JB NEWS
Informativo Nr. 1.788
Filiado à ABIM sob nr. 007/JV
Editoria: IrJeronimo Borges – JP-2307-MT/SC
Loja Templários da Nova Era nr. 91
cujas reuniões a partir de 02.09.15
serão às quartas-feiras no novo Templo
do Condomínio Monte Verde.
Saudações, Prezado Irmão!
Índice do JB News nr. 1.788 – Florianópolis (SC) – domingo, 23 de agosto de 2015
Bloco 1 -Almanaque
Bloco 2–Opinião: IrJoão Anatalino Rodrigues – O Tempo e a Árvore
Bloco 3-IrJoão Ivo Girardi – Coluna do Irmão João Gira – Filósofos – Idade Contemporânea
Bloco 4-IrJosé Ronaldo Viega Alves – Grécia: Nascimento da Filosofia? As influências do ...
Bloco 5-IrHercule Spoladore – Maçonaria e Procedimentos Mágicos
Bloco 6-Destaques JB – hoje com versos do Ir Sinval Santos da Silveira (Conto Poético – Um
Porteiro de sorte)
Pesquisas e artigos desta edição:
Arquivo próprio - Internet – Colaboradores
– Blogs - http:pt.wikipedia.org - Imagens: próprias, de colaboradores e
www.google.com.br
Os artigos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião deste
informativo, sendo plena a responsabilidade de seus autores.
JB News – Informativo nr. 1.788 – Florianópolis (SC) domingo, 23 de agosto de 2015
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LIVROS
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1 – Almanaque
Hoje é o 235º. dia do Calendário Gregoriano – Lua Quarto Crescente
Faltam 130 para terminar 2015.
Dia dos Artistas; dia do Aviador Naval e dia da Independência da Aeronáutica.
Se não deseja receber mais o informativo ou alterou o seu endereço eletrônico,
por favor, comunique-nos pelo mesmo e-mail que recebeu a presente mensagem
EVENTOS HISTÓRICOS
Aprofunde seu conhecimento clicando nas palavras sublinhadas
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1793 - Revolução Francesa: uma levée en masse foi decretada pela Convenção Nacional.
1893 - É instalado o 1.º de uma série de cabos telegráficos submarinos - ligando a cidade da Horta (Açores)
a Lisboa (Carcavelos).
1924 - Os planetas Terra e Marte atingem a maior aproximação desde o século XX.
1939 - Adolf Hitler e Josef Stalin assinam um pacto de não-agressão em caso de conflito mundial.
1940 - Segunda Guerra Mundial: Os alemães começam o bombardeio a Londres.
1962 - John Lennon e Cynthia Powell se casam.
1969 - O Jornal Nacional entra no ar. É o primeiro programa transmitido em cadeia nacional.
1979 - Deserção de Alexander Godunov, estrela do Balé Bolshoi.
1981 - Fundação da Sociedade Esportiva e Recreativa Chapadão (SERC) de Chapadão do Sul, no estado de
Mato Grosso do Sul.
1986 - A localidade portuguesa Albufeira é elevada a cidade.
1989 - Realiza-se a Cadeia Báltica unindo os três países bálticos.
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1990 - A Alemanha Ocidental (ou RFA) e a Alemanha Oriental (ou RDA) anunciam sua união em 3 de
Outubro.
1994 - O tufão Fred deixa mais de 700 mortos e 700 mil desabrigados na China.
2002 - O Brasil é o 81° país a ratificar o Protocolo de Kyoto.
2006 - A jovem austríaca Natascha Kampusch é libertada após dez anos sequestrada.
2009 - A venezuelana Stefanía Fernández é a 6ª de seu país a ganhar o Miss Universo.
2010 - A mexicana Jimena Navarrete é a 2º de seu país a ganhar o Miss Universo.
2014 - A 8ª temporada de Doctor Who é transmitida internacionalmente pela BBC.
Fatos maçônicos do dia
Fonte: O Livro dos Dias (Ir João Guilherme) e acervo pessoal
1880
Adotada a Grande onstituição para o Grande Conselho de Mestres Reais e Seletos, em Detroit,
USA.
Fundação da Loja 7 de Setembro nr. 7 de Rio
Branco, Estado do Acre (Templo próprio)
1987
Vamos ajudar a fundar o Bethel Jurisdicional
de Santa Catarina?
Precisamos da ajuda de sua Loja
Quem sabe a doação do tronco da próxima sessão de sua Loja poderá
contribuir (em muito) para a fundação do Bethel Jurisdicional de Santa
Catarina?
Lembrem-se Tios Maçons, que as meninas do Bethel só dependem da nossa
colaboração.
Faça a sua doação para a conta Poupança, Variação 051 Agência 0375-1 do
Banco do Brasil - conta nr. 43244-X em nome de João Carlos Schumacher
CPF nr. 951.155.529-49 (Tio Maçom Tesoureiro) e nos comunique para
( [email protected] )
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2 – Opinião
O Templo e a Árvore da Vida - João Anatalino Rodrigues
O Irmão João Anatalino Rodrigues
produz a “Opinião” dominical
www.joaoanatalino.recantodasletras.com.br
[email protected]
O TEMPLO E ÁRVORE DA VIDA
Árvore da Vida
VM- Venerável Mestre
Or. – Orador
Sec- Secretário
Tes- Tesoureiro
MC-Mestre de Cermonias
Ch- Chanceler
PV- Primeiro Vigilante
SV- Segundo Vigilante
MH-Mestre de Harmonia
Cob- Cobridor Interno
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A planta do Tempo maçônico
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Sabemos que na tradição arcana, o termo Loja (em sânscrito Loka) designa as diferentes partes
do universo onde a vida se manifesta. Essa é uma das informações que situa o conceito de Loja
Maçônica no mesmo sistema de referências que temos da Árvore da Vida na doutrina da Cabala. O
termo refere-se também ás diferentes idades, ou fases que a humanidade deve passar para cumprir o
seu destino kármico.1
Destarte, na terminologia maçônica a terra seria uma Loka, assim como outras partes do Cosmo
onde o Criador, supostamente, possa ter semeado alguma forma de vida. Nesse sentido, em termos
puramente maçônicos, o pensamento humano, reunido em Loja e dirigido para uma finalidade definida,
poderia influenciar na conformação do universo como um todo. Num sentido místico, metafísico, essa
seria a função do maçom enquanto “pedreiro” da obra universal.
Nasce daí a ideia de que a reunião dos Irmãos em Loja tem o condão de formar uma egrégora, ou
seja, uma central de energia, da qual se beneficam os membros da Loja para a elevação dos seus
espíritos e o próprio universo, que dela extrai harmonia e equilíbrio, necessários ao seu perfeito
desenvolvimento. 2
Essa seria uma visão espiritualista dos propósitos da Maçonaria, como estrutura arquetípica da
arquitetura cósmica, onde os maçons são vistos como “pedreiros da construção universal” realizando a
obra que o seu Grande Arquiteto planejou e executa. Por isso, também, o templo maçônico, onde se
reúne a Loja dos maçons é visto como sendo um microcosmo que reflete o macrocosmo, ou seja, uma
representação simbólica do universo, onde a vida cumpre os seus ciclos energéticos, realizando
sempre uma evolução no sentido da busca da perfeição suprema. 3
Quando se comparam a planta de um templo maçônico e um desenho da Árvore da Vida, não
podemos nos furtar de fazer algumas analogias, tanto visuais como conceituais, pois, para o propósito
para o qual as duas plantas foram desenhadas, as relações são bastante visíveis.
De pronto se vê que ambas são construídas utilizando-se planos geométricos bem semelhantes.
Os pontos de emanação da energia, nos dois conjuntos, formam triângulos que se opõem pelo vértice,
permitindo que a emanação da energia percorram os pontos de convergência e distribuição que se
situam nos locais onde se colocam as séfiras, na Árvore da Vida, e pelos pontos onde se distribuem os
altares dos oficiais, em uma Loja maçônica.
A correspondência é notável, conquanto do ponto de vista geográfico, os altares de alguns
oficiais da Loja tenham sido deslocados para outros locais dentro do templo, o que acreditamos tenha
ocorrido pela necessidade de facilitar a locomoção interna. Mas essa disposição, adotada apenas por
questões pragmáticas, não invalida a analogia feita, de que a Árvore da Vida e a Loja Maçônica são
correspondências simbólicas da mesma ideia.
Essa constatação pode ser feita através da análise dos significados de cada séfira na Árvore da
Vida e do simbolismo atribuído a cada cargo dentro da Loja e da própria mística que se atribui á um e
outro desenho.
Na Cabala, a Árvore da Vida retrata a formação do universo físico e espiritual, através da
emanação da Luz que vem dos Três Véus da Existência Negativa 4. Ele se manifesta como Luz
Ilimitada e percorre as esferas da Árvore da Vida, na forma de um Relâmpago Brilhante. É como uma
chama que desce da primeira e primordial esfera (kether), verticalmente, acendendo a segunda
(Chokmah), e esta acendendo a terceira (Binah). E assim sucessivamente, até á ultima (Malkuth). É a
superior transmitindo a luz para a inferior, sem perder a própria luminosidade, que continua intacta. E
dessa forma o universo cabalístico se mostra como uma emanação do Principio Criador que se
derrama pelo nada cósmico, gerando a realidade universal.
◌
1
Ver, a esse respeito a nossa obra O Tesouro Arcano, publicado pela Editora Madras, São Paulo, 2013
Idem. Ver a nossa introdução a esse tema, publicada na obra acima referida.
3
Ver a esse respeito René Guenon- Discursos Sobre a Iniciação- Ed. Pensamento, São Paulo, 1968.
4
Os Três Veús da Existência Negativa é um simbolismo utilizado pela Cabala para designar a Energia Criadora (Deus) antes de ela se
manifestar como Luz. Como está expresso no livro da criação (Gênesis, 1:3): “ Exista a Luz. E a luz existiu.”
2
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Da mesma forma, o universo maçônico se realiza na Loja. Tanto em relação ao universo físico
quanto ao espiritual. E o que é verdade para a totalidade cósmica também o é para o mundo individual
do iniciado, que na interação com seus Irmãos, e no influxo da energia gerada pela egrégora, lapida o
seu próprio caráter.
Do céu para a terra, da terra de volta para o céu. O macrocosmo refletindo no microcosmo e deste
voltando, como reflexo trabalhado pela consciência modificada do Irmão, para a imensidade cósmica. É
assim que se compõe o edifício universal, como tal visto pela mística que a atividade maçônica inspira
ao espírito do iniciado maçom. Aqui está inserta a antiga tradição egípcia simbolizada pelo culto á
deusa Maat, cuja prática visava o mesmo resultado, ou seja, trazer para a terra o influxo da vontade
divina e projetar de volta o reflexo dessa vontade no coração dos homens, como resultado da relação
entre o divino e o profano.
Destarte, essa é a ideia que está inserta na teoria da egrégora, que por definição é uma
congregação de espíritos, reunidos para fins de promover a sinergia necessária para a produção da
energia capaz de renovar os espíritos dos Irmãos e dirigi-los em seus trabalhos. Daí se dizer que
função da egrégora maçônica é colocar “ordem no caos” (ordo ab chaos), como tal entendida a
construção da harmonia, a paz social e o progresso da civilização, como objetivo coletivo e o equilíbrio
psíquico e a própria felicidade pessoal do Irmão, como objetivo individual.
Esse também é o objetivo da prática da filosofia contida na Árvore da Vida em seu conteúdo
filosófico. Porque não é possível á uma pessoa em guerra consigo mesma pretender atuar como
pacificador ou condutor de processos destinados a fazer a felicidade das pessoas. Nem pode uma
pessoa em guerra com o mundo encontrar, por si mesma, a própria paz interna . O homem precisa
estar em equilíbrio consigo mesmo e com o mundo em que vive. Essa é a função da prática da filosofia
contida na Árvore da Vida e da maçonaria desenvolvida pela Loja que o maçom frequenta.
