Jogos e Aprendizagem Matemática: A utilização de jogos com
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
Camila Schimite Molero
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
e-mail: [email protected]
Italo Gonçalves da Silva
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
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Mateus Henrique Ferreira de Cristo
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
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Matheus da Silva Paulino
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
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Alexandre de Oliveira
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
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Márcia Marinho do Nascimento Mello
Universidade do Sagrado Coração, Bauru/SP
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Comunicação Oral
Pesquisa em andamento
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Introdução
O curso de licenciatura em Matemática da Universidade do Sagrado
Coração de Bauru integrou-se ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
a Docência (PIBID) em 2014. Conta com a participação de dez discentes que
desenvolvem atividades didático-pedagógicas junto com estudantes do Ensino
Fundamental e Médio da Escola Estadual Profª. Ada Cariani Avalone, em
Bauru-SP. As atividades do Projeto contam com um coordenador da área
(docente da Universidade) e um professor supervisor da escola.
Com o intuito de promover o contato de licenciandos com a realidade
escolar, o Programa valoriza e incentiva os estudantes que optaram pela
carreira docente, além de inseri-los no cotidiano das escolas, permitindo a
realização de ações docentes com o objetivo de elevar a qualidade de sua
formação (GAMA et al., 2013).
Inserido como política pública voltada para o apoio aos alunos
universitários de instituições superiores ingressantes em cursos de licenciatura,
o PIBID tem como sua principal contribuição a formação inicial de professores
com estímulo à docência, aos licenciandos das diferentes áreas do
conhecimento. Cada instituição formadora de professores participante do PIBID
desenvolve ações visando atender a essa proposta geral do programa
(KUSIAK et al., 2012).
O PIBID tem como objetivo,
Incentivar a formação de docentes em nível superior para a
educação básica; contribuir para a valorização do magistério;
elevar a qualidade da formação inicial de professores nos
cursos de licenciatura, promovendo a integração entre
educação superior e educação básica; inserir os licenciandos
no cotidiano de escolas da rede pública de educação,
proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação
em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas
docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a
superação de problemas identificados no processo de ensinoaprendizagem; incentivar escolas públicas de educação básica,
mobilizando seus professores como formadores dos futuros
docentes e tornando-as protagonistas nos processos de
formação inicial para o magistério; e contribuir para a
articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos
docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos
cursos de licenciatura. (CAPES, 2008).
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O subprojeto da matemática optou por trabalhar com jogos, pois são
uma forma de se abordar conteúdos matemáticos, de modo a resgatar o lúdico,
com aspectos do pensamento matemático que vêm sendo ignorados no
ensino. Isso porque muitos professores trazem a matemática como algo
acabado, em que o aluno passa a acreditar que seu papel é passivo e
desinteressante. (D'AMBROSIO, 1989).
Há três aspectos principais que justificam a utilização de jogos na sala
de aula, o caráter lúdico, o desenvolvimento de técnicas intelectuais e a
formação de relações sociais, aspectos estes que são de suma importância
para o desenvolvimento de um trabalho pleno no processo de ensino
aprendizagem. (LARA, 2007).
Alguns professores buscam descobrir estratégias para que na sala de
aula seus alunos não estejam com a atenção em outros espaços ou momentos,
a matemática escolar também começa a assumir contornos de mudança,
passando a mostrar caminhos de contextualização, interdisciplinaridade,
construção de estratégias e discussão de regularidades. É nesse contexto que
surge a utilização de jogos como uma mudança significativa nos processos
educacionais
que
permitam
alterar
o
modelo
tradicional
de
ensino.
(EMERIQUE, 1999).
Metodologia
Para dar suporte aos discentes de Matemática na implantação dessa
metodologia de ensino e aplicação dos jogos com os estudantes do ensino
fundamental, foi necessário estruturar a proposta em diferentes etapas:
reflexões sobre a utilização dos jogos por meio de leituras e discussões de
bibliografias; reuniões semanais para elaboração do material e análise do
modo de aplicação das atividades; confecção e adaptação de jogos ao
conteúdo curricular; aplicação em sala de aula e avaliação.
