Prof. Dr. Mauro Parolin
Biomas terrestres
Temperatura e Precipitação nos Principais
Biomas
TUNDRA
O termo Tundra deriva da palavra finlandesa Tunturia, que significa planície sem
árvores. É o bioma mais frio da Terra. Alguns cientistas consideram existir dois
tipos de tundras: Tundra Ártica e Tundra Alpina. A principal diferença entre elas é a
razão pela qual são tão frias. A primeira é pela sua localização geográfica, mais
concretamente pela latitude, enquanto que a segunda é devido ao facto de se
encontrar tão afastada da superfície da Terra. Também a capacidade de drenagem
do solo é diferente, sendo maior na Tundra Alpina. No entanto, são muito
parecidas.
Tundra Ártica surge a sul da região dos gelos polares do Ártico, entre os 60º e os 75º de
latitude Norte, e estende-se pela Escandinávia, Sibéria, Alasca, Canadá e Gronelândia.
Situada próximo do pólo norte, no círculo polar Ártico, recebe pouca luz e pouca chuva,
apresentando um clima polar, frio e seco. O solo permanece gelado e coberto de neve
durante a maior parte do ano. Apresenta Invernos muito longos, com uma duração do dia
muito curta, não excedendo a temperatura os -6ºC (temperatura média entre os -28ºC e
os -34ºC).
Durante as longas horas de escuridão a neve que vai caindo
acumula-se, devido aos fortes ventos, nas regiões mais baixas,
obrigando os animais a permanecerem junto ao solo e apenas a
procurar comida para se manterem quentes. As quantidades de
precipitação são muito pequenas, entre 15 e 25 cm, incluindo a
neve derretida. Apesar da precipitação ser pequena, a Tundra
apresenta um aspecto húmido e encharcado, em virtude da
evaporação ser muito lenta e da fraca drenagem do solo causada
pelo permafrost.
Eriophorum sp.
Carex
Braya humilis
Só no Verão, com a duração de cerca de 2 meses, em que a duração do dia é cerca de
24 h e a temperatura não excede os 7º-10 ºC, a camada superficial do solo descongela,
mas a água não se consegue infiltrar por as camadas inferiores se encontrarem geladas
(permafrost, que começa a uma profundidade de alguns centímetros e se prolonga até 1
metro ou mais). Formam-se então charcos e pequenos pântanos.
A duração do dia é muito longa e ocorre uma explosão de vida vegetal, o que permite
que animais herbívoros sobrevivam - bois almiscarados, lebres árticas, renas e
lemingues na Europa e na Ásia e caribus na América do Norte. Estes por sua vez
constituem o alimento de outros animais, carnívoros, como os arminhos, raposas árticas
e lobos. Existem também algumas aves como a perdiz-das-neves e a coruja-das-neves.
A vegetação predominante é composta de líquens (plantas resultantes
da associação de fungos e algas, que crescem muito lentamente e
extraordinariamente resistentes à falta de água, que conseguem
sobreviver nos ambientes mais hostis), musgos, ervas e arbustos
baixos, devido às condições climáticas que impedem que as plantas
cresçam em altura. As plantas com raízes longas não se podem
desenvolver pois o subsolo permanece gelado, pelo que não há árvores.
Por outro lado, como as temperaturas são muito baixas, a matéria
orgânica decompõe-se muito lentamente e o crescimento da vegetação
é lento. Uma adaptação que as plantas destas regiões desenvolveram é
o crescimento em maciços, o que as ajuda a evitar o ar frio. Mas as
adaptações das plantas típicas da Tundra não ficam por aqui. Crescem
junto ao solo o que as protege dos ventos fortes e as folhas são
pequenas, retendo, com maior facilidade, a umidade. Apesar das
condições inóspitas, existe uma grande variedade de plantas que vivem
na Tundra Ártica.
A maioria dos animais, sobretudo aves e mamíferos,
apenas utilizam a Tundra no curto Verão, migrando,
no Inverno, para regiões mais quentes. Os animais
que ali vivem permanentemente, como os ursos
polares, bois almiscarados (na América do Norte) e
lobos árticos, desenvolveram as suas próprias
adaptações para resisitir aos longos e frios meses de
Inverno, como um pêlo espesso, camadas de
gordura sob a pele e a hibernação. Por exemplo, os
bois almiscarados apresentam duas camadas de
pêlo, uma curta e outra longa. Também possuem
cascos grandes e duros o que lhe permite quebrar o
gelo e beber a água que se encontra por baixo.
Os répteis e anfíbios são poucos ou encontram-se
completamente ausentes devido às temperaturas
serem muito baixas.
Tundra Alpina
A Tundra Alpina encontra-se em vários países e
situa-se no topo das altas montanhas. É muito
fria e ventosa e não tem árvores. Ao contrário da
Tundra Ártica, o solo apresenta uma boa
drenagem e não apresenta permafrost.
Apresenta ervas, arbustos e musgos, tal como a
Tundra Ártica. Encontram-se animais como as
cabras da montanha, alces, marmotas (pequeno
roedor), insectos (gafanhotos, borboletas,
escaravelhos).
Antártida – Líquens somente sobre rochas (baixo metabolismo
– resistência ao frio). No verão, fitoplâncton – alimento para o
krill.
•Baleia Azul – O maior animal desta área. A
Antártida é um berço de reprodução desta espécie,
apesar de já ter sido largamente abatida no
passado.
•Escuas – Aves necrófagas, roubam alimentos e
ovos, matam filhotes de pinguins e adultos fracos.
•Pingüins – Destaca-se o pinguim-imperador, o
maior de sua espécie, procria no mar gelado e nas
encostas, e para aquecer-se apertam-se uns contra
os outros, para diminuir a superfície exposta.
•Incluindo estes, a Antártida possui 45 tipos de
focas, 34 espécies de aves voadoras, 18 de
pinguins e o krill, a preciosidade de 3cm de
comprimento.
Tundras
Problemas
•É um ecossistema frágil, à
medida que aumenta a
exploração mineral e outros
impactos humanos, a fina
camada é facilmente
destruída e demora muito
tempo para se recuperar
(Construção de um oleoduto
através do Alaska).
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Tundra - Mauro Parolin