É nesse sentido que visualizamos na prática maçônica uma semelhança muito estreita com aquela
sugerida pela Cabala. E se no desenho da Árvore da Vida pode ser lida uma mensagem de sabedoria
para uma vida espiritual equilibrada e sadia, a Loja maçônica é o correspondente geográfico desse
esquema místico, onde essa mensagem é ritualizada para que ela se incorpore ao psiquismo do Irmão
como regra de comportamento. Como bem diz Ann Willians Heller, a “ Árvore da Vida é uma forma de
vida, uma maneira de viver, de pensar, de se relacionar, de despertar, uma forma de autodescoberta,
um modo de compartilhar(...)”.5
Da mesma forma, nenhum maçom, que de fato viva a Maçonaria, poderá negar a similitude de
objetivos e a semelhança de propósitos que pode ser observados em um e outro sistema. Por que,
tanto no sistema cabalístico descrito na Árvore da Vida, quanto nos trabalhos de Loja, ocorre o que diz
a mestra acima citada: as questões espirituais são tratadas como questões materiais e as materiais
como espirituais. Funde-se, dessa forma, matéria e espirito em um todo integrado, já que nenhuma
pessoa pode encontrar a felicidade vivendo unicamente no mundo da matéria ou do espírito. E nem o
mundo em que vivemos. 6
Segundo René Guenón, a Loja é um modelo metafísico do universo e por reflexo, da própria
humanidade.7 Por outro lado, nenhum maçom ignora que o desenho e a disposição dos oficiais, dos
paramentos e símbolos do templo macônico são desenhados e distribuídos na forma de um fluxograma
místico, destinado a representar uma rede de relações cósmicas, destinada a captar um fluxo
energético, para a obtenção de certo resultado. Esse resultado é o equilíbrio do psiquismo do Irmão e
do mundo em que ele vive. É nesse sentido que o rital estipula que após o início da secção, a “nenhum
Irmão é permitido passar de um lugar para outro nem se ocupar de assuntos proibidos pos nossas
leis”.8 Essa medida é necessária para evitar que o deslocamento ou a dispersão dos espiritos dos
Irmãos congregados em Loja interrompa, ou bloqueie o fluxo energético que deve percorrer a egrégora.
5
Ann Willians Heller, Cabala, o Caminho da Liberdade Interior- Editora Pensamento, 1990. O conflito entre o Oriente e o
Ocidente, que atualmente ameaça o mundo com uma nova guerra mundial, é, a nosso ver, um reflexo desse desequilíbrio entre o
mundo da matéria e o mundo do espírito. O Oriente (as seitas islâmicas fundamentalistas) vê o Ocidente como se ele fosse o reino de
Satan, mergulhado no pecado e no materialismo ateu e amoral. Por seu turno o Ocidente vê essas seitas fundamentalistas e seus
seguidores como indivíduos que ainda vivem na Idade das Trevas, seguindo uma doutrina obscurantista e destrutiva dos melhores
ideais da humanidade.
6
Idem, pg. 23
7
Estudos Sobre o Esoterismo Cristão. São Paulo, Ed. Pensamento, sd.
8
Conforme o Ritual de abertura dos trabalhos em Loja.
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Por outro lado, todo Irmão sabe que o movimento dentro do templo, em reunião da Loja, deve ser
feito com uma certa ritualística, cujo sentido é muitas vezes ignorado, mas, a partir da visão que
estamos colocando neste trabalho, torna-se perfeitamente compreensível. É que a Loja, reunida em
seção ritualística, também tem, como a Árvore da Vida, os seus “caminhos”, por onde a energia
cósmica flui. Assim, percorrer de forma equivocada esses “caminhos” pode obstruir ou desviar esse
fluxo energético, e todos sabemos que qualquer tipo de energia, desviada dos fins para os quais foi
captada, acaba fazendo mais estragos que benefícios.
Tal como na Árvore da Vida, onde a séfira Kether, a coroa da criação, é primeira atuação da Energia
Criadora no mundo das realidades manifestas, na Loja e´o Venerável Mestre que exerce essa função.
Na Árvore Sefirótica, Kether é o momento número um da criação, canal receptor por onde a Luz do
Principio Criador penetra no mundo. Essa luz vem de “fora” do mundo manifesto. Da mesma forma, a
autoridade do Venerável Mestre da Loja é algo que transcende a sua própria pessoa, pois ele também
a recebe de “fora”, por escolha da própria Loja e pelo referendo dado pelos Irmãos. Na Árvore da Vida,
Kether, a coroa da criação, depois de refletida nas duas séfiras seguintes, Chokmah e Binah (formando
a primeira trindade Sefirótica), e onde se veste de sabedoria e compreensão, tem sua luz “filtrada” pela
séfira oculta Daath. Isso ocorre para que, revestida dos atributos da matéria a Luz que ela irradia
transcenda do mundo da formação, ou seja, o mundo espiritual (Atziloth) para o mundo seguinte, o
mundo arquetípico (Briah). Assim, também o Venerável Mestre também precisa escudar a sua
autoridade na presença do Livro Sagrado, que deve estar sempre á frente do seu altar, para refletir e
referendar essa autoridade.
A séfira oculta Daath, como sabem os estudantes da Cabala, não é uma esfera de emanação, como
as demais séfiras da Árvore. Ela é a esfera do Conhecimento, ou seja, uma espécie de véu que filtra a
emanação divina que vem do Mundo da Formação (Yetzirah) emanado pela primeira trindade (Kether,
Chockmah e Binah). Ela “filtra” essa emanação na forma de conhecimento, para que, assim revelada, a
“Vontade” divina manifestada possa ingressar no mundo das realidades manifestas na forma de “leis
universais”, para dar ao universo físico as suas leis de formação. Na ciência física que estuda a
formação do universo poderíamos chamar a séfira Daath de “Vontade Oculta” de Deus a formatar as
leis que regulam o desenvolvimento e o equilíbrio do edifício cósmico. Na antropologia do psiquimo
humano poderíamos chamá-la de Inconsciente Coletivo da Humanidade (no dizer de Jung). Não é sem
razão que os sábios cabalistas, ao se referirem ao mundo que emana da primeira trindade Sefirótica,
após filtrado pela séfira oculta Daath, chamam a esse mundo de o plano de Briah, o Mar Primordial,
mundo criativo, ou seja, o mundo onde transita a comunidade angélica e onde os pensamentos
humanos, na forma de arquétipos, são pescados. E ao mundo anterior, formado pela Trindade Divina
(Kether, Chokmah e Binah), eles dão o nome de Atziloth, o Mundo Arquetípico, mundo da formação,
onde a energia masculina, positiva, (Chokmah, a sabedoria) encontra a energia feminina, negativa
(Binah, a compreensão) e dessa interação nascem as formas geométricas. Na mística do tradição
maçônica, esse raio de luz, esse Relâmpago Brilhante que emana de Kether, passa por Chokmah e
fertiliza Binah é a chamada Espada Flamigera. É dessa conjunção que surge a Estrela Flamigera,
representada pela Geometria, que significa a forma, a Luz do Principio Criador manifestada em Beleza,
que na Árvore da Vida é a séfira Thipareth.9
Por isso, na planta da Loja, aberto em seu altar, o Livro Sagrado não é uma esfera de recepção e
emanação de energia, mas sim um veú que a filtra e purifica, fazendo com que todas as emanações
energéticas ali captadas saiam purificadas do Oriente para o Ocidente da Loja, da mesma forma que
faz com que elas voltem puras do Ocidente para o Oriente, onde se situa o Altar do Venerável Mestre.
Assim, a autoridade do Venerável vem de “cima” e é referendada e justificada pela Lei. O Livro
Sagrado é pois, a lei manifesta, e seu intérprete é o Orador, que na Árvore Sefirótica equivale a Binah.
E sua posição, como Daath no desenho da Árvore, é entre o Orador e o Secretário, que na Árvore
Sefirótica correspondem a Chokmah (Secretário) e Binah (Orador) respectivamente.
9
No antigo Egito essa estrela aparecia nos ritos e práticas sagradas na forma de um astro filosófico com uma dupla face que
representava a materialidade e a imaterialidade da divindade e a sua projeção no homem. Conforme afirma Bernard Rogers (
Descobrindo a Alquimia, ), os hierofantes egípcios chamavam a essa estrela “Shá”, designando ser ela, ao mesmo tempo uma porta e
um ensinamento, que correspondia, para todo aquele que se iniciava naqueles Sublimes Mistérios, a uma decisão, (atravessar uma
porta, penetrar numa outra realidade) e a uma aquisição mental, que era a sabedoria iniciática. Ver a esse respeito a nossa obra
Mestres do Universo, Publicada pela Biblioteca 24x7, São Paulo, 2010.
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Kether- O Venerável Mestre
Atziloth- O mundo
K
Arquetípico- Grande
e
e
Abismo de Luz B
C
e
Binah- O Orador
k
e
Chokmah: O Secretário
◌ Daath- O Livro Sagrado
Atziloth, o mundo arquetípico, plano espiritual, matéria sutil, etérea, manifesta, mas ainda sem vida.
Atividade criadora da Divindade. Relatividade, Gravidade, Yin, Yang, 1º dia.
Briah, o Mar Primordial, o mundo criativo, plano material das primeiras formas, Geometria, nebulosas,
galáxias, planetas. 2º, 3º, dia, atividade criadora da Divvindade.
Yetzirah, o mundo da formação. Plano material da realidade manifesta, os quatro elementos, o
surgimento da vida, atividade criativa dos anjos. 4º, 5º. 6º dia.
Ashiah, o mundo como o conhecemos. A totalidade da matéria universal organizada. Atividade
humana.
Com essa conformação completa-se o primeiro triângulo místico de emanação da energia criadora,
que é representada pela Árvore da Vida na Cabala e na planta do templo maçônico Assim, o que os
maçons chamam de Oriente, onde os planos da arquitetura cósmica são traçados, corresponde na
Árvore da Vida, ao mundo da formação, Atziloth, e ao mundo imediatamente inferior, dele emanado,
com suas duas três dimensões, corresponde ao Ocidente da Loja, onde os trabalhos desse plano são
executados e utilizados em seus resultados finalísticos.
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3 – (Coluna do Ir João Gira)
Filósofos (IV) – Idade Contemporânea - João Ivo Girardi
O Ir. João Ivo Girardi [email protected] da Loja
“Obreiros de Salomão” nr. 39 de Blumenau é autor do
“Vade-Mécum Maçônico – Do Meio-Dia à Meia-Noite”.
FILÓSOFOS – Idade Contemporânea
“Pode-se
afirmar que a Maçonaria é um todo filosófico, porque a mente, desde a
iniciação, passa a elaborar conceitos e obter conclusões”.
Immanuel Kant (1724-1804) Filósofo alemão. Tema: filosofia crítica, teoria moral. Refrão: O
imperativo categórico (Aja somente segundo uma máxima que lhe é possível e que, ao mesmo tempo,
quer que se torne uma lei universal). Obras mais conhecidas: Crítica da Razão Prática, (1781), que
criou as bases para a teoria do conhecimento como disciplina filosófica e marcou o início
da filosofia moderna, Prolegômenos a Toda Metafísica Futura, A Religião nos Limites da
Simples Razão, Crítica do Julgamento. Kant foi um racionalista muito influente que tentou
averiguar os limites da razão. Sua teoria da moralidade como obediência a princípios
superiores, não antecipação de consequências, atrai idealistas seculares. Em comum,
todas suas obras defendem um profundo estudo do conhecimento humano, das formas e
dos limites das faculdades cognitivas do homem, partindo do princípio de que o
conhecimento começa com a experiência, mas não deriva dela. Kant levou uma vida calma e regrada,
não se casou e não teve filhos. Morreu em Königsberg, dois meses antes de completar 80 anos.
Máxima: Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e
terminou com ideias.
Jeremy Bentham (1748-1832) Filósofo britânico. Tema: utilitarismo. Refrão: Maior felicidade para o
maior número. Obra mais conhecida: Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação.
Fundador do utilitarismo, o argumento básico de Bentham era que as ações são morais se
maximizam o prazer e minimizam a dor daqueles que são afetados por elas. Isso é
chamado de cálculo hedonista. Seu corpo foi embalsamado e exposto aos estudantes do
University College London, que ele fundou. Conforme a sua vontade, seus restos são
levados ao Senado anualmente, onde ele é registrado como presente, mas sem votar.
Máxima: A moral não é mais do que a regulamentação do egoísmo.
Mary Wollstonecraft (1759-1797) Filósofa e feminista britânica. Tema: igualitarismo. Refrão: A função
social não deve ser baseada na diferença de sexos. Obras mais conhecidas: Vindication of the Rights
of Women, Vindication of the Rights Men. Wollstonecraft estava à frente de seu tempo ao
afirmar os direitos da mulher. Escreveu de modo articulado e convincente a favor do
igualitarismo. Sua correspondência como o grande conservador Edmund Burke é
esclarecedora. Era a mãe de Mary Shelley, autora de Frankenstein. Máxima: Não
desejo que as mulheres tenham poder sobre os homens, senão sobre si mesmas.
Georg Wilhem Friederich Hegel (1770-1831), Filósofo alemão. Temas: história, política, lógica.
