9 Controle da Resistência do Concreto Controle Resistência Concreto Control de da la Resistência deldo Hormigón Control de laControl Resistência del Hormigón Conformity for Compressive Strength Conformity Control for Compressive Strength Boletín Técnico Jéssika Pacheco & Paulo Helene Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción - ALCONPAT Int. INTERNACIONAL Elaboración de: PREFÁCIO Com o grande desenvolvimento atual dos meios de comunicação e de transporte, há efetiva possibilidade e necessidade de integração dos profissionais dos países Ibero-americanos, conscientes de que o futuro inscreve-se numa realidade social onde o conhecimento científico e o desenvolvimento tecnológico são as ferramentas corretas a serem utilizadas em benefício da sustentabilidade e qualidade de vida de nossos povos. É missão e objetivo da ALCONPAT (Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción) ser um forte instrumento de união, desenvolvimento e difusão dos conhecimentos gerados pela comunidade da construção civil, com foco nos materiais e na gestão da qualidade de obras em andamento, no estudo dos problemas patológicos, na manutenção, recuperação e proteção do enorme patrimônio construído e na prevenção de falhas de projeto e construção em obras novas. Desde sua fundação no ano de 1991 em Córdoba, Argentina, os membros da ALCONPAT Internacional e de suas delegacias e entidades nacionais, vêm organizando cursos, seminários, palestras e, nos anos ímpares o tradicional e reconhecido congresso científico CONPAT, já realizado de forma itinerante em onze diferentes países da Ibero-américa. Com o objetivo de fortalecer essa integração e valorizar ainda mais a Construção Civil desses países, a ALCONPAT instituiu, em 2011, a “Comisión Temática de Procedimientos Recomendables” sob a profícua coordenação do Prof. Dr. Bernardo Tutikian. Essa Comissão tem o objetivo de levantar temas de interesse da comunidade, buscar um especialista que se disponha a pesquisar e escrever sobre o assunto, voluntariamente, e divulgar esse conhecimento na comunidade Ibero-americana. O conteúdo deve ser claro, objetivo, com bases científicas, atualizado e não muito extenso, fornecendo a cada leitor profissional as bases seguras sobre um tema específico de forma a permitir seu rápido aproveitamento e, quando for o caso, constituir-se num ponto de partida seguro para um desenvolvimento ainda maior daquele assunto. O resultado dessa iniciativa agora se cristaliza na publicação de 10 textos fantásticos, em forma de fascículos seriados, cuja série completa ou coletânea se denomina “O QUE É NA CONSTRUÇÃO CIVIL?”. Se tratam de textos conceituais visando o nivelamento do conhecimento sobre as principais “palavras de ordem” que hoje permeiam o dinâmico setor da Construção Civil, entre elas: Sustentabilidade, Qualidade, Patologia, Terapia, Profilaxia, Diagnóstico, Vida Útil, Ciclo de Vida, e outras, visando contribuir para o aprimoramento do setor da construção assim como a qualificação e o aperfeiçoamento de seus profissionais. Por ter um cunho didático, os diferentes temas são abordados de modo coerente e conciso, apresentando as principais etapas que compõem o ciclo dos conhecimentos necessários sobre aquele assunto. Cada fascículo é independente dos demais, porém o seu conjunto constituirá um importante referencial de conceitos utilizados atualmente na construção civil. O curto prazo disponível para essa missão, de repercussão transcendental aos países alvo, foi superado vitoriosamente e esta publicação só se tornou realidade graças à dedicação, competência, experiência acadêmica, profissionalismo, desprendimento e conhecimento do Coordenador e Autores, apaixonados por uma engenharia de qualidade. Estes textos foram escritos exclusivamente por membros da ALCONPAT, selecionados pela sua reconhecida capacidade técnica e científica em suas respectivas áreas de atuação. Os autores possuem vivência e experiência dentro de cada tópico abordado, através de uma participação proativa, desinteressada e voluntária. O coordenador, os autores e revisores doaram suas valiosas horas técnicas, seus conhecimentos, seus expressivos honorários e direitos autorais à ALCONPAT Internacional, em defesa de sua nobre missão. Estimou-se essa doação em mais de 500h técnicas de profissionais de alto nível, a uma média de 50h por fascículos, acrescidas de pelo menos mais 200h de coordenação, também voluntária. Todos os recursos técnicos e uma visão sistêmica, necessários ao bom entendimento dos problemas, estão disponíveis e foram tratados com competência e objetividade, fazendo desta coletânea uma consulta obrigatória. Espera-se que esta coletânea venha a ser amplamente consultada no setor técnico-profissional e até adotada pelas Universidades Ibero-americanas. Esta coletânea é mais um esforço que a ALCONPAT Int. realiza para aprimoramento e atualização do corpo docente e discente das faculdades e universidades, assim como para evolução dos profissionais da comunidade técnica ligada ao construbusiness, valorizando indistintamente a contribuição da engenharia no desenvolvimento sustentado dos países Ibero-americanos. Mérida - México, março de 2013 Prof. Paulo Helene Presidente ALCONPAT Internacional Prof. Bernardo Tutikian Coordinador Comisión Temática de Procedimientos Recomendables Junta Directiva de ALCONPAT Internacional (bienio jan.2012/dez. 2013): Presidencia: Presidência de Honor: Vicepresidente Administrativo: Vicepresidente Técnico: Secretario Ejecutivo: Director General: Gestor: Prof. Paulo Helene Prof. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho Profa. Maria Ysabel Dikdan Profa. Angélica Piola Ayala Prof. José Manuel Mendoza Rangel Dr. Pedro Castro Borges Ing. Enrique Crescencio Cervera Aguilar Sede permanente ALCONPAT: CINVESTAV Mérida México http://www.alconpat.org Dr. Pedro Castro Borges Presidente Congreso CONPAT 2013 Prof. Sérgio Espejo Comisiones Temáticas: Publicaciones Dr. Pedro Castro Borges EducaciónProfa. Liana Arrieta de Bustillos Membrecía Prof. Roddy Cabezas PremiaciónProfa. Angélica Piola Ayala Procedimientos Recomendables Prof. Bernardo Tutikian Relaciones Interinstitucionales Prof. Luiz Carlos Pinto da Silva Filho Historia ALCONPAT Prof. Dante Domene Boletín de Notícias Arq. Leonardo López Missão da ALCONPAT Internacional: ALCONPAT Internacional es una Asociación no lucrativa de profesionales dedicados a la industria de la construcción en todas sus áreas, que conjuntamente trabajan a resolver los problemas que se presentan en las estructuras desde la planeación, diseño y proyecto hasta la ejecución, construcción, mantenimiento y reparación de las mismas, promoviendo la actualización profesional y la educación como herramientas fundamentales para salvaguardar la calidad y la integridad de los servicios de sus profesionales. Visão da ALCONPAT Internacional: Ser la Asociación de especialistas en control de calidad y patología