,3 Bruxelas, 16 de Maio 2001 &RPLVVmR SURS}H (VWUDWpJLD &RPXQLWiULD GHFLGLGD SDUDR'HVHQYROYLPHQWR6XVWHQWiYHO $ &RPLVVmR (XURSHLD DSHORX D TXH R &RQVHOKR (XURSHX GH *RWHPEXUJR D UHDOL]DU QR SUy[LPR PrV WRPH FRP XUJrQFLD PHGLGDV TXH DVVHJXUHP XPD PHOKRU TXDOLGDGH GH YLGD SDUD DV JHUDo}HV SUHVHQWHV H IXWXUDV 3DUD LVVR H[LJHVH XP FUHVFLPHQWR HFRQyPLFR VXVWHQWDGR TXH DSRLH R SURJUHVVR VRFLDO H UHVSHLWH R DPELHQWH XPD SROtWLFD VRFLDO GH HVWHLR DR GHVHPSHQKR HFRQyPLFRHXPDSROtWLFDDPELHQWDOHFRQRPLFDPHQWHUHQWiYHO3DUDRHIHLWR D&RPLVVmRSURS}HXPDHVWUDWpJLDHXURSHLDVXVWHQWiYHOHPWUrVYHUWHQWHV 3ULPHLURXPDVpULHGHDPELFLRVDVSURSRVWDVGHVWLQDGDVDDVVHJXUDUPDLRU FRHUrQFLD H UHQGLELOLGDGH QD IXWXUD IRUPXODomR GH SROtWLFDV EHP FRPR D SURPRYHU D LQRYDomR WHFQROyJLFD H XP HQYROYLPHQWR PDLV GHFLGLGR GD VRFLHGDGH FLYLO H GDV HPSUHVDV QHVVD IRUPXODomR $V IXWXUDV UHYLV}HV GDV SROtWLFDV FRPXQV FRPR D 3ROtWLFD $JUtFROD &RPXP D 3ROtWLFD &RPXP GDV 3HVFDV H D 3ROtWLFD &RPXP GRV 7UDQVSRUWHV GHYHP WRPDU R GHVHQYROYLPHQWRVXVWHQWiYHOFRPRDVXDSUHRFXSDomRFHQWUDO(PVHJXQGR OXJDUXPFRQMXQWRGHREMHFWLYRVSULQFLSDLVHPHGLGDVGHkPELWRFRPXQLWiULR SDUD HQIUHQWDU RV PDLRUHV GHVDILRV DR GHVHQYROYLPHQWR VXVWHQWiYHO QmR DERUGDGRVQDHVWUDWpJLDGH/LVERDDOWHUDo}HVFOLPiWLFDVDPHDoDVjVD~GH S~EOLFD HPSREUHFLPHQWR GRV UHFXUVRV QDWXUDLV FRQJHVWLRQDPHQWR GRV WUDQVSRUWHV H SUREOHPDV GH XVR GR VROR 3RU ~OWLPR VmR LGHQWLILFDGDV DV HWDSDV QHFHVViULDV DSyV D &LPHLUD GH *RWHPEXUJR SDUD S{U HP SUiWLFD D HVWUDWpJLD H YDORUL]DU RV SURJUHVVRV 'H IXWXUR R GHVHQYROYLPHQWR VXVWHQWiYHOYDLHVWDUQDDJHQGDGHFDGD&RQVHOKR(XURSHXGHSULPDYHUD Ao anunciar a estratégia, disse o Presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi: “O desenvolvimento sustentável não é uma opção – é um imperativo. Temos de fazer tudo ao nosso alcance, ainda que tal signifique sacrifícios durante o período de mudança e transição. O que está em causa é deixarmos aos nossos filhos, netos e gerações futuras um mundo onde valha a pena viver, com uma sociedade mais justa e um ambiente mais saudável e limpo. Trata-se de um dever a que não podemos faltar.” 3523267$6'(*5$1'($0%,d2 Muitas das tendências que hoje ameaçam o desenvolvimento sustentável resultam de opções de outrora em matéria de tecnologia de produção, padrões de uso do solo e investimento em infra-estruturas, tendências essas que é difícil inverter a curto prazo. Embora exista na União um número bastante vasto de políticas incidentes nas dimensões económica, ambiental e social da sustentabilidade, tais políticas desenvolveram-se sem suficiente coordenação. Não raro, a acção destinada a concretizar objectivos numa determinada área prejudica o progresso noutra área, ao passo que a solução para os problemas está frequentemente nas mãos de responsáveis de outros sectores ou a outros níveis de governação. O relatório da Comissão recomenda acção urgente e uma nova abordagem na formulação de políticas, a favor da coerência: todas as políticas devem ter o desenvolvimento sustentável como objectivo central. Nomeadamente, aquando de futuras revisões das políticas comuns (Política Agrícola Comum, Política Comum das Pescas, Política Comum dos Transportes, políticas de coesão), deve estudar-se o modo de contribuir mais positivamente para o desenvolvimento sustentável. Um diálogo mais precoce e sistemático – em especial com representantes dos consumidores, cujos interesses não raro são ignorados – deverá melhorar a qualidade da regulamentação e acelerar a sua aplicação. Ciência e investigação têm igualmente um papel fulcral na orientação das decisões políticas. ,1&,'Ç1&,$1$635,25,'$'(6'(%$6( O desenvolvimento sustentável não tem só a ver com o ambiente. Uma estratégia eficaz deve integrar sustentabilidade económica, social e ambiental. Em Março de 2001, a Comissão identificou seis importantes