UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ESPECIALIZAÇÃO latu sensu PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE BOVINOS ESTRATÉGIAS DE MANEJO VISANDO A MELHORIA DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM REBANHOS DE CORTE ZEBUÍNOS Tiago Alves Ribeiro Paes Leme Caçu – GO Agosto 2008 2 Tiago Alves Ribeiro Paes Leme Estratégias de Manejo Visando a Melhoria da Eficiência Reprodutiva em Rebanhos de Corte Zebuínos Trabalho monográfico apresentado no curso de pós graduação em Produção e Reprodução de Bovinos, como requisito parcial para sua conclusão. Área de concentração: Medicina Veterinária Orientador: Prof. Álan Maia Borges - Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – Minas Gerais Caçu - GO Agosto - 2008 3 AGRADECIMENTOS A meus pais e irmãos, por estarem sempre me apoiando e incentivando nas decisões profissionais. Ao meu orientador e amigo Álan Maia Borges, pela confiança e conhecimento a mim conferido. Aos colegas de turma do curso de pós graduação, pelo companheirismos durante os finais de semana. Aos amigos da Escola de Veterinária da UFMG onde busquei inspiração e conhecimento para realização deste trabalho. 4 SUMÁRIO Pág 1 - INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 5 2 - REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................................. 6 2.1 - Implantação da Estação de Monta................................................................................. 6 2.1.1 - Levantamento Físico da Propriedade.................................................................. 7 2.1.2 - Identificação dos Animais.................................................................................. 8 2.1.3 - Escolha do Período para a Estação de Monta..................................................... 9 2.1.4 - Reprodutores e Matrizes..................................................................................... 12 2.2 - Estratégias para Aumentar a Eficiência Reprodutiva em uma Estação de Monta......... 14 2.2.1 - Estação de Monta para Novilhas........................................................................ 14 2.2.2 - Cuidado com as Vacas Primíparas..................................................................... 17 2.2.3 - Manejo do Escore da Condição Corporal........................................................... 18 2.2.4 - Manejos de Amamentação.................................................................................. 19 2.2.4.1 - Desmame Temporário......................................................................... 20 2.2.4.2 - Mamada Restrita.................................................................................. 21 2.2.4.3 - Desmame Precoce................................................................................ 22 2.2.5 - Terapias Hormonais............................................................................................ 23 3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 27 4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 28 5 1 - INTRODUÇÃO A pecuária de corte brasileira atravessa, atualmente, um período de crescimento significativo devido, principalmente, ao aumento das exportações de carne que visa atender a crescente demanda mundial por proteína de origem animal, associado com a redução dos subsídios dos países europeus e à maior competitividade do Brasil em termos de efetivo bovino e preço do produto no mercado internacional. No entanto a pecuária passa por um momento de pressão resultante da expansão das áreas de plantio de culturas como a cana-deaçúcar, eucalipto e grãos que muitas vezes apresentam maior rentabilidade e maior incentivo governamental. Como resultante, a pecuária de corte precisa produzir carne de qualidade para atender as normas de produção impostas pelos países importadores e que seja economicamente competitiva com as demais culturas citadas anteriormente. Apesar de viver este momento de crescimento e de intensificação da produção, a pecuária de corte ainda apresenta perdas econômicas, principalmente devido à menor eficiência reprodutiva que impossibilita a obtenção de uma cria/vaca/ano, considerado como um dos principais índices da produtividade e rentabilidade do sistema de cria. Dentre os fatores responsáveis por estas perdas estão o baixo uso de tecnologias, juntamente com as falhas de manejo reprodutivo, nutricional, sanitário e manejo geral do rebanho (Valle et al., 1998). As diversas inovações tecnológicas de manejo (pastejo rotacionado, mamada controlada, suplementação na seca e nas águas, estação de monta, dentre outras) têm como objetivo principal melhorar o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho, trazendo melhor rentabilidade ao produtor. Dentre as estratégias de manejo que visam melhorar a rentabilidade do sistema de cria, a estação de monta é uma das primeiras a serem adotadas devido ao seu baixo custo de implementação e pelo grande retorno econômico proporcionado (Encarnação & Sereno, 2002). 6 Ao contrário da estação de monta, o sistema tradicional de cria onde o touro permanece constantemente com as vacas, os partos ocorrem ao longo do ano, aumentando o intervalo de partos e dificultando as anotações e as análises zootécnicas. Desta forma, decisões simples como o descarte de vacas que não produzem um bezerro/ano são quase impossíveis de serem realizadas. Logo, a adoção de medidas sanitárias e de manejo nutricional torna-se prejudicada pela dificuldade de implementação de estratégias em momentos mais apropriados (Valle et al., 1998). Com o uso de estação de monta consegue-se ajustar o período de maior demanda nutricional da vaca com o período de maior oferta de pastagem, reduzindo os custos com suplementação. Além disso, obtêm-se lotes de animais mais uniformes, facilitando a seleção das fêmeas de reposição e a venda dos bezerros. Também, simplifica a mão-de-obra da propriedade permitindo um calendário de atividades mais simples e objetivo, adequando estratégias de suplementação de forma mais econômica por concentrar a época da compra de produtos em períodos cujo preço dos insumos é menor (Valle et al., 1998; Encarnação & Sereno, 2002;). Esta revisão tem o objetivo de descrever a implementação de estação de monta em sistemas de produção de gado de corte zebuínos, demonstrando sua importância para a melhoria dos índices reprodutivos das propriedades brasileiras. 