Refrão: Liberdade como consciência em uma comunidade racionalmente organizada. Obras mais
conhecidas: Fenomenologia do Espírito, Ciência da Lógica, Elementos da Filosofia do
Direito. Hegel foi e continua a ser um filósofo muito influente, com ideias abrangentes sobre
liberdade, progresso histórico, instabilidade da consciência de si mesmo e sua
dependência do reconhecimento pelos outros. Infelizmente, Hegel também influenciou
Marx e Engels, e se tornou um apologista involuntário das doutrinas totalitárias. Máxima:
Tudo o que é racional é real e tudo o que é real é racional.
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Arthur Schopenhauer (1788-1860) Filósofo alemão. Temas: volição, resignação, pessimismo.
Refrão: A vontade está fora do tempo e do espaço, mas obedecer aos seus comandos leva à
infelicidade em qualquer época. Obras mais conhecidas: O Mundo Como Vontade e Representação,
Parega e Paralipomena. Schopenhauer era muito instruído, fluente em várias línguas
europeias e clássicas, e mantinha uma relação notoriamente difícil com a mãe. É famoso
por tentar e fracassar em derrubar Hegel - que ele considerava um sofista e charlatão - de
sua posição de influência. Buscou refúgio para o sofrimento emocional na filosofia indiana.
Escreveu ensaios pungentes e aforismos acerbos e era um dos poucos filósofos que
Wittgenstein lia e admirava. Se isso é bom ou não para Schopenhauer depende de você
ler ou admirar Wittgenstein. Influenciou fortemente o pensamento de Friedrich Nietzsche.
Máxima: As religiões, assim como as luzes, necessitam de escuridão para brilhar.
John Stuart Mill (1806-1873) Filósofo, economista e político escocês. Temas: utilitarismo, libertarismo,
igualitarismo. Refrão: Liberdade individual. Obras mais conhecidas: Sobre a liberdade, O Utilitarismo,
Sistema de Lógica Dedutiva, A Sujeição das Mulheres. Mill achava que as restrições à
liberdade individual só deveriam ser permitidas para evitar danos aos outros e foi um
defensor ardoroso da liberdade de expressão, da responsabilidade individual e do
igualitarismo social. O seu utilitarismo difere do de Bentham no que se refere à convicção
de Mill que o prazer não era a única medida do bem. È melhor Sócrates insatisfeito do que
um pouco satisfeito, afirmou. Máxima: Aprendi a procurar a felicidade limitando os
desejos, em vez de tentar satisfazê-los.
Sören Kierkegaard (1813-1855) Filósofo e teólogo dinamarquês. Tema: existencialismo. Refrão:
Livre-arbítrio, escolha individual. Obras mais conhecidas: Either/Or, Temor e Terror, Migalhas
Filosóficas, O Conceito da Angústia. Kierkegaard - o primeiro existencialista - rejeitou a
filosofia sistemática de Hegel assim como a religião organizada. Em sua opinião, o
julgamento humano é incompleto, subjetivo e limitado, mas também somos livres para
escolher e responsáveis por nossa escolha. Somente explorando e aceitando as
ansiedades fundamentais podemos nos libertar dentro da nossa ignorância. Máxima: A
vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida,
olhando-se para frente.
Henry David Thoreau (1817-1862) Filósofo, escritor e poeta americano. Tema: transcendentalismo na
Nova Inglaterra. Refrão: A capacidade inquestionável do homem para elevar sua vida pelo esforço da
consciência. Obras mais conhecidas: A Desobediência Civil, Walden. Thoreau defendia
a simplicidade, a responsabilidade individual e a comunhão com o ambiente natural como
chaves para a vida virtuosa. Viveu e respirou a sua filosofia. A sua teoria da
desobediência civil exerceu influência capital em Gandhi e Martin Luther King. A posição
de Thoreau como abolicionista e defensor da causa negra está registrada em seus textos.
Máxima: A massa nunca se eleva ao padrão do seu melhor membro; pelo contrário,
degrada-se ao nível do pior.
Charles Sanders Peirce (1839-1914) Filósofo e cientista americano. Tema: pragmatismo. Refrão: A
verdade é uma opinião com a qual todos acabamos concordando e representa uma realidade objetiva.
Obra mais conhecida: Collected Papers, Semiótica. Peirce foi a personalidade fundadora
do pragmatismo americano, que mais tarde, e de modo diferente, foi desenvolvido por
Dewey e James. Para distinguir a sua versão, Peirce cunhou o termo pragmaticismo, que
não pegou. A filosofia de Peirce foi criticada por Russel por sua aparente subjetividade,
mas, na verdade, Peirce foi muito científico em sua perspectiva. Seus trabalhos apresentam
importantes contribuições à lógica, matemática, filosofia e, principalmente à semiótica.
Máxima: Todo homem está completamente convencido que existe uma coisa
chamada verdade, ou ele nunca perguntaria nada.
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William James (1842-1910) Filósofo e psicólogo americano. Tema: pragmatismo. Refrão: cash-value
(uma ideia deve ser julgada em função do quanto é produtiva). Obras mais conhecidas: Princípios de
Psicologia, As Variedades da Experiência Religiosa. James revelou seus interesses
dualistas na filosofia e na psicologia ao adotar uma abordagem prática da filosofia
(pragmatismo), acreditando que uma ideia é verdadeira se tem resultado útil. Enfatizou as
abordagens experimentais e de laboratório da psicologia e a reflexão analítica sobre a
experiência. Máxima: O melhor que podemos fazer de nossa vida é empregá-la em
alguma coisa mais duradoura que a própria vida.
Friedrich Nietzsche (1844-1900) Filósofo alemão. Tema: anticonvencionalismo extravagante.
Refrãos: À vontade de poder; homem versus super-homem. Obras mais conhecidas: Assim falava
Zaratustra, Além do Bem e do Mal, A Genealogia da Moral. Filósofo, poeta, profeta e
sifilítico, Nietzsche raramente é maçante. Desprezava a sociedade convencional e criticou
severamente o Cristianismo como uma religião para escravos. Defendia o surgimento de
um super-homem, que transcenderia a moralidade convencional - uma ideia mal utilizada
pelos nazistas. Curiosamente, ele também atrai pós-modernistas, cuja política tende ao
outro extremo. É um testemunho do talento de Nietzsche (ou, possivelmente, loucura).
Redigiu aforismos vigorosos e inventou temas polêmicos para pensar (p. ex. Deus está
morto, Sócrates era da ralé). Máxima: E aqueles que foram vistos dançando foram julgados
insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
Henry Bergson (1859-1941) Filósofo e humanista francês, Prêmio Nobel de Literatura de
1927. Tema: vitalismo, dinamismo. Refrão: Élan vital (força vital não explicável pela ciência).
Obra mais conhecida: Evolução Criativa. Bergson criticou as maneiras mecanicista e
materialista de analisar o mundo, defendendo uma abordagem mais espiritual (mas não
necessariamente religiosa) da vida. Máxima: A vida é um caminho de sombras e luzes. O
importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar a luz.
John Dewey (1859-1952) Filósofo, pedagogo e reformador social americano. Tema:
pragmatismo. Refrão: A indagação é autocorretora. Obras mais conhecidas: Teoria da Vida Moral,
Democracia e Educação. Dewey popularizou os ideais pragmáticos, científicos e
democráticos. Tentou fazer os pedagogos valorizarem o processo de indagação, em lugar
da transmissão rotineira de conhecimento. Para ele o aprendizado só se dá quando ideias
são compartilhadas. E isso só é possível num ambiente onde não há barreiras a livre
expressão do pensamento. Máxima: Nós só pensamos quando nos defrontamos com
um problema.
Bertrand Russel (1872-1970) Filósofo britânico, Prêmio Nobel de Literatura de 1950. Temas:
realismo, empirismo, lógica, filosofia social e política. Refrão: A filosofia é uma tentativa
extraordinariamente engenhosa de pensar falaciosamente. Obras mais conhecidas:
Principia Mathematica, Misticismo e Lógica. Russel publicou mais de setenta livros em sua
vida; suas análises filosóficas abrangem todos os temas concebíveis. Foi um grande
homem, um grande erudito que não se esquivava de causas políticas e controvérsias
sociais. Foi lhe negado um cargo na City College of New York depois que o tribunal do
estado de Nova York o considerou influência imoral sobre a sociedade, principalmente por
causa de suas opiniões de vanguarda na época (hoje lugares-comuns) sobre o casamento aberto e o
divórcio. Enquanto os atenienses mataram Sócrates por supostamente corromper a juventude, os
americanos simplesmente negaram um emprego a Russel. Ele deve ter admitido que isso implicava
progresso social. Máxima: A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência
coloca-se na retaguarda para ver.
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George Edward Moore (1873-1958) Filósofo britânico. Tema: filosofia analítica, idealismo. Refrãos: A
defesa do senso comum; a bondade não pode ser definida, mas é compreendida
intuitivamente. Obra mais conhecida: Princípios Éticos. Moore é famoso por sua chamada
falácia naturalista, o erro que ele alega que cometemos quando tentamos identificar o bem
como qualquer objeto ou propriedade que existe naturalmente, ou tentamos medi-lo. Não
obstante, Moore afirmou que as ações podem ser certas ou erradas, mesmo que a
bondade não possa ser definida. Máxima: Um homem percorre o mundo inteiro em
busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo.
Carl Jung (1875-1961) Psicanalista e filósofo suíço. Temas: inconsciente coletivo, sincronia.
Refrão: Jornada evolucionária para uma meta final (espiritual). Obras mais conhecidas:
Tipos Psicológicos, Sincronicidade. Jung foi inicialmente um importante discípulo de Freud e
seu aparente herdeiro, mas separou-se dele por causa de uma importante questão filosófica.
Enquanto Freud postulava uma base biológica para todas as neuroses ou psicoses, Jung
acreditava que os problemas psicológicos são manifestações de crises espirituais não
resolvidas. Jung escreveu introduções importantes ao I Ching (edição Wilhelm-Baynes) e ao
Livro Tibetano dos Mortos (edição Evans-Wentz), tornando essas grandes obras mais acessíveis para
o Ocidente. Máxima: Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.
Khalil Gibran (1883-1931) Filósofo e poeta libanês-americano. Tema: romantismo árabe.
Refrão: Imaginação, emoção, poder da natureza. Obra mais conhecida: O Profeta. O belo
livro de reflexões e aforismo de Gibran tornou-se um eterno favorito entre os jovens. Foi nos
Estados Unidos que ele desenvolveu a maior parte da sua atividade produtiva, preferiu a
forma reduzida e ligeiramente modificada de Khalil Gibran. E assim se conhece em todo o
mundo ocidental. Máxima: A simplicidade é o último degrau da sabedoria.
Jean-Paul Sartre (1905-1980) Filósofo e romancista francês, Prêmio Nobel de Literatura de 1964.
Temas: existencialismo, política, marxismo. Refrão: Livre-Arbítrio; má-fé (negação da
responsabilidade por nossos atos). Obras mais conhecidas: A Náusea, O Ser e o Nada, O
Existencialismo é um Humanismo. Sartre foi o principal intelectual francês de sua época.
Estudou com Husserl (o fundador da Fenomenologia) e Heidegger (a principal figura alemã do
existencialismo). Marxista por convicção, Sartre tentou fundar um partido político na França.
Apesar de seu envolvimento com o marxismo, defendeu com veemência sua crença na
responsabilidade individual. Máxima: Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas
querer-se aquilo que se pode.
Simone de Beauvoir (1908-1986) Filósofa e feminista francesa. Tema: existencialismo,
feminismo. Refrão: Responsabilidade moral, diferença natural entre os sexos. Obras mais
conhecidas: O Segundo Sexo, A Ética da Ambiguidade. Simone de Beauvoir foi uma adepta
intransigente do existencialismo de Jean-Paul Sartre, e sua companheira. Escreveu
eloquentemente e filosoficamente sobre as diferenças entre os sexos e suas consequências
sociais. Máxima: Não se nasce mulher: torna-se.
Iris Murdoch (1919-1999) Filósofa e romancista britânica. Tema: religião e moralidade. Refrão: O
restabelecimento do propósito e da bondade em um mundo fragmentado. Obra mais
conhecida: The Sovereignty of Good. Murdoch reavivou o platonismo como um antídoto para
a falta de sentido e moralidade no mundo do século XX. Transmitiu a sua filosofia
primordialmente e habilidosamente por meio de seus romances. Máxima: Um dos segredos
de uma vida feliz é a sucessão de pequenos prazeres
Filósofos e Ensaístas Brasileiros: Destaco os de minha preferência:
Olavo de Carvalho (1947) Livro mais conhecido: O mínimo que você precisa saber para não ser um
idiota.
