrário dentro do processo formativo não foram contempladas estas necessidades, teremos um profissional defasado com o mercado e com os novos requerimentos profissionais. 4. O NOVO PERFIL DO ENGENHEIRO: Colenci (2000 p. 48), indica que uma boa maneira de descrever o momento atual é: mudanças. Sendo assim o perfil profissional do engenheiro não pode ser um elemento estático e ainda o profissional formado tem que ter a capacidade de reinventar-se cada vez que o entorno profissional mude ou quando simplesmente as necessidades do mercado mudem. Esta última capacidade somente pode ser obtida se o profissional tem a capacidade de seguir estudando e aprendendo continuamente. Capacidade que deve ser fomentada, cultivada e desenvolvida nos anos de formação na faculdade. Mas que um técnico é necessário formar um profissional pensante. As técnicas tradicionais de aulas expositivas com exercícios resolvidos pelo professor deixam de lado outras possibilidades de desenvolvimento do aluno (KURI, 1990 apud COLENCI, 2000 p. 49). Dentro do leque de capacidades que exige a sociedade moderna é possível identificar algumas das novas capacidades que o profissional de engenharia deve ter, entre elas podemos citar (COLENCI, 2000): a)Aprender a aprender, como citado acima é a capacidade do profissional de se adaptar às novas necessidades. Surge naturalmente, como opção, para criar esta capacidade a adoção da pesquisa como parte fundamental do processo de ensino; b)Flexibilidade, os novos profissionais não poderão se acomodar a determinadas situações, as tecnologias mudam a todo momento, gerando equipamentos novos com velocidade cada vez maior. Novos desafios serão o dia corrente do profissional; c)Trabalho em equipe, o pensamento coletivo a delegação de responsabilidades gera valores agregados e melhores desempenhos. Para desenvolver esta habilidade é necessário desenvolver outras capacidades como: saber opinar, receber críticas e sugestões e liderar. É necessário, embora seja na faculdade tradicional uma tarefa difícil, valorizar os trabalhos em grupo ou em equipe. 5. PROPOSTAS PEDAGÓGICAS INOVADORAS PARA O ENSINO DE ENGENHARIA: Neste capítulo são descritas algumas das diferentes propostas pedagógicas que procuram, dentro do ensino de engenharia, materializar os objetivos definidos na formação do novo engenheiro, descrevendo as suas características mais importantes assim como os desafios encontrados na sua aplicação. 5.1 AULA DIALOGAL NO ENSINO DE CONCRETO ARMADO: Segundo Longo (2001), aula dialogal é uma aula na qual a principal ferramenta utilizada pelo educador é o diálogo, desta maneira o aluno deixa de ser um ente passivo. O professor dialoga com os estudantes para desvendar os objetos de estudo. As etapas compreendem: A primeira etapa é a apresentação do assunto. É a fase inicial em que os educandos tomam conhecimento do assunto. Essa apresentação pode ser oral, escrita no quadro negro, ilustrada em cartazes ou em transparências no retroprojetor. Pode ser também apresentada através de algum recurso audiovisual (fitas de vídeo, projetor de slides, programas de computador, etc.). Na segunda fase do processo, denominada de fase de discussão e de análise crítica, o professor faz perguntas aos alunos para tentar decodificar o objeto em questão. É a fase do diálogo propriamente dito. A reposta de um aluno pode também servir como tema para que os demais possam analisar melhor o objeto de estudo. Na etapa final, o professor e os alunos observam novamente a codificação, mas agora com uma outra perspectiva, pois já fizeram uma análise crítica. Depois fazem uma recapitulação das principais questões consideradas e tentam chegar a uma conclusão. 5.2 AS FERRAMENTAS DE E-LEARNING NO ENSINO DE PONTES: Neste estudo de Silva (2005), foi analisada e estudada a integração das novas ferramentas tecnológicas e da Internet no ensino da disciplina de pontes. Criando, a partir da análise da informação disponível na Internet sobre pontes, uma página de ensino e formação sobre pontes, aplicando técnicas de e-learning. O “E-learning” pode ser definido como um ensino aberto à distância que utiliza a Internet e os seus serviços, na qual a componente presencial não é obrigatória. Sendo assim, consiste em todo o desenvolvimento de atividades de ensino-aprendizagem através da Internet. Desta forma pode-se ter: seminários on-line, atividades de colaboração on-line, trabalho em equipes virtuais. 