2 - REVISÃO DA LITERATURA 2.1 – Implantação da Estação de Monta O sucesso de um programa de seleção e produção de gado de corte tem como base a elevação dos índices produtivos, associados com a alta eficiência reprodutiva que contribuem para a maior lucratividade da pecuária. Segundo o ANUALPEC (2004) o rebanho de corte bovino brasileiro é caracterizado por cerca de 64 milhões de matrizes, taxa de concepção próxima a 60%, intervalo médio de partos 7 de 20 meses e apenas 6% dos bezerros produzidos são provenientes de inseminação artificial. Estes números mostram a necessidade de melhorar os índices reprodutivos da pecuária de corte nacional (Vasconcelos & Meneghetti, 2006). Para alcançar a eficiência reprodutiva considerada ideal uma vaca deve apresentar intervalo de partos de 12 meses. Tendo em vista que o período de gestação do gado zebu é de aproximadamente 292 dias, as fêmeas devem se tornar gestantes dentro de 70 a 80 dias pósparto. Entretanto, o anestro pós-parto e as falhas na detecção do estro, num sistema de inseminação artificial, são as principais limitações para a obtenção de um bezerro/vaca/ano (Vasconcelos & Meneghetti, 2006). Para alcançar este objetivo várias técnicas vêem sendo estudadas, tais como a adubação e rotação de pastagens, manejo de mamada, suplementação a pasto, desmama precoce, dentre outras. Todavia, a estação de monta é uma das opções mais simples de ser executada e que traz maior retorno para o produtor (Vasconcelos & Meneghetti, 2006). Para a implementação da estação de monta é importante considerar alguns pontos que serão descritos abaixo. 2.1.1 - Levantamento Físico da Propriedade Primeiramente é preciso realizar levantamento dos índices pluviométricos, avaliar as aguadas (quantidade e qualidade), saleiros (distribuição e qualidade), bem como a infraestrutura de cercas e curral. De maior importância, deve-se caracterizar as pastagens no que se refere a área de cada pasto e sua disposição dentro da propriedade, o que permite avaliar e definir a necessidade de divisões e reforma, o tipo de pastejo que será implementado e quais são as categorias animais que irão rodar em cada setor. Para definir corretamente os pastos que serão trabalhados na estação de monta é preciso ter em mente o sistema de acasalamento utilizado, pois cada modelo requer uma disposição e manejo diferenciado dos pastos. A adoção da inseminação artificial (IA) requer reservas de 8 pastos próximos ao curral ou, quando afastados, é preciso um bom e rápido acesso ao centro de manejo uma vez que, diariamente, as vacas precisam ser levadas ao curral para a realização da IA (Valle et al., 1998). Já nos sistemas de monta natural os pastos podem ser mais afastados do curral, podendo simplesmente criar áreas de manejo uma vez que os touros ficam junto às vacas dispensando o trabalho de identificação de animais em cio e a condução destes ao curral. No caso de pastagens muito grandes, deve-se dividir e manejá-las de forma a respeitar a fisiologia da gramínea, aumentando a capacidade de suporte da área. Muitas vezes este manejo permite a melhoria dos índices reprodutivos e sanitários por facilitar a observação dos animais e o contato entre eles (rufião/touro x vaca). 2.1.2 - Identificação dos Animais A identificação dos animais em uma propriedade de cria é de suma importância para que se possam ter anotações e dados zootécnicos confiáveis. Para isso os animais devem ser identificados com numeração individual, em local de fácil visualização e de tamanho adequado, facilitando anotações a campo (Valle et al., 1998). Essa individualização facilita o registro das ocorrências (peso e data de nascimento, práticas de manejo nutricional e sanitária, mortes, partos, diagnóstico de gestação), direcionando a seleção e descarte de animais, bem como a avaliação dos índices produtivos (ganho de peso, peso ao nascer, peso ao sobre ano, taxa de desmame), reprodutivos (taxa de prenhes, taxa de desmame, taxa de aborto) e econômicos (mortalidade, taxa de nascimento, peso e idade ao abate) da propriedade. Erros na identificação e nas anotações contribuem para o insucesso da atividade. Os softwares disponíveis no mercado auxiliam o gerenciamento do rebanho, possibilitando o lançamento de dados coletados e a avaliação rápida e precisa dos índices produtivos e reprodutivos. Estes programas também oferecem o histórico individual dos animais e permite análise econômica do sistema de produção. 9 2.1.3 - Escolha do Período para a Estação de Monta A época da estação de monta é determinada pelo início das chuvas, pela melhor época para o nascimento dos bezerros e a fase de maior exigência nutricional das vacas. Na região Centro-Oeste do Brasil, o melhor período para o nascimento dos bezerros coincide com a época seca, período caracterizado pela menor incidência de doenças respiratórias e parasitárias, o que leva a animais de maior peso a desmama. Os bezerros nascidos no período de “seca” são os mais pesados quando comparado aos animais nascidos no período “chuvoso”. No entanto, a estação de nascimentos coincide com o momento de maior exigência nutricional das vacas, o terço inicial de lactação, período em que sofrem maior espoliação pela cria, pois o bezerro ainda não rumina, sendo o leite quase que sua fonte exclusiva de energia (Valle et al., 1998; Encarnação & Sereno, 2002). Neste sentido, o sistema de produção não pode ser fragmentado, ou seja, a criação das vacas com seus bezerros devem respeitar um manejo que seja ideal para ambos, onde se possa obter bezerros mais pesados à desmama, mas com