Leandro Karnal (1953) Livro mais conhecido: Pecar e Perdoar: Deus e Homem na história
Mario Sergio Cortella (1954) Livro mais conhecido: Qual é a Tua Obra?
Luiz Felipe Pondé (1959) Livro mais conhecido: Guia Politicamente Incorreto da Filosofia.
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Clóvis de Barros Filho (1966) Livro mais conhecido: A filosofia explica grandes questões da
humanidade.
Fontes:
Mais Platão, Menos Prozac, Lou Marinoff; Dicionário de Filósofos, Denis Huisman; Enciclopédia
Mirador Internacional; História da Filosofia, François Châtelet; Fotografias: Internet.
4 – Grécia: Nascimento da Filosofia? As influências do Pensamento Grego e
os Filósofos Gregos mais ... José Ronaldo Viega Alves
O Ir.·. José Ronaldo Viega Alves*
escreve aos domingos.
GRÉCIA: NASCIMENTO DA FILOSOFIA? AS INFLUÊNCIAS DO
PENSAMENTO GREGO E OS FILÓSOFOS GREGOS MAIS
ESTUDADOS NO ÂMBITO DA MAÇONARIA. OS ESTUDIOSOS
MAÇONS E SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A FILOSOFIA. (FINAL)
*Irmão José Ronaldo Viega Alves
[email protected]
Loja Saldanha Marinho, “A Fraterna”
Oriente de S. do Livramento – RS.
Nota do JB News: Este é o último capítulo sobre a Grécia, neste particular sobre a sua Filosofia.
Espera-se que essa série, que hoje termina, consiga matar a sede de alguém, no tocante às
contribuições gregas à Maçonaria.
*** Desde o início dessa proposta, buscamos mostrar aqui o que a Maçonaria
absorveu da cultura grega, incluídos vários dos aspectos pertinentes. Este que
pretende ser o último trabalho da série irá tratar da filosofia grega e dos seus
luminares. A Maçonaria vem se utilizando desde muito tempo desse cimento
cultural, dessa sabedoria toda que, antes de tudo, é necessário dizer, é patrimônio
da humanidade inteira. Veremos ao longo deste trabalho, então, quais as maiores
influências recebidas pela Maçonaria, quais os filósofos gregos que no seio da
nossa doutrina maçônica são mais estudados e aproveitados. Mas, para começar,
que tal nos municiarmos com algumas informações a respeito das prováveis
origens da filosofia?
DA MITOLOGIA PARA A FILOSOFIA?
Antes de darmos início, uma pergunta já vem embutida, se é que queremos falar das
origens da Filosofia: Como se deu o rompimento do pensamento mítico, que precedeu ao pensamento
filosófico na Grécia antiga?
Em um determinado momento, compreendido no período que vai do século X ao VI a.C.,
uma série de condições históricas acabaram sendo favoráveis para que houvesse o surgimento de
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uma nova maneira de pensar. Uma nova forma de abordar a realidade, responsável por romper aos
poucos com aquilo que se convencionou chamar de pensamento mítico.
Esse pensamento mítico, para entendermos melhor, tinha muito da sua fundamentação
registrada em quatro obras cujos títulos e autores são: a “Ilíada” e a “Odisséia” de Homero, e a
“Teogonia” e “Os Trabalhos e os Dias” de Hesíodo.
Essas epopéias podem ser consideradas então, a essência do pensamento mítico. Elas
são definidas por Joel Gracioso em seu artigo “Investigação da Existência” da seguinte forma: “As
epopéias são o resultado da mistura de lendas jônicas e eólias, incorporando relatos sobre viagens
marítimas e outros elementos advindos do contato do mundo grego com a cultura de outros povos.”
Mas, depois de todos aqueles deuses mostrando seus inúmeros poderes, que se
envolvem com os mais variados tipos de transformações, que interferem nas vidas dos seres humanos
e na natureza, eis que, no discurso mítico, o fabuloso e o fantástico são coisas normais, algo começa a
mudar. Essa maneira que até aquele período vigorara, de entender o mundo e também de pensá-lo
com a presença maciça dos deuses, começa a definhar e uma nova e instigante matriz de pensamento
irrompe. O seu nome: filosofia.
Vejamos o surgimento da filosofia sob mais de uma ótica, e isso assim, vai ajudar a
alargarmos os horizontes dos nossos pensamentos.
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA
No “Vade-Mécum Maçônico”, de autoria do Irmão João Ivo Girardi, no verbete
“FILOSOFIA, HISTÓRIA DA”, em seu item 1, intitulado Filosofia Pré-Socrática, em suas primeiras
linhas, é possível termos uma visão sucinta dos primeiros tempos da Filosofia grega:
“Por filosofia entendemos uma forma completamente nova de pensar, surgida na Grécia por volta de
600 a. C. Antes disso, todas as perguntas dos homens haviam sido respondidas pelas diferentes
religiões. Essas explicações religiosas tinham sido passadas de geração para geração através de
mitos. Um mito é a história de deuses e tem por objetivo explicar por que a vida é assim como é. Ao
longo de milênios, espalhou-se por todo o mundo uma diversificada gama de explicações mitológicas
para as questões filosóficas. Os filósofos gregos tentaram provar que tais explicações não eram
confiáveis. Criticaram os deuses porque tinham muita semelhança com os homens. Eles eram tão
egoístas e traiçoeiros como qualquer um de nós. Pela primeira vez na história da humanidade foi dito
claramente que os mitos talvez não passassem de frutos da imaginação dos homens. Um exemplo
dessa crítica aos mitos pode ser encontrado no filósofo Xenófanes, nascido por volta de 570 a.C. Para
ele, as pessoas teriam criado os deuses a sua própria imagem e semelhança. Naquela época os
escravos faziam todo o trabalho braçal e os cidadãos livres podiam dedicar-se exclusivamente à
política e à cultura; sob tais condições de vida, o pensamento humano deu um salto; sem depender de
nada e de ninguém, cada indivíduo podia agora opinar sobre como a sociedade devia ser organizada.
Desse modo, o indivíduo podia formular suas questões filosóficas sem ter que para isso recorrer à
tradição e mitos. E assim a filosofia se libertou da religião.”
Há seguramente, os prós e os contras. Vejamos um pouco do que essas outras cabeças
pensam:
John Burnett (1863-1928), professor de origem escocesa, diz que a filosofia nasceu
quando as velhas explicações míticas já não convenciam mais, por conseguinte, os pensamentos de
ordem filosófica somente poderiam florescer num local onde não existisse qualquer influência da
mitologia.
E podemos perguntar: Será que foi tão simples assim? F.M.Cornford (1874-1943),
professor e poeta inglês, procurou mostrar que a estrutura dos Mitos ainda estava presente nos
filósofos que se sucederam. Isso quer dizer que, além de se utilizarem dos termos próprios do universo
da mitologia, eles faziam uso de um empréstimo conceitual. Resumindo: a Filosofia herdou e
continuava a se utilizar do conteúdo do Mito.
COMENTÁRIOS:
Com relação ao nascimento da Filosofia há várias teses. Para uns, nem caberiam
eventuais discussões, pois, ela tem data e local de nascimento: final do século VII e início do século VI
nas colônias gregas da Jônia na Ásia menor. Mas, há controvérsias. Há os que defendem uma origem
oriental da Filosofia, e nesse caso ela seria uma mera continuação do próprio passado dos orientais.
Lá na Antiguidade, Diógenes Laércio já defendia a criação da Filosofia como produto grego, sem que
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eles tivessem se apropriado de nada dos orientais, ou seja, para aqueles ditos ocidentalistas, ela era
uma invenção totalmente nova.
A título de ilustração, e mesmo para evitar o que possa ser entendido como omissão,
demonstraremos rapidamente que em relação ao nascimento da filosofia na Grécia, são várias as
linhas de pensamento. Vejamos um pequeno trecho recolhido dessa obra importante que é
“Civilizaciones de Occidente” da autoria de Edward McNall Burns, onde está sacramentada a existência
de mais de uma forma de pensar sobre o assunto, ainda que contrarie algumas posições arraigadas:
“ANTECEDENTES DE LA FILOSOFIA GRIEGA – Por lo descripto en los capítulos anteriores resulta
evidente que es errónea la idea popular de que los griegos crearon la filosofía. Siglos antes, los
egípcios habían meditado mucho sobre la naturaleza del universo y los conflictos sociales y morales
del hombre. Lo que hicieron los griegos fue más bien dar a la filosofía un contenido más amplio que el
que tenia entonces. Trataron de hallar respuestas para todas las preguntas posibles sobre la
naturaleza del universo, el problema de la verdad y el significado y la finalidad de la vida. Evidencia la
magnitud de su hazaña intelectual el hecho de que la filosofia haya sido desde entonces en gran parte
una discusión sobre la validez de las conclusiones a que ellos llegaron.
Também, não sei se por casualidade ou por sorte, tenho em mãos a revista “Cult” em sua
edição de agosto de 2015, portanto, recém chegada às bancas com um dossiê em seu interior com o
título de “Filosofia da Ancestralidade” onde à pág. 40 o título é altamente sugestivo: “Os gregos não
inventaram a Filosofia”. Neste artigo, é mencionada a obra “A Filosofia Antes dos gregos” de José
Nunes Carreira, onde o Egito aparece como uma região rica em produção filosófica. Mas, a questão
em si continua, pelo visto, gerando polêmicas, objeções, argumentos diversos, críticas. Inclusive, fica
claro, que uma agenda da de leitura dos textos africanos mais antigos (há muitos autores que advogam
dessa hipótese: a filosofia não nasceu grega), não sinaliza um interesse em substituir a Grécia pelo
Egito. Mas, e sempre tem o “mas”, como é dito ao final do artigo: “O projeto de dominação do Ocidente
tem um aspecto epistemológico que pretende calar qualquer filosofia que tenha sotaques diferentes.
Afinal, a filosofia foi ‘eleita’ como suprassumo da cultura ocidental.”
E a esta altura do campeonato, já poderá alguém, que esteja lendo o presente trabalho,
inquirir: Mas, por que será que ele está falando disso tudo, quando o assunto é mesmo a Filosofia
grega e a Maçonaria?
Bem, eu não desperdiçaria a oportunidade de atiçar a curiosidade daqueles Irmãos que
tem as condições necessárias para valorizar isso que é uma busca pela verdade (o que eu acho que
deveria ser o motor de todo o Maçom: a curiosidade por esmiuçar as questões e a certeza de que não
existem verdades absolutas.)
Há um autor e estudioso Maçom, que sempre cito em meus trabalhos, o Irmão Theobaldo
Varoli Filho. Pois, utilizando-me agora das obras também desse outro sábio Irmão que se chama
Raimundo Rodrigues, vejo que no seu livro ”A Filosofia da Maçonaria Simbólica’’, ele numa das
páginas iniciais, que precedem aos textos, faz a citação de uma frase lapidar do Irmão Varoli Filho,
com a qual concordo em gênero, número e grau, e é digna de ser repetida aqui:
“A Maçonaria tem por princípio a constante investigação da verdade. Não é maçom quem não for
investigador da Verdade.” (Theobaldo Varoli Filho, in Curso de Maçonaria Simbólica, vol.III, pág. 16.)
Pelo fato de que ainda temos mais a dizer sobre a questão das origens da filosofia, e com
o intuito de bem assimilar o que disse um estudioso do porte de Pierre Vernant, antes, vamos a uma
definição do termo “Pólis”, pois, detendo o seu conceito antes em nossa memória, será de muita
importância para entender na íntegra a opinião desse historiador francês.
A PÓLIS: UMA DEFINIÇÃO
Façamos um condensado a seguir, do que era a “Pólis” com base em dados colhidos da
Internet:
A “Pólis” era o modelo das cidades antigas da Grécia, que vigorou desde o período
arcaico até o clássico. Pelas suas características, o termo pode ser utilizado como sinônimo de cidade.
“A pólis possuía uma configuração espacial própria: normalmente ficava justaposta ou circundava a
acrópole (a parte alta da cidade, destinada aos templos); possuía um espaço central público, a ágora,
onde também se localizava o mercado, além de um gymnasion. A cidadania de uma ‘pólis’
normalmente estava reservada aos homens adultos que ali nasceram.” As ‘poleis’ perderam sua
importância durante o domínio romano. Resumindo: é a cidade, entendida no sentido de comunidade
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organizada, e que é formada pelos cidadãos (politikos). Modo de vida urbano que pode ser
considerado a base da civilização ocidental.
