ACT 2014/2015 ASSEMBLEIAS DE 1º A 10 DE JULHO Em pauta: 1) Proposta para Celebração do ACT 2014/2015, com priorização e/ou delimitação dos itens da Pauta de Reivindicações dos Trabalhadores; 2) Proposta apresentada pela Cemig para pagamento do retroativo do aumento real de 3%; 3) Medidas de mobilização em protesto ao não atendimento dos itens da pauta de reivindicações e não pagamento do retroativo dos 3% O Conselho Deliberativo do Sindieletro (CD) esteve reunido no último final de semana com uma pauta extensa. Os diretores do Sindicato discutiram as dificuldades com a conjuntura política conservadora e com a atual gestão da Cemig, que ainda não implementou as mudanças prometidas pelo governador Fernando Pimentel. Foi analisado o endividamento da empresa, a situação das concessões, as terceirizações e os impactos da precarização das condições trabalho, com quatro acidentes fatais este ano. Também foram analisadas as negociações de vários pontos importantes para a categoria, como saúde e segurança, PCR, PLR, ACT 2014/2015 e a proposta da Cemig para o pagamento do retroativo dos 3%. A Cemig ainda deve respostas às reivindicações específicas da TI, da rede subterrânea e do COS/COD. Na avaliação do Conselho Deliberativo não é possível aceitar a nova proposta da empresa para o pagamento do retroativo dos 3%, uma vez que ela deixa de fora os reflexos sobre a PLR e no tíquete alimentação, não corrige monetariamente os valores a receber e, muito menos, o cálculo dos juros de mora. Ao final do debate, o CD entendeu que é necessário priorizar a pauta de reivindicações e exigir respostas da Cemig. A empresa será procurada para responder a todos os itens da pauta de reivindicações. Os diretores também irão propor aos trabalhadores a priorização de quatro itens: renovação das concessões - acordo de primarização - condições de saúde e segurança dos terceirizados (fiscalização nos contratos das empreiteiras e participação do Sindieletro na análise dos acidentes) e o pagamento do retroativo dos 3% a partir de julho, com todos os reflexos, correção monetária e juros de mora. Nas assembleias, os eleticitários irão deliberar também sobre a priorização de pontos da pauta de reivindicações do ACT 2014/2015, estado de greve, estabelecer o dia 15 de julho como data limite para que a Cemig responda às reivindicações. Caso isso não aconteça, a resposta da categoria será uma grande paralisação no dia 16. O momento é de grande apreensão com o futuro da Cemig, esperamos que a direção da empresa interceda diretamente e faça cumprir os compromissos de mudança assumidos pelo governador. “De nossa parte, vamos buscar a união dos trabalhadores e nos organizar para a luta”, finalizou o Coordenador Geral do Sindieletro, Jefferson Leandro. Diretores do Sindieletro durante reunião do Conselho Deliberativo, realizado no último dia 26 de junho. DEPUTADOS ESTADUAIS IRÃO DEBATER A PROPOSTA DE ACE DE PRIMARIZAÇÃO NA CEMIG A Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai realizar audiência pública na próxima quarta-feira, dia 1º, às 14h30 sobre a terceirização das atividades-fim da Cemig e as perspectivas de primarização na empresa. O requerimento da audiência é do deputado Rogério Correia (PT). Foram convidados o presidente da Cemig, Mauro Borges, o subsecretário de Estado, Antônio Roberto Lambetucci, a procuradora da Procuradoria Regional do Trabalho, Luciana Coutinho, a superintendente de Diálogo Social e Mídias da Secretaria de Estado, Neila Batista, a presidente da CUT Minas, Beatriz Cerqueira, e o diretor do Sindieletro, Marcelo Correia. Chave Geral - Número 779 - De 29/06/2015 a 06/07/2015 - Página 1 Renovação das concessões Futuro da Cemig em risco Na última terça-feira (24), a empresa teve o seu pedido de prorrogação da concessão da usina de Jaguara negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os