vacas que possuam escore da condição corporal adequado para atender as exigências nutricionais do momento, sem que haja prejuízo ao retorno à ciclicidade no pósparto e, portanto, sem comprometer a eficiência reprodutiva do rebanho. Levado isso em consideração o período recomendado para a monta deve ser de novembro a janeiro, podendo ser atrasada ou adiantada de acordo com o regime pluviométrico da região. Neste caso as parições ocorrem de agosto a outubro, e o nascimento dos bezerros no período de menor incidência de doenças e de maior exigência nutricional da vaca, coincidindo com o início da época de maior oferta de forragem. Assim as vacas são manejadas visando atenuar perdas excessivas de escore corporal até o início da estação de monta, garantido o retorno precoce a ciclicidade destes animais. O gráfico exemplifica a adequação da época das águas com a implementação de estação de monta (Figura 1) na cidade de Caçu (GO). 10 450 400 350 300 250 Série1 200 150 100 50 O ut Ag o Ju n Ab r Fe v De z O ut Ag o 0 Gráfico 1 – Pluviosidade (mm) média de 2005 a 2007 na cidade de Caçu (GO), durante os diferentes meses do ano. A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J Nascimentos Estação de Monta Desmama Figura 1 – Disposição das diferentes épocas de nascimento dos bezerros, desmama e estação de monta com duração de 90 dias, para a cidade de Caçu (GO), seguindo adequação com o regime pluviométrico citado no gráfico anterior. Dentro do exposto, o gráfico 2 demonstra a importância em se adequar a época das chuvas (pastagem de melhor qualidade e quantidade) com o período de maior exigência nutricional das fêmeas de cria, visando a melhor eficiência reprodutiva do rebanho. 11 Gráfico 2 – Variação do teor protéico e energético das forrageiras tropicais ao longo do ano (Euclides et al. 1996). A duração da estação de monta deve ser longa o suficiente para alcançar a taxa de natalidade esperada e curta o bastante para evitar sobreposição dos períodos de nascimento, desmama e acasalamento das vacas. Exemplificando, abaixo estão caracterizadas duas estações de monta distintas, de seis e três meses respectivamente. Estação de monta de seis meses de duração: JAN XX FEV XX MAR ABR MAI JUN JUL XX XX X Estação de monta X Nascimentos X Desmame SET XX XX XX AGO XX XX XX XX XX OUT NOV DEZ XX XX XX XX XX XX 12 Estação de monta de três meses de duração: JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT XX XX XX XX XX NOV DEZ XX XX XX XX X Estação de monta X Nascimentos X Desmame Como podemos ver nas tabelas acima, quanto mais curta a estação de monta, melhor será a divisão dos serviços na propriedade, podendo concentrar as atenções nas atividades mais importantes no momento. Além disto, em uma estação mais curta a pressão de seleção quanto a fertilidade dos animais fica mais intensa. 2.1.4 – Reprodutores e matrizes No momento da escolha dos reprodutores é importante considerar suas características zootécnicas, raciais e sua capacidade reprodutiva. Após definir a raça do touro a ser usada é importante avaliar suas características raciais, para que se possa ter a certeza de que são touros melhoradores, no caso de acasalamentos com vacas de mesma raça, ou garantir o máximo de heterose no caso de fêmeas de raças diferentes. Além dos aspectos raciais um reprodutor tem que ter bons aprumos e visão normal para que possa se deslocar com facilidade e identificar matrizes em estro e, para que no momento da monta, ele não sinta desconforto. Animais que apresentam defeitos genéticos (braguinatia, hérnia, monorquidia) também devem ser descartados. 13 Após a escolha do animal é importante fazer uma avaliação quanto a sua habilidade reprodutiva, por meio da biometria testicular, análises físico-morfológicas do sêmen e libido. Isto porque existe correlação positiva entre perímetro escrotal, ganho de peso, produção espermática e precocidade das filhas, além de ser uma característica de fácil mensuração e alta herdabilidade (Valle filho, 1988; Bergmann, 1993; Lôbo et al., 1996; Hahn et al., 1969 citado por Pineda et al., 2000). Após estas avaliações deve-se definir a relação touro: vaca a ser usada, que tradicionalmente é de 1:25, essa relação muitas vezes subestima a capacidade reprodutiva de um touro, comprometendo a quantidade de descendentes que um animal melhorador possa produzir em sua vida útil. Pineda et al. (2000) avaliando 202 touros da raça Nelore aos sete, 12, 18 e 28 meses de idade, encontrou correlação positiva e significativa entre o perímetro escrotal aos 18 meses e o perímetro escrotal nas idades mais jovens. As correlações entre libido e concentração (0,34) e motilidade (0,16) espermáticas foram significativas nos animais de 28 meses. Franco et al. (2006) selecionaram quatro touros por meio de exame andrológico e da libido, com classificação de muito bom e excelente, e então divididos em dois grupos (G1 e G2), sendo o primeiro composto por dois touros e 200 vacas, o segundo com dois touros e 100 vacas, estabelecendo a proporção de 1:100 vacas e 1:50, respectivamente. As matrizes eram da raça Nelore, não lactantes, e a estação de monta durou 72 dias. A taxa de gestação aos 30, 60 e 72 dias de estação de monta, para os grupos G1 e G2 foram de 54,0% e 57,0% (P>0,05), 79,5% e 82,0% (P>0,05) e 87,0% e 88,0% (P>0,05), respectivamente. Este trabalho concluiu que os reprodutores da raça Nelore selecionados por meio de exames andrológicos e teste da libido podem suportar até 100 vacas durante uma estação de monta de curta duração. Houve economia de 25,6% sobre o custo da cria desmamada em comparação com proporção simulada de 1:25 (4% de touros) tradicionalmente utilizada na pecuária de corte brasileira. Santos et al. (2000) avaliaram a habilidade reprodutiva de touros da raça Nelore em diferentes relações touro: vaca. Foram selecionados sete touros de um total de 56 animais com 14 idade entre sete e 10 anos, e com libido considerada muito boa ou excelente, e então distribuída