de la industria de la construcción con mayor representatividad gremial y prestigio profesional reconocido internacionalmente, buscando siempre el beneficio social y el óptimo aprovechamiento de los recursos humanos, materiales y económicos para la construcción de estructuras sustentables y amigables con el medio ambiente. Valores de ALCONPAT Internacional: Ciencia, Tecnología, Amistad y Perseverancia para el Desarrollo de América Latina. Objetivos da ALCONPAT Internacional: ARTÍCULO 1.2 del Estatuto. ALCONPAT se define como una asociación sin fines de lucro, cuyos fines son: a) Contribuir al desarrollo científico y técnico de toda la comunidad Latinoamericana relacionada con la construcción y sus materiales, con énfasis en la gestión de la calidad, la patología y la recuperación de las construcciones. b) Actuar como un interlocutor cualificado, tanto de la propia sociedad civil como de sus poderes públicos representativos. c) Promover el papel de la ciencia y la tecnología de la construcción y sus materiales, y contribuir a su difusión como un bien necesario que es para toda la sociedad Latinoamericana y Iberoamericana. 09 INTERNACIONAL ALCONPAT Internacional Asociación Latinoamericana de Control de Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción Boletín Técnico Control de la resistência del hormigón Controle da resistência do concreto Conformity control for compressive strength Jéssika Pacheco Paulo Helene PhD Engenharia. BRASIL Introdução Em geral as operações de controle da resistência arte é parte integrante da introdução da segurança à compressão do concreto são entendidas como no projeto estrutural, sendo indispensável a sua operações de controle de qualidade do concreto. Essa permanente comprovação, conhecido também por interpretação se deve ao fato desses procedimentos controle de recebimento ou de aceitação do concreto. estarem fundamentados num conceito estatístico, Avaliar se o que está sendo produzido corresponde com ao que foi adotado previamente por ocasião do amostragem e ensaios padronizados, similar à dimensionamento da estrutura faz parte da própria metodologia utilizada para controle de qualidade concepção do processo construtivo como um todo. em variáveis aleatórias e contínuas, de produtos nas indústrias. Em várias partes do mundo e também no Brasil, No transcorrer deste texto demonstra-se que com início de discussões a partir de meados da esse controle de qualidade do concreto, focado no década de 50 (Himsworth, 1954), houve a introdução controle da resistência à compressão do concreto, do conceito de resistência característica associada a é apenas uma parte do importante controle um quantil inferior de uma curva de distribuição tecnológico das estruturas de concreto, que, normal ou de Gauss. esse sim, poderá assegurar qualidade ampla à estrutura final. No fim da década de 50 e início da década de 60, esses conceitos foram definitivamente incorporados O controle da resistência à compressão do às normas de projeto com a introdução da norma concreto das estruturas de edificações e obras de ABNT NB 1:1960 Projeto e Execução de Obras de ALCONPAT Int. Concreto Armado. Procedimento, do conceito de norma resistência característica, fck (na época denominada specification, performance, production and conformity. resistência mínima com a notação de sR) associado Além destas, outras normas específicas tratam ao quantil inferior de 5%. específica, a EN 206:2000 Concrete: da produção do concreto em canteiro e em De 1960 a 1978 experiências internacionais e o Centrais, de amostragem de concreto fresco, de desenvolvimento da estatística para a estimativa classificação dos concretos, de ensaios de ruptura, de um quantil (Anton Corrales, 1972) permitiram de ensaios não destrutivos e de ensaios de extração a atualização do texto dessa norma pioneira, dando de testemunhos. origem à ABNT NB 1:1978, também identificada Esse conjunto consistente de textos, por vezes por ABNT NBR 6118:1978, ocorrendo o mesmo desconhecido, em sua totalidade, da maioria nas normas equivalentes da Espanha, Portugal, dos Alemanha, USA e outras, ainda que com quantis construtores, produtores de concreto, consultores variáveis de 5% a 10%. e engenheiros, laboratórios de tranquilizam controle, que projetistas, têm numa Ao longo dos últimos anos, devido a questões normalização abrangente, um referencial seguro práticas e conceituais, essas normas pioneiras que e legal de seu exercício profissional, minimizando abrangiam projeto, controle e execução de estruturas desentendimentos e desgastes entre as partes. de concreto foram desmembradas em outras Neste Boletim Técnico, procurar-se-á relembrar mais específicas. No Brasil, atualmente o tema é alguns conceitos básicos indispensáveis à tratado em três outras: a ABNT NBR 6118:2007, implantação de um programa de controle visando que se destina ao projeto estrutural; a ABNT NBR à segurança estrutural, ao mesmo tempo em que se 12655:2006, que trata da produção e controle de apresenta a sistemática atualmente recomendada aceitação do concreto; e a ABNT NBR 14931:2004 pela ABNT NBR 12655:2006, focando-se no que trata da execução de estruturas de concreto. Na controle de aceitação ou, também denominado, de Europa, a produção, controle e critérios de aceitação recebimento ou de conformidade do concreto. também não consta mais do EuroCode II e sim de uma 1. Como é obtida a resistência Por convenção, no Brasil, a resistência à diâmetro, e 2% para a altura. Hoje em dia, para compressão, de referência do concreto para fins um corpo de prova usual, utilizado no controle de de introdução da segurança no projeto estrutural edificações urbanas, as dimensões ideais seriam: e para fins de controle, é obtida através da tensão (100±1)mm por (200±4)mm. de ruptura à compressão axial de um cilindro de Em alguns países são adotados corpos de prova concreto, que deve ter altura igual ao dobro do cúbicos, em outros, prismáticos. Para controle de diâmetro, que por sua vez pode ser de 10cm, 15cm, resistências à tração e à flexão são adotados outros 20cm, 25cm, 30cm ou 45cm (vide Fig. 1b). procedimentos e corpos de prova de geometrias As medidas possuem tolerância de 1% para o próprias, não abordados neste documento. 