tendências que ameaçam o desenvolvimento sustentável na UE: alterações climáticas; ameaças à saúde pública; pressão crescente sobre recursos naturais vitais; pobreza e exclusão social; envelhecimento da população; congestionamento e poluição. As medidas comunitárias de incentivo ao desenvolvimento sustentável estão em vigor desde há anos. O documento hoje publicado foca as quatro áreas ainda não contempladas pelos objectivos e medidas acordados em Lisboa, Nice e Estocolmo, a saber: alterações climáticas, ameaças à saúde pública, perda da biodiversidade e congestionamento dos transportes. /LPLWDU DV DOWHUDo}HV FOLPiWLFDV H LQWHQVLILFDU R UHFXUVR D HQHUJLDV OLPSDV Numa primeira fase, a UE deve cumprir os seus compromissos relativos a Quioto. Até 2020, deve igualmente visar a redução das emissões atmosféricas de gases com efeito de estufa numa média de 1% ao ano relativamente aos níveis de 1990. A União vai insistir em que os outros grandes países industrializados cumpram as metas de Quioto. Trata-se de um passo incontornável para garantir os amplos esforços internacionais que a limitação das alterações climáticas exige. A Comissão propõe diversas acções neste domínio: - eliminação gradual, até 2010, dos subsídios à produção e ao consumo de combustíveis fósseis - novo quadro regulamentar para a tarificação da energia - negociação de licenças relativas ao CO2 - promoção de combustíveis alternativos, como os biocombustíveis, para automóveis ligeiros e pesados - acções em prol do rendimento energético. (QIUHQWDUDVDPHDoDVjVD~GHS~EOLFD A segurança e qualidade dos alimentos deve constituir o objectivo de todos os intervenientes na cadeia de produção alimentar. O impacto dos produtos químicos perigosos no meio ambiente e na saúde humana tem de ser minimizado. Há que estudar as questões relacionadas com surtos de doenças infecciosas e resistência a antibióticos. Neste domínio, contam-se entre as medidas principais: - criação da Autoridade Alimentar Europeia em 2002 2 - reorientação do apoio da Política Agrícola Comum, com preferência da qualidade em relação à quantidade nos métodos e débitos de produção, incluindo a supressão gradual dos subsídios ao tabaco e instituindo ao mesmo tempo medidas para o desenvolvimento de fontes alternativas de rendimento e de actividade económica para os produtores de tabaco e os trabalhadores da indústria tabaqueira - melhor informação e consciência dos consumidores, mediante uma rotulagem clara dos produtos alimentares - estratégia comunitária global de promoção à saúde e à segurança no trabalho. *HULUPDLVUHVSRQVDYHOPHQWHRVUHFXUVRVQDWXUDLV Há que proteger melhor a biodiversidade e aliviar a pressão sobre os habitats naturais. Temos de romper o nó entre crescimento económico, utilização de recursos e produção de resíduos. Entre as propostas de base, incluem-se: - estabelecer indicadores de biodiversidade e de aproveitamento de recursos - reduzir as frotas pesqueiras comunitárias para níveis compatíveis com a sustentabilidade mundial - reformar a PAC - preparar uma política integrada dos produtos, com vista a reduzir a geração de resíduos - instituir, até 2003, legislação comunitária sobre responsabilidade ambiental. 0HOKRUDURVLVWHPDGHWUDQVSRUWHVHRXVRGRVROR Segundo a Comissão, importa garantir que o crescimento económico não signifique um crescimento contínuo da poluição e do congestionamento provocado pelos transportes. Há também que procurar manter a viabilidade das comunidades rurais e resolver os problemas urbanos. Podemos referir as seguintes medidas-chave a nível comunitário: - quadro regulamentar para a tarificação dos transportes, a fim de tornar justos os preços dos diversos modos de transporte - investimento prioritário no transporte público e nos caminhos-de-ferro - transporte fluvial e marítimo