em quatro tratamentos: T1 = 1:25 (5 touros para 125 vacas); T2 = 1:50 (5 touros para 250 vacas); T3 = 1:75 (5 touros para 375 vacas), e T4 = 1:100 (5 touros para 500 vacas). Os animais foram avaliados por 45 dias sendo o diagnóstico de gestação feito aos 60 e 90 dias após o início da estação de monta. Os autores observaram que a relação touro: vaca não alterou significativamente as taxas de gestações para estação de monta de 45 dias, obtendo-se 42,2; 39,1; 50,8; e 41,5% de gestação nas proporções de 1:25, 1:50, 1:75 e 1:100, respectivamente. Conclui-se que as relações touro: vaca (1:25, 1:50, 1:75 e 1:100) não interferiram na taxa de gestação do rebanho, em 45 dias de estação de monta. Antes da estação iniciar também é importante fazer uma avaliação ginecológica das matrizes quanto à ciclicidade, saúde uterina e condição corporal. A partir desta avaliação podemos lançar mão de algumas técnicas que possam vir a interromper ou evitar o anestro das matrizes, garantindo um bom resultado ao fim da estação. 2.2 - Estratégias para Aumentar a Eficiência Reprodutiva em uma Estação de Monta 2.2.1 - Estação de Monta para Novilhas No momento da implantação de um sistema de cria o primeiro ponto a ser considerado é a idade que as novilhas entrarão em reprodução. A antecipação da puberdade das fêmeas proporciona uma redução do intervalo entre gerações, acelerando o melhoramento genético. Além disso, a antecipação da idade reprodutiva das fêmeas reduz o número de categorias animais na propriedade, influenciando o retorno financeiro da mesma. Para um sistema no qual o primeiro parto ocorre aos 48 meses é preciso no mínimo quatro categorias animais, um lote de animais até 12 meses, um de 12 a 24 meses, um de 24 a 36 meses e outro de novilhas em reprodução, no caso de um rebanho onde o primeiro parto ocorre aos 24 meses é necessário apenas duas categorias animais, as fêmeas de até 12 meses e as de 12 a 24 meses que já estão em reprodução (Marques, 2003). 15 Para nossas novilhas atingirem a puberdade mais cedo é preciso que não percam peso no pós desmame, para isso é preciso fornecer uma dieta que garanta o ganho de peso necessário para seu crescimento no período da seca, uma vez que, a época do desmame coincide com o inicio do período de estiagem, baixa oferta de pastagens. Uma das alternativas para manter o bom desempenho das novilhas no pós desmame, alcançando assim a precocidade sexual esperada, é a suplementação no período de baixa disponibilidade de capim. A suplementação com misturas múltiplas na época da seca tem mostrado bons resultados na manutenção e no ganho de peso na recria, trabalhos vem mostrando que a ingestão destas misturas, variando de 0,3 a 0,6% do peso vivo, contendo milho e farelos de soja ou algodão, tem alcançado ganhos que variam de 390 a 655 gramas por dia ( Bergamachine et al., 1998; Gomes JR. et al., 2001), levando esses animais a alcançarem mais cedo o peso necessário para o inicio da puberdade. Sptizer et al. (1978) avaliaram o efeito da dieta com baixa energia na taxa de ovulação e prenhes em novilhas entre 15 e 19 meses de idade e peso médio de 334 kg. Os animais foram divididos em dois grupos, o grupo G1 recebeu uma dieta com todos os nutrientes necessários, segundo o NRC, o grupo G2 recebeu uma dieta com um terço das exigências de energia e completa com os demais nutrientes, seguindo exigências do NRC. No lote G1 a taxa de ovulação e prenhes foram de 100% e 64% ,respectivamente, já no lote G2 83% das ovularam sendo que destas 53% ficaram gestantes. É importante lembrar que somente peso não garante que as novilhas alcancem a puberdade, sendo a idade outro fator determinante de sua ocorrência. Segundo Wiltbank (1972 apud Andrade, 1999), novilhas precisam atingir um determinado peso e uma determinada idade para que alcancem a idade reprodutiva, sendo o peso e a idade variável entre as raças. Quando o autor trabalhou com novilhas da raça Angus, Hereford e seus cruzamentos, aos 13, 14 e 15 meses de idade, separadas em dois grupos de ganho de peso, G1 e G2 com ganhos de 227 e 454 gramas diários, respectivamente, encontrou diferenças significativas nas taxas de manifestação de estro. No grupo de animais da raça Hereford, o grupo G1 teve uma taxa de estro (41%) aos 15 meses sem diferença estatística do grupo G2 (38%) aos 13 meses, mostrando que o ganho de peso, influencia na puberdade das fêmeas, uma vez que as fêmeas suplementas aos 13 meses alcançaram a mesma taxa de cio das fêmeas não suplementadas aos 16 15 meses. Quando comparamos dentro do grupo G2 os animais de 13 e 15 meses, encontramos uma taxa de cio de 38% e 77%, respectivamente, mostrando que a idade tem uma influência significativa sobre a taxa de cio da fêmea jovem. Nos grupos de animais das raças Angus e cruzadas, as taxas de estro do grupo G1 e G2 aos 13 e 15 meses foram: Angus – G1 – 13 m (33%); 15 m (77%); G2 – 13 m (76%); 15 m (92%); e cruzadas – G1 – 13 m (41%); 15 m ( 91%) ; G2 – 13 m (74%); 15 m (97%), mostrando resultados semelhantes aos animais da raça Hereford, contudo, existe uma diferença significativa entre as raças, sendo que no melhor resultado dentre todas as raças, G2 aos 15 meses, foram encontradas taxas de estro de 77%, 92% e 97% para as raças Hereford, Angus e cruzadas, respectivamente. A exposição das novilhas a machos inteiros, rufiões ou touros, antes da estação de monta vêm sendo utilizado como forma de antecipar a puberdade e melhorar os índices reprodutivos de novilhas. Kindler et al. (1987 apud Andrade, 1999), avaliaram durante quatro anos, novilhas de raças taurinas, com idade média de 350 dias expostas ou não ao touro. Os resultados do grupo exposto a touro foram superiores ao segundo grupo nos quatro anos de pesquisa sendo que no primeiro ano o grupo exposto a touro, 12 meses de idade, alcançou 14,7% de estro contra 6,1% de cio no grupo não exposto, já aos 16 meses chegou a 76,5% e 60,6% de estro nos grupos exposto ou não a touro, respectivamente. No último