2. Coleta e amostragem A coleta do concreto deve ser realizada em da descarga, em conformidade com a ABNT NBR conformidade com a norma Mercosur ABNT NBR NM 67:1998 Concreto. Determinação da consistência NM 33:1998 Amostragem de concreto fresco. pelo abatimento do tronco de cone. Método de Ensaio, Método de ensaio. ou também em conformidade com os métodos Nos casos triviais, na chegada à obra do caminhão betoneira, após bem misturar o concreto, deve ser destinados a concretos auto-adensáveis conforme ABNT NBR 10823:2010. retirada uma pequena porção de concreto para Para aferir a resistência à compressão desse ensaios de consistência do concreto fresco e liberação concreto, essa norma determina a retirada de 4 Boletín Técnico 09 Controle de resistência do concreto outra porção específica de concreto, pertencente ao concreto proveniente do volume do terço médio do balão do caminhão betoneira. central é mais representativo. Porém, do ponto de vista de reduzir o risco de erro humano, retirar concreto do terço final significa Os autores deste artigo recomendam retirar inibir até esse final que seja lançada água em essa porção do último terço do volume total desse excesso no balão, ou seja, reduz o risco humano de balão. Do ponto de vista físico ou de engenharia de haver distorção premeditada e intencional no traço concreto, tanto faz. Do ponto de vista matemático, que prejudique a qualidade original do concreto retirar concreto do volume correspondente ao terço (Helene, 2012). 3. Moldagem dos corpos de prova A moldagem ou preenchimento dos moldes deve quando se utilizam vibradores eletro-mecânicos atender um procedimento rigoroso que no Brasil com diâmetro da agulha de, no máximo, 25mm. está descrito na ABNT NBR 5738:2003 Concreto. Para concretos autoadensáveis (SCC) é dispensado Procedimento para moldagem e cura de corpos-de- o adensamento mecânico e o manual pode ser leve. prova. Em princípio, cada molde cilíndrico de 10cm Mantém-se os corpos de prova em câmara úmida por 20cm deve ser preenchido em duas camadas, [UR ≥ 95% e q = (23 ± 2)°C] até a idade de ensaio, com 12 golpes por camada, quando o adensamento devendo ser rompido “saturado”. (vide Fig. 1a) é feito com soquete manual, ou em uma camada 4. Ensaio de resistência Para o ensaio de ruptura deve ser atendido, O ideal é que todos os ensaios sejam realizados no Brasil, o método ABNT NBR 5739:2007 por Laboratórios competentes e supervisionados Concreto. Ensaios de compressão de corpos-de- por um sistema de qualidade tipo os pertencentes prova cilíndricos, observando-se muito cuidado à RBLE – Rede Brasileira de Laboratórios de com a preparação dos topos dos corpos de prova, Ensaios – acreditados para essa finalidade. A RBLE sendo ideal a chamada “retificação” dos topos é um conjunto de laboratórios credenciados pelo (vide Fig. 1c). INMETRO, segundo os requisitos da norma ABNT Por razões sustentáveis é aconselhável não mais usar pasta de base enxofre, e, por dificuldades NBR ISO/IEC 17025, considerados habilitados para a realização de serviços de ensaios. operacionais, também não usar argamassa ou O credenciamento estabelece mecanismos para pasta de cimento. Também deve-se evitar usar comprovar que os laboratórios empregam um neoprene, escovas ou outros produtos e artifícios sistema de qualidade; que possuem competência equivalentes ainda não considerados nas normas e técnica, que tenham laboratoristas certificados pelo que, via de regra, reduzem a resistência potencial INMETRO / IBRACON(Carromeu, 2012). do concreto, comparativamente ao procedimento A eficiência das operações de ensaio é decisiva com topo retificado e aderência entre o topo e o para a obtenção de um valor confiável e que possa ser prato da prensa. tomado como característico de certo lote de concreto. Outro cuidado é o ajuste da velocidade de carga Um capeamento insatisfatório dos topos dos que muda segundo o diâmetro do corpo de prova e corpos de prova ou um adensamento deficiente que deve estar dentro dos limites especificados pelo poderão reduzir em até 50% o valor da resistência método, sendo que velocidades muito rápidas podem à compressão do concreto de um certo corpo de aumentar falsamente a resistência e velocidades prova (Helene, 1987). muito lentas reduzí-las. As operações de ensaio estão estabelecidas para O resultado do ensaio de compressão axial é obter a máxima resistência potencial daquele indicado com a notação fci, e normalmente expresso concreto. Essas operações são consideradas a melhor em MPa (cerca de 10 kgf/cm ou 1 N/mm ou 145psi) forma de adensar, sazonar e ensaiar um concreto e, 2 2 Jéssika Pacheco & Paulo Helene 5 ALCONPAT Int. (a) (b) (c) (d) Figura 1. (a) Câmara úmida para cura dos corpos-de-prova (Imagem acervo PINI, Revista Téchne, edição 166. Janeiro de 2011); (b) Corpos de prova cilíndricos adotados no Brasil como referência de projeto e para controle da resistência à compressão do concreto (imagem acervo Rubens Bittencourt. Furnas, 2011); (c) Retificação dos topos dos corpos de prova para ensaio (Imagem acervo PINI, Revista Téchne, edição 166. Janeiro de 2011); (d) Ensaio de ruptura (Imagem acervo PINI, Revista Téchne, edição 166. Janeiro de 2011). portanto, sendo bem realizadas vão medir a “máxima” operacional vai reduzir essa resistência, advindo ou “potencial” resistência desse volume de concreto desse conceito a importância de operações de que esse corpo de prova representa. Qualquer falha ensaio corretamente executadas. 5. Importância da resistência à compressão A resistência à compressão é a propriedade do Por outro lado, não há dúvida de que a concreto adotada por ocasião do dimensionamento propriedade do concreto que melhor o qualifica da estrutura. Portanto, está diretamente ligada à é a resistência à compressão, para a maioria das segurança e estabilidade estrutural. aplicações correntes. Desde que na sua dosagem e A estrutura deve ser construída com um concreto preparação tenham sido levados em conta também de resistência à compressão igual ou superior àquele os aspectos de trabalhabilidade, deformabilidade valor adotado no projeto estrutural e tomado como e durabilidade (Castro-Borges, 2007) – optando- referência para fins de controle. se por determinada curva granulométrica, tipo e Portanto, conceitualmente, não é a resistência do concreto classe de cimento, relação água/cimento, adições, na estrutura, conhecida por resistência à compressão aditivos, fibras, etc. – e, consequentemente, daí “efetiva” (fc,ef) ou “real” do concreto que deve ser controlada. resultando uma certa resistência à compressão, O referencial de segurança e controle é a qualquer modificação na uniformidade, natureza resistência obtida no corpo de prova padrão, e proporcionamento desses materiais especificados amostrado, em poderá ser captada por uma variação na resistência. condições ideais para “potencializar” a resistência A resistência à compressão é uma propriedade intrínseca daquele traço de concreto, ou seja, muito sensível, capaz de indicar com presteza as operações de ensaio programadas para alcançar a eventuais variações da “qualidade” de um concreto, máxima resistência potencial daquele material (fci). da dosagem ou de seus insumos. moldado, curado e ensaiado 6. Limitações do controle da resistência Toda estrutura de concreto, depois de acabada, 6 Boletín Técnico 09 possui uma série de características próprias Controle de resistência do concreto que a diferencia daquela que foi especificada obra estará sujeita a variações aleatórias de tal através do conjunto de documentos que compõe o modo que não é possível prever com certeza qual