de pequeno curso - desenvolvimento de mercados abertos a nível comunitário para os caminhosde-ferro e sistemas de tráfego aéreo (8523$'(9(/$1d$502'(/2 O desenvolvimento sustentável tem uma importante dimensão mundial. A resolução de muitos dos desafios à sustentabilidade requer acção a nível planetário. As alterações climáticas e a biodiversidade são exemplos flagrantes. A Comissão acredita que o mundo desenvolvido deve liderar a procura do desenvolvimento sustentável, e apela aos restantes países desenvolvidos para que igualmente assumam as suas responsabilidades. A Comissão acredita que a UE deve começar por arrumar a sua própria casa, a fim de criar liderança internacional e dar um primeiro passo na consecução da sustentabilidade a nível mundial. 6(*8,0(172±(7$3$63Ï6*27(0%85*2 Em cada Conselho anual de primavera, a Comissão comunicará os progressos alcançados na concretização da estratégia relativa ao desenvolvimento sustentável. Para o efeito, vai propor ao Conselho Europeu de Barcelona, a realizar na Primavera de 2002, um pequeno número de indicadores principais de desempenho. 3 O processo de integração das preocupações ambientais nas políticas sectoriais, inaugurado pelo Conselho Europeu de Cardiff, deve prosseguir e dar à estratégia comunitária relativa ao desenvolvimento sustentável um contributo idêntico ao prestado às vertentes económica e social pelas Orientações Gerais de Política Económica e pelas Directrizes para o Emprego. As estratégias sectoriais de integração ambiental devem ser consistentes com os objectivos específicos da estratégia comunitária relativa ao desenvolvimento sustentável. A Comissão vai criar uma “Mesa Redonda” para o desenvolvimento sustentável, com cerca de 10 peritos independentes, directamente responsáveis perante o Presidente da Comissão, os quais representarão uma ampla gama de opiniões. A estratégia comunitária para o desenvolvimento sustentável será exaustivamente revista no início de cada mandato da Comissão. A partir de 2002, a Comissão realizará um fórum bienal de agentes, para avaliar a estratégia. &217(;72 O Tratado de Amesterdão considera o desenvolvimento sustentável uma das funções mestras da UE. Nesta conformidade, o Conselho Europeu de Helsínquia, de Dezembro de 1999, convidou a Comissão Europeia a preparar, para o Conselho Europeu de Gotemburgo de Junho de 2001, uma proposta de estratégia a longo prazo, entrosando políticas para um desenvolvimento económica, social e ecologicamente sustentável. O presente documento, baseado no documento de consulta dos serviços da Comissão (publicado em Março) e nas numerosas respostas recebidas (consultar IP/01/479), responde a esse convite. O presente documento integra-se no contributo da União Europeia para a Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que terá lugar no próximo ano em Joanesburgo, como seguimento da Cimeira da Terra, realizada em 1992 no Rio de Janeiro. Na 19ª Sessão Extraordinária da Assembleia-Geral da ONU, em 1997, a UE e outros signatários da Declaração do Rio comprometeram-se a preparar, para a cimeira de Joanesburgo, estratégias relativas ao desenvolvimento sustentável. Nos recentes Conselhos Europeus de Lisboa, Nice e Estocolmo, foram já acordados objectivos e medidas para resolução de duas das seis questões que colocam os maiores desafios ao desenvolvimento sustentável na Europa: o combate à pobreza e à exclusão social e o enfrentamento das consequências económicas e sociais de uma sociedade em envelhecimento. A presente estratégia não propõe novas acções nestes domínios. Tais objectivos são parte integrante da estratégia comunitária relativa ao desenvolvimento sustentável. Para mais informações sobre desenvolvimento sustentável, consultar: http://www.europa.eu.int/comm/secretariat_general/index_en.htm 4