Inicialmente, na Universidade, houve uma preparação teórica dos
discentes, os quais estudaram e analisaram artigos para terem fundamentação
teórica sobre a metodologia e aplicação de jogos em sala de aula.
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Em um segundo momento, juntamente com o professor da escola,
analisaram-se quais os conteúdos em que os alunos possuíam maiores
dificuldade, para que o Projeto PIBID pudesse ajudar no processo de ensinoaprendizagem desses conteúdos. Assim, foram confeccionados jogos para o 6º
ano do ensino fundamental, com foco principal nas quatro operações básicas,
pois, segundo relatos da professora, não conseguia avançar com novos
conceitos, pois seus alunos chegaram ao ciclo II do Ensino Fundamental com
pouco domínio de conteúdos básicos da matemática.
Quanto à confecção e adaptação dos jogos, segundo Silva e Kodama
(2004), antes de levar os jogos para as aulas deve-se haver um estudo
minucioso de cada jogo, o que só é possível jogando. Com a exploração e
análise das jogadas, refletindo sobre acertos e erros, os estudantes da
graduação puderam formular questionamentos para ajudar os alunos do ensino
fundamental, além de ter ideia das possíveis dificuldades que iriam encontrar.
Com a proposta de fazer do aluno um ser pensante no processo de
ensino aprendizagem, que busca e constrói o saber por meio da análise das
situações que se apresentam no decorrer do processo,
foram elaborados
jogos que levassem os alunos a tal situação. (SILVA; KODAMA, 2004). Os
jogos elaborados e aplicados durante o ano letivo, foram os seguintes: batataquente, bingo, stop de matemática e trilha, os quais seguem descritos a seguir.
Batata-quente
Em círculo os alunos passavam uma caixa com diversas operações
matemáticas, envolvendo soma, subtração, multiplicação e divisão, e ao final
de uma musica que eles cantavam. Quem ficasse com o objeto deveria retirar
uma conta e resolver. Todos os alunos foram estimulados a resolver juntos,
pois assim eles mesmos saberiam se o colega que ficou com a operação,
conseguiu realizá-la de maneira correta ou não.
Bingo
Os alunos foram divididos em duplas e receberam uma cartela por dupla
contendo 15 números diversos entre 1 e 80 (figura 1). Era sorteado um
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determinado número em cada rodada do jogo, porém este não era revelado
aos alunos, uma operação matemática cujo resultado seria o número que foi
sorteado era proposta, de forma que apenas quem conseguisse resolve-la
poderia marcar o número, assim todos trabalhavam em conjunto.
Figura 1 – Modelo de cartela utilizada para o bingo
Fonte: Elaborado pelos autores.
Stop de Matemática
Três operações eram sorteadas e em uma folha de papel em branco, a
qual os alunos deveriam dividi-la em três colunas iguais, anotavam as
operações para que assim pudessem resolvê-las. Os educandos estavam
divididos em grupos e deveriam resolver tais operações no menor tempo
possível, para que assim pudessem dizer “Stop” e parar o jogo. Para que todos
se envolvessem, os alunos que terminavam primeiro iam até a lousa e
mostravam como haviam realizado tal operação e os próprios colegas
avaliavam se estes haviam acertado ou não.
Trilha
Através de uma trilha (figura 2) trabalhou-se a operação da divisão, com
as seguintes regras: com os alunos divididos em grupos de três ou quatro
integrantes cada, deveriam pensar, um por vez, em um número qualquer e
jogar o dado. Assim o número que saísse no dado deveria ser dividido pelo
número que havia sido pensando anteriormente, e o resto da divisão seria a
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quantidade de casas que o educando deveria percorrer. O objetivo do jogo era
chegar ao final da trilha (número 50 na trilha) com o menor número de rodadas
possíveis, ou chegar o mais próximo possível do final.