ano de pesquisa, as novilhas expostas ao touro chegaram aos 16 meses a uma taxa de 75,7% de estro contra os 34,4% do grupo não exposto. Estes resultados mostram que a exposição prévia das novilhas a machos inteiro melhoram a taxa de cio no início da estação de monta e antecipam a puberdade das novilhas. Nos rebanhos onde se utiliza a estação de monta, grande parte dos problemas reprodutivos é reduzida principalmente pela adequação da necessidade nutricional das vacas no período de estação com a maior oferta de forragem. Um problema que vem persistindo é a baixa taxa de concepção das vacas primíparas, visando melhorar a eficiência reprodutiva das novilhas e melhorar seu retorno a reprodução no pós parto, pesquisadores vem trabalhando com diferentes estações de monta para novilhas. Andrade et al. (1990) trabalharam com três grupos de novilhas, o grupo G1 foi exposta a touro, por 120 dias, 30 dias antes do inicio da estação convencional, o grupo G2 teve sua estação junto a estação das vacas, porém, por 17 apenas 90 dias, o grupo G3 foi colocado 30 dias depois do inicio da estação das vacas, terminando junto delas. Os resultados de taxa de cio e de gestantes das que entraram em cio nos grupos G1, G2 e G3 forma 81,8% e 93,3%; 75,6% e 96,4%; 83,3 e 96,0%, respectivamente. No segundo ano de estação, as novilhas que pariram foram expostas novamente a uma estação de monta com duração de 120 dias, as vacas dos grupos G1, G2 e G3 apresentaram 100%, 84% e 76,2% de cio e 81,8%, 66,7% e 75,0% de gestantes das vacas que apresentaram cio, respectivamente. O atraso na estação de monta das novilhas apresentou melhores resultados de prenhes, porém, apresentaram baixa taxa de concepção como primíparas, já as novilhas que foram antecipadas na estação de monta apresentaram resultados inferiores de prenhes, não significativas, quando comparadas ao grupo G3, no entanto, o porcentagem de primíparas prenhes foi superior e significativa aos demais grupos. Estes resultados mostram a importância e o cuidado que deve-se ter na determinação da idade que as novilhas entrarão. No entanto, não podemos esquecer que as decisões tomadas na estação de monta de novilhas, antecipação, prolongamento ou encurtamento da estação, influi diretamente nos resultados que teremos na estação das primíparas. 2.2.2 - Cuidados com as Vacas Primíparas O estresse da lactação aliado a baixa disponibilidade de forragem época de nascimento dos bezerros dificulta o estabelecimento da ciclicidade e a concepção nos primeiros dias da estação subseqüente. A perda de peso excessiva pode levar as vacas a anestro, principalmente aquelas que pariram com baixo escore de condição corporal ou ainda estam em crescimento. As primíparas devem parir com 83% de seu peso adulto, caso sua nutrição após o parto for insuficiente para o crescimento, lactação e manutenção, ocorrerá mobilização das reservas corporais e entraram em anestro (Freetly, 1999). Andrade et al. (1992 apud Andrade, 1999), avaliaram dois grupos de primíparas, o grupo T1 formado por animais que tiveram a estação de monta quando novilhas antecipada em 30 dias e o grupo T2 formado por novilhas que entraram na estação de monta tradicional. O grupo de primíparas que foram antecipadas na estação quando novilhas teve um taxa de 18 gestação de 56,0% e o grupo em estação tradicional alcançou 53,8% de gestação, sendo o primeiro (97,5%) grupo superior ao segundo (80,5%) quanto a taxa de gestação na estação de novilhas, também . Aos 60 dias de estação as primíparas do grupo T1 teve 41,7% cio e o grupo T2 apresentou 29,9% de cio, tendo assim uma antecipação do período de nascimento na estação seguinte.. 2.2.3 – Manejo do Escore da Condição Corporal (ECC) A avaliação da condição corporal das fêmeas durante o ano é um procedimento que nos auxilia na avaliação nutricional do rebanho, apesar de subjetiva, o emprego desta técnica possibilita correções estratégicas do manejo nutricional da propriedade. O ECC das vacas ao parto exerce uma influência considerável sobre a duração do período de serviço, sendo que vacas de boas condições corporais retornam ao cio mais cedo e apresentam maiores índices de concepção (Wiltbank, 1978 apud Andrade, 1999; Valle et al. 1998). Um dos modelos de classificação de Escore de Condição Corporal adotado é o de Nicholson & Butterworth (1986). Este modelo classifica a ECC de 1 a 9, sendo o escore 1 a 3 vacas muito magras, 4, 5, 6 e 7 os escores para magra, moderada, boa, gorda, respectivamente, e o escore de 8 a 9 para vacas muito gordas. Para se alcançar altos índices de prenhes para vacas e novilhas no inicio do período de monta é preciso que estas apresentem ECC 5 e 6 ao parto (Valle et al. 1998). Sendo a condição corporal um fator de grande importância para alcançar altos índices de gestação em vacas primíparas ou multíparas, Wiltbank (1978 apud Andrade, 1999) avaliou a diferença entre vacas ganhando ou perdendo peso após o parto sobre a taxa de gestação. No grupo 1, vacas que estavam perdendo peso, tiveram uma taxa de gestação o primeiro serviço de 43%, com 72% de vacas gestantes aos 90 dias de estação e 14% de vacas em anestro. Já no grupo 2, vacas ganhando peso, a taxa de gestação ao primeiro serviço e aos 90 dias de estação foram de 60% e 82%, sendo que não teve vacas em anestro no final da estação. Neste mesmo trabalho o autor dividio os grupos em três estados corporais ao parto, baixa (magra), moderada e alta (gorda), o índice de vacas em cio aos 40 e 100 dias de estação foram 19%, 21%, 31% e 19 66%, 92% e 100%, respectivamente. Ao aumentar o ECC em um ponto, magra (4) para moderada(5), melhoramos a manifestação de cio, passando de 66% para 92% de vacas em cio aos 100 dias de estação. Sptizer et al. (1995) comparando primíparas com ECC 4 e 5, escala de 1-9, observaram que a melhora na condição em um ponto, na escala de 1 a 9, aumentou a taxa de prenhes de 56% para 80%. 