A MÃO DE OBRA DESQUALIFICADA E O INVESTIMENTO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO NAS EMPRESAS Dulce Maria Holanda Maciel 1, Marihama Turra Pedrosa 2, Icléia Silveira3 1 Orientador, Departamento de Moda – CEART – [email protected] Acadêmico(a) do Curso de Design de Moda – CEART - bolsista PIPES/UDESC. 3 Professor Participante do Departamento de Moda – CEART. 2 Palavras-chave: Desenvolvimento humano, mão de obra desqualificada, indústrias. O artigo aborda a questão da desqualificação da mão de obra brasileira, como isso afeta a indústria nacional e possíveis soluções que possam beneficiar tanto o empregador e os empregado. A falta de mão de obra qualificada apresenta-se como um problema que vem agravando-se nos últimos anos para as empresas industriais no Brasil. Em outubro de 2013 a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) realizou um levantamento de sondagem da indústria de transformação e extrativa, entrevistando 1.761 empresas nacionais, sendo 607 pequenas, 692 médias e 462 grandes. Na pesquisa, 65% dos entrevistados apresentaram serem afetados pela falta de trabalho qualificado disponível, das empresas industriais que eram afetadas pela mão de obra, 90% exibiam problemas com operadores e 80% com trabalhador de nível técnico (CNI, 2013). A falta de eficiência e adaptação por parte dos trabalhos interfere diretamente na produção e desenvolvimento das empresas, logo na competitividade. “As consequências já são conhecidas: aprofundamento das dificuldades para aumentar a produtividade e a perda de competitividade da indústria brasileira no mercado global.” (CNI, 2013, p.2). O Guia Salarial Hays Insper 2014/15, organizado pela empresa multinacional Hays em participação da instituição brasileira Insper, demonstra que para o empresário brasileiro a falta de mão de obra qualificada como um das terceiras maiores dificuldades no atual panorama econômico, resultando que 51% dos entrevistados preferem qualificação em detrimento de experiência, que fica em segundo nas necessidades procurada. Muitos empreendedores buscam amenizar o problema oferecendo programas de capacitação para os funcionários. O Guia Salarial Hays Insper evidencia que mais do que um terço das empresas aumentaram seu investimento em desenvolvimento e relações humanas, sendo que 65% declara oferecer algum método de capacitação, conhecido como coaching ou mentoring. Muitas das empresas atribuem o problema com a mão-de-obra para a deficiência na formação básica e profissional, onde 45% apresentam ainda dificuldades em investir no desenvolvimento humano e capacitação por conta da falta de habilidades necessárias que permitem o profissional se adaptarem as variações do mercado de trabalho e da economia (CNI, 2013). O Anuário Brasileiro da Educação básica de 2014 aponta que no Programa Internacional de Avaliação dos estudantes (conhecido pela sigla em inglês Pisa) que 67,1% dos estudantes ainda estão abaixa da média de proficiência. Apesar de os indicadores educacionais brasileiros seguem um fluxo de melhora, o desenvolvimento apresenta um ritmo ainda muito lento, o estudo apresenta que nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio é ainda mais arrastado, chegando a ser quase estagnado. O problema não atinge exclusivamente o ensino público “É importante notar, também, que a lentidão da melhora atinge a rede particular de ensino, que igualmente enfrenta problemas ligados à qualidade” (Anuário Brasileiro de Educação Básica, p.62, 2014). A prática de investimento por parte das empresas em promover uma capacitação dos funcionários é uma alternativa que garantes retornos positivos para empresa. O funcionário poderá ser moldado conforme as necessidades do empreendimento e as tecnologias que são utilizadas. Já existem muitos serviços especializados que aplicam diferentes planos de capacitação e que posteriormente acompanham o desenvolvimento do funcionário. Investimento no desenvolvimento do trabalhador garante uma melhor atuação do empreendimento no mercado de trabalho e aumentando a sua capacidade de competitividade. A metodologia usada para realização do artigo foi fazer um levantamento das necessidades das indústrias brasileiras, com informações reunidas através de pesquisas com diversas empresas nacionais de grande a pequeno porte. Foi pesquisado também mais profundo as falhas no sistema da formação formal no Brasil e no ensino técnico, e por último soluções viáveis para as empresas nacionais, pesquisando serviços já oferecidos no Brasil, assim como os seus resultados positivos já documentados. São apresentadas no artigo diversas opções de capacitação que podem ser adaptadas a cada tipo de funcionário, equipe ou empresa, assim como formas de aplicação. Referências CNI – Confederação Nacional da Indústria. Indicadores Industriais/ 2014. CNI, fev. 2015. Disponível em <http://www.fiemt.com.br/arquivos/1816_31_03_-_indicadores_industriais.pdf> Acesso em 12 de maio de 2015. CNI – Confederação Nacional da Indústria. Relatório Anual. CNI, 2010. Disponível em <http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2013/08/19/82/201208241404592234 29o.pdf> Acesso em 12 de maio de 2015. FERRETI, Celso João. Formação profissional e reforma do ensino técnico no Brasil: Anos 90. Educação & Sociedade, ano XVIII, nº 59, ago. 1997. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/es/v18n59/18n59a01.pdf> Acesso em 12 de maio de 2015. GONDIM, Sônia Maria Guedes. Perfil profissional e mercado de trabalho: relação com a formação acadêmica pela perspectiva de estudantes universitários. Universidade Federal da Bahia, 2002. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413294X2002000200011&script=sci_arttext> Acesso em 12 de maio de 2015. HAYS. Guia Salarial Hays Insper 2014/15. Hays, São Paulo, 2014. Disponível em <http://www.vagas.com.br/profissoes/wp-content/uploads/sites/3/2014/11/SalaryGuide_2014.pdf> Acesso em 12 de maio de 2015. HAYS. The Hays Global Skills Index 2013. Hays, London, 2013. Disponível em <http://www.aedipecentro.org/wp-content/uploads/2013/10/PLC-6962-1-Hays-GSI2013_Report-2_V1.pdf> Acesso em 12 de maio de 2015. SEBRAE. Capacitar e desenvolver competências é um processo. Disponível em <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/Capacitar-e-desenvolvercompet%C3%AAncias-%C3%A9-um-processo> Acesso em 12 de maio de 2015.