Figura 2 – Modelo de trilha utilizada como base para o jogo com
operações matemáticas.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Resultados e Discussão
As avaliações do trabalho foram feitas de forma contínua, tanto na
universidade, com a coordenadora do projeto, a qual sempre sugeriu novos
meios de aplicação dos jogos ou de análise dos resultados, quanto na escola
com a professora da turma.
Questionou-se a professora da sala quanto ao avanço dos alunos, a qual
semanalmente trazia resultados de avanços ou não dos alunos frente às
atividades trabalhadas na semana anterior.
As avaliações escritas da turma com a qual o PIBID trabalhou puderam
ser acompanhadas pelo grupo de bolsistas. Quando comparadas com as
avaliações anteriores, alguns alunos, que ao menos nem tentavam resolver os
problemas propostos, passaram a tentar.
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Considerações Finais
Quanto aos alunos da escola pública, notou-se nitidamente uma maior
motivação e participação nas aulas, o que ocasionou um melhor desempenho
dos mesmos nas atividades propostas posteriormente e fez com que a
professora conseguisse avançar com os conteúdos propostos pelo Currículo do
Estado de São Paulo.
Os alunos bolsistas do projeto, com a oportunidade de vivenciar o
cotidiano escolar, criaram uma maior afinidade com a profissão docente. Em
alguns casos, alunos que não sabiam ao certo se realmente gostariam de
trabalhar com o ensino público, perceberam que nele podem transformar o
aluno, além de se transformar profissional e pessoalmente, pois é levado a
confrontar-se com diferentes realidades.
Palavras-Chave: PIBID; jogos; ensino de matemática; formação docente.
Referências
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL
SUPERIOR. Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência –
PIBID. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacaobasica/capespibid>. Acesso em: 07 mar de 2015.
D'AMBROSIO, B. S. Como ensinar matemática hoje? educadores.diaadia,
1989. Disponível em:
<http://educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMA
TICA/Artigo_Beatriz.pdf>. Acesso em 25 fev.2015.
EMERIQUE, P. S. Isto e Aquilo: Jogo e “Ensinagem” Matemática. In: BICUDO,
M. A. V. Pesquisa em Educação Matemática: concepções e perspectivas.
São Paulo: Editora Unesp, 1999. p. 185–188.
FIORENTINI, D.; MIORIN, M. A. Uma reflexão sobre o uso de materiais
concretos e jogos no ensino da Matemática. Boletim da SBEM-SP, São Paulo,
n. 7, jul./ago. 1990.
GAMA, A. G. B. et. al. A Importância do Projeto PIBID na Formação dos Alunos
de Licenciatura em Química do IFRN Campus Apodi. In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA UFRN, 9, 2013, Rio Grande do Norte. Anais... Rio
Grande do Norte, 2013. Disponível em:
<http://www2.ifrn.edu.br/ocs/index.php/congic/ix/paper/viewFile/1064/39>.
Acesso em: 01 mar.2015.
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LARA, I. C. M. Jogando com a Matemática de 5ª a 8ª Série. miltonborba,
2002. Disponível em:
<http://www.miltonborba.org/CD/Interdisciplinaridade/Encontro_Gaucho_Ed_M
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KUSIAK, R. S. et. al. A Utilização do Software Geogebra no Ensino da
Geometria Plana: Uma Experiência PIBID. In: Seminário Nacional de Inclusão
Digital, 1, Passo Fundo, 2012, Anais... Passo Fundo, 2012. Disponível em:
<http://senid.upf.br/2012/anais/96196.pdf>. Acesso em: 21 mar.2015.
SILVA, A. F.; KODAMA, H. M. Jogos no Ensino da Matemática.
bienasbm.ufba, 2004. Disponível em:
<http://www.bienasbm.ufba.br/OF11.pdf>. Acesso em: 23 de mar.2015.
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