ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS DOS GENES KIR INIBITÓRIOS ENVOLVIDOS NA REGULAÇÃO DA ATIVIDADE DAS CÉLULAS NK (NATURAL KILLER) NO DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM SANTA CATARINA 4,1 Autores Instituição 1 1 Lia Kubelka de Carlos Back , Leili Daiane Hausmann , Maria Luiza Guimarães de Oliveira , Ticiana 1 1 5 1 Della Justina Farias , Cíntia Callegari Coêlho , Bráulio Leal Fernandes , Sara Emelie Löfgren , Yara 1 1 Costa Netto Muniz , Ilíada Rainha de Souza 1 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (Rua Pastor Willian Richard Schisler Filho, nº590 4 Itacorubi, Florianópolis, SC), Biogenetika - Biogenetika - Diagnóstico Molecular e Medicina Genômica 5 (Rua Menino Deus, 63, Centro, Florianópolis), HU-UFSC - Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thia (Campus Universitário, Rua Professora Maria Flora Pausewang, s/nº, Trindade) Resumo OBJETIVOS No contexto genético o papel de genes que codificam moléculas do sistema imunológico tem sido alvo de interesse pela importância desse sistema no desenvolvimento do processo tumoral. As células NK fazem parte da resposta imune inata, sendo a primeira linha de defesa do organismo contra vírus, bactérias e tumores. Estas células induzem a morte da célula-alvo quando não há o reconhecimento das moléculas de antígenos leucocitários humanos (HLA) de classe I, através de seus receptores KIR (Killer cell Immunoglobulin-like receptors). Estudos demonstram o envolvimento dos genes que codificam receptores de células NK na patogênese do câncer. Os 14 genes KIR codificam receptores ativatórios e/ou inibitórios, altamente polimórficos, e que se ligam aos alótipos HLA de classe I. A principal característica que distingue esses receptores dos demais receptores de células NK é a grande variabilidade tanto em termos de presença ou ausência quanto em termos de variabilidade alélica. Os objetivos deste trabalho foram (1) identificar a presença e ausência e estimar as frequências dos genes KIR inibitórios (2DL1, 2DL2, 2DL3, 2DL4, 2DL5, 3DL1, 3DL2, 3DL3) nas amostras estudadas e (2) verificar a existência de associação entre os genótipos dos genes identificados e o risco de desenvolvimento de câncer de mama (CM). MÉTODOS Este é um estudo caso-controle composto por 154 mulheres diagnosticadas com CM, não submetidas à quimioterapia ou radioterapia, atendidas no Hospital Universitário da UFSC ou na Maternidade Carmela Dutra e 118 mulheres saudáveis, sem histórico de CM em parentes de primeiro grau. A presença ou ausência dos genes KIR foi avaliada através da técnica de PCR em Tempo Real (StepOne™ da Applied Biosystems). A quantidade de produto formado foi monitorada ao longo do tempo através da variação observada na fluorescência, sendo o sinal do fluoróforo detectado por Melt Doctor™HRM Master Mix (Applied Biosystems, Foster City, CA) e os dados analisados por High Resolution Melt Software, v 3.0.1 (AB). As análises de associação foram calculadas por regressão logística através do software SPSS v.12.0 (p≤0,05; [CI 95%]). RESULTADOS Nossos resultados demonstraram (1) um aumento de risco de 5,6 vezes para o desenvolvimento do CM na presença do gene KIR2DL2 (p˂0001; [2,81-11,33]); (2) um aumento de risco de 5,5 vezes na presença do gene KIR2DL3 (p=0,046; [1,02-33,36]); (3) um aumento de risco de 6,9 vezes quando os dois genes KIR2DL2/KIR2DL3 estão juntos (p˂0001; [2,83-13,18]) e (4) uma associação de proteção na presença do gene KIR2DL5, que se encontra em uma frequência menor nos pacientes em relação aos indivíduos do grupo controle. CONCLUSÃO Concluindo, este trabalho mostrou um potencial papel dos polimorfismos dos genes KIR na regulação da atividade das células NK na patogênese do CM na população estudada. Palavras-chaves: Câncer de mama, Polimorfismos, Genes KIR, Células NK Agência de Fomento: FAPESC; UFSC; CAPES