▼ Questão 2 PESSOAL OCUPADO NOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS — 2006 Localidade Brasil Estado de São Paulo Estado do Rio Grande do Sul Total de pessoal ocupado Mão de obra familiar Empregados contratados 16.367.633 12.810.591 (78,3%) 3.557.042 (21,7%) 828.492 416.111 (50,2%) 412.381 (49,8%) 1.219.511 1.071.709 (87,9%) 147.802 (12,1%) Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 2006. Adaptado. Com base na tabela e em seus conhecimentos: a) Analise a presença de mão de obra familiar nos Estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul, relacionando-a com as atividades agropecuárias predominantes em cada um deles. b) Tendo em vista o fato de que a mão de obra familiar é majoritária no Brasil, analise os dados de pessoal ocupado nos estabelecimentos rurais no Estado de São Paulo, considerando as transformações agrárias ocorridas, nesse estado, a partir dos anos 1950. Resolução a) No Estado do Rio Grande do Sul a predominância absoluta da mão de obra familiar é decorrente do processo de ocupação da região. Predominam populações de origem europeia, em pequenas propriedades, cuja produção agropecuária, visa atender às necessidades da comunidade local, produzindo portanto produtos como algodão (tecidos), couro (calçados), carne, milho, trigo (alimentos). No Estado de São Paulo, a ocupação mais significativa do espaço rural se deu a partir da expansão da lavoura cafeeira, caracterizada pela grande propriedade monocultora voltada para a exportação, limitando, dessa forma, o trabalho familiar. Vale destacar também que o Estado de São Paulo possui o maior índice de mecanização agrícola do país, o que justifica o menor número total de pessoal ocupado nos estabelecimentos agropecuários. b) De acordo com a tabela, é possível perceber que no Estado de São Paulo a presença de mão de obra familiar, embora seja majoritária (50,2%), está bem abaixo da média nacional (78,3%). Essa situação pode ser explicada em função das transformações agrárias ocorridas nesse Estado a partir dos anos 1950. É nessa década que se inicia um intenso processo de modernização da agricultura paulista, com grandes investimentos de capital privado na mecanização da lavoura, visando garantir não só o abastecimento da crescente população urbana, mas também da cada vez mais significativa atividade industrial do Estado. Com base nessas transformações pode-se deduzir que por um lado a mão de obra familiar perde espaço, em função de sua menor capacidade de investimento e, consequentemente, de sua maior dificuldade em atender a demanda urbano-industrial. Por outro lado, a utilização de tecnologia no campo exige mão de obra mais qualificada, preparada na cidade e habituada a trabalhar como empregado contratado.