magistrados entendem que a Cemig não tem o direito de estender a concessão por mais 20 anos, conforme pleiteado, submetendo a estatal às mesmas regras aplicadas a outras concessionárias do país, por meio da Lei 12.783/2013. A decisão desfavorável é grave e preocupa os trabalhadores, pode abrir precedentes para que os pedidos de prorrogação da usina de Miranda, que vence em dezembro de 2016, e de São Simão, que expirou em janeiro deste ano também sejam negados. Juntas, as três usinas geram 2.542 MW, o que representa 45% da capacidade de geração da Cemig. A diretoria da estatal adiantou que vai recorrer da decisão, mas o Sindieletro entende que a renovação das concessões, que afetam diretamente o futuro da estatal, deve ser uma luta de todos os trabalhadores. “A perda das concessões dessas usinas não vai impactar somente na Geração, mas em todo o grupo Cemig. Por isso, vamos à luta para defender a empresa”, afirmou o coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva. Por isso, durante a reunião do Conselho Deliberativo do Sindieletro, foi definida a criação de uma Frente Ampla de Defesa da Cemig, que contará com a participação de trabalhadores e representantes dos movimentos sociais e sindicais mineiro, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Dieese. Também foi deliberado pela criação do Comitê Executivo do Sindieletro, que irá atuar na Campanha pela Renovação das Concessões. Compromisso do Governo É preciso destacar que um dos compromissos assumidos pelo governador Fernando Pimentel com os eletricitários foi o de renovar as concessões das usinas. No entanto, até o momento não vimos nenhuma ação prática da nova direção da estatal nesse sentido, em um ato que traz o risco de privatização dessas usinas e coloca em risco, além dos resultados da estatal, o emprego de cerca de 2.000 trabalhadores da Cemig GT. Para o Sindicato, a inércia da direção da Cemig contradiz o compromisso do governador e a luta histórica dos eletricitários para barrar a privatização. E também contraria a Emenda 50 que determinou, pela Constituição Estadual, que os ativos de geração da estatal não podem ser privatizados. Contribuições O Comitê Executivo do Sindieletro que tratará sobre o tema se reunirá nos próximos dias para definir as estratégias de mobilização. Os trabalhadores que quiserem contribuir podem enviar sugestões para [email protected]. CADÊ O CG ONLINE QUE TAVA AQUI? O último CG Online, que relatava a perda da concessão de Jaguara e trazia criticas à manutenção dos diretores Luiz Fernando Rolla e Fernando Schuffner, os responsáveis pela implementação de políticas de endividamento e investimentos privados da Cemig, e que geraram as dificuldades vividas pela empresa foi bloqueado. Cobramos ex- plicações da Cemig, que alega problema técnico, o que é estranho, uma vez que outros comunicados enviados praticamente ao mesmo tempo, não foram bloqueados. As grades parecem estar voltando para proteger antigos gestores que continuam na empresa. Confira o CG Online que foi barrado acessando o site do Sindieletro. SINDIELETRO GANHA AÇÃO DE PERICULOSIDADE EM PRIMEIRA INSTÂNCIA No dia 24 de junho, o juiz da Segunda Vara do Trabalho, João Alberto de Almeida, julgou procedente o pedido da ação 0001713-10.2014.503.0002, movida pelo Sindieletro contra a Cemig, para condenar a empresa a pagar o adicional de periculosidade sobre a totalidade da remuneração, em favor da categoria dos eletricitários. A ação beneficiará todos os eletricitários representados pelo Sindieletro, que recebem ou já receberam o adicional de periculosidade, inclusive para os trabalhadores que se desligaram da empresa, após 08/09/2012, dois anos antes da distribuição da ação. Os trabalhadores que possuam ações individuais não estão contemplados. Em sua decisão, o magistrado determina que a Cemig deverá