projeto estrutural. será o resultado da resistência final do elemento O aço e o concreto não possuem exatamente a resistência característica especificada. estrutural analisado. As O grau de concordância dessas características armaduras não estão perfeitamente nas posições finais com aquelas que foram anteriormente desenhadas, as fôrmas não têm as dimensões adotadas e especificadas no projeto pode medir a especificadas no projeto, os pilares não guardam o qualidade, e consequentemente a confiabilidade prumo nem o alinhamento (excentricidade) perfeito, ou rigor da execução. Esse rigor será tanto mais o concreto da obra não é uniforme e pode ter ninhos alto quanto maior a conformidade do executado de concretagem, a cura pode ter sido inadequada, a ao que foi projetado. história de carregamento pode ter sido imprópria O controle da resistência à compressão do e certamente diferente daquela considerada no concreto situa-se dentro dessa necessidade de cálculo estrutural, etc. comprovação daquilo que está sendo executado A etapa de execução propriamente dita da frente ao que foi adotado no projeto da estrutura. Figura 2. Diagrama de blocos que esquematicamente situa o controle da resistência à compressão do concreto dentro da problemática mais ampla de controle tecnológico das estruturas de concreto (Terzian, 1992). Jéssika Pacheco & Paulo Helene 7 ALCONPAT Int. Apesar de que pode ser considerado um dos mais a geometria, o alinhamento (excentricidade), o importantes e obrigatório acompanhamento a ser prumo, a estanqueidade e resistência das fôrmas, feito durante a execução da estrutura, não deve a qualidade dos materiais do traço, a eficiência da ser confundido com o controle tecnológico das produção, as operações de transporte, lançamento estruturas de concreto, conforme se expõe na Fig. 2. e adensamento do concreto, o escoramento e a Como a figura em questão mostra, não está retirada do escoramento, o módulo de elasticidade, implícito que, ao fazer o controle da resistência à e outras variáveis de menor importância. compressão do concreto, resultará uma estrutura Portanto, o controle estatístico da resistência segura e com alta qualidade, confiabilidade ou rigor. à compressão do concreto, que utiliza as técnicas Da mesma forma, só com o controle de recebimento de controle de qualidade de um produto, é um dos do concreto não se pode garantir que a estrutura recursos - sem dúvida um dos mais importantes – final atende integralmente o projeto. porém, apenas mais um dos recursos do controle O controle tecnológico de uma estrutura engloba tecnológico das estruturas de concreto. a conferência de posição e bitola das armaduras, 7. Significado da resistência à compressão do concreto Vários são os fatores que intervêm na resistência No entanto, a resistência à compressão do à compressão do concreto da estrutura, desde a concreto, de controle e de referência, restringe-se à heterogeneidade e proporção dos materiais até o resistência potencial do concreto, medida na “boca” transporte, lançamento, adensamento e cura do da betoneira conforme indicado na Fig. 3. concreto na obra. O valor da resistência potencial do concreto Figura 3. Significado da resistência à compressão do concreto obtida através do controle do concreto. Notar que sempre vai haver diferenças entre resistência real ou efetiva do concreto na estrutura e a resistência de controle ou potencial, de referência. obtido através das operações de ensaio e controle cada vez menos usual – de procurar manter o corpo de é o valor de referência para a segurança e o prova em condições iguais à do concreto da estrutura. dimensionamento da estrutura. Precisa ser um valor único e perfeitamente Essa igualdade nunca poderia ser alcançada (diferenças de geometria, de acabamento definido a fim de permitir a comunicação entre as superficial, de adensamento) ao mesmo tempo em etapas de projeto e execução da obra. que o resultado deixaria de ser único, tornando-o Essa necessidade invalida a prática – felizmente 8 Boletín Técnico 09 inviável para ser tomado como referência. Controle de resistência do concreto 8. Correspondência entre o valor de controle e o efetivo da obra A correspondência entre a resistência potencial O valor usual de gc no Brasil é 1,4 e no EuroCode II, do concreto à compressão, obtida através das ACI 318 e fib Model Code 2010 esse valor é variável, operações de ensaio e controle e a resistência de 1,18 a 1,65, segundo o caso, natureza do esforço, real ou efetiva do concreto na estrutura, deve ser etc. Isso equivale dizer que a resistência à compressão assegurada através do controle tecnológico do concreto do componente estrutural (resistência dos serviços envolvidos e é independente dos efetiva) será sempre inferior, – na mesma idade e ensaios de recebimento (vide Fig. 4). condições de carregamento – que a resistência à Os desconhecimentos relativos às variáveis que intervêm nessa diferença entre “moldado” compressão obtida dos corpos de prova de controle. (Joint Committee, 1975). e “efetivo” são englobados pelo coeficiente de Portanto, nem sempre rejeitar um concreto cuja minoração da resistência à compressão do concreto, resistência à compressão no ensaio de controle gc, desde que a execução obedeça às técnicas atuais não atendeu ao especificado, significa rejeitar de bem construir, e os desvios estejam dentro das automaticamente o concreto da estrutura, pois na tolerâncias expressas nos manuais de boas práticas estrutura ele terá uma resistência diferente e chamada de engenharia e na ABNT NBR 14931:2004 de “efetiva”, que eventualmente poderá, ou não, Execução de estruturas de concreto. Procedimento. atender ao projeto estrutural (Calavera Ruiz, 1975). (a) (b) (c) Figura 4. Esmagamento de concreto em pilar de obra: (a) e (c) devido à má execução (bicheiras) e (b) devido a erro de projeto (dimensionamento insuficiente). Na esmagadora maioria das vezes, a resistência à compressão efetiva do concreto na obra é inferior à do concreto medida no corpo de prova de referência. O corpo de prova de controle mede a resistência potencial do concreto na “boca da betoneira”, sob condições ideais de adensamento, cura e ensaio. 