FEUDALISMO
INTRODUÇÃO
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Nos séculos IV e V um forte movimento migratório
invadiu o enfraquecido Império Romano.
Os “invasores” eram os bárbaros. Povos de várias etnias,
mas principalmente germânicos e eslavos.
A origem do termo bárbaro vem de “gago”, “balbuciante”
empregado pelos gregos para designar pessoas não
gregas, “inferiores”.
A fusão desse povo com os habitantes do Império
Romano em crise fez surgir uma nova sociedade: a
sociedade feudal.
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IDADE DAS TREVAS?
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A Idade Média durou mil anos, do século V ao XV (de 476
a 1.453).
No ano de 476 foi deposto o último imperador romano,
Rômulo Augusto. O ano de 1453 houve a tomada de
Constantinopla pelos turcos.
Durante muito tempo a Idade Média chamou-se Idade das
Trevas, mas sabemos que muitas coisas foram criadas
nessa época.
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PERIODIZAÇÃO
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A Idade Média está dividida em Alta e Baixa Idade Média:
A Alta Idade Média foi do século V ao século X.
A Baixa Idade Média foi do século XI ao século XV.
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REINOS BÁRBAROS
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Alguns povos bárbaros conseguiram constituir impérios na
Europa em crise.
Merovíngio: iniciado com Meroveu, de origem franca, seu
principal imperador foi Clóvis.
Carolíngio: surgiu das ruínas do império Merovíngio, seu
principal imperador foi Carlos Mágno.
Ambos impérios aliaram-se à Igreja para se consolidar.
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VIDA INTELECTUAL
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A Igreja, através dos monges copistas, foi a grande
responsável pela preservação da cultura dos gregos
antigos.
É claro que a Igreja admirava e trabalhava para perpetuar
os valores daquela sociedade, defendendo sempre a
manutenção dos costumes medievais e punindo valores e
ideias que fizessem críticas sociais.
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VIDA INTELECTUAL
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O clero estava basicamente dividido em dois:
Clero secular: eram padres e bispos que viviam as
paróquias, em contato direto com os fiéis. Eram os
organizadores da vida social e econômica.
Clero regular: seguiam regras rigorosas e viviam isolados
em mosteiros. Eram as ordens religiosas.
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NASCE UMA NOVA CULTURA
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No início os romanos e os germânicos procuraram não se
misturar.
Entretanto, por volta do século VII, esse tipo de união
passou a ser incentivada.
Passou a ser dada total prioridade à procriação.
Principalmente de homens para formar mão-de-obra e
soldados. Uma lei franca dizia que quem matasse uma
mulher grávida, ou em idade de engravidar, pagaria uma
multa maior do que aquele que matasse uma mulher na
menopausa.
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NASCE UMA NOVA CULTURA
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As mulheres nasciam para o casamento e a procriação.
Entre os galo-romanos, o estupro de uma mulher livre era
punido com a morte do estuprador, uma vez que ninguém
mais iria querer constituir família com tal mulher e ela não
poderia mais cumprir sua “obrigação” social: ter filhos.
Em outras palavras, uma mulher estuprada (“corrompida”)
não tinha mais valor social.
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A EUROPA DOS FEUDOS
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Por conta das invasões bárbaras, a Europa acelerou o
processo de ruralização.
Os nobres, passaram a dar proteção aos camponeses em
troca de pagamento de impostos.
Feudo era uma porção de terra onde se produzia o
sustento, era sinônimo de benefício (benefícium).
Os senhores feudais eram os donos dos feudos.
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A EUROPA DOS FEUDOS
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Segundo Le Goff o feudalismo foi “um sistema de
organização econômica, social e política baseado nos
vínculos de homem a homem, no qual uma classe de
guerreiros especializados (os senhores), subordinados uns
aos outros por uma hierarquia de vínculos de
dependência, domina uma massa campesina que explora a
terra e lhes fornece com que viver”.
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A EUROPA DOS FEUDOS
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A principal riqueza do feudalismo era a terra, mas ela não
era vendida, era doada de um nobre à outro.
O suserano era o nobre que dava a terra.
O vassalo era o nobre que recebia a terra.
A principal exigência de um suserano ao vassalo era a
fidelidade.
Cada senhor feudal tinha total autonomia sobre seu feudo,
até mesmo os vassalos.
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A EUROPA DOS FEUDOS
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O rei era apenas o senhor feudal mais poderoso da
região.
Cada feudo era como se fosse um mini país.
O direito era consuetudinário.
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DIVISÃO DO FEUDO
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Manso senhorial: área cultivada pelo servo cuja
totalidade da produção seria entregue ao senhor.