Agora que sabemos o que é pólis, podemos falar de Pierre Vernant, renomado
historiador e antropólogo francês, que vê o aparecimento da Filosofia de outro ângulo, ou seja, vê
como um grande e principal fator incidindo para o seu nascimento e de sua diferença em relação ao
Mito, justamente o aparecimento da Pólis, o que pode ser considerado um acontecimento político. Eis
que, com o advento da Pólis, o universo espiritual, assim como a mentalidade das pessoas começou a
mudar. O que girava então em torno do palácio real, e que pode ser traduzido por vida econômica,
social e religiosa, a partir do momento que começou a entrar em crise foi dando lugar a um novo
modelo de organização social: a Pólis.
MAÇONARIA E FILOSOFIA
A Filosofia e o seu estudo no ambiente maçônico tem o aval de vários Irmãos estudiosos.
Que tal esse comentário do Irmão Theobaldo Varoli, para começar?
“Como dissemos, a Grécia foi o reino da dialética. Por sinal, ‘dialética’ é uma das obras de Platão. Falar
em Dialética é falar em Maçonaria. Daí nunca é demais recomendar às Lojas o dever de escolherem
obreiros versados em filosofia, encarregados de proferir palestras culturais, principalmente sobre os
ensinamentos da antiga Grécia.“
SOBRE A DIALÉTICA E UM COMENTÁRIO:
Para não deixarmos nenhuma lacuna com relação a algumas palavras que vão surgindo,
e pelo fato de que vale saber sempre, um dicionário comum definiria a Dialética como:
‘DIALÉTICA: Arte e argumentar ou discutir./ Maneira de filosofar que procura a verdade por meio de
oposição e conciliação das contradições. (lógicas ou históricas)’
Já li também que a dialética, pode ser definida como, “a arte do diálogo”.
Com relação à opinião que o Irmão Theobaldo Varoli emitiu no trecho acima, retirado do
seu livro, eu somente queria comentar que essa foi mesmo uma virtude do Irmão Varoli, no sentido de
que, em seus livros esteve sempre focado em orientar, demonstrar, dar um parecer em muitas
questões que iam surgindo ao longo dos seus escritos, preocupado em fazer que a versão mais
próxima da verdade fosse a que prevalecesse. Além do mais, suas recomendações eram o resultado
da sua sabedoria e experiência.
O Irmão Raimundo Rodrigues, o nosso Mestre maior em Filosofia, em seu livro “A
Maçonaria e o Hábito da Virtude”, brinda-nos com sábias palavras quando faz esclarecimentos
importantes sobre Maçonaria e Filosofia:
“Conforme o leitor já sabe, a filosofia maçônica não é produto de um filósofo, mas de dezenas e
dezenas de filósofos, de várias épocas diferentes. É exatamente por isso que se torna coisa difícil
querer seguir o curso da filosofia maçônica ou ter a pretensão de querer ordenar suas posições.
Podemos afirmar que já o fizemos várias vezes, que a filosofia maçônica engloba muito do esoterismo
quer oriental quer ocidental, todavia o seu conteúdo não apresenta os desvios de opinião, os acidentes
de percurso da filosofia grega. Temos, de nós para nós mesmos, que tal coisa se deve ao fato de que o
ideário maçônico só é alcançado através da interpretação dos símbolos. Note-se que os símbolos
podem proporcionar várias interpretações. O que faz com que a doutrina maçônica não apresente
aquele rigor próprio da filosofia. E é exatamente aí que se verifica que a Ordem proporciona a seus
exegetas, plena e completa liberdade de pensamento.”
Em outro livro de sua autoria, “Templo de Salomão”, no artigo que leva o título de “A
Filosofia e a Arte Real” o Irmão Raimundo Rodrigues assim se pronuncia:
“Filosoficamente, a Maçonaria não se prende a uma escola ou a um sistema porque, então, estaria
negando os princípios fundamentais de sua doutrina. Temos de nós para nós, que se a Ordem se
deixasse prender a uma escola ou a um sistema filosófico, estaria impondo a seus membros um
determinado rumo, obrigando-os a palmilhar sempre a mesma estrada; se assim fosse, certamente ela
não mais existiria, pois estaria negando um de seus mais sagrados princípios: a liberdade de
pensamento. Através de seu posicionamento filosófico a Maçonaria está mostrando aos Maçons que,
antes de tudo, ele tem um compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, com o que fazer de sua
própria existência.”
Dito isso que é de uma importância extrema, podemos dar continuidade. Aliás, daqui em
diante é imprescindível a nossa recorrência direta às obras do Irmão Raimundo Rodrigues, visto ele ser
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o nosso autor que mais tem abordado assuntos de ordem filosófica, creio eu, no meio maçônico. Ainda
bem, que em minha biblioteca devem estar presentes, pelo que me consta, todas as suas obras.
Voltando ao seu livro “A Maçonaria e o Hábito da Virtude”, extraímos dali uma citação que
o Irmão Raimundo Rodrigues fez da lavra do filósofo Mussa Battal com relação aos filósofos que
devem ser mais estudados no contexto maçônico:
“os grandes filósofos da Grécia, os da época helenística, os filósofos do Renascimento e os da
Ilustração são que estão mais próximos de nossa doutrina maçônica.”
E num trabalho publicado na revista “O Prumo”, inserido numa coletânea mais recente, da
lavra do Irmão Raimundo Rodrigues intitulado “A Incidência Filosófica nos Graus Simbólicos”, em
determinada altura ele escreveu:
“Os Graus Simbólicos estão impregnados da filosofia dos grandes avatares da Grécia antiga: Tales,
Xenófanes, Heráclito, Parmênides, Pitágoras, Empédocles, Anaxágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles.
“
Consoante então a nossa proposta escancarada desde o começo desse trabalho, de
elencar os filósofos gregos mais estudados nos meios maçônicos, ou mais recorrentes, veremos os
mesmos sendo citados em conjunto com as informações e orientações que forem julgadas pertinentes,
em sucintas biografias, como forma de ajudar aqueles Irmãos que desejem se aprofundar mais nas
suas obras.
Como já foi dito, os livros do Irmão Raimundo Rodrigues por si só já seriam uma
excelente introdução ao mundo da filosofia, de um modo geral, desde os seus primórdios já que ele
mais do que ninguém sabe expor de maneira bastante acessível os filósofo gregos, assim como os que
vieram depois.
No final deste trabalho, constam os títulos de suas obras que foram utilizadas com os
dados pertinentes e necessários para quem quiser buscá-las junto a sua editora.
PERÍODO PRÉ-SOCRÁTICO ou FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA (Séc. VII e VI a.C.)
Os primeiros gregos a fazerem indagações sobre o sentido da existência humana, no
tempo e no espaço, foram denominados de pré-socráticos. Estes homens materializaram o mundo em
palavras, e para isso foi preponderante o uso da razão. O fato de haver essa delimitação no universo
do pensamento grego, ou seja, os que antecederam Sócrates, os que vieram depois, etc., têm o
objetivo de facilitar o estudo da Filosofia, ou seja, é uma forma dialética encontrada para absorver
melhor os seus conceitos, pois, sabemos que tal universo é grande e complexo demais.
Esses filósofos também conhecidos por naturalistas possuíam como escopo das suas
especulações o problema cosmológico, e com isso, buscavam o princípio das coisas.(arché).
Um dos grandes filósofos desse período e de fundamental importância para a Maçonaria
foi Pitágoras, o qual já mereceu um estudo na segunda parte deste trabalho, em razão da Escola
Pitagórica ou Pitagorismo. Portanto, para mais informações, recomendamos ao leitor que consulte o
trabalho citado.
De qualquer maneira aproveitando um trabalho recente do Irmão João Ivo Girardi no JB
NEWS nº 1.767, intitulada “Filósofos a.C.” extraímos do mesmo a pequena biografia relativa a este
filósofo. Com certeza, muito mais poderá ser encontrado sobre Pitágoras, também, no “Vade-Mécum
Maçônico’ da autoria do Irmão João Ivo Girardi. Vejamos então os dados sobre Pitágoras no JB NEWS:
“Pitágoras (570 a.C.) Filósofo e matemático grego. Temas: metempsicose e matemática. Refrão:
‘Todas as coisas são baseadas nas formas geométricas.’ Mais conhecido pelo Teorema de Pitágoras,
Cesura pitagórica. Atribuem-se mais coisas a Pitágoras do que se conhece sobre ele. Aparentemente,
pregou a doutrina da metempsicose (a transmigração das almas, ou reencarnação), e absteve-se de
comer feijão. A ele é atribuído o famosos teorema da geometria euclidiana, que levou seu nome.
Também a ele é creditada a descoberta de que a escala musical de tons e semitons não permite à
afinação perfeita dos instrumentos. Essa anomalia acabou levando à afinação de temperamento igual
na época de J.S. Bach. (p.ex. O Cravo Bem Temperado).”
Somente para termos uma idéia geral dos muitos filósofos e suas escolas, que
antecederam a Sócrates, citaremos os principais, com base na “Wikipédia”:
* Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso.
*Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento.
*Escola Eleática: Xenófanes, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia e Melisso de Samos.
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*Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e
Demócrito de Abdera.
* Escola Eclética: Diógenes de Apolônia, Arquelau de Atenas.
E a título de complementação, podemos ainda dizer que, Tales de Mileto, Anaximandro e
Heráclito eram físicos. Pitágoras desenvolveu a sua doutrina defendendo a idéia de que tudo preexiste
à alma, já que a mesma é imortal. Demócrito e Leucipo defenderam a formação das coisas todas, com
base na existência dos átomos.
PERÍODO CLÁSSICO ou FILOSOFIA CLÁSSICA (470 a 320 a.C.)
“(...) ênfase nas questões antropológicas e maior sistematização do pensamento. Desse período fazem
parte os sofistas, o próprio Sócrates, seus discípulos Platão e Aristóteles, discípulo de Platão.”
SÓCRATES
Sócrates é considerado uma espécie de divisor de águas. O período em que ele viveu
dentro do contexto filosófico grego é chamado de Período Clássico, onde juntamente com ele
destacaram-se os sofistas.
Quem eram os sofistas? “Os sofistas, entre eles, Górgias, Leontinos e Abdera, defendiam
uma educação, cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, preparado para atuar
politicamente para o crescimento da cidade. Dentro desta proposta pedagógica, os jovens deveriam ser
preparados para falar bem (retórica), pensar e manifestar suas qualidades artísticas.”
O Irmão Theobaldo Varoli Filho comentou sobre Sócrates, esse que foi um dos luminares
da filosofia grega:
“O surto da alta filosofia grega começa com Sócrates, ateniense, filho do escritor Sofrênico e da
parteira Fenarete. Foi escritor mas nada deixou escrito. (...) Diz a história que Sócrates, acusado de
corromper a juventude e criar novos deuses, não quis defender-se e seus juízes demagogos o
condenaram a beber cicuta e morrer.
Sócrates restabeleceu a preponderância do inteligível, pois os sofistas, sensualistas
acima de tudo, preferiam o império do sensível na busca do conhecimento. Assim, na lógica socrática,
o objeto da ciência seria o conceito e a busca de definição (o que é e para que fim). Para se atingir
esse alvo, mister se tornaria empregar principalmente a observação e a comparação, examinando
seres ou indivíduos da mesma espécie, excluindo-lhes as diferenças e conservando as características
comuns e estáveis, até perceber-lhes a natureza, a essência. A esse método Sócrates chamou de
‘indução’, palavra que atualmente seria ‘partir do particular para o geral’, tal como, Galileu, que,
verificando as oscilações de um pêndulo nas mesmas condições e em vários lugares, chegou à
generalização, ou lei do isocronismo e das amplitudes oscilatórias. Da dialética de Sócrates, o que
muito interessa aos maçons é o processo da polêmica empregada no sentido didático, tal como o
mestre a ideou, dividindo o diálogo em duas partes: a ‘ironia’ e a maiêutica (parto das idéias). Pela
ironia o mestre ouvia o antagonista com atenção e humildade, com o interesse de quem deseja
aprender e, assim colhia os elementos convergentes dou divergentes , com a atenção de quem deseje
aproveitar-se da ‘antanagoge’ (método de usar dos argumentos do adversário, para derrotá-lo).
Iniciadas as perguntas, o interlocutor, procurando defender as suas teses, chegaria a contradizer-se a
confessar a própria ignorância. Pela ‘maiêutica, o discípulo era interrogado e levado a obter os
conceitos e definições, partindo de casos particulares e concretos. Assim, o próprio discípulo ‘paria’ as
idéias.