2.2.4 - Manejos de Amamentação O período anovulatório causado pela amamentação é considerado um dos principais problemas de manejo em gado de corte e de dupla aptidão em todo o mundo (Short et al., 1990). Segundo Nett (1987) as altas concentrações de esteróides no final da gestação determinam diminuição dos estoques hipofisários de LH, determinando ausência de atividade ovariana em vacas de corte de 20 a 30 dias pós parto (Yavas e Walton 2000).Após o restabelecimento dos estoques de LH, a amamentação se torna o fator inibidor dos pulsos de LH, fundamentais para o restabelecimento da ciclicidade ovariana (Nett, 1987). A relação mãe-cria incluindo visão, olfato, identificação e amamentação exerce efeito inibitório da atividade ovariana, devido à redução nas concentrações e liberação (amplitude e freqüência) do hormônio LH, provavelmente devido a diminuição da secreção de GnRH (Williams, 1990). Brito (1974), avaliando vacas Zebu, verificou que a duração do anestro pós-parto era influenciado pelo número de mamadas e que a redução do tempo de permanência do bezerro junto a vaca o reduzia significamente. 20 Visando remover efeito da mamada sobre o retorno da atividade ovariana foram criados manejos de amamentação, tais como restrição da amamentação, desmame temporário e o desmame precoce (Williams, 1990). 2.2.4.1 – Desmame Temporário (Shang) O Shang é caracterizado pela separação completa dos bezerros e de suas mães por um período de 48-72 horas, seguido pela elevação dos picos de LH cerca de vinte quatro horas após a remoção da cria (Willians at al., 1983; Valle et al., 1998). Neste processo é importante que as vacas fiquem em um local que não tenham qualquer acesso aos bezerros, os quais devem ter um piquete que ofereça capim, água e um cocho com ração de qualidade. Para alcançar bons resultados com o shang deve-se iniciá-lo entre 40 e 50 dias de pós parto, período em que as vacas ainda não mobilizaram grande quantidade de gordura corporal devido a lactação, e quando já restabeleceram os estoques hipofisários de LH e a involução uterina já está completa (Madureira e Pimentel, 2005). Com o shang consegue-se aumentar a taxa de manifestação de cio, aumentando as vacas inseminadas no começo da estação de monta. Fonseca et al. (1987), trabalhando com vacas da raça Nelore, observaram aumento na taxa de cio de 58% para 72% quando fizeram Shang por 48 horas, a cada 30 dias, por um período de 100 dias de estação de monta, e não encontraram diferença estatística no número de vacas gestantes aos 100dias de estação. Dode et al. (1989), trabalhando com vacas da raça Nelore, realizaram Shang por 72h, durante duas estações de monta consecutivas. Na primeira estação, quando as vacas foram submetidas a umperíodo de restrição alimentar e o índice de prenhes foi superior para vacas manejadas com Shang (72 para 97%). Já no segundo ano, as vacas não sofreram restrição alimentar e estavam em bom estado corporal, não apresentando diferença na taxa de prenhes entre as duas categorias. 21 Segui et al. (2002) avaliaram 320 vacas da raça Nelore, primíparas, em regime de pastagem, suplementadas com sal energético com consumo de 320g/dia. As vacas eram separadas de seus bezerros por 48h aos 55, 70, 85 e 90 dias pós-parto, e o lote que recebeu o manejo Shang teve taxa de prenhes de 60,6% contra 30,90% do lote controle. O manejo do shang, quando comparado com outros manejos de amamentação, tem a vantagem de ser uma separação temporária entre bezerros e vacas e, assim, caso a propriedade ou funcionários não possuam capacidade para adequação ao manejo, , poderão retornar, a qualquer momento, os bezerros para suas mães, não tendo perda de animais ou de qualidade dos produtos, ou seja, é um método reversível. 2.2.4.2 – Mamada Restrita Na mamada controlada os bezerros são apartados de suas mães após os 30-45 dias e, deste período em diante, eles ficam em um pasto contra-lateral ao de suas mães, tendo acesso a elas uma ou duas vezes por dia. Neste momento eles mamam e ficam ali por algum tempo, período que pode ser utilizado para observação de cio (Bellows et al., 1974). Essa é uma prática que exige um pouco mais de infra-estrutura e de qualificação da equipe de manejo, pois necessita cuidados diários e, caso estes não tenham os devidos cuidados com horário e tempo de mamada, podem prejudicar muito o desenvolvimento dos bezerros. Neste manejo os bezerros devem ter acesso à ração para complementar sua dieta durante o dia. Fonseca et al. (1981), trabalhando com vacas da raça Nelore, compararam a taxa de prenhes entre vacas não submetidas a regime de amamentação ou naquelas que recebiam duas mamadas diárias, e obtiveram 20,0 % e 43,0% de prenhes para o primeiro e segundo grupo, respectivamente. Tegegne et al. (1992) citado por Galina et al. (2001) verificaram que 74% das vacas submetidas ao manejo de mamada duas vezes ao dia por 30 minutos demonstraram cio, quando comparado com os 42% de cio para as vacas que amamentavam continuamente seus bezerros. 22 Fonseca et al. (1987) compararam vacas mantidas em regime tradicional de amamentação com vacas recebendo uma ou duas mamadas diárias, a partir de 60 dias de lactação, por um período de 110 dias de estação de monta. A taxa de cio do lote tradicional foi de 58,8%, no lote com duas mamadas foi de 76,5% e a taxa de cio do lote com uma mamada diária foi de 90,1%. As taxas de prenhes dos lotes tradicional, duas mamadas e uma mamada foram, respectivamente, de 41,2%, 58,8% e 72,7%. O peso dos bezerros aos cinco meses de idade para o sistema tradicional duas e uma mamadas diárias foi de 159,6 kg, 144,5 kg e 129,1 kg, respectivamente. Essa diferença de peso mostra a importância da equipe de manejo no sistema de mamada restrita quanto a qualidade dos bezerros, exigindo que estes sejam eficientes na observação de cio, no diagnóstico e tratamento de diarréias e na suplementação dos bezerros, evitando que os bezerros percam peso e garantindo que as vacas sejam inseminadas o mais cedo possível para o retorno dos bezerros ao sistema tradicional. 