Manso Servil: área dividida em lotes cultivados pelos
camponeses. Sobre a produção dessa área o
camponês pagava uma parte ao senhor.
Manso comum: área de bosques e baldias. Os
camponeses poderiam retirar lenha e os senhores
feudais usavam para caça.
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LAÇOS DE VASSALAGEM
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A vassalagem era baseada na reciprocidade.
Um feudo somente poderia ser doado a um nobre.
O feudo era auto-suficiente. Tudo era produzido dentro
dele.
Não havia excedente, portanto, quase não havia comércio.
O feudalismo era uma economia amonetária.
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HERANÇA GERMANO-ROMANA
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O feudalismo reuniu elementos do colonato e do
comitatus.
O colonato foi uma prática na crise romana, que
consistia uma propriedade auto-suficiente e de
subsistência.
O comitatus era uma prática germânica em que os
líderes guerreiros tinham um pacto de fidelidade.
O feudalismo foi a junção das duas práticas.
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CLASSES SOCIAIS
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A sociedade feudal era dividida em estamentos, classes
bem rígidas, intransponíveis.
Cavaleiros: eram nobres, donos ou não de terras. Sua
função na sociedade era guerrear.
Servos ou camponeses: formavam a maioria da
população. Não eram escravos, mas também não podiam
abandonar o feudo sem permissão do senhor. Viviam uma
vida rústica e precária. Trabalhavam para si e para os
senhores feudais.
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CLASSES SOCIAIS
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Clero: eram os membros da Igreja. Tinham a função de
orar pelos cristãos. Tinham, geralmente, uma vida de
fartura e prazeres. Eram responsáveis pela cultura e
tinham forte controle ideológico sobre os camponeses.
O clero também cuidava dos enfermos.
As mulheres eram submetidas aos homens. Alguns
padres chegavam a dizer que a mulher era a prova da
existência do demônio.
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IMPOSTOS FEUDAIS
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Corveia: trabalho do camponês alguns dias por semana
no manso senhorial.
Talha: entrega de parte da produção do manso servil ao
senhor feudal.
Banalidade: pagamento do camponês para usar
equipamentos do senhor feudal.
Mão-Morta: pagamento dos filhos do camponês morto
para continuar as terras.
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A ETERNA ORDEM FEUDAL
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Durante parte dos mil anos do feudalismo, as invasões
bárbaras causaram grande desarrumação.
De repente uma plantação era arruinada por uma
praga. Uma bonita casa era incendiada por um ataque
guerreiro. Os reis viviam com medo de ataques
bárbaros. Foi uma época de muita insegurança.
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A ETERNA ORDEM FEUDAL
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As pessoas viviam inseguras, perdidas e com muito
medo.
Novidade era sinônimo de coisa ruim (ataque
bárbaro, peste, colheita destruída).
As pessoas queriam segurança e por isso tinham medo
do que fosse diferente.
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A ETERNA ORDEM FEUDAL
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A Igreja parecia a única fortaleza invencível, que jamais
seria derrubada.
Naquele mundo tumultuado, as pessoas viam nela o
modelo a ser seguido: organizada, sólida, sempre a
mesma, jamais perturbada, eterna.
As pessoas achavam que a sociedade deveria ser como a
Igreja Católica.
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A ETERNA ORDEM FEUDAL
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As idéias boas eram as que já existiam há muito tempo,
as leis boas eram as tradicionais, as coisas só dariam
certo se fossem eternas.
Claro que a nobreza e o clero defendiam esse
pensamento, pois, a manutenção da sociedade
feudal garantia seus privilégios.
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AS COISAS COMEÇAM A MUDAR
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Aos poucos surgiram pequenas novidades.
Nos séculos X, XI e XII, as invasões bárbaras cessaramse.
A população começou a crescer.
A necessidade de produzir mais comida estimulou novas
invenções.
A rotação de campos foi apenas uma dessas invenções,
cujo resultado foi o aumento da produção.
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RENASCIMENTO COMERCIAL
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Claro que os nobres foram os mais beneficiados com o
aumento da produção, mas os camponeses também.
A conseqüência foi o crescimento população.
Alguns feudos começaram a produzir excedentes, que
passaram a ser trocados.
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RENASCIMENTO COMERCIAL
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Essas trocas passaram a ser cada vez mais intensas. Era o
renascimento do comércio.
Alguns camponeses deixavam os feudos para se tornarem
comerciantes.
Entretanto, muitos servos fracassaram e se tornaram
mendigos ou ladrões.
Com o comércio intenso ressurgiu o dinheiro como
mercadoria universal.
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CRESCIMENTO URBANO
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Os comerciantes se reuniam em clareiras de florestas ou
perto de um castelo para trocar mercadorias e idéias.
