Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FUNDAMENTOS DE FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996. FÍSICA 2 CAPÍTULO 19 – TEMPERATURA 51. Uma espessa barra de alumínio e um fio de aço estão ligados em paralelo (Fig. 19-19). A temperatura é de 10,0oC. Ambos têm comprimento 85,0 cm e nenhum dos dois está tensionado. O sistema é aquecido até 120oC. Calcule a tensão resultante no fio, supondo que a barra se expande livremente. (Pág. 182) Solução. Considere o seguinte esquema: Aço Al T0 Aço Al T L L0 O problema pede para determinar a tensão no fio de aço após a expansão do cilindro de alumínio. Devido à natureza do problema, sua solução requer a utilização do módulo de Young do fio, EAço. Veja maiores detalhes sobre o módulo de Young na seção13-6 - Elasticidade. O valor do módulo de Young para o aço foi extraído da Tab. 13.1, pag. 13. O módulo de Young (E) é definido como a constante de proporcionalidade entre F/A e ∆L/L0, onde F é a força exercida sobre um objeto, A é a área da seção transversal do objeto na direção de F e L0 se refere ao comprimento original do objeto, medido na direção de F. Ou seja: F ∆L (1) =E A L0 De acordo com a Eq. (1), a pressão (F/A) exercida sobre uma barra, na direção do seu comprimento, é diretamente proporcional à variação fracional do comprimento (∆L/L0). A pressão nos extremos da barra pode ser no sentido de comprimi-la ou expandi-la. No presente caso, tem-se um fio ao invés de uma barra e o processo é de expansão. Como o problema não forneceu a área da seção transversal do fio de aço, somente será possível determinar a razão F/A, e não F, como foi pedido. ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 1 Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES Inicialmente, à temperatura T0, tanto o fio quanto o cilindro possuem comprimento L0. Portanto, o fio encontra-se inicialmente relaxado. Quando o sistema é aquecido, o fio e o cilindro expandem-se, sendo que o alumínio expande-se mais do que o fio de aço (coeficiente de dilatação térmica maior para o alumínio). A diferença entre os comprimentos finais do cilindro e do fio é que gera a tensão no fio, sendo essa diferença, ∆L, que entra em (1). Assim, o comprimento do cilindro de alumínio após a expansão térmica será: L = L0 (1 + α Al ∆T )= (85, 0 cm ) 1 + ( 2,3 ×10−5o C−1 )(110o C ) = 85, 21505 cm Se o fio de aço não estivesse conectado ao cilindro, seu comprimento após a expansão térmica seria: L' = L0 (1 + α Aço ∆T )= (85, 0 cm ) 1 + (1,1×10−5o C−1 )(110o C ) = 85,10285 cm Em relação à situação do fio de aço no problema, a Eq. (1) pode ser reescrita da seguinte forma: F ∆L L − L' = E= EAço Aço A L' L' Substituindo-se pelos valores numéricos fornecidos: (85, 21505 cm ) − ( 85,10285 cm ) = F = 200 ×109 N/m 2 ) 2, 6368 ×108 Pa ( A 85,10285 cm ( ) F ≈ 2,64 × 10 8 Pa A ________________________________________________________________________________________________________ Halliday, Resnick, Walker - Física 2 - 4a Ed. - LTC - 1996. Cap. 19 – Temperatura 2