NOTA DO AUTOR AO APRENDIZ _ A Maçonaria considera a Lógica uma de suas sete ‘luminárias’,
ao lado da Aritmética, Geometria, Gramática, Retórica, Música e Astronomia, completando as sete
artes liberais da antiguidade, instituídas oficialmente entre os beneditinos e denominadas, por Boécio,
na divisão ‘Trivium et Quadrivium’.(...)
O método, caminho ordenado e lógico para se chegar à Verdade, é o objeto principal da
Lógica. Os dois métodos fundamentais são o dedutivo e indutivo. O dedutivo vai do geral para o
particular, como ocorre na matemática, principalmente na Geometria, na qual, de uma verdade geral,
como, por exemplo, da demonstração da tese de um teorema, decorrem corolários ou particularidades
que, de certo modo, passam a constituir generalidades. O indutivo ou de generalização, começa no
particular e chega à verdade geral. As ciências naturais se fundaram principalmente na observação dos
fenômenos particulares. Há ainda os métodos mistos ou correlatos com os dois principais. Assim, há os
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métodos psicológico, matemático, experimental, de análise e síntese de observação dos fatos (...) e o
método dialético, (...) um dos grandes métodos empregados pela maçonaria.
A regra ‘conhece-te a ti mesmo’, de Sócrates, é um dos lemas fundamentais da
maçonaria (autognose) e a sua filosofia é desenvolvida principalmente no grau de Companheiro, por
meio de uma entre várias interpretações do pentagrama pitagórico. A doutrina socrática admitia a
existência de Deus, a espiritualidade e imortalidade da alma.”
PLATÃO
Platão foi discípulo de Sócrates e defendia que “as idéias formavam o foco do
conhecimento intelectual”.
Conforme o resumo dos “Filósofos a.C.” do Irmão João Ivo Girardi, no citado JB NEWS,
temos o seguinte:
“Platão (429-327 a.C.) Filósofo e acadêmico grego. Tema: essencialismo. Refrão: As essências da
bondade, da beleza e da justiça só podem ser compreendidas através de uma jornada filosófica. Obra
mais conhecida: Os Diálogos de Platão (incluindo A República). Platão fundou a Academia (protótipo
da universidade) em Atenas. Seus diálogos envolvendo seu professor Sócrates abrangeram a maior
parte do que sabemos sobre a filosofia de Sócrates, por isso fica difícil separar as idéias dos dois.
Platão é considerado o fundador do estudo e do discurso filosófico como ainda praticado hoje.”
Da obra do Irmão Theobaldo Varoli Filho, extraio as seguintes considerações sobre
Platão:
“Contudo, Platão deixou algo para a Maçonaria, que é a síntese de que há de melhor das lições de
todos os sábios. Quanto à ética individual, o mestre ensinou a consideração pelas idéias e,
principalmente, pelas idéias do Bem. A seu ver, deveria o sábio desligar-se do corpóreo e sensível e
aprimorar as tendências superiores. Essa ética platônica se consubstanciava no quaternário Sabedoria,
Fortaleza, Temperança e Justiça.”
No “Dicionário de Maçonaria” do Irmão Joaquim Gervásio de Figueiredo, no verbete
PLATÃO consta:
‘(...) Tão vivo foi e continua a ser o seu pensamento, que os antigos o cognominaram ‘o divino Platão’,
e modernos pensadores ocidentais ainda o consideram ‘o pai da filosofia’. Nos ensinos ministrados no
grau de Companheiro (2º), da Maçonaria Simbólica, se reflete muito da filosofia platônica.”
ARISTÓTELES
Sobre Aristóteles, utilizamo-nos mais uma vez do Irmão João Ivo Girardi, em sua série de
biografias sucintas:
“Aristóteles (384-322 a.C.). Filósofo grego, cientista e naturalista. Temas: lógica, metafísica, ética.
Refrão: O meio-termo (evitar extremos em ideais e comportamento). Obras mais conhecidas:
Metafísica, Ética a Nicômaco. Quando estudava na Academia de Platão, a principal preocupação de
Aristóteles era o conhecimento, obtido por meio da observação de fenômenos naturais. Ele gostava de
classificar as coisas (chegou a escrever um livro chamado Categorias). Praticamente inventou a lógica
e foi pioneiro em várias ciências. Foi tutor de Alexandre Magno. Por quase dois milênios, Aristóteles foi
conhecido como O Filósofo.” ]
O Irmão Antônio Nami, autor do livro “Maçonaria de A a Z”, incluiu nessa sua obra, o
verbete ARISTOTELISMO, que em seu bojo guarda muitos assuntos de interesse e objeto de estudos
dos Maçons. O termo possui o seguinte significado:
“Grupo de doutrinas de Aristóteles, filósofo grego, e de seus seguidores. São temas centrais do
Aristotelismo a teoria da abstração e do silogismo, os conceitos ato e potência, forma e matéria e
substância e acidente; doutrinas todas que serviram à criação da lógica formal e da ética e que
exerceram, e ainda exercem enorme influência no pensamento ocidental.”
PÓS-SOCRÁTICOS ou FILOSOFIA PÓS-SOCRÁTICA (320 a.C. até o início da Era Cristã)
Esta época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã.
Preponderou o interesse pela física e pela ética. Nesse período temos as doutrinas: Ceticismo, a qual
no pensamento dos seus filósofos, a dúvida deveria estar sempre presente, pois o ser humano não tem
como conhecer nada de forma exata e segura. O filósofo de destaque é Pirro de Élida. O Epicurismo
ou Hedonismo: os filósofos defendiam a idéia de que o bem era originário da virtude. O filósofo de
destaque é Epicuro. Estoicismo: a razão era defendida ao extremo. A emoção, o prazer e o sofrimento
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deveriam ser deixados de lado. Sobre o estoicismo veremos um pouco mais, dado ao interesse e
estudo do mesmo pelos maçons.O filósofo de destaque é Zenão de Cítio.
O ESTOICISMO
Evidentemente o estoicismo merece um tratamento especial, ou bem mais do que
algumas simples linhas. Conforme o nosso Irmão Raimundo Rodrigues em sua obra “Sutilezas da Arte
Real”, os estóicos eram uma corrente filosófica da Grécia que são muito estudados pelos Maçons.
Vejamos o seguinte trecho, que pertence ao capítulo intitulado “A Filosofia dos Estóicos e a Arte Real”:
“O estoicismo surgiu no período helenístico que é o grande movimento filosófico depois do período présocrático que alguns críticos denominam de pós-aristotélico. Além do estoicismo, surgiram nessa
época o epicurismo, o ceticismo e o ecletismo. É de ver-se que o ramo filosófico criado por Zenão de
Citim, foi uma Escola de grande influência e que conseguiu atravessar alguns séculos, talvez porque
apresente uma gama de originalidades que surpreende a quem se resolva estudá-lo em profundidade.
Nota-se desde logo, que a ética maçônica tem muito a ver com o estoicismo que, na essência, esposa
o racionalismo ético. Assim como o estoicismo, a Maçonaria grita a seus membros que não se deixem
dominar por paixão alguma. Aliás, a grande similitude existente entre a filosofia estóica e a doutrina
maçônica reside na oferta de normas claras de comportamento. E tem mais: além de ser uma doutrina
essencialmente moral, o estoicismo contém importantes ensinamentos sobre a estrutura dos cosmos e
sobre o conhecimento humano, o que também é de grande interesse da Arte real. (...) Pode-se hoje,
estudar o estoicismo sob vários ângulos porque, apesar de terem chegado até nós poucos fragmentos
dos escritos de Zenão, temos as obras completas dos maiores seguidores dos estóicos, como Epicteto,
Sêneca e Marco Aurélio. Às vezes os estóicos se afastam tanto de Platão quanto de Aristóteles. Eles
têm uma visão bem deles (poderíamos até dizer – maçônica) sobre o sentimento, a emoção e a paixão.
A nós nos parece que a maçonaria buscou no estoicismo os ensinamentos que nos fornece sobre eles.
Vejamos: o estoicismo nos ensina que o sentimento é a emoção racionalizada. Já a emoção é o tônus
vital do psicossomático, enquanto que a paixão é o domínio bruto do sentimento e que, muitas vezes,
nos leva ao fanatismo. É esta, exatamente esta, a doutrina maçônica.”
E do “Vade-Mécum Maçônico” do Irmão João Ivo Girardi, com o objetivo de ilustrar
melhor a utilização que a Maçonaria faz da filosofia estóica, reproduzo o seguinte trecho pertencente
ao verbete ESTOICISMO:
“7. A Maçonaria vale-se da ética dos estóicos quando vê na virtude o único bem da vida. Viver de
acordo com a virtude significa viver conforme a natureza, que se identifica com a razão, no sentido
cósmico universal. O lado patológico da realidade humana é constituído quando são desprezados os
afetos e as inclinações, constituindo a virtude, na liberdade, na igualdade e na fraternidade. Sendo a
virtude um dos únicos bens, o vício e a ignorância são o mal, e a noção do dever, de viver segundo a
razão, significa o senso de responsabilidade, cujo conjunto forma a sua ética.”
Ainda, do clássico “História da Filosofia”, de Gonzague Truc, retiro as seguintes
passagens:
“É no domínio da moral que a doutrina se expande e assume toda a sua amplidão. (...) Em face do
dever não pode haver transigência, como não pode haver abstenção. (...) A grande máxima será: ‘Viver
em conformidade com a natureza’ (entenda-se: ‘Viver em conformidade com a razão.’)”
COMENTÁRIOS:
De maneira evidente, os estóicos e a sua moral, que para uns chega a ser definida como
uma das mais elevadas, e ao mesmo tempo, uma das mais absurdas, faz com que detectemos uma
certa infantilidade no seu “viver segundo a razão”, pois, entendemos também que a razão não pode
legislar tudo, e além do mais, não se pode lidar com nosso sentimento na base do ON/OFF. Os anelos
que a escola estóica idealizou, no entanto, acabaram sendo cumpridos pela moral cristã,
consubstanciados em pureza e desprendimento.
CONCLUSÃO
Para o leitor que até aqui pacientemente acompanhou essa série de trabalhos, todos
relacionados com aquelas áreas em que a cultura grega muito se destacou, aliás, não haveria nem
como tentar estipular a dimensão disso tudo em termos de benefícios para o progresso da
humanidade, e para o desenvolvimento intelectual do homem, fica mais uma vez uma amostra, dessa
vez, a grega, dentre tantas outras, desde as tradições orientais, a hermética, a cabalística, a bíblica, a
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dos construtores de catedrais, enfim, que convergem para esse rico universo que é o da Maçonaria.
Vou recair naquela “ladainha” se assim alguém achar por bem entender, mas, não custa nada dizer
que há muito mais esperando para quem tem a curiosidade de saber, a vontade de buscar
incessantemente a verdade, ou para aquele que trabalha constantemente a sua pedra bruta e que a
exemplo de Sócrates, Platão, Aristóteles e tantos outros gregos maravilhosos, e aqui uma ênfase para
os estóicos, que pensaram e trabalharam sobre as Virtudes, busca com supremo afinco a sua pedra
filosofal, porque, antes de tudo, acredita que ela pode ser encontrada. Este é o Maçom, um eterno
buscador. Então, usando do que já pode ser considerado um chavão, assumo o risco, mas, vou dizer
também que a totalidade desses trabalhos não tem a pretensão de ser definitivos, já que há muitos
outros desdobramentos que possam ser trabalhados. Com uma gama tão grande de filósofos, e
estamos falando da Grécia antiga, escolhemos alguns, que como dissemos tem seus conceitos, suas
doutrinas, suas idéias mais aproveitadas, e em conformidade com a nossa doutrina, o que não quer
dizer que outros também não sejam importantes e que não mereçam ser lidos. Eu sou daqueles que
comungam da idéia de que para o Maçom a leitura da Filosofia, e aqui numa referência à Filosofia e
aos filósofos de todas as épocas, para o Maçom, é leitura fundamental.
O Irmão João Ivo Girardi inaugurou seu texto “Filósofos a.C.” com esse parágrafo que se
adapta perfeitamente, e que agora escolho com o propósito de utilizá-lo nestefechamento:
“A Maçonaria sempre encontrou franca correspondência com os filósofos, pois ambos condenam todo
e qualquer dogmatismo e cada membro tem o direito de formar seus próprios conceitos sobre a
Divindade, como princípio de tolerância. Também a doutrina moral dos maçons, que se baseia no
maior aperfeiçoamento do ser humano durante a existência terrena encontra em muitos filósofos, uma
base segura de seus conceitos e práticas.”
Essa base, conforme pudemos constatar ao longo do trabalho que ora finda, tem
muitos filósofos da Grécia antiga.