calcular as diferenças relativas ao adicional de periculosidade sobre todas as parcelas de cunho salarial ou remuneratório, desde 08/09/2009, que abrange os reflexos sobre as horas extras, sobreaviso, gratificações especiais de exercício de função, Maria Rosa, férias e do décimo terceiro salário, inclusive sobre as verbas rescisórias para os trabalhadores desligados da empresa no período de alcance da decisão. Vencemos o primeiro round, mas a Cemig ainda pode recorrer da decisão da Justiça do Trabalho. Nesse caso, a ação do Sindieletro será encaminhada para o Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região. EXPEDIENTE Contribua com a nossa comunicação: Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais Endereço: Rua Mucuri, 271 - Floresta Belo Horizonte/MG - CEP: 30.150-190 Produzido pelo Departamento de Comunicação do Sindieletro Diretor responsável: Marcelo Correia de Moura Baptista - Edição: Benedito Maia Redação: Benedito Maia, Rosana Zica e Vinícius Avelar - Fotografia: Benedito Maia Diagramação: Vinícius Avelar - Cartunista: Nilson Azevedo - Central de Informações: Nízio Fernandes - Impressão: Alicerce Editora Gráfica - Tiragem: 7.500 Contatos: Sede: (31) 3238.5000 Fax: (31) 3238.5049 - Regionais: Leste: (33) 3271-1200 Mantiqueira: (31) 3721-2460 - Metalúrgica: (31) 3238-5026 - Norte: (38) 3222-3600 Oeste: (37) 32222-7611 - Triângulo: (34) 3212-5001 - Vale do Aço: (31) 3822-3003 Chave Geral - Número 779 - De 29/06/2015 a 06/07/2015 - Página 2 O que você achou desta edição do Chave Geral? Tem alguma dúvida, crítica ou sugestão de pauta? Envie um e-mail para: [email protected] Endividamento da Cemig é resultado de erros que os eletricitários já apontavam Repasse integral do lucro para os acionistas somado ao endividamento da estatal no mercado para adquirir ativos são as principais causas do aperto financeiro A divulgação, no mês passado, de que a dívida consolidada da Cemig é R$ 11,9 bilhões e que 40% do montante (R$ 4,6 bilhões) vence este ano, comprova que as preocupações dos trabalhadores com a política financeira adotada pela empresa nos últimos anos tinham fundamento. O Sindieletro sempre alertou sobre a irresponsabilidade no repasse exagerado de lucros para os acionistas, mas a direção da estatal insistia nessa prática. Exemplo desse repasse de dividendos, sem cerimônia, foi a distribuição integral do lucro obtido pela Cemig entre 2009 a 2013, de quase R$ 12 bilhões. Só esse valor seria suficiente para zerar a dívida líquida consolidada da empresa. A situação da Cemig se torna especialmente preocupante se considerado que, muitas vezes, a estatal captou recursos no mercado a juros elevados para adquirir ações em empreendimentos onde o controle acionário é privado. No caso da Renova, que atua com pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas eólicas, a Cemig atua em parceria com a Light, empresa também com presença de capital privado. Em relação à Usina de Santo Antônio, em 2014, o Sindieletro alertou para os riscos envolvidos no negócio, que já enfrentava conflitos ambientais e judiciais. Mas a direção da Cemig, que detinha 10% das ações do empreendimento no Rio Madeira, usou o voto de minerva para fazer com que a Forluz também adquirisse ações da Andrade Gutierrez em Santo Antônio, salvando a empreiteira do prejuízo. Na época, o jornal Hoje em Dia questionou o que teria levado a Cemig a ampliar a participação em um empreendimento deficitário, levando “a reboque o fundo de pensão dos empregados da estatal”. Juros altos e interesses privados Aos eletricitários, sempre causou estranheza essa “lógica econômica”, dos gestores da Cemig, supostamente amparada em fundamentos técnicos, que recomenda não reservar nenhum lucro no momento em que se pode fazê-lo, e ao mesmo tempo, recorrer a bancos para contrair vultosos empréstimos. Uma análise