NoticiaPrintSave Página 1 de 1 Santa Cruz de La Palma, 15 de Outubro de 2002 PGR diz que não há construção europeia sem política de coesão económica e social eficaz O presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, disse hoje em Santa Cruz de la Palma, nas Canárias, que não é possível perspectivar o aprofundamento da construção europeia e o alargamento sem contar com uma Política de Coesão Económica e Social forte e eficaz. A afirmação foi feita durante os trabalhos da VIII Conferência de Presidentes das Regiões Ultraperiféricas, a decorrer ontem e hoje nas Canárias, e que contam ainda com a presença do comissário europeu Michel Barnier e de representantes de Governos dos Estados-membros, designadamente da ministra francesa para os Territórios Ultramarinos e do director-geral dos Assuntos Europeus do Governo espanhol. Na ocasião, Carlos César declarou atribuir grande importância a este encontro com o comissário europeu, explicando que o que as regiões ultraperiféricas se propõem é anteciparem-se, com a concordância e apoio do comissário Barnier, à reforma global em curso na União Europeia, aprofundando e consolidando o estatuto das RUP. O presidente do Governo Regional alertou para o facto da situação da ultraperiferia europeia continuar a ser uma situação particular e muito complexa, derivada do facto da União Europeia ser constituída por um grande mercado único e por um conjunto geograficamente disperso de micro-economias ultraperiféricas. Tal não significa que o caminho percorrido pelas regiões ultraperiféricas não tenha sido importante em muitos domínios, disse Carlos César, mas importa ter presente que a nossa estrutura produtiva é muito pouco diversificada, não temos alternativas económicas viáveis em caso de adversidade, os efeitos dinâmicos e multiplicadores do nosso crescimento são reduzidos e a maioria das consequências positivas da criação do mercado único passa-nos ao largo. De resto, acrescentou o presidente do Governo Regional dos Açores, é este quadro de características que explica o conjunto de questões que a nossa região tem vindo a colocar às instituições europeias. No que respeita ao sector leiteiro, Carlos César disse que os Açores defendem a adopção da solução de Nice a título definitivo e reafirmam que as suas vantagens comparativas devem ser desenvolvidas até ao limite das potencialidades num quadro de sustentabilidade ambiental. No caso do açúcar, outras das produções tradicionais do arquipélago, os Açores reclamam a aplicação de derrogações que viabilizem quer a existência da nossa única fábrica açucareira, quer a própria estratégia do POSEIMA de apoio à produção de beterraba sacarina, explicou o presidente do Governo Regional. Disse também ser entendimento dos Açores que, na revisão da Política Comum de Pescas, deve ser defendida a especificidade das Regiões Ultraperiféricas no que respeita ao acesso às suas águas, à gestão dos seus recursos pesqueiros e ao respeito pelos princípios de estabilidade relativa e de precaução. Carlos César advogou ainda que, na impossibilidade de ligação às redes transeuropeias de transporte de energia, extrema dependência do aprovisionamento energético exterior e cumprimento dos objectivos ambientais europeus, a Comissão Europeia tem de equacionar o contributo possível a dar à resolução do problema energético destas regiões à luz dos princípios e dos objectivos do desenvolvimento sustentado defendidos pela União Europeia. A finalizar a sua intervenção, o presidente do Governo Regional dos Açores sublinhou que as regiões estão também especialmente preocupadas com a necessidade de preservar o relevo dado pelo Tratado de Amesterdão à questão da ultraperificidade no futuro estatuto normativo da União Europeia que resultar dos trabalhos da Convenção para o Futuro da Europa e da Conferência Intergovernamental de 2004. GaCS/FG Fechar http://www.azores.gov.pt/GacsNet/NoticiaPreview.aspx?guid={36867F73-82CD-451... 10-11-2011