Consultas Bibliográficas:
Internet:
JB NEWS, nº 1.767, de 2 de agosto de 2015. “Filósofos _ a. C.” – Trabalho de autoria do Irmão João Ivo Girardi
“Os Primeiros Filósofos e a Busca do Princípio de Todas as Coisas” postado por Elaine Barbosa – Disponível em:
parquedaciencia.blogspot.com.br
“Pré-Socráticos” – Disponível em: https.//pt.wikipedia.org/wiki/Pré-socráticos
“Conceitos Diversos: Pólis” – disponível em: WWW.Ceap.br/material/
“Pólis” - disponível em: WWW.dicionarioinformal.com.br/pólis/
Revistas:
CULT, nº 204, Agosto de 2015. “Os Gregos Não Inventaram a Filosofia” Artigo de Renato Noguera
FILOSOFIA ESPECIAL GRÉCIA, Ano I, nº 1. “Investigação da Existência” – Artigo de Joel Gracioso - Editora
Escala
Livros:
BURNS, Edward McNall. “Civilizaciones de Occidente” – Tomo 1 - Ediciones Siglo Veinte - 14ª Edicion –
Buenos Aires, Argentina – 1983
FIGUEIREDO, Joaquim, Gervásio de. “Dicionário de Fiklosofia” – Editora Pensamento
GIRARDI, João Ivo. “Do Meio-Dia à Meia-Noite – Vade-Mécum Maçônico” – Nova Letra Gráfica e Editora
Ltda. 2ª Edição – 2008
NAMI, Antônio. “Maçonaria de A a Z” – Madras Editora Ltda. 2013
O PRUMO 1970-2010 COLETÂNEA DE ARTIGOS - GRAU 3 - MESTRE - VOLUME 1- “a Incidência
Filosófica nos Graus Simbólicos” – Trabalho do Irmão Raimundo Rodrigues de Albuquerque
PEQUENO DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO KOOGAN LAROUSSE – Editora Larousse do Brasil - 1980
RODRIGUES, Raimundo. “A Maçonaria e o Hábito da Virtude” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. - 1ª Edição
– 2004
RODRIGUES, Raimundo. “Templo de Salomão” – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1ª Edição - 2005
RODRIGUES, Raimundo. “A Filosofia da Maçonaria Simbólica” –Volume 4 – Editora Maçônica “A Trolha”
Ltda. – 1ª Edição – 2007
RODRIGUES, Raimundo. “Sutilezas da Arte Real” - Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. – 1ª Edição – 2003
TRUC, Gonzague. “História da Filosofia” – Editora Globo – 1ª Edição – 2ª Impressão – 1968
VAROLI FILHO, Theobaldo. “Curso de Maçonaria Simbólica” – 1º Tomo (Aprendiz) 2ª Edição – Editora A
Gazeta Maçônica S.A. 1977
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5 – Maçonaria e Procedimentos Mágicos
Hercule Spoladore
O Ir Hercule Spoladore –
Médico, escritor, pesquisador, palestrante e
Livre pensador, é da
Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil”-
Londrina – PR – escreve aos domingos
[email protected]
Maçonaria e Procedimentos Mágicos
Segundo os dicionários, a Magia é uma arte ou ciência oculta que pretende produzir por
meio de certos procedimentos, atos e palavras e por interferência dos espíritos, gênios e
demônios, efeitos e fenômenos raros, estranhos e anormais contrários às leis naturais. Há
quem a divida em Magia Branca que seria a arte de se obter efeitos maravilhosos e
extraordinários na aparência, mas que na realidade são causados por causas naturais, e Magia
Negra através da qual certas pessoas se dizem ser possuídas de poderes de ter a capacidade
de conseguir produzir efeitos sobrenaturais pela intervenção dos espíritos e sobretudo dos
demônios.
A Magia é considerada pela Sociologia como se opondo à Religião. As forças superiores
na religião são consideradas como tal e não podem ser mudadas. Na Religião a divindade é
liberta de qualquer limitação, já na Magia a divindade está vinculada às ordens de uma rede
que intercala todas as coisas.
Em verdade até a presente data, uma grande parte dos Maçons brasileiros não quer
entender que a principal finalidade da Maçonaria é tão somente político social e de auto
aprimoramento espiritual e, que somos construtores sociais praticando o culto ao Grande
Arquiteto do Universo, o amor à humanidade, trabalhando para que tenhamos no futuro uma
sociedade humana com paz, justiça e fraternidade. Não temos como fugir deste destino
Querer ainda em nosso século misturar os conceitos, como aconteceu no Século das
Luzes, e que também foi o século em que houve o maior culto de misticismos e mistificações,
de magia, da teurgia em sua versão mais sombria, a goécia, ou do ocultismo, não há mais
razão de ser, pois muitas dúvidas tanto na religião como na ciência foram totalmente sanadas,
pelo menos sabe-se hoje o que é ciência, o que é religião e o que é ateísmo.
. Fenômenos tidos e havidos como sobrenaturais, hoje têm explicações científicas e
simples. Comentaremos as tendências que tomaram conta de uma parte da Maçonaria daquela
época. Diga-se a bem da verdade, que existia a Maçonaria Tradicional, que era predominante,
que era constituída pela maioria das Lojas, procurando ser a mais ética e pura possível
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especialmente na Inglaterra, país este, que não permitiu por tradição, que a Ordem fosse
eivada, contaminada, denegrida por práticas outras que não fossem as puramente maçônicas.
Entretanto, espertalhões, charlatães para uns e magos ou sábios para outros, usaram o
mais que puderam nossa Ordem na França, Alemanha e outros países europeus. Eles,
deixaram como herança o seu legado no Brasil, onde mais de dois séculos após, ainda
proliferam suas influências. Torna-se muito difícil e complexo traçar um referencial do maçom
brasileiro, já que o sincretismo intelectual e religioso no país distorceu princípios, misturou
conceitos, confundiu as mentes considerando-se que o maçom neste país, lê pouco, sendo
portanto, pouco versado nas coisas da Ordem, ainda não se encontrou, não se identificou com
a essência maçônica.
Supersticioso, mal orientado nas suas lojas, onde as instruções são falhas, com uma
incrível tendência para crer no sobrenatural e vivendo no maior país católico-espírita do mundo,
sem saber que não se pode ser católico e espírita ao mesmo tempo, porque uma das religiões,
a católica não admite em hipótese alguma o contato com os espíritos dos mortos, por uma
questão dogmática, isto sem mencionar outras religiões com suas crenças, descrenças e
rejeições.
Em conseqüência destas situações acontece que até hoje existe um número muito maior
do que imaginamos de maçons que são mistificadores, que querem impingir um esoterismo no
qual crêem, as vezes até sinceramente, porem mal orientados, aos demais Irmãos, dentro das
próprias lojas esquecendo-se que como afirmamos anteriormente a Maçonaria tem hoje uma
função político social muito mais evidente que estas práticas citadas, alem é lógico, do
encaminhamento do maçom para seu auto aperfeiçoamento.
A Maçonaria não impede quem quer que seja de ter suas próprias concepções, só que
dada a sua função social e eclética os trabalhos em loja são alheios a tais práticas referidas.
Não podemos negar que a Maçonaria tenha sua parte mística, quer pela sua essência
doutrinária quer pela sua integração com GADU, assim como as religiões que crêem em Deus.
A Mística como sabemos é o estudo das coisas divinas ou espirituais, porem mistificação é
uma burla, um engodo.
Os magos do século XVIII que usaram a Maçonaria para as suas experiências,
fundaram lojas, criaram ritos mágicos praticaram e abusaram da teurgia que como sabemos
que é um tipo de magia que consiste em estabelecer contato com espíritos celestes, e desta
forma praticar milagres, curas, predições, invocaram fantasmas, enfim, ajudaram muito a
antimaçonaria a nos confundir com as religiões diabólicas, nos taxando de praticantes da
Magia Negra, missas negras, montadores de bodes e outros tantos epítetos que não
merecemos.
Esta é a triste herança que os personagens que descreveremos nos deixaram.
A teurgia então praticada em muitas lojas, sempre lembrando aos Irmãos que não
representavam a Maçonaria Tradicional, era caracterizada por procedimentos mágicos, que
consistiam de cultos de expiação, culto operatório contra demônios, culto contra a guerra, culto
contra o inimigo da Lei Divina, culto para obter a descida do Espírito Divino. Ao mesmo tempo
praticavam uma magia cultural onde usavam o círculo mágico, as luminárias pelas velas de
cera, focos luminosos decorativos e efígies que condensavam presenças invisíveis. A parte
ativa e prática desta teurgia consistia em exorcismos purificadores da Terra, “passes” que
traziam potências celestes, e nesta hora havia o chamado choque da “Coisa.” Estas práticas
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eram baseadas na Doutrina da Reintegração, onde se pedia proteção aos Superiores da
Humanidade sobre as entidades extra-humanas que povoam o mundo do Além. Entende-se
por círculo mágico como uma pratica, onde o mago traça-o real ou ficticiamente com sua vara
ou com carvão ou água benta e tem por finalidade isolar proteger o operador, pois entes maus
não poderão franquear esta fortaleza, exceto o demônio convidado que ficará à disposição do
mago.
Missa Negra é uma pratica usada em religiões que reverenciam ao Demônio, que
consiste na imitação de uma missa católica, celebrada sobre os rins e depois sobre o ventre de
uma mulher nua que serve de altar. Os ornamentos são todos negros.
Entretanto, também não deveremos esquecer que fatores conjunturais, religiosos,
ideológicos, políticos, morais, guerras e mesmo a Razão que começou a ser cultuada naquele
século, tinham outros valores naquela época, que talvez não possamos avalia-los plenamente
em função dos nossos valores atuais, e também não esqueçamos que o século XVIII foi uma
época de total devassidão intelectual e religiosa de tal forma que o ocultismo parecia ser para
eles, naquele momento da história, um remédio salvador. Ressalte-se que, os magos que eram
perseguidos na maioria dos países, encontraram guarida no seio de certas lojas da Ordem que
os albergou, a qual alem do seu já nascente espírito democrático era considerada e aceita na
época como uma honorável sociedade pela maioria dos países europeus onde ela tinha as
portas abertas e era até um modismo ser franco-maçom. A Maçonaria era um refúgio ideal para
os magos.
Evidentemente a Humanidade, em nome do Iluminismo que libertou o pensamento
humano que até então vivia sob os grilhões da Igreja, cometeu muitos erros pois estava
passando por crises, isto é, por mudanças incríveis e extraordinárias, sendo este século um
verdadeiro cadinho, um imenso laboratório psíquico onde as ideias boas e más de todos os
matizes explodiram como se fosse uma libertação expansiva da mente do Homem. Mas, ao
lado dos erros procurou o caminho correto e a Ciência através dos Homens bem intencionados
têm muito a ver com isto, pois foi se mostrando aos poucos o que era natural e científico e que
era fantasioso e mentiroso
.
A própria Maçonaria procurou suas melhores opções, tanto é verdade que ela
sobreviveu apesar dos magos, charlatães, inventores e aproveitadores. Exemplo de coerência
nos deu a Maçonaria da Alemanha quando o “Rito da Estrita Observância” que praticava este
tipo de ocultismo começou a perder terreno exatamente depois da Convenção de Wilhelmsbad
realizada em Hamburgo em 1782 e que foi decidido que se restauraria a verdadeira e antiga
Maçonaria, exatamente como foi trazida pelos seus antecessores, e que se pesquisaria tão
somente a Verdade. Que se deveria melhorar a harmonia entre os Irmãos, e que trabalhariam
nos três primeiros graus de acordo com o antigo Ritual do Rito Escocês até que os rituais
organizados pela Convenção Geral fossem redigidos e editados. Não resta a menor dúvida,
que esta medida deu um ultimato ao festival de graus superiores que grassava por toda
Alemanha, bem como na atuação dos magos. que infestavam suas lojas. Esta decisão permitiu
que fosse iniciado um movimento restaurador da verdadeira Maçonaria. E entre Irmãos que
almejavam esta limpeza na Ordem estava Friedrich Ludwig SCHRÖDER( não confundi-lo com
os dois outros SCHRÖDER que também eram Maçons, porem, magos) aproveitou para
organizar um Ritual que sem dúvida nenhuma é um dos mais puros e expurgado de enxertos,
do mundo, ou seja, o Ritual de SCHRÖDER ou Ritual Alemão.
Apesar de tudo, belo, inquietante, estranho e mágico século foi o XVIII, não podemos
negar. Era a mente do Homem se libertando por completo dos grilhões religiosos de dezoito
séculos. Ele tinha direito de experimentar todos os caminhos até achar pela Razão, o
Verdadeiro.