9. Como a estatística pode ajudar O objetivo maior de um programa de controle da resistência à compressão do concreto é a obtenção representativo daquele concreto? Por razões óbvias de comportamento estrutural de um valor potencial, único e característico onde da resistência à compressão de certo volume importância tão determinante quanto os elos de de concreto, a fim de comparar esse valor com uma corrente, verifica-se facilmente que só a média aquele que foi especificado no projeto estrutural e, dos resultados não seria suficiente para definir e consequentemente, tomado como referência para a qualificar uma produção de concreto. É necessário segurança e o dimensionamento da estrutura. considerar também a dispersão dos resultados, que Os valores de ensaio que se obtêm dos diferentes corpos de prova são mais ou menos dispersos, uma seção transversal de pilar tem pode ser medida através do desvio padrão ou do coeficiente de variação do processo de produção. variáveis de uma obra a outra, conforme o rigor Para eliminar o inconveniente de ter que trabalhar de produção do concreto. Por exemplo, conhecidos com dois parâmetros, foi adotado o conceito de os resultados de n exemplares obtidos a partir de resistência característica do concreto à compressão, um certo número de corpos de prova de um mesmo que é uma medida estatística que engloba a concreto, como determinar um valor que seja média e a dispersão dos resultados, permitindo Jéssika Pacheco & Paulo Helene 9 ALCONPAT Int. definir e qualificar um concreto através de apenas para a obtenção desse valor característico que é um valor característico. também o valor adotado no projeto estrutural para As técnicas atuais de controle estão desenvolvidas fins de segurança. 10. O que é resistência característica do concreto Admite-se, ou melhor, convenciona-se que a cujo valor é complexo e difícil de ser conhecido, pois função de erro, distribuição normal ou de Gauss envolve muitas variáveis de execução, tais como é um modelo matemático que pode representar de geometrias, excentricidades, cura, adensamento, etc. maneira satisfatória a distribuição das resistências Em outras palavras, a maioria esmagadora do à compressão do concreto (fenômeno físico real). concreto deve ir para moldar a estrutura e dar (Helene, 1981) origem a uma fck efetivo ou real, e somente uma pequena parte deve ir para o controle. Em vista disso há necessidade de – a partir de uma pequena amostra representativa, ou seja, uns poucos corpos de prova com volume menor que 0,01m3 – obter uma resistência característica estimada do concreto à compressão, fck,est daquela população em estudo, em geral maior que 8m3, normalmente da ordem de 50m3 ou mais. Essa estimativa do valor real ou efetivo será tanto mais perfeita quanto maior o tamanho da amostra (quanto mais próxima do tamanho da população ou lote), quanto maior a eficiência do estimador (fórmula matemática adotada para inferência estatística) e quanto menor a dispersão dos resultados (ou seja, quanto mais rigoroso e homogêneo o processo de produção Figura 5. Representação da distribuição da resistência à compressão do concreto. Curva de Gauss com parâmetros obtidos de amostras. (Helene, 1984) e ensaio do concreto). Na de A curva densidade de probabilidade das Fig. alguns 6 apresentam-se termos as definições normalmente utilizados em controle de qualidade do concreto. resistências é admitida como normal e o valor Os próprios textos das normas, em geral, fazem característico é calculado em função da dispersão referência apenas ao Controle de Aceitação. Em dos vista disso, aborda-se em continuação apenas os resultados, originados pelo processo procedimentos relacionados ao controle de aceitação de produção e ensaio. O valor de resistência à compressão que do concreto, recebimento ou conformidade. apresenta uma probabilidade de 5% de não ser No controle de aceitação de um produto alcançado é denominado resistência característica acabado, a finalidade da decisão é julgar a do conformidade ou não de certa quantidade do produto, concreto à compressão e indica-se com a notação fck, conforme indicado na Fig. 5. e não julgar a sua uniformidade, conforme Fig.7. Esse valor é o adotado no projeto estrutural e É necessário estabelecer para cada decisão uma também é conhecido por resistência especificada, quantidade determinada do produto (concreto), característica ou de projeto, indicada por fck. denominada unidade de produto, lote ou população, A estrutura será moldada com um concreto de resistência característica à compressão, efetiva ou real, sempre igual ou menor, denominado fck,ef 10 Boletín Técnico 09 dentro da qual se fará uma amostragem aleatória e representativa. Controle de resistência do concreto termo ou notação significado fcmj resistência média do concreto à compressão obtida de amostras a j dias de idade em MPa. m seria a média (“real ou efetiva”) da população scj desvio padrão do processo de produção e ensaio do concreto obtido de amostras, a j dias de idade, em MPa. s seria o desvio padrão “real ou verdadeiro” da população vcj coeficiente de variação do processo de produção e ensaio do concreto obtido de amostras, a j dias de idade, em %. r seria o coeficiente de variação “real ou efetivo” da população fci resistência à compressão individual de cada um dos n exemplares de uma amostra, a j dias de idade, em MPa quantidade de concreto que tendo sido confeccionado em condições equivalentes (mesma população) é submetido a julgamento de uma só vez, podendo ser aceito ou rejeitado. Também conhecido por população lote ou população unidade de produto corresponde a uma amassada / betonada qualquer que seja o volume da betoneira. O concreto de uma betoneira tem apenas uma resistência amostra conjunto de exemplares (unidades de produto) que se admitem como representativos de um lote ou população tamanho da amostra corresponde ao número de exemplares (unidades de produto) que constituem uma amostra de uma certa população corresponde ao valor de resistência à compressão fci que representa uma unidade de produto (amassada). É a média ou o valor mais alto de dois ou mais corpos de prova “irmãos” retirados de uma mesma amassada. Portanto de uma betoneira pode-se moldar p corpos de prova, porém o concreto dessa betoneira (unidade de produto) será representado apenas por um valor exemplar Figura 6. Significado de alguns termos e notações empregados atualmente no controle da resistência à compressão do concreto. indagações controle de produção controle de aceitação o que é? controle dos fatores que intervêm na resistência comprovação da conformidade da resistência por que se faz? para assegurar que se alcance a resistência especificada ao mínimo custo possível para verificar que se alcançou como mínimo o fck quem o faz? o produtor (fabricante, construtor) o consumidor (fiscalização, laboratório, proprietário) como se realiza? amostragem contínua de todo o processo de produção amostragem associada a um lote quais as variáveis de controle? as que intervêm no processo produtivo do concreto a resistência à compressão Figura 7. Dinâmica do controle de qualidade do concreto. (Meseguer, 1976) 11. Controle de aceitação do concreto A confirmação da conformidade do concreto que está sendo produzido e lançado numa determinada a obtenção e análise dos resultados de controle (conceito de rastreabilidade). estrutura, com o que foi especificado no projeto Portanto, o 1º passo corresponde à identificação estrutural, pode ser efetuada através dos passos a a priori (antes da concretagem) do lote de concreto seguir descritos: que será controlado e julgado. 