Esses encontros eram chamados de feiras.
Alguns comerciantes começaram a morar nos locais das
feiras, que viraram cidades, que eram muradas e
chamadas de burgos e seus habitantes chamados de
burgueses.
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SURGIMENTO DA BURGUESIA
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Os burgueses atuais são pessoas muito ricas: banqueiros,
grandes empresários, donos de fábricas, de lojas, de
fazendas, etc.
Na época feudal os burgueses eram pessoas livres, que
moravam nas cidades, eram comerciantes e tinham pouco
capital.
Com o passar dos anos os burgueses foram enriquecendo,
pois compravam barato e vendiam caro.
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SURGIMENTO DA BURGUESIA
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A riqueza do senhor feudal era a terra, que servia para lhe
dar prestígio e para que ele cobrasse impostos feudais.
A riqueza do burguês era (e ainda é) o capital, uma riqueza
que ele investia para conseguir lucros, objetivando aumentar
ainda mais seu capital.
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BURGUESES E ARTESÃOS
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Os burgueses ganhavam dinheiro às custas dos
artesãos: Compravam a matéria-prima, entregavam-na
aos artesãos, retiravam o produto acabado. Pagavam ao
artesão pelo trabalho e revendiam a mercadoria mais
cara.
Os artesãos ganhavam dinheiro às custas dos
aprendizes: jovens ex-servos iam para as cidades
trabalhar de graça como ajudantes dos artesãos, só para
aprender uma profissão.
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BURGUESES E ARTESÃOS
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No início os aprendizes poderiam virar mestres e explorar
seus aprendizes.
Com o desenvolvimento de máquinas e novas tecnologias,
havia a necessidade de muito capital para montar uma
oficina.
Os aprendizes viraram então jornaleiros e recebiam de
acordo com suas jornadas de trabalho.
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BURGUESES E ARTESÃOS
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Estavam surgindo duas classes: os burgueses e os
jornaleiros e aprendizes.
De um lado os donos do capital e do outro os donos da
força de trabalho.
Era o início do capitalismo.
Esse processo ocorreu lentamente.
Os artesãos organizaram-se em Corporações de Ofício e
os comerciantes em Ligas.
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BANQUEIROS
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Uma outra maneira de a burguesia aumentar seu capital era
por meio das atividades bancárias, ou seja, emprestando
dinheiro à juros.
Muitos comerciantes tornaram-se banqueiros bemsucedidos.
A terra estava deixando de se tornar a riqueza mais
importante.
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AS CRUZADAS
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Era muito comum na Europa Medieval, pessoas
peregrinarem até Jerusalém.
Os árabes nunca proibiram as visitas.
Mas a partir do séc. XI os europeus quiseram dominar a
Cidade Santa.
Organizaram expedições que se chamavam Cruzadas,
para tomar Jerusalém.
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AS CRUZADAS
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A Igreja queria expandir o cristianismo.
Os nobres queriam mais terras e riqueza.
Os pobres queriam melhorar suas vidas desgraçadas.
Os europeus proporcionaram grande devastação e crimes
com o objetivo de tomar a riqueza e a terras dos árabes.
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AS CRUZADAS E O COMÉRCIO
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As Cruzadas não atingiram seus objetivos.
Ódio e admiração. Esses eram os sentimentos dos
europeus aos árabes.
Os europeus trouxeram tapetes persas, pimenta, açúcar,
cravo e canela da Índia, porcelana chinesa, seda do Japão,
tecidos, perfumes exóticos, pérolas.
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AS CRUZADAS E O COMÉRCIO
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Despertou-se um comércio ativo entre europeus e
árabes.
O mar Mediterrâneo voltou a ser abarrotado por
navios cheios de mercadorias.
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A PESTE NEGRA
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Nos navios que voltavam do Oriente, vieram ratazanas e
nelas, pulgas.
Essas pulgas transmitiam a Peste Negra
Não sabiam a causa nem a cura da doença.
Ela dizimou mais de um terço da população européia.
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CRISE DO SÉCULO XIV
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A Peste Negra foi a causa da grande crise do
século XIV.
Fugindo da doença, as pessoas abandonavam
cidades e plantações.
Com a queda nas rendas, os senhores feudais
aumentaram a exploração sobre o servo.
Os camponeses fizeram muitas revoltas.
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RECUPERAÇÃO DA CRISE
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No século XV, as coisas melhoraram.
A economia tornou-se mais complexa.
O mundo da mercadoria estava se infiltrando em todas as
sociedades.
Comércio, dinheiro, cidades, capital, lucros, burguesia.
Estava surgindo uma nova maneira de produzir, organizar a
produção e trabalhar. Era o capitalismo.
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FIM
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