A IMPORTÂNCIA DOS VALORES NA ESCOLA: RELATO DE
EXPERIÊNCIAS NO PROJETO PIBID.
Stefani Mayari da Silva de Oliveira
Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP
e-mail: [email protected]
Vivian Palomo de Paula
Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP
e-mail: [email protected]
Orientadores
Helena Aparecida Gica Arantes
Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP
e-mail: [email protected]
Lívia Maria Ribeiro Leme Anunciação
Universidade Sagrado Coração, Bauru/SP
e-mail: [email protected]
Comunicação Oral
Relato de Experiência
RESUMO
Introdução
Este relato tem como objetivo, apresentar as experiências vividas no
projeto PIBID referente aos valores morais trabalhado no mês de maio de 2014,
em uma escola municipal de uma cidade de médio porte do interior do estado de
São Paulo, cuja intenção foi oferecer orientações aos alunos sobre a importância
dos valores para a vida em sociedade.
De acordo com Pinheiro et al. (2006), a escola tem o papel fundamental de
auxiliar na formação dos indivíduos em sociedade por meio de desenvolvimento
de comportamentos, habilidades e valores etc. Portanto, tem o compromisso
social de consolidar e modelar comportamentos, desenvolver capacidades e
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habilidades, bem como apresentar e ampliar o conhecimento dos alunos sobre os
valores humanos.
Martinelli (1999) afirma que os valores humanos na escola, estão presentes
na apreciação e assimilação do conhecimento de todos os conteúdos a serem
ensinados.
Os valores são aquilo que integram o conhecimento, a família, a escola e a
vida em sociedade.
De acordo com Goergen (2001) se de fato queremos formar cidadãos
éticos e morais, devemos investir na formação moral dos indivíduos, iniciando no
espaço escolar, a partir de intervenções nas quais podemos fazer, a fim de
melhorar o convívio dos indivíduos em sociedade.
Assim, a educação consolida os valores e virtudes já existentes nos alunos
e incentiva a superação de erros e defeitos.
Método
Os dados foram coletados semanalmente e descritos nos diários de
campo. Dividimos a turma em grupos A (1º, 2º e 3º anos) e B (4º e 5º anos),
sendo as atividades planejadas de acordo com a faixa etária de cada grupo.
Utilizamos de valores como o convívio familiar, respeito e amor ao próximo,
para nortearem nossa discussão.
Resultados e discussões
Na primeira semana iniciamos as atividades com o grupo A, na qual
passamos um vídeo que continham mensagens de valores morais. Pedimos
exemplos e eles exemplificaram citando: amor, respeito, solidariedade, família,
etc.
Após, em uma cartolina, desenhamos uma árvore cheia de folhas e
demos o nome de “árvore dos valores”, onde cada aluno escreveu um valor que
considerava mais importante. Esta seria uma árvore repleta de surpresas, pois ao
passearmos por seus galhos e olharmos suas folhas, descobriríamos coisas
valiosas para nossa vida.
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Tivemos um ótimo resultado, pois os alunos foram participativos e
interessados. Com isso, conseguimos apresentar novos valores morais para
aqueles alunos que ainda não os conheciam, bem como reforçar os já
conhecidos.
Na segunda semana, iniciamos as atividades com grupo B, sobre o
convívio familiar.
Segundo Kreppner (2000 citado por Dessen e Polônia 2007, p.22) a
família é vista como um sistema social responsável pela transmissão de valores,
crenças, ideias e significados que estão presentes das sociedades.
Como os alunos necessitam praticar a escrita, propomos que eles
escrevessem uma carta para alguém que consideravam de grande apresso em
sua família.
Ao trabalhar a carta, percebemos a grande dificuldade que os alunos
do grupo B apresentaram com relação à gramática, pontuação, ortografia,
coerência e coesão, o que nos preocupou grandemente tendo em vista a idade
avançada que possuem (9 a 10 anos), nos levando a refletir sobre a importância
de se trabalhar a leitura e escrita com alunos nesta idade.
Já no grupo A, a maior dificuldade foi com relação à escrita, pois nem
todos sabiam escrever e os que escreviam, apresentavam grandes dificuldades,
o que já era esperado visto a pouca idade que possuem (6 a 8 anos) motivo que
não nos permitiu trabalhar a carta com eles, mas sim um cartão.
Na terceira semana, com o grupo B, discutimos sobre o respeito ao
próximo, iniciando nossa aula com um vídeo sobre o que é respeito e
combinamos algumas regras através de um cartaz que montamos com imagens
de boas maneiras.