1º Passo: Definição da extensão do lote que será oportunamente julgado: Como exemplo, segundo 2º Passo: Definição do tipo de amostragem a ser adotado a ABNT NBR l Controle por amostragem total ou a 100% 12655:2006 os limites de um lote devem atender às (item 6.2.3.2 da ABNT NBR 12655): corresponde recomendações expressas na Tabela 1. a mapear a posição do concreto de cada amassada Está implícito nessas recomendações que se e a amostrar todas as amassadas. É o ideal para busca, por um lado, identificar o volume de concreto todas as situações sendo altamente recomendvel de mesmas características, pressuposto básico de para pilares, certas vigas de transição e peças uma inferência estatística e, por outro, delimitar de importância elevada. Todas as amassadas uma porção restrita de estrutura para viabilizar (caminhões betoneira ou grandes betoneiras de localizar esse volume, permitindo encontrá-lo após obra) devem estar com suas resistências aferidas, Jéssika Pacheco & Paulo Helene 11 ALCONPAT Int. Tabela 1.Definição do volume máximo de lote de concreto. ABNT NBR 12655:2006 solicitação principal dos elementos da estrutura limites superiores compressão ou compressão e flexão flexão simples volume de concreto 50 m³ 100 m³ número de andares 1 1 tempo de concretagem 3 dias de concretagem num prazo máximo de 7dias ou seja, todo o lote é conhecido, não há concreto É permitido ainda pelo item 6.2.3.3 da ABNT com resistência desconhecida. É um procedimento NBR 12655:2006, em casos excepcionais, por de controle muito confiável, porém, o mais caro e exemplo nos casos de concreto produzido por várias raramente utilizado ou recomendado nas normas betoneiras estacionárias de obra e somente para estrangeiras (ACI, EN), apesar de usual no Brasil; volumes inferiores a 10m3, que a amostra tenha de l Controle por amostragem parcial (item 6.2.3.1 2 a 5 exemplares. da ABNT NBR 12655): corresponde a apenas Exemplos: amostrar algumas amassadas representativas. 1º exemplo: volume de concreto de pilares de um Pode ser o caso de lajes, grandes blocos e sapatas, andar tipo de apenas 18m³ paredes cortina e grandes volumes de concreto nos a)quando o concreto for produzido por central e quais a resistência mínima do concreto não tem entregue por 3 caminhões betoneira de 6m³ cada, consequências tão desastrosas quanto em pilares. a amostra deverá ter apenas três exemplares, um Algumas amassadas (caminhões betoneira ou para cada caminhão (menor unidade de produto) betonadas) serão aferidas, outras não. Portanto e, portanto, tratar-se-á de uma amostragem é uma amostra daquele lote ou população e total ou a 100%; para tal precisa ser definido o tamanho mínimo b)quando o concreto for produzido na própria dessa amostra, ou seja, em quantas amassadas obra com betoneira de capacidade nominal de será realizada a tomada de corpos de prova 300dm³ (um saco por vez), os mesmos 18m³ serão representativos que darão origem a exemplares produzidos por cerca de 110 betonadas (110 3º Passo: Tamanho mínimo da amostra (só aplicável a amostragem parcial) unidades de produto) e, portanto, será necessário que a amostra seja composta de pelo menos 6 No caso brasileiro, aqui usado como exemplo ou 12 exemplares, segundo seja o caso, ou seja, didático, o tamanho mínimo da amostra no moldar dois corpos de prova de uma betoneira caso de amostragem parcial, ou seja, o número a cada 9 ou18 betonadas ou amassadas. mínimo de exemplares que deve constituir uma amostra, segundo a ABNT NBR 12655:2006 é de 6 2º exemplo: volume de concreto de lajes e vigas de um andar tipo de edifício de 96m³ exemplares, para os concretos classificados segundo a)quando o concreto for produzido por central e a ABNT NBR 8953:2009, como do grupo I (classes entregue por 12 caminhões betoneira de 8m³ cada, a até C50) e de 12 exemplares, para os concretos do população ou lote terá 12 (“resistências) exemplares grupo II (classes superiores a C50). (96:8) e, portanto, se todos os caminhões forem A definição do tamanho da amostra parcial deverá considerar dois fatores, a saber: amostrados, constituir-se-ão numa amostragem total a 100%. Se apenas 11 caminhões ou, no a)Número mínimo de exemplares para permitir mínimo 6, forem amostrados, então irão constituir uma estimativa confiável da resistência do lote uma amostra parcial, ou seja, exemplares retirados (inferência estatística); de apenas parte do lote; b)Número máximo de betonadas ou amassadas b)quando o concreto for produzido na própria empregadas na concretagem da peça em questão, já obra com betoneira de capacidade nominal de que não tem sentido retirar mais de um exemplar 300dm³ (um saco por vez), os mesmos 96m³ serão por betoneira (menor unidade de produto). produzidos por cerca de 580 betonadas (580 12 Boletín Técnico 09 Controle de resistência do concreto unidades de produto ou “resistências) e, portanto, é recomendável que no mínimo sejam escolhidas aleatoriamente 6 ou 12 das 580 betonadas para retirada de exemplares. Nesses casos, como a concretagem vai durar mais de um dia, pode ser conveniente separar lotes por dia e amostrar, pelo menos, 6 ou 12 betonadas por dia. Como se verifica, o programa de controle deve sempre ser estabelecido a priori, ou seja, antes do início da concretagem e deve levar em consideração outros aspectos, inclusive bom senso, além daqueles citados na ABNT NBR 12655:2006. 4º Passo: Retirada (coleta) e moldagem dos corpos de prova (exemplares): O concreto para moldagem dos corpos de Figura 9. Ensaio para avaliação da consistência do concreto fresco através do ensaio de abatimento do tronco de cone ABNT NBR NM 67:1998 prova deve ser o mais representativo possível da No caso dos Produtores do concreto, ou seja, para amassada em questão e deve ser coletado de acordo o Controle de Produção, corpos de prova para baixas com a ABNT NBR NM 33:1998. idades também são muito importantes e úteis. Evidentemente, caminhões o betoneira concreto entregue é condicional aceito, por e 5º Passo: Análise dos resultados: caso 1: Amostragem total ou a 100% preliminarmente, apenas com base na medida do No Controle de Aceitação, tipo a 100% ou total, abatimento do tronco de cone ou espalhamento e no qual se conhece todos os valores de resistência de na observação visual do concreto, conforme a Fig. 9. todas as amassadas, ou seja, a população ou lote é condicionada integralmente conhecido, então não há necessidade aos resultados obtidos dos corpos de prova de inferência estatística, que é a ferramenta utilizada destinados à medida da resistência à compressão para amostras (parciais) de populações desconhecidas. A aceitação definitiva fica Nestes casos, basta aplicar a definição, ou seja, a j dias de idade. Os moldes dos corpos de prova devem estar buscar naquela população integralmente conhecida em local plano, preferencialmente coberto, à o quantil de 5% ou seja, de cada 20 resultados será sombra e devem ter sido preparados com produto o inferior deles, quando o número de exemplares for