Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição do Jornal de Negócios Bancos entram no negócio dos cartões-refeição à procura de comissões das empresas Raquel Godinho | [email protected] Potencial de crescimento do segmento dos subsídios de alimentação levou um maior número de bancos a entrar neste negócio. O agravamento da carga fiscal sobre o subsídio de refeição pago em dinheiro pelas empresas aos seus colaboradores ditou, desde o início do ano passado, uma maior procura pelos cartõesrefeição. Uma nova realidade que acabou por trazer mais instituições financeiras para este novo segmento de mercado. Actualmente, seis bancos nacionais comercializam este tipo de cartões em busca das comissões. O BES foi a primeira instituição financeira a adoptar uma solução electrónica dos tradicionais 'Vales" de refeição. Desde 2004 que o banco comercializa o cartão "à la card". E esteve sozinho neste segmento até que, em Março de 2012, o BCP passou também a disponibilizar este meio de pagamento. Mas foi no início do ano passado, com o segundo agravamento fiscal consecutivo sobre o subsídio de alimentação pago em dinheiro, que mais bancos se juntaram a este segmento, com o objectivo de tirar partido do seu potencial de crescimento. O SantanderTotta, por exemplo, não comercializava estes títulos antes de Fevereiro do ano passado. Mas, até essa altura utilizava-os para remunerar 85% dos funcionários. Mais tarde, acabou por se juntar às restantes instituições na oferta dos cartões-refeição às empresas suas clientes. Outras instituições, como é o caso do BPI e do Banco Popular, comercializam estes cartões, mas emitidos por outra entidade. Ou seja, dão as empresas a opção de pagar aos seus colaboradores através do cartão "Ticket Restaurant" da Trivalor. Estes novos meios de pagamento não apresentam custos para os utilizadores, mas sim para as empresas. Na verdade, os utilizadores destes cartões não precisam de ser clientes dos bancos emissores dos cartões. As entidades empregadoras são as responsáveis pelo carregamento dos subsídios de refeição e, consequentemente, pelas comissões que são cobradas pelos bancos que fornecem o serviço. À semelhança do que acontece nos restantes serviços financeiros, as despesas aplicadas nos cartões-refeição diferem de instituição para instituição. Os bancos cobram comissões de emissão, de inactividade, de substituição e anuidade. Contudo, o "grosso" dessas comissões vem de uma única operação que é feita mensalmente pelas empresas: o carregamento. Esta comissão, suportada pelas empresas, varia de banco para banco. Há três que não cobram nada, mas o encargo chega a 1,5% no "Euroticket à la Card". A título de exemplo, uma empresa com 1.000 colaboradores a quem sejam pagos 6,83 euros por dia, durante 22 dias, deposita mensalmente 150.260 euros por mês nestes cartões. A comissão do banco? 2.253 Euros. "A comercialização do cartão-refeição permitiu ao banco responder a uma necessidade do mercado, oferecendo aos seus clientes empresa uma solução vantajosa e optimizada às suas necessidades, permitindo-lhes beneficiar de uma poupança fiscal", esclareceu fonte oficial do Santander Totta. Com a entrada neste segmento, as instituições financeiras respondem não só à procura cada vez maior por parte das empresas como garante, também uma maior fidelização do segmento empresarial. 28-Mar-14