2.2.4.3 – Desmame Precoce No desmame precoce os bezerros são desmamados entre três e cinco meses de idade. Após este período os bezerros vão para pastos de alta qualidade nutricional e ainda recebem ração como complemento (Bellwos et al., 1974). É uma estratégia que deve ser adotada com muito cuidado, pois é irreversível, caso não der certo teremos um imenso prejuízo com bezerros fracos e até mesmo com perda de animais. Lobato et al. (1999) compararam vacas primíparas desmamadas precocemente com vacas desmamadas no sistema convencional, e os resultados mostraram que as vacas desmamadas precocemente tiveram menor intervalo de partos, concentrando os partos no início da estação, porém não houve diferença quanto a taxa de prenhes. Restle et al. (2001), comparando o efeito do desmame aos três meses e aos sete meses em vacas das raças Charolês e Nelore, observaram ganho na condição corporal das vacas desmamadas precocemente frente as vacas desmamadas aos sete meses.A taxa de cio que foi de 81% para as primeiras e 51% para as segundas, e a taxa de prenhes que foi de 67% para as desmamadas precocemente e de 37% para as desmamadas no sistema tradicional. 23 Trabalhando com vacas da raça Devon, Gonçalves et al. (1981) compararam vacas desmamadas aos três e aos seis meses pós parto. As taxas de cio e concepção dos lotes desmamados aos três e aos seis meses foram, respectivamente, 94,3% e 87,3% contra 52,3% e 47,7%. 2.2.5 – Terapias Hormonais A eficiência reprodutiva contribui diretamente com a viabilização econômica dos sistemas de cria. Sua otimização envolve o emprego de estratégias de manejo, diagnóstico precoce e tratamento dos problemas relacionados à reprodução, como o retorno da atividade reprodutiva no pós-parto e aumento do número de fêmeas concebendo nos primeiros dias de estação de monta (Santos et al., 2004 citado por Santos et al., 2005; Vasconcelos & Meneghetti, 2006). A associação da IA e de um intervalo de partos próximo a 12 meses é necessidade crescente na pecuária de corte atual. Para isso, o desenvolvimento de manejos reprodutivos eficazes durante a estação de monta em vacas de corte lactantes se torna de grande importância. Dentre as biotecnologias aplicáveis à pecuária comercial destacam-se a inseminação artificial (IA) e a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), pois são estratégias economicamente viáveis que propiciam a melhoria do rebanho por meio do uso de sêmen de touros comprovadamente superiores (Ferraz et al., 2008). A impossibilidade de prever o momento do estro de cada vaca ou novilha, em um determinado grupo de animais, geralmente inviabiliza o uso da IA por causa da mão-de-obra e a infra-estrutura necessárias para a detecção do estro. Os procedimentos disponíveis para o controle do ciclo estral, em bovinos, podem melhorar os índices reprodutivos, além de acelerar avanços genéticos. Entre estes procedimentos incluem-se: sincronização do estro em fêmeas ciclando, a indução de ciclicidade em novilhas pré-puberes ou em vacas em anestro e a sincronização da ovulação (Lamb, 2004). 24 A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) é uma técnica que vem crescendo devido a necessidade de melhores índices de produtividade na pecuária de corte. Com ela conseguimos reduzir mão-de-obra (minimizar a observação de cio), concentrando as atividades e a estação de monta em si, viabilizando o uso de inseminação artificial em grande escala, possibilitando o uso de touros provados e até mesmo touros europeus em locais onde não seria possível através da monta natural. Com isso o produtor poderia escolher animais que viessem a imprimir características por ele desejada através da escolha da Diferença Esperada de Progênie (DEP’s) dos touros disponíveis no mercado (Vasconcelos & Meneghetti, 2006). Alguns fatores relacionados ao aumento da taxa de concepção ao primeiro serviço da IATF estão relacionados com a qualidade do sêmen, o momento da inseminação e a competência do inseminador no que diz respeito aos procedimentos da realização da inseminação artificial (manipulação e descongelamento do sêmen) e na deposição do sêmen no trato genital da fêmea (Saacke, 2008). Em sistemas de IATF, Costa e Silva et al. (2004) registraram que os inseminadores manifestaram comportamentos indicativos de cansaço e dor muscular antes de manifestarem verbalmente a dor. O efeito do inseminador tem sido apontado por diversos autores como uma variável importante nos resultados de inseminação, não apenas por ser ele o responsável pela manipulação do sêmen, mas também por interagir com os animais durante a execução da técnica (Costa e Silva et al., 2005). A IATF tem como uma das funções reduzir o tempo para o reinício da atividade reprodutiva no pós-parto que é um período determinante para a boa eficiência reprodutiva. Esta variável relaciona-se com o período de involução uterina e também com o reinício da atividade ovariana cíclica (Fernandes et al., 2005) Estudos já demonstraram que o uso de tratamentos com progesterona e progestágenos, associado a estradiol, no início da estação de monta leva ao aumento significativo da prenhez à inseminação artificial e à antecipação dos partos na estação de monta subseqüente (Baruselli et al., 2002). 