5.3 UTILIZAÇÃO DO MATLAB NOS CURSOS DE ENGENHARIA: O MATLAB é um sistema gráfico que integra a capacidade de se fazer cálculos, programação e visualização gráfica em um ambiente interativo simples, onde os problemas e suas soluções são expressos em uma linguagem matemática familiar (SILVA et al.. 2004). Em várias áreas da engenharia necessita-se, usualmente, de ferramentas que simplifiquem o desenvolvimento de modelos computacionais associados a projetos reais. Essas ferramentas devem permitir, inclusive, que os engenheiros possam visualizar todas as etapas do processo. Com o objetivo de atender a demanda por ferramentas informáticas, diversas Instituições de Ensino, como a Unochapecó, têm criado laboratórios computacionais de qualidade que permitam a utilização de programas como o MATLAB, que podem ser de importância bastante significativa para o ensino de engenharia. 5.4 UTILIZAÇÃO DE ANIMAÇÃOES PARA INTRODUZIR CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA MECÂNICA DE ESTRUTURAS: De acordo com Ventri e Neto (2002), cada vez mais os alunos que ingressam aos cursos de Engenharia, esperam encontrar e utilizar recursos atuais e modernos dentro do processo de ensino-aprendizagem, já que estas gerações estão acostumadas à utilização da informática em todas as suas atividades do dia a dia. O desenvolvimento de ferramentas que permitam o entendimento de conceitos complexos, junto com a atual facilidade de conseguir “hardware” e “software” potente torna acessíveis aos cursos de graduação, ferramentas multimídia poderosas e versáteis. No Departamento de Engenharia Civil da USP – São Paulo são desenvolvidas ferramentas com o intuito de criar ferramentas educacionais que possam ser utilizadas pelas disciplinas de Mecânica de Estruturas e Estruturas de Concreto. 5.5 SOFTWARES EDUCACIONAIS NA ENGENHARIA: OBJETOS EDUCACIONAIS (OE’S): Segundo Pravia e Filho (2007), as ferramentas de educação na engenharia antes da revolução das tecnologias de informação se limitavam a livros, esquadros, lapiseiras, quadro negro e as explanações verbais do professor. Hoje em dia em comum numa aula de engenharia é comum assistir a apresentações com a utilização de projetores multimídia. Da mesma forma no mercado de trabalho cada vez é mais comum a utilização de softwares que ajudam na solução de diversos problemas na engenharia. Os objetos de aprendizagem (OA’s) ou objetos educacionais (OE’s), podem ser hipermídia (páginas de Internet), arquivos de apresentação digital, planilhas eletrônicas, simuladores, são utilizados na formação do engenheiro, para ajudar na melhor compreensão dos fenômenos, levando em conta as necessidades atuais. As discussões na utilização de OE’s estão centradas em (PRAVIA; FILHO, 2007):a)Quais seriam as bases pedagógicas da utilização destas ferramentas? b)Como deve ser a criação destes softwares educacionais; c) Como fazer a avaliação de um OE;d)Como criar redes de desenvolvimento de OE’s; e)Como permitir que eles sejam distribuídos e aproveitados pela maioria dos educadores? Pode-se afirmar que a maior dificuldade não reside na produção dos conteúdos dos OE’s. O problema está na adaptação destes conteúdos para OE’s, e de que maneira devem ser formatados, avaliados e como trabalhar junto aos professores para que ofereçam suas produções aos seus colegas. 5.6 UTILIZAÇÃO DE CURSOS VIRTUIAS NA ENGENHARIA: Na Escola de Engenharia da UFRJ está sendo implantado o projeto do Curso Virtual de Estruturas (CVE). Segundo Longo e Menezes (2001), este projeto visa fornecer ferramentas que auxiliem o ensino nas disciplinas de estruturas nos cursos de Engenharia, atualmente, o projeto conta com a participação de sete professores mas a idéia é expandir ainda mais para que se possa abranger um maior número de disciplinas. Dentro deste contexto foram criadas páginas para as disciplinas de Mecânica, de Estruturas de Concreto Armado e de Projeto Final de Curso. Segundo os autores o CVE tem sido muito importante para o aprendizado, melhorando a qualidade do ensino e aumentando a participação dos alunos. O objetivo geral deste projeto é que qualquer pessoa, mesmo não sendo um aluno matriculado na universidade, poderá participar do curso, tirando dúvidas, lendo textos didáticos a qualquer hora do dia e da noite. Este último conceito é bastante inovador, pois