desmoldante e cera para calafetar as juntas, maior do que 20. Se a amostra é menor ou igual do evitando a fuga de nata de cimento. que 20, será o menor de todos, conhecido como fc1. Constitui boa técnica umedecer o carrinho e os instrumentos (concha, soquete, pás, etc.) que De 40 resultados será o segundo menor e de cada 100 resultados será o quinto menor resultado. entrarão em contato com o concreto e moldar dois Claro que a estatística deve servir à engenharia, como corpos de prova por amassada, apenas para idade um instrumento, uma ferramenta e não o contrário. especificada no projeto (em geral 28dias). Portanto, o ideal nas amostragens a 100% é analisar Pode ser conveniente moldar corpos de prova para ruptura a 63d e 91d. A prática usual de moldar dois corpos de prova para idades precoces (7d) não cada resultado individualmente em correspondência com a peça por aquele concreto moldada. Usando o conhecimento fornecido pela tem muita utilidade quando se trata de Controle rastreabilidade e com um pouco de bom senso, cada de Aceitação do concreto, pois raríssimas vezes peça poderá ser julgada individualmente. essa informação tem sido utilizada para corrigir os novos traços de concreto, o que seria o ideal. Nos casos de retirada de escoramentos, transporte de peças pré-moldadas e protensão, as resistências a baixas idades são indispensáveis. Em outras palavras, essa é a situação mais privilegiada possível, de maior segurança e de maior confiabilidade. Tudo é conhecido, nada foi inferido ou parcialmente estimado. 6º Passo: Análise dos Resultados: Jéssika Pacheco & Paulo Helene 13 ALCONPAT Int. caso 2: Amostragem Parcial controle do concreto (condição de preparo do concreto Neste caso os resultados devem ser analisados tipo A) apresentados na Tabela 2, correspondentes por lote, ou seja, não há interesse no resultado aos pilares do primeiro e do segundo subsolos de individual de um corpo de prova ou de um exemplar, um edifício com 41m3 de concreto (6 caminhões ou mas tão somente na estimativa da resistência cerca de 140 betonadas estacionárias de 2 sacos característica, fck,est do lote em questão, utilizando- por vez), pergunta-se se foi atendida a resistência se todos os resultados da amostra. característica especificada no projeto estrutural, de Exemplo: Conhecendo-se os resultados de fck = 20MPa a 28dias de idade? Tabela 2. Resultados obtidos dos corpos de prova. Resistência à compressão a 28dias de idade lote 1 (1º subsolo) lote 2 (2º subsolo) Corpos de prova (MPa) Exemplar (MPa) Corpos de prova (MPa) Exemplar (MPa) fc1 = 19,0 fc2 = 20,9 fc = 20,9 fc1 = 22,1 fc2 = 22,3 fc = 22,3 fc1 = 24,9 fc2 = 28,3 fc = 28,3 fc1 = 20,1 fc2 = 23,9 fc = 23,9 fc1 = 22,2 fc2 = 20,3 fc = 22,2 fc1 = 23,9 fc2 = 26,1 fc = 26,1 fc1 = 21,2 fc2 = 26,5 fc = 26,5 fc1 = 21,5 fc2 = 20,0 fc = 21,5 fc1 = 22,5 fc2 = 26,9 fc = 26,9 fc1 = 20,0 fc2 = 19,0 fc = 20,0 fc1 = 22,5 fc2 = 26,8 fc = 26,8 fc1 = 23,5 fc2 = 26,2 fc = 26,2 - calcular o fck,est [item 6.2.3.1 da ABNT NBR Solução: a)Cada lote terá 41m (< 50m ), e poderá ser 3 3 constituído de 6 unidades de produto (4 caminhões 12655:2006 para a condição de preparo A (central) e amostras com 6 a 12 exemplares] betoneira de 8m3 mais 2 de 4,5m3) ou de 140 (unidades de produto) betonadas de 2 sacos por vez; fck,est ≥ y6 . fC1 b)Cada lote foi representado, neste caso, por lote 1: fck,est ≥ 0,92 . 20,9 = 19,3 MPa uma amostra de 6 exemplares, devendo ser lote 2: fck,est ≥ 0,92 . 20,0 = 18,4 MPa considerado amostragem total ou a 100% no caso usando o estimador de caminhões betoneira e amostragem parcial no caso de betoneiras estacionárias de obra; fck,est = 2∗ f1 + f2 + + fm-1 c) cálculo do fck,est conforme o estimador da ABNT 1. Amostragem total a 100% (todos os caminhões betoneira), para n<20: lote 2: fck,est ≥ 19,2 MPa - portanto das duas estimativas de fck,est lote 1: fck,est=fc1=20,9MPa obtem-se que: lote 2: fck,est=fc1=20,0MPa lote 1: fck,est = 19,3 MPa 2. Amostragem parcial (algumas betoneiras lote 2: fck,est = 19,2 MPa de obra) - ordenar Consequentemente os − fm lote 1: fck,est ≥ 16,6 MPa NBR 12655:2006: resultados dos exemplares: (ordem crescente) considerados valor 20,0 ≤ 21,5 ≤ 22,3 ≤ 23,9 ≤ 26,1≤ 26,2 fck = 20MPa. Boletín Técnico 09 uma fiscalização radical diria que não atende ao projeto, e seriam 20,9 ≤ 22,2 ≤ 26,5 ≤ 26,8 ≤ 26,9 ≤ 28,3 fC1 ≤ fC2 ≤ fC3 ≤ fC4 ≤ fC5 ≤ fC6 14 m-1 lotes especificado não no conformes, projeto pois estrutural o foi Controle de resistência do concreto Tabela 3. Valores de y6 (tabela 8 da ABNT NBR 12655:2006) condição de preparo do concreto 2 3 4 5 6 7 8 10 12 14 ≥ 16 A 0,82 0,86 0,89 0,91 0,92 0,94 0,95 0,97 0,99 1,00 1,02 B ou C 0,75 0,80 0,84 0,87 0,89 0,91 0,93 0,96 0,98 1,00 1,02 tamanho da amostra (número) de exemplares (n) A g concreto produzido com desvio padrão ≤ 4,0MPa; B g concreto produzido com desvio padrão ≤ 5,5MPa e C g concreto produzido com desvio padrão ≤ 7,0MPa 12. Como é o controle de aceitação / rejeição do concreto (recebimento) recomendado pelas Normas Americanas do ACI? Os critérios de controle e recebimento do concreto a 36m3 desde que exista carta de traço aprovada; estrutural estão claramente expressos no texto da • cada betonada fornece apenas um resultado; norma ACI 318-11 Building Code Requirements for • o tamanho mínimo da amostra deve ser 5 Structural Concrete, Chapter 5 Concrete quality, exemplares e quando não houver 5 betonadas pode mixing, and placing, item 5.6 Evaluation and ser menos de 5; • para representar um exemplar obter a média acceptance of concrete. Em primeiro lugar exige que o Laboratório de 2 corpos de prova cilíndricos de 15cm diâmetro de Controle seja acreditado pela norma ASTM C por 30cm altura ou média de 3 corpos de prova de 1077 e que os laboratoristas sejam certificados pelo 10cm de diâmetro e 20cm de altura ACI. Atualmente no Brasil o IBRACON tem um Como critério de aceitação exige: programa de certificação similar. 1.a média móvel de qualquer 3 resultados Obriga que os corpos de prova sejam retirados consecutivos cronologicamente falando, deve ser em conformidade com a ASTM 172, moldados e ≥ fck (na verdade f’c que é a notação americana e que sazonados em conformidade com a ASTM C31 e corresponde ao quantil inferior de 10%); ensaiados em conformidade com a ASTM C39. 2.nenhum resultado individual deve ser inferior em Ressalta que é obrigatório medir e registrar a 3,5MPa em relação ao valor característico (até fck = 35MPa); temperatura do concreto na “boca da betoneira” no 3.nenhum resultado individual deve ser inferior momento de moldar os corpos de prova. a 0,9*fck para fck > 35MPa Recomenda que a retirada de corpos de prova obedeça a: Como se verifica é recomendado um controle por amostragem, bem leve, superficial (uma betonada • ≥ 1 exemplar por dia de concretagem; por dia!) com uso obrigatório de estimadores e com • ≥ 1 exemplar para cada 115m3 de concreto; julgamento de grandes volumes de concreto de uma • ≥ 1 exemplar só vez. O procedimento usual no Brasil de controlar para cada 465m de 2 área construída; a 100% é, provavelmente, um dos mais caros e • dispensado o controle para volumes inferiores mais seguros do planeta. 