realizada pelo Dieese, a pedido do Sindieletro mostra que o fato de grande parte da dívida ter como indexador a taxa Selic, que subiu nos últimos meses, significa, ainda, que esta dívida está custando mais caro do que o previsto na época da contratação. Novos riscos A conjuntura atual traz mais problemas a serem enfrentados pela empresa, como a elevada concentração dos vencimentos da dívida da Cemig (R$ 4,6 bilhões vencendo neste ano e mais R$ 4 bilhões nos dois anos seguintes – conforme se vê no gráfico) coincide com eventos importantes nos segmentos de Distribuição e de Geração. A Distribuição terá suas concessões submetidas à renovação entre 2016 e 2017, com regras ainda não definidas, mas tanto o Ministério de Minas e Energia quanto a Aneel apontaram a necessidade de realização de investimentos pelas empresas do setor. A dívida da Cemig D é de R$ 5,8 bilhões, sendo que R$ 2,1 bilhões vencem este ano. Na Geração, a indefinição sobre o destino das 11 usinas que serão licitadas, e sobre a permanência de Jaguara, São Simão e Miranda com a Cemig, aumentam a incerteza sobre as próprias condições de geração de caixa para o pagamento da dívida. Também preocupa a intenção anunciada pela atual direção da empresa de promover a expansão da geração de energia via participação em um empreendimento privado (Aliança), o que poderá significar, a médio e longo prazo, um esvaziamento da capacidade de geração da Cemig GT, cuja dívida atual é de R$ 6,2 bilhões. Andrade Gutierrez O Sindieletro questiona até onde os interesses privados determinam os destinos dos investimentos na Cemig. A empreiteira Andrade Gutierrez, que tem Fernando Schuffner no controle dos investimentos, através da Diretoria de Novos Negócios, ganha também, participando de forma privilegiada dos consórcios para as construções das usinas. Aguardamos da atual gestão a tão prometida auditoria nos investimentos e nos acordos de acionistas, em especial os realizados à toque de caixa pela antiga direção, no final do mandato. Cadê o Spinelli, o xerife do Pimentel? Chave Geral - Número 779 - De 29/06/2015 a 06/07/2015 - Página 3 CALENDÁRIO E EDITAL DE ASSEMBLEIAS SINDICATO INTERMUNICIPAL DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS SINDIELETRO/MG EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA O SINDICATO INTERMUNICIPAL DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS – SINDIELETRO/ MG, convoca, na forma estatutária, todos os trabalhadores das empresas COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS – CEMIG, CEMIG DISTRIBUIÇÃO S/A e CEMIG GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S/A, na base territorial do Sindicato, para comparecerem à Assembléia Geral Extraordinária, cujas sessões serão realizadas nos dias, nos locais e horários abaixo indicados, em primeira convocação e, na falta de quorum mínimo estabelecido pelo Estatuto Social, trinta minutos depois, em segunda convocação, com qualquer número, para discussão e deliberação sobre a seguinte ordem do dia: I – Proposta para Celebração do ACT 2014/2015 com Priorização e/ou Delimitação dos Itens da Pauta de Reivindicações dos Trabalhadores; II – Proposta Apresentada pelas Empresas para Pagamento do Retroativo dos 3% (três por cento) concedidos pelo Tribunal Superior do Trabalho (aumento real – DC); III – Medidas de Mobilização dos Trabalhadores das Empresas em protesto ao não atendimento dos itens da pauta de reivindicações e não pagamento dos valores retroativos do aumento real de 3% (três por cento) concedido pelo Tribunal Superior do Trabalho; IV – Outros assuntos de interesse da categoria. As assembleias serão realizadas nos seguintes dias, locais e horários ao lado. Belo Horizonte, 29 de junho de 2015. Jefferson Leandro da Silva Coordenador Geral Sindieletro-MG Chave Geral - Número 779 - De 29/06/2015 a 06/07/2015 - Página 4