rompe com os círculos fechados de conhecimento que algumas universidades de ponta costumavam criar. O projeto atual teve o seu início a partir do projeto CEDEM (Cálculo de Esforços e Dimensionamento de Estruturas em Microcomputadores), e da experiência no ensino de Resistência dos Materiais, do desenvolvimento de programas de computador. Esse projeto tinha como objetivo inicial elaborar um CD-ROM que permitisse, através da interatividade, a absorção dos conceitos com mais facilidade. A finalidade consistia não apenas em fazer estudos teóricos, mas principalmente, elaborar aplicações práticas. Com o desenvolvimento da Internet nos anos 90, o trabalho foi direcionado para o uso da rede mundial. 5.7 USO DE FERRAMENTAS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL: As universidades têm a necessidade de adequar ao mercado o perfil dos profissionais que estão sendo formados por elas. A proposta de Bruel et al. (2004) é aplicar uma técnica de ensino nos trabalhos dos alunos de engenharia civil da Universidade Federal do Paraná, envolvendo a utilização e desenvolvimento de ferramentas gerenciais modernas, que já são correntemente utilizadas em empresas e construtoras que acolherão os egressos. Estas ferramentas são utilizadas pelos alunos em seus projetos acadêmicos, realizados em grupos de trabalho. Isto visando o desenvolvimento das suas capacidades gerenciais e a sua preparação para gerir projetos complexos de engenharia com os instrumentos aprendidos e aplicados durante o curso. Como foi colocado nos capítulos inicias o “engenheiro civil do futuro” precisa ser um profissional polivalente, com conhecimentos em recursos humanos e gestão, com atributos de liderança, boa comunicação, conhecimento de planejamento, controle de produção e gestão de custos, ser um bom negociador, dominar a língua inglesa, entender de questões jurídicas e saber lidar com clientes (LEAL 2002). A proposta deste trabalho é de inserir o gerenciamento de projetos no ensino dos alunos de graduação de engenharia civil num ambiente de trabalhos em grupos. 6 CONCLUSÕES: Na pesquisa inicial deste trabalho conclui-se que é necessário um novo perfil do egresso de engenharia civil. Este novo perfil não somente está justificado na literatura, senão também tem sustento legal, como pode ser verificado nas diretrizes curriculares do MEC (BRASIL, 2002). Nos trabalhos pesquisados encontram-se características comuns nos “novos” perfis formulados por cada autor. Infere-se que, um curso de Engenharia deve dotar os indivíduos não só com sólidos conhecimentos científicos de Ciências Básicas e de Engenharia, mas também com um conjunto de aptidões e atitudes que os tornem capazes de exercer ao mais alto nível a profissão de Engenheiro com uma grande longevidade na eficácia profissional (LOPES et al., 2000). Como resposta a esta necessidades foram analisados diversos enfoques propostos por várias instituições e autores que visam atingir o novo perfil formulado. As novas propostas estimulam a capacidade de reconhecer e resolver problemas, aprimoram a aplicação de conhecimentos gerais básicos nos campos da engenharia, incentivam a capacidade de relacionamento e trabalho em equipe, promovem a análise problemas técnicos com todas as suas conseqüências sociais e ambientais e criam condições para fortalecer autoconfiança e postura profissionais. A maior parte destas propostas podem ser aplicadas no curso de Engenharia Civil da Unochapecó, precisando em alguns casos de: adaptações, formação de grupos de trabalho com professores de varias áreas, investimentos em softwares e capacitação, e projetos de pesquisa na área de ensino de engenharia. Levando em conta a conjuntura atual, estas ações deverão entrar em pauta no planejamento a curto e médio prazo, pois o risco de ficar atrás da demanda da nova sociedade e do mercado é grande. É necessário um movimento nos cursos de Engenharia na Unochapecó, em direção à modernização e a atualização da prática pedagógica.Trabalhos futuros podem tratar já da aplicação de alguma das metodologias levantadas nos cursos de Engenharia na Unochapecó. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Conselho Nacional de Educação (CNE) – Câmara de Educação Superior (CES). Resolução nº 11 de 11 de março de 2002. BRUEL, A. A.; MENDES JR., R.; PARCHEN, C. F. A. 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