25 Segundo MADUREIRA et al. (2000), a sincronização de uma nova onda de crescimento folicular durante o período de administração do progestágenos proporciona pelo menos duas vantagens: evita-se a formação de folículos persistentes e homogeniza o estádio de desenvolvimento folicular ao final do tratamento, sincronizando de forma mais eficiente as ovulações. Tratamentos com benzoato de estradiol (BE) e implantes de progestágenos no início do protocolo hormonal resultam em boas taxas de sincronização da ovulação e de gestação à IATF (BÓ et al., 2003), devido à sincronização da indução de uma nova onda de crescimento folicular (MARTINEZ et al., 2000). O embasamento para a utilização do estradiol associado à progesterona, para o controle do ciclo estral e da ovulação em bovinos, leva em consideração o tipo e mecanismo de ação de estradiol que variam de acordo com a dose utilizada e a presença ou ausência de progesterona no momento da aplicação. A associação de BE juntamente com a inserção do dispositivo intravaginal de progesterona é capaz de sincronizar a emergência de nova onda de crescimento folicular após quatro. No entanto, se o estradiol for aplicado na ausência de progesterona (após a retirada do dispositivo), o folículo dominante é capaz de ovular em resposta a este estímulo (Moraes et al., 2002). Concentração sérica de progesterona e a pulsatilidade do hormônio luteinizante (LH) estão relacionados com o diâmetro, manutenção e regressão do folículo dominante (FD). Quando as concentrações de progesterona são mantidas a níveis subluteais, a freqüência de pulsos de LH aumenta e o folículo dominante continua a crescer por maior período de tempo (Fortune, 1994). Moreno et al. (2002) verificaram que a antecipação da luteólise promoveu redução nos níveis plasmáticos de progesterona, maior crescimento do FD, maior corpo lúteo (CL) e melhores taxas de prenhez, em animais tratados com implante intravaginal liberador de progesterona (CIDR). Siqueira et al. (2008) trabalharam com 250 vacas da raça Red Angus amamentando, entre 50 e 70 dias pós-parto e que receberam dispositivos contendo 250mg de acetato de 26 medroxi-progesterona (MAP) e injeção intramuscular de 5mg de BE. No dia seis foram aplicadas 400UI de gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) por via IM e 100mg de análogo de prostaglandina na submucosa vulvar. Ainda no dia seis os bezerros foram submetidos a desmame temporário, por 96h, e a retirada do dispositivo no dia sete. As fêmeas foram agrupadas em dois grupos: BioRep - 150 vacas com cio observado e IA após 12h. Aquelas fêmeas que não apresentaram cio foram submetidas a IATF de 16 a 18h após aplicação de GnRH (48h após remoção o dispositivo). Nas 100 restantes (grupo BE), aplicou-se 1mg de BE 24h após a retirada do dispositivo e foram submetidas a IATF 54h após a retirada do implante. Neste trabalho verificaram superioridade nas taxas de gestação (P<0,001) do grupo BioRep em relação ao grupo BE, 54,7% x 33,3%. Vasconcelos et al. (2006) trabalharam com 724 vacas cruzadas (Brangus x Nelore), divididas em cinco grupos: G1 (controle) - monta natural (107 dias); G2 - observação de cio e inseminação artificial nos primeiros 57 dias, e repasse com touros por mais 50 dias, G3 CIDR por seis dias, remoção de bezerros por 60 horas, observação de cio e inseminação artificial por 57 dias, e repasse com touros por mais 50 dia; G4 - remoção de bezerros por 48 horas seguido de aplicação de GnRH juntamente com a inserção do (CIDR), sendo que após 6,5 dias retirou-se o dispositivo e foi aplicado PGF2α, realizando-se nova remoção de bezerros por 48 horas, seguida por aplicação de GnRH e IATF. Após sete dias os animais foram colocados em repasse com touros por 107 dias. G5 recebeu o mesmo protocolo do G4, sendo que após a IATF os animais ficaram apartados para nova observação de cio e inseminação entre os dias 17 a 25, entrando em repasse com touros, por mais 82 dias. Ao final da estação de monta não foi verificado diferença estatística entre os grupos, 92,3; 89,5; 82,8; 96,5; 91,3%, respectivamente. Entretanto, nas fêmeas submetidas à IATF, notaram a superioridade (P<0,01) dos grupos G4 e G5, quanto à redução do intervalo de partos e número de dias para o nascimento dos bezerros em relação aos demais grupos (nascimento dos bezerros - 38, 44; 39; 30; 24 dias; e no intervalo de partos - 400; 402; 401; 382; 375 dias, para os respectivos grupos). 27 3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS A eficiência reprodutiva influencia diretamente a rentabilidade do sistema de cria, senão de toda pecuária. Os índices produtivos e reprodutivos que encontramos nas publicações nacionais nos leva a pensar o quanto podemos melhorar o retorno financeiro nas propriedades rurais do Brasil. Estratégias simples como a implementação de uma estação de monta, avaliação ginecológica das vacas antes da estação e a realização de exame andrológico dos touros que serão usados durante a estação, fazem a total diferença nos resultados financeiros de uma propriedade rural. Lançando mão dessas estratégias podemos identificar falhas reprodutivas enquanto ainda são reversíveis, evitando surpresas como a baixa taxa de prenhes no final da estação de monta, ou em sistemas mais rústicos o baixo índice de natalidade de bezerros no período de nascimento. Na busca de um melhor retorno financeiro tem-se buscado novas técnicas como estação para novilhas, manejo de mamada e IATF para melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho de corte. A implementação destas técnicas traz grandes benefícios quanto a antecipação dos nascimentos e a redução do anestro das vacas no pós parto, levando a produção de bezerros de melhor qualidade e maior peso. No entanto, é necessário o acompanhamento de um técnico durante as decisões de manejo a serem implantadas, sendo algumas desta, como estação de novilhas, desmame precoce e IATF, sujeitas a trazer grandes prejuízos, devido ao não treinamento da equipe de funcionários ou pela não adequação da infra-estrutura para a efetuação destas técnicas. 28 4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, V.J.; FONSECA, L.S.; AZEVEDO, N.A.; SANTOS, D.J. Efeito de diferentes épocas de início da estação de monta sobre o comportamento reprodutivo de novilhas de corte. Arquivo Brasileiro Medicina Veterinária e Zootecnia. 42(2): 93-101, abr. 1990. ANDRADE, J.V. Manejo reprodutivo de fêmeas de corte. In.: Simpósio de Produção de Gado de Corte. Anais.... Viçosa, MG, p. 85-136, 1999. ANUALPEC – 2004 – Anuário estatístico da Produção Animal. São Paulo, FNP Consultoria & Comércio. BARUSELLI, P.S.; MARQUES, M.O.; REIS, E.L.; et al. 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