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6 – Destaques JB
Resenha Final
Lojas Aniversariantes de Santa Catarina
Mês de Julho
(as letras em vermelho significam que a Loja completou
ou está completando aniversário)
GOSC
https://www.gosc.org.br
agosto
Data
02/08/1989
09/08/2003
10/08/2002
14/08/1985
16/08/2005
19/08/1995
20/08/2011
21/08/2002
26/08/2002
Nome da Loja
Oriente
Fraternidade Imaruiense
Templários da Boa Ordem
Energia das Águas
Justiça E Liberdade
José Abelardo Lunardelli
Brusque Deutsche Loge
Triângulo Talhadores da Pedra
Harmonia do Continente
Templários da Arca Sagrada
Imaruí
Jaguaruna
Gravatal
Joinville
São José
Brusque
Itá
Florianópolis
Blumenau
http://www.mrglsc.org.br
agosto
Data
08.08.1997
13.08.1986
13.08.1993
15.08.1946
16.08.1999
17.08.1999
18.08.2011
20.08.1985
30.08.1978
30.08.1991
31.08.1982
Nome
Fraternidade das Termas nr. 68
Harmonia nr. 42
Albert Mackey nr. 56
Presidente Roosevelt nr. 2
Caminhos da Verdade nr. 92
Ambrósio Peters nr. 74
Fraternidade Itapema nr. 104
Eduardo Teixeira nr. 41
Obreiros de Jaraguá do Sul nr. 23
Sentinela do Vale nr. 54
Solidariedade nr. 28
Oriente
Palmitos
Itajaí
Tubarão
Criciúma
Gaspar
Florianópolis
Itapema
Camboriú
Jaraguá do Sul
Braço do Norte
Florianópolis
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GOB/SC -
http://www.gob-sc.org.br/gobsc
agosto
Data
06.08.05
06.08.05
07.08.99
10.08.10
12.08.96
16.08.05
18.08.07
20.08.94
20.08.94
20.08.00
20.08.00
20.08.04
22.08.96
26.08.02
29.08.97
Loja
Oriente
Arquitetos Da Paz - 3698
Delta Brasileiro - 3691
União Do Sul - 3260
Colunas De Jaraguá - 4081
Perseverança E Fidelidade - 2968
Novo Horizonte - 4185
Cavaleiros Do Contestado - 3878
Vale Do Tijucas - 2817
Luz Do Sinai - 2845
Estrela De Herval - 3334
União Das Termas - 3335
Fraternidade Jaraguaense - 3620
Campeche -2998
União Navegantina - 3460
Horizonte De Luz - 3085
Blumenau
Florianópolis
Criciúma
Jaraguá do Sul
Araranguá
Camboriú
Canoinhas
Tijucas
Joinville
Joaçaba
Sto. Amaro da Imperatriz
Jaraguá do Sul
Florianópolis
Navegantes
Xanxerê
Doçura
''Doçura é a maestria dos sentidos. Olhos que vêem o fundo das
coisas, ouvindo que escutam o coração das coisas, voz que só
expressa a essência das coisas. Doçura é o resultado de uma
longa jornada interior ao âmago da vida e a habilidade de lá
descansar e assistir. O que é realmente doce nunca pode ser
vítima do tempo, porque doçura é a qualidade da pessoa cuja
vida tocou a eternidade.''
José Aparecido dos Santos
TIM: 044-9846-3552
E-mail: [email protected]
Visite nosso site: www.ourolux.com.br
"Tudo o que somos é o resultado dos nossos pensamentos".
O Tempo passa, o tempo voa
Acredite: Já estamos no 235º dia do ano.
Faltam 130 para terminar 2015!
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Loja 7 de Setembro nr. 7 – Rio Branco - AC
Templo próprio da minha Loja Mãe, 7 de Setembro nr. 7, de Rio Branco, que neste 23 de
agosto completa mais uma data natalícia de existência. (foto JB News)
Loja “Estrela da Serrinha Nº 2.033”
Subordinada ao Grande Oriente do Estado de Goiás
Federada ao Grande Oriente do Brasil
Fundada em 06.08.1978 - Sessões as Terças Feiras as 20:00 h
Rua Armogaste José da Silveira n.º 250 - Setor Mal. Rondon
74.560-900 – Goiânia – GO.
Durante o mês de setembro, a Loja "Estrela da Serrinha nº 2.033", ao Oriente de Goiânia
estará realizando um Ciclo de Palestras conforme os temas abaixo:
Dia 1o - "O Conceito Maçônico de Fraternidade", com Joaquim Tomé, membro da Loja
"Luz e Saber", de Goiânia;
Dia 8 - "O Conceito Maçônico de Liberdade", com Joneval Gomes de Carvalho, da Loja
"Liberdade e União", de Goiânia;
Dia 15 - "O Conceito Maçônico de Igualdade", com Adailton Soares da Silva, da própria
"Estrela da Serrinha";
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Di8a 29 - "Qual a finalidade da Maçonaria nos dias atuais", com Hélio Moreira, da Loja
"Asilo da Acácia", também de Goiânia.
Em anexo, segue toda nossa programação para o presente semestre.
Contamos com a presença dos Irmãos.
Fraternalmente,
Wenceslau Gomes Carrijo
Venerável Mestre
SETEMBRO
DIA
01
08
15(+)
22
29
GRAU
Aprendiz
Aprendiz
Mestre
Aprendiz
Aprendiz
RESPONSÁVEL
Joaquim Tomé
Joneval
Adailton
Aberto
Hélio Moreira
TEMA SUGERIDO
O conceito maçônico de Fraternidade
O conceito maçônico de Liberdade
O conceito maçônico de Igualdade
Qual a finalidade da Maçonaria nos dias atuais
Loja Professor Mâncio da Costa - Florianópolis
A Loja Professor Mâncio Costa nr. 1977, anunciando que na segunda-feira, dia 24 realizará
palestra com o Ir Alexandre Dietrich, que falará sobre a “Simbologia Maçônica Na Ópera “A
Flauta Mágica” De W. A. Mozart”.
O Ir.’. Alexandre Dietrich é Bacharel em Música - Piano, formado pela UDESC. Já apresentou-se
emvárias plateias do Brasil e do Exterior, incluindo-se as de Bordeaux, Paris, Madri, Bruxelas,
Lisboa, Hamburgo, Houston, entre outras.
Nesta palestra, especificamente o Ir.’. Alexandre vai nos falar sobre o Ir.’. Mozart e seu trabalho
maçônico na música.
A Sessão será no Templo da FAR na Trindade com início às 20h00, em Grau de Aprendiz
Maçom.
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Dia do Maçom na Câmara Municipal de Santos - SP
Sessão Solene em Comemoração ao Dia do Maçom na Câmara de Santos, SP
Em 21 de agosto, foi comemorado o Dia do Maçom em Sessão Solene realizada no Plenário Dr.
Oswaldo de Rosis da Câmara Municipal de Santos.
A comemoração em questão foi gerada pela Lei Municipal nº 751, de 3 de julho de 1991. Telma
de Souza, Prefeita Municipal de Santos. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou em sessão
realizada em 24 de junho de 1991 e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei nº 751: Art. 1º Fica
instituído o Dia do Maçom, a ser comemorado anualmente, no Município de Santos, no dia 20 de
agosto. Art. 2º A Câmara Municipal realizará na Sala Princesa Isabel, na mesma data, sessão
solene alusiva ao Dia do Maçom. Art. 4º Esta lei entra em vigor na data da publicação, revogadas
as disposições em contrário. Registre-se e publique-se. Telma de Souza. Prefeita Municipal.
Presidida pelo Vereador Marcelo Del Bosco, a Sessão contou com a presença, entre outros, dos
seguintes Irmãos: Bruno Orlandi, representando o Prefeito de Santos; José Lascane, Vereador,
autor da Lei nº 751; José Luiz Vergilio de Carvalho, Presidente do Conselho Geral da Coligação
das Lojas Maçônicas; João José Viana, Assessor Especial, representando o Grão-Mestre Geral do
Grande Oriente do Brasil; Sérgio Luiz Pereira Soares, Coordenador Geral da 3ª Macrorregião do
Grande Oriente de São Paulo, representando o Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo;
Henrique Gomes Branco, Coordenador Regional das Lojas de Santos; José Roberto Mota,
Assessor do Grão-Mestre do Grande Oriente de São Paulo; Manoel Barros Neto, representando o
Grão-Mestre da Grande Loja do Estado de São Paulo; Cleber Leo Bortolamasi, Editor da Revista
3ª Macrorregião; e Fernando Belém de Carvalho, representando a Secretaria de Comunicação e
Imprensa do Grande Oriente de São Paulo. Também presente o Cel. PM Ricardo Ferreira de Jesus,
Comandante do Policiamento da Baixada Santista e Vale do Ribeira.
O Irmão José Lascane, em síntese, esclareceu os motivos da Lei nº 751 e sintetizou a história da
Maçonaria no Brasil, enaltecendo seus principais feitos. Na sequencia, o Irmão Lascane
homenageou a Coligação das Lojas Maçônicas entregando placa ao Irmão José Luiz Vergilio de
Carvalho, Presidente do Conselho Geral. Finalizando a Sessão, o Irmão Vergilio agradeceu a
homenagem e efetuou pronunciamento a respeito da origem histórica do 20 de agosto.
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Expedição Maçônica a Portugal/Novembro-2011
Coordenada pelo nosso querido Ir Paulo Queiroga
Reunião dos Irmãos no Hotel antes da reunião na Grande Loja Regular de Portugal
Foto oficial e histórica dos Irmãos Brasileiros com os Irmãos Lusitanos, após Sessão Ritualística
do Rito Escocês Retificado, em Lisboa. (12.11.2011 - fotos JB News)
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1 –Yarmouk, o terreno baldio que resume a guerra na Síria:
http://edition.cnn.com/2015/08/13/middleeast/syria-yarmouk-front-line/index.html
2 – Guarde este TESOURO para sempre!
http://www.thinglink.com/scene/356894836550270976
3 –Bem lá do fundo do baú do tempo
https://www.youtube.com/watch?v=zUcD1OY9YRA
4 – Brasil de noite:
BRASIL de noite.pps
5 – Abertura do cofre de Sadan Hussein:
Abertura do cofre de Sadan Hussein.pps
6 – Fotos e História:
Fotos e História.pps
7 - Filme do dia: “O Grande Ditador” - (Começando hoje o Festival Charlie – legendado)
SINÒPSE: Em meio a Segunda Grande Guerra Mundial, judeus estavam sendo esmagados
pelo preconceito alemão. Chaplin, genialmente, interpreta os dois protagonistas da história:
o ditador Adenoid Hynkel (em clara referência a Hitler) e o barbeiro Judeu. Irônico e
atrevido, este filme lhe causou sua expulsão dos Estados Unidos, mas criou também uma
obra-prima única com uma das melhores mensagens anti-guerra já transmitidas ao homem.
https://www.youtube.com/watch?v=ePW-lBbJ4l8
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O Irmão e poeta Sinval Santos
da Silveira *
escreve aos domingos no
“Fechando a Cortina”
Cinelândia, Rio de Janeiro, idos de 1980.
Porteiro de uma casa noturna, Daniel
conhecia todo o elenco de uma importante companhia
de "teatro de revista".
Um verdadeiro espetáculo, que se repetia todas as
noites, e em cartaz durante mais de um ano.
Dançarinos, músicos e atores de alto nível.
Mulheres lindas, como o espetáculo exigia !
Zélia, fazia parte do elenco, e sua beleza enlouqueceu
Daniel.
Homem correto, trabalhador, dedicado ao seu modesto
emprego, e morador da comunidade da Rocinha...
Trocavam olhares, na entrada e na saída do Teatro.
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Ambos pareciam não ter coragem de tomar a iniciativa
de um namoro.
Certa noite, ao fechar a cortina, para apresentação do
último ato, a encantadora Zélia apresentou-se ao
público, e fez um breve relato sobre a sua admiração
pelo porteiro Daniel, pedindo-lhe em namoro.
O felizardo estava sentado à uma das mesas.
Ao ouvir o pedido da sua musa, desmaiou !
Só acordou com a intensa manifestação do público
que, de pé, aplaudiu o casal por uns três minutos.
Daniel foi contratado pela mesma empresa, em que
Zélia trabalhava, como contador de histórias de favela.
Passou a ser a atração principal, para orgulho daquela
atriz, com quem casou !
Veja mais poemas do autor, Clicando no
http://poesiasinval.blogspot.com
* Sinval Santos da Silveira -
seu BLOG:
MI da Loja Alferes Tiradentes nr. 20 - Florianópolis
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