Pinheiro (2011) afirma que com base em um trabalho reflexivo e crítico,
os sujeitos podem chegar a conclusões fundamentais sobre a importância do
respeito ao próximo para uma convivência harmoniosa.
Com o grupo A, iniciamos as atividades com o livro: Por que não
posso? Um livro sobre regras de Sue Graves, onde discutimos o que devemos
fazer para respeitar as pessoas, através da mensagem que o livro traz.
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Com os dois grupos, fizemos a “dinâmica da bexiga dos sonhos”, onde
distribuímos bexigas para os alunos, para que cada aluno colocasse sua
profissão futura.
Verificamos que os alunos saíram estourando as bexigas dos outros e
usando agressões físicas. Assim que as agressões começaram, finalizamos a
dinâmica, reunimos os alunos e explicamos que o objetivo da dinâmica era cada
um respeitar o espaço do outro. Com isso, pudemos sugerir várias possibilidades
de se empregar os valores morais, sobretudo o respeito ao próximo. Após a
discussão, todos os alunos refletiram sobre o ocorrido e se acalmaram, pediram
desculpas aos outros.
Na quarta semana iniciamos as atividades com o grupo B, com o
assunto amor ao próximo.
Distribuímos revistas e jornais, para que cada aluno escolhesse duas
palavras que representassem valores morais, na qual cada palavra foi colada em
um grande coração que levamos para a brincadeira.
Eizirik (2006) afirma que vivemos em um momento histórico em que a
crueldade de algumas ações humanas (interpretadas como violentas e despidas
de qualquer amor ao próximo) parece atingir um ápice, transformando-se em
frequentes matérias jornalísticas.
Após, cada aluno recebeu um coração menor, onde escreveram seu
nome e o que queriam que tivesse no seu coração, como amor, respeito,
igualdade, humildade, etc.
Para finalizar, conduzimos os alunos a trocar os corações, juntamente
com a dinâmica do amigo, na qual havia um presente que só seria entregue
àquele aluno que possuísse determinada qualidade relatada.
Conforme os alunos escolhiam o amigo, o coração ia sendo entregue.
O presente passava para o próximo, mas o coração ficava.
O grupo B adorou a dinâmica, porém o grupo A não teve a mesma
reação, pois contestaram a razão de ter que entregar o seu coração ao colega.
Isso nos possibilitou refletir sobre a falta de amor em nossa sociedade e as
formas de combater essas indiferenças.
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Considerações finais
Concluímos que é de grande importância trabalhar valores morais com
crianças em idade escolar, pois através de nossas observações posteriores,
pudemos perceber uma grande evolução tanto no comportamento dos alunos,
como na maneira de se relacionar, tanto com os professores e com os demais
funcionários da escola, quanto com os demais colegas ao longo do ano escolar.
Palavras-chave: Importância dos valores; Valores; PIBID; Experiências do
PIBID; Valores na escola.
REFERÊNCIAS
DESSEN, Maria Auxiliadora e POLONIA, Ana da Costa. A família e a escola
como contextos de desenvolvimento humano. Paidéia (Ribeirão Preto). 2007,
vol.17, n.36, pp. 21-32.
EIZIRIK, Marisa Faermann e TREVISAN, Juliano Fontana. Da genealogia da
moral à moral do ressentimento: a crueldade nos bons costumes. Psicol. cienc.
prof. 2006, vol.26, n.3, pp. 360-367.
GOERGEN, Pedro. Educação moral: adestramento ou reflexão comunicativa?
Educ. Soc. 2001, vol.22, n.76, pp. 147-174.
GRAVES, Sue. Por que não posso? Um livro sobre regras. Traduzido por
Desideria Guicciardini, Editora Moderna, 2012, Vol. 1.
MARTINELLI, Marilu. Aulas de transformação. 7. ed. São Paulo: Peirópolis,
1996, 141p.
PINHEIRO, M. I. S., Haase, V. G., Amarante, C. L. D., Prette, A. D., Del Prette, Z.
A. P. D. Treinamento de Habilidades Sociais e educativas para Pais de
Crianças com Problemas de Comportamento. Psicologia: Reflexão e Crítica,
2008, pp. 19 (3), 407-414.
PINHEIRO, Viviane Potenza Guimarães. Preconceito, moralidade e educação
moral para a diversidade. Rev. Bras. Educ. 2011, vol.16, n.46, pp. 215-233.
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