Parte III: CULTURA DE CÉLULAS 1.CULTURA DE CÉLULAS a)Objectivo _0 9 b)Tipo de Culturas Celulares Q SC c)Passagem das Células IC A 2.COLECÇÃO DE CÉLULAS C LÍN a)ECACC c)NIH 3.MEIOS DE CULTURA A C 4.Como escolher um meio VI RO LG O IA b)ATCC II M 5.Constituintes básicos do meio de cultura 6.DESCONGELAÇÃO: COMO INICIAR UMA CULTURA 7.TRIPSINIZAÇÃO 8.CONTAGEM DE CÉLULAS Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL 9 _0 SC Q A IC C LÍN IA O VI RO LG C A M II Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL CULTURA DE CÉLULAS A Q SC _0 9 Objectivo: Isolamento viral a partir de material biológico adequado Propagação in vitro de vírus já isolados C LÍN IC Condições: II M A C VI RO LG O IA Esterilidade Frascos de cultura em plástico ou vidro tratados Meios de cultura* Estufa de CO2 Microscópio invertido Hote de fluxo laminar vertical *Meios de cultura: satisfação das exigências nutricionais das células Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TIPOS DE CULTURAS CELULARES A Q SC _0 9 Modo de propagação: 1. Suspensão 2. Monocamada 3. C LÍN IA O 2. Primárias Secundárias Contínuas 2. 3. M A Epiteliais Fibroblásticas Outras (células sanguíneas, nervosas, musculares) II 1. C Morfologia das células: VI RO LG 1. IC Natureza das células: TIPOS DE CULTURAS CELULARES _0 9 Modo de propagação: Q SC Suspensão: as células crescem sem estarem aderentes entre si ou ao suporte sólido (paredes interiores do frasco de cultura ou outro recipiente onde estejam a ser cultivadas) M A C Monocamada: crescem aderindo ao suporte sólido e entre si. Estas células necessitam, para serem transferidas para outro suporte sólido, de serem dissociadas entre si e do suporte sólido onde se fixaram (métodos enzimáticos e/físicos). II 2. VI RO LG O IA C LÍN IC A 1. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TIPOS DE CULTURAS CELULARES Natureza das células C LÍN IC A Q SC _0 9 Células primárias: resultam directamente de um órgão ou tecido animal; têm uma vida limitada. C VI RO LG O IA Células secundárias: Derivam de subculturas das células primárias; Podem atingir as 50 passagens ou subculturas. II M A Células contínuas: Derivam de tecidos cancerosos ou de células primárias e secundárias que sofreram transformação; Têm a capacidade de se multiplicarem ilimitadamente, sem inibição de contacto e com grande rapidez. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TIPOS DE CULTURAS CELULARES A Q SC _0 9 Modo de propagação: 1. Suspensão 2. Monocamada 3. C LÍN IA O 2. Primárias Secundárias Contínuas 2. 3. M A Epiteliais Fibroblásticas Outras (células sanguíneas, nervosas, musculares) II 1. C Morfologia das células: VI RO LG 1. IC Natureza das células: Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COLECÇÃO DE CÉLULAS SC _0 9 Será possível introduzir, propagar, consolidar e disseminar erros durante a manipulação numa linha celular? Sim, repare-se que, muitos contaminantes são invisíveis ao olho nu (micoplasma ou vírus que não induzem efeito citopático), ou seja existem contaminações inaparentes! VI RO LG O IA C LÍN IC A Q Sistematizam as técnicas de cultura Crioconservação em Azoto Líquido Técnicos permanentes e especializados Controlo de Qualidade para contaminações microbianas, nomeadamente o Micoplasma Garantem a identidade e a pureza da linha celular Recomendações II M A C características a linha celular como manter a linha celular como lidar com dificuldades qual o meio de cultura apropriado qual o material necessário quais as condições de incubação, etc. formulários de encomenda quem pode depositar como pode depositar etc. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL AS “MEGASTORES” European Collection of Animal Cell Cultures (ECACC), HLS Centre for Applied Microbiology and Research, Porton Down, Salisbury SP4 OJG, UK. Telephone (44) 980610391; fax (44) 980 611315. Q SC _0 9 “Description of holdings: 1200 cell lines and hybridomas, 250 HLA-defined cell lines, and approximately 7000 human genetic and chromosome abnormality cell lines (2000 stored as untransformed lymphocytes).” C LÍN IC A American Type Culture Collection (A TCC), 12301 Parklawn Drive, Rockville, MD 20852, USA. Telephone (301) 991 2600; fax (301) 231 5826. M A C National Institute of Health (NIH) About us…. VI RO LG O IA “The A TCC has a large and comprehensive stock of material built up over a considerable period of time. A certain number of deposits carry 'certified cell line' status and extensive testing programmes have been carried out on this material. The whole of the collection comprises over 3200 cell lines and hybridomas from approximately 75 different species.” II “The NIH AIDS Reagent Program evolved from a small bank of HIV research materials into a unique worldwide resource of state-of-the art reagents for HIV and other pathogens. Many of these reagents are not commercially available. The first Catalog, published in 1988, listed 62 reagents from 20 contributors. Reagents are shipped to scientists all over the world. The value of the NIH AIDS Reagent Program is evident from the diversity of registered users; as of June 2003, scientists from the US and 65 foreign countries registered to receive reagents. During the past year over 14,000 reagents were provided. US scientists obtaining AIDS reagents from the program work primarily in academ-ic settings.” Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COLECÇÃO DE CÉLULAS DE CULTURA CELULAR II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 EPITELIAL: 293T Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL _0 II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC EPITELIAL/FIBROBLÁSTICA: GHOST (derivadas das Hos=osteosarcoma humano) 9 COLECÇÃO DE CÉLULAS DE CULTURA CELULAR Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COLECÇÃO DE CÉLULAS DE CULTURA CELULAR II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 FIBROBLÁSTICA:Vero; Fibroblastos de Salmão, MRC-5 Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COLECÇÃO DE CÉLULAS DE CULTURA CELULAR II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 LINFOCÍTICA:Linfócitos humanos mortos… Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COLECÇÃO DE CÉLULAS DE CULTURA CELULAR A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 SUSPENSÃO: J774 II M LINFOBLASTÓIDE PROMONOCÍTICA: U937 Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL MEIOS DE CULTURA C LÍN IC A Q SC _0 9 De um modo geral as células requerem um ambiente estéril, componentes nutricionais, pH e temperatura estáveis. Hoje em dia já existem várias formulações de meios de cultura disponíveis, de acordo com o tipo de cultura com que se está a trabalhar. II M A C VI RO LG O IA Exemplos: • BME (basal medium Eagle´s) • EMEM (minimum essencial medium with Earl´s salts) • DMEM (Dulbecco´s modified Eagle´s medium, meio sintético complexo) • RPMI 1640 (criado pelo Roswell Park Memorial Institute, meio sintético complexo) • CMRL (basal médium designed for serum-free formulations) • D-22 (basal medium for insect cell culture) Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL COMO ESCOLHER UM MEIO? C LÍN IC A Q SC _0 9 a. Tipo de células i. Aderentes (Vero) ii. Suspensão (Ly Humanos) iii. Tipo de densidade celular (baixa, para clonagens: 293T, meio com HEPES) (elevada: bio-reactores com densidades na ordem do s108células/mL) VI RO LG O IA b. Sistemas estáticos São os sistemas clássicos de cultura em frasco deitado ou na vertical, em laboratório de baixa ou média produtividade. II M A C c. Sistemas dinâmicos ou perfusão contínua (sistema aberto) O meio terá que ter à partida todos os nutrientes necessários para a duração da cultura, nomeadamente em termos de fontes de energia, mas tendo em conta que a degradação destes aumenta os níveis de toxicidade. Portanto podem ser introduzidos controladamente no meio. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL CONSTITUINTES BÁSICOS DO MEIO? _0 SC Sais inorgânicos (oligoelementos) Na+, K+, Mg++, Ca++, Cl-, HCO3Mantêm o potencial de membrana São co-factores nas reacções ezimáticas intracelulares Factores de adesão (tripsinização) Q b. • • • • 9 a. Água C LÍN IC A c. sistemas tampão O meio de cultura necessita de sistemas tampão para compensar a evolução do CO2, libertado pelas células e da produção de ácido láctico, resultante do metabolismo da glucose. VI RO LG O IA Explos (não tóxicos, com pKa=6,1): • Bicarbonato • Fosfato A conjugação da concentração de bicarbonato e a tensão de CO2 promove a osmolaridade e pH correctos. II M A C d. hidratos de carbono • Glucose • Maltose • Sacarose • Frutose • Galactose A glucose é o hidrato de carbono mais usado como fonte de energia do meio. e. Indicadores de pH • Vermelho de fenol (2mg/L) Qualquer que seja o meio requer a presença de um indicador de pH, que nos chamará mais facilmente à atenção para as alterações que possam ocorrer devidas ao metabolismo das células. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL CONSTITUINTES BÁSICOS DO MEIO? O M A C h. lípidos (ácidos gordos) • Colesterol • Ácido linolénico e linoleico • Ácido palmítico, etc. É um dos componentes fornecido pelo soro. II _0 SC Q IC A SUPLEMENTOS i. Hormonas ii. Soro iii. Proteínas e péptidos para meios sem soro (alfa-globulina, fibronectina, albumina e transferrina) iv. Antibióticos e Antifúngicos • Gentamicina (50ug/ mL) • Penicilina (100UI)/ mL / Estreptomicina (50ug/ mL) • Anfotericina B (fungisona) Mantêm a esterilidade do meio, mas numa escala industrial estão ausentes. Não podem ser citotóxicos Têm que ser de largo espectro, e induzir o mínimo de resistências Atenção à relação custo/benefício. IA Aminoácidos essenciais Arginina Cisteína Prolina L-Glutamina, etc. VI RO LG g. • • • • i. C LÍN vitaminas • Ácido para-amino benzóico • Biotina • Ácido fólico • Ácido nicotínico • Riboflavina • Tiamina • Inositol • Vit. B12 • Vit. E • Vit. A São intervenientes em numerosos processos metabólicos. 9 f. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL MEIOS COM SORO, PORQUÊ? II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 Em 1950 o primeiro meio com soro teve um sucesso imenso, porque este aditivo fornecia elementos essenciais, mas desconhecidos, ao meio, e de uma forma empírica: • Factores de Crescimento (estimulam e aceleram o crescimento e diferenciação celular; previnem os processos de Apoptose) o EGF, IL-6, PDGF, Insulina • Albumina o liga-se aos iões tóxicos, funcionando como agente desintoxicante; o é um “carrier” de Vit. lipossolúveis e esteróides o é um factores de protecção contra os choques físicos das pipetagens, etc. • Factores de Adesão celular o Fibronectina o Laminina o Fetuína • Transportador do ião Fe+++. O complexo Transf/Fe+++ é fundamental nos receptores celulares. o Transferrina • Antiproteases (previne a degradação proteolítica das células e do próprio meio) o Alfa1-antitripsina (tripsinização) Alfa2-macroglobulina TIPOS DE SORO FCS (soro bovino fetal) NCS (soro de recém-nascido de vitela), com altos teores de biotina. Várias espécies animais e de animais de diferentes idades. Os soros de animais adultos não são tão eficientes, porque não são tão ricos. São obtidos no matadouro, por punção cardíaca asséptica, ou por animais “dadores”. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL MEIOS SEM SORO C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 Sempre que possível seria desejável que não se usasse soro nos meios de cultura: É um componente empírico e com elementos não quantificados (albumina); Não pode ser usado no fabrico de produtos biofarmacêuticos; Não pode ser usado em técnicas que requerem um meio sintético de composição bem definida e conhecida, nomadamente em estudos de factores de crescimento, citocinas, moléculas de adesão, etc.; Pode transportar vírus ou factores de inibição. II M A O meio sem soro: É reprodutível; Não tem factores desconhecidos. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TÉCNICA DE DESCONGELAÇÃO: COMO INICIAR UMA CULTURA Q SC _0 9 Processo rápido Libertar do DMSO que é tóxico. Lançar as células em cultura (Controlo de qualidade do processo de CONGELAÇÃO: Descongelar uma ampola criopreservada com 24h, para que se veja se a congelação foi eficiente e se as células têm boa viabilidade). C LÍN IC A I. A partir de Frascos de Cultura, transportados à T. A. VI RO LG O IA O frasco de Cultura vem com o volume completo até ao máximo, de modo a evitar entradas de ar o contaminações. Assim que chega ao laboratório, as células devem ser passadas de imediato, para evitar o prolongamento do sofrimento de ausência de temperatura ideal e % de CO2. II M A C 1. Transferir a suspensão ou fazer uma desagregação por enzimática (tripsinização), química (EDTA) ou mecânica (cell-scrapper) para tubo(s) estéril de 50mL 2. Centrifugar a 1500 rpm durante 5 minutos a 4ºC 3. Rejeitar o sobrenadante por decantação. 4. Ressuspender as células na quantidade de volume de Meio de Cultura adequado. 5. Transferir para frasco de cultura de cultura adequado 6. Examinar ao MO invertido Incubar em estufa 37ºC, 5%CO2. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TÉCNICA DE DESCONGELAÇÃO: COMO INICIAR UMA CULTURA A partir de Criotubos, transportados em Gelo Seco (-20-30ºC) 9 II. SC _0 Material: II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q Material técnico protector (luvas, bata, protector dos sapatos, óculos ou viseira) Câmara de fluxo estabilizada Estufa CO2 Banho a 37ºC Frasco de cultura T25 identificado com: Nome do técnico; data; nº de passagem tipo de cultura Marcador Falcon50mL Pipetas graduadas Pipetador automático Suporte com gelo 1 Criotubo com células J774 Suspensão 40mL Meio RPMI 1640 N, pré-aquecido 1 Criotubo com células aderentes 40mL Meio DMEM N, pré-aquecido Centríuga JOUAN Álcool 70º Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL _0 9 PASSAGEM DE CÉLULAS IC A Q SC Passagem das células ou subcultura: II M A C VI RO LG O IA C LÍN Consiste na dissociação, por acção enzimática (tripsina) ou física (raspadores), de uma cultura celular e utilização das células daí resultantes para estabelecer uma nova cultura. Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TRIPSINIZAÇÃO SC _0 9 Objectivo: Libertar as células do suporte sólido (parede do frasco de cultura) e dissociar as células entre si. II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q Material: frascos de cultura Tripsina-EDTA PBS sem Ca2+ nem Mg2+ Meio Dulbecco’s DMEM completo: •1mM L-Glutamina •1mM piruvato de sódio •1mM A.A. não essenciais •10% (v/v) soro bovino fetal •2,5 µg/ml fungizona •50 µg/ml gentamicina Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL TRIPSINIZAÇÃO II M A C VI RO LG O IA C LÍN IC A Q SC _0 9 Técnica adaptada à aula prática de Virologia: Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL CONTAGEM DE CÉLULAS EM HEMATÍMETRO DE NEUBAUER _0 9 1m SC Q A 1m N (1+2+3+4) X 4 0,1 µL 1000 µL 3 II M A C VI RO LG O IA C LÍN 2 IC 1 Altura= 0,1 mm Área= 1mm*1mm=1mm2 Volume= 0,1mm3 4 Diluição com Azul de Tripan 1/10 (90 µL + 10 µL) N/4 * 105 células / ml Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL BIBLIOGRAFIA _0 9 http://www.aidsreagent.org/ A Q SC http://www.atcc.org/ C LÍN IC http://www.cdc.gov/ O IA http://www.ecacc.org.uk/ VI RO LG http://www.invitrogen.com/ M A C http://www.nuncbrand.com/ II http://www.sigmaaldrich.com/ Quirina Santos-Costa URIA-CPM, FFUL