13. Como é o controle de cceitação / rejeição do concreto (recebimento) recomendado pelo fib Model Code 2010 e EuroCode II? No fib Model Code 2010, os autores não encontraram referências para controle 1: Specification, performance, production and da conformity. Chapter 8 – Conformity Control and resistência do concreto, salvo rápida referência à Conformity Criteria. 8.2.1 Conformity control for ISO 22965 e à EN 206. compressive strength. O EuroCode II também remete as diretrizes para Observe-se que o texto da EN 206 é confuso controle e recebimento à EN 206-1: Concrete – Part e complexo, dando a entender que além da Jéssika Pacheco & Paulo Helene 15 ALCONPAT Int. responsabilidade pela produção do concreto, cabe a ao Produtor (Empresa de Serviços de Concretagem, por dia, para concretos sem certificação de ready mix company) também aferir a conformidade controle de produção; do concreto. No Brasil, ao contrário, fica muito claro que aferir a resistência é uma prerrogativa e obrigação do consumidor (Construtora) e não do produtor. cada 150m³ ou pelo menos 1 exemplar • As amostras devem ser retiradas somente após a adição de 100% da água e do aditivo; • O desvio padrão de produção não pode superar em 37% o desvio padrão de dosagem. Caso isso Além de recomendar que a amostragem siga a ocorra, aferido pelos últimos 15 resultados, todo o EN 12350-1 Testing Fresh Concrete, sucintamente controle deve se intensificar retornando à condição a EN 206, recomenda que a retirada de corpos de de Produção Inicial, que é um pouco mais rigorosa e prova obedeça a: precisa, mas ainda bem longe de um controle ideal. Produção inicial – corresponde à situação de início de produção de concreto até que sejam Como critério de aceitação, 8.2.1.3 Conformity criteria for compressive strength, exige: disponíveis resultados de pelo menos 35 exemplares Para Produção inicial: durante, no máximo 12meses: 1.critério 1: a média de, no mínimo, 3 resultados • o resultado do exemplar é a média de 2 ou 3 corpos de prova da mesma betonada. Caso um desses resultados individuais difira em consecutivos deve ser ≥ fck + 4, qualquer que seja fck; 2.critério 2: qualquer valor individual deve ser ≥ fck – 4, qualquer que seja fck; menos ou mais 15% dessa média, o resultado Para Produção contínua: deve ser descartado; 1.critério 1: a média de, no mínimo, 15 resultados • aleatoriamente escolher 3 exemplares dos primeiros 50m³ da produção; • daí em diante seja fck; retirar 1 exemplar a cada 200m³ ou pelo menos 2 exemplares por semana, para concretos consecutivos deve ser ≥ fck + 1,48s, qualquer que com certificação de controle de produção; 2.critério 2: qualquer valor individual deve ser ≥ fck – 4, qualquer que seja fck Novamente pode se verificar que se trata de um controle por amostragem, bem leve, muito superficial • daí em diante retirar 1 exemplar a cada 150m³ (uma betonada por semana!) com uso obrigatório ou pelo menos 1 exemplar por dia, para concretos de estimadores e com julgamento de grandes sem certificação de controle de produção; volumes de concreto de uma só vez, permitindo Produção contínua – corresponde à situação na qual já são conhecidos mais de 35 resultados: julgar de uma só vez todo o concreto produzido em 1ano! Pode-se reafirmar com tranquilidade que o • a partir dos 50m iniciais, retirar 1 exemplar a procedimento usual no Brasil de controlar a 100% cada 400m³ ou pelo menos 1 exemplar por semana, para é, provavelmente, um dos mais caros e mais seguros concretos com certificação de controle de produção; e que, consequentemente, traz muita tranquilidade 3 • a partir dos 50m iniciais, retirar 1 exemplar 3 para os Construtores e Projetistas. 14. Medidas a serem tomadas no caso de rejeição do concreto do lote No caso da normalização brasileira, considerando As normas consultadas, ACI, EuroCode II e que a eficiência dos estimadores para amostras ABNT NBR 6118:2007 recomendam que quando pequenas com n ≤ 36 exemplares fica prejudicada, e o fck,est < fck ou seja, o controle de aceitação automática que o estimador está centrado na média, ou seja, no do concreto indicou que o concreto produzido não tem fcm, é de bom senso aceitar concretos com resistência a resistência característica potencial e de referência estimada 5% a 10% abaixo do fck de projeto, sendo adotada desnecessário nesses casos revisar o projeto. Cabe, estrutura, deve-se adotar as ações corretivas do tipo: no entanto, comunicar o Produtor do concreto para que este revise a dosagem. 16 Boletín Técnico 09 por a)revisão ocasião do do projeto dimensionamento considerando da o novo resultado de resistência característica do concreto Controle de resistência do concreto à compressão obtido do controle de recebimento realizado através de corpos de prova moldados; b)permanecendo a insegurança Os autores se propõem a redigir um texto específico sobre como pode e deve ser realizada estrutural, esta transformação, ou seja, passar de um proceder à inspeção “in loco”, preferencialmente fck,ext,j a um fck equivalente para uma nova melhorando a avaliação através do uso de ensaios verificação da segurança. simples tipo esclerometria, pacometria e ultrassom; c)na de sequência acordo com a extrair ABNT testemunhos NBR Em princípio utiliza-se coeficientes de correção do resultado obtido da extração e ensaio, feito 7680:2007 a j dias de idade e muitas vezes sob carga, para (vide Fig. 10), e estimar o novo fck equivalente, de conduzí-lo a uma resistência equivalente à de um acordo com a ABNT NBR 12655:2006; corpo de prova moldado, rompido a 28 dias em Neste ponto a normalização brasileira ainda condições normalizadas e sem carga. é deficiente e não especifica, com detalhes claros, d)de posse desse “novo fck,est” confrontá-lo com o como obter o fck equivalente a partir de ensaios em fck de projeto. Se atender, a investigação encerra-se testemunhos extraídos. e aceita-se o concreto do ponto de vista estrutural; Figura 10. Extração de testemunhos cilíndricos de concreto da estrutura para avaliação da resistência potencial equivalente do concreto à compressão. e)caso ainda não atenda fck de projeto, utilizar na sobre a estrutura. Também só deve ser utilizado nova verificação estrutural, para o caso dos estados se realmente houver inspeção da estrutura e limites últimos (ELU), um gc = 0,9*gc,original . No comprovação da qualidade de sua execução. caso de verificação dos estados limites de serviço É evidente que o bom senso recomenda observar (ELS) deve ser adotado gc = 1,0, ambos conforme excentricidade, disposto no item 12.4.1 da ABNT NBR 6118:2007. armadura, estribos, bicheiras, etc. antes da Outras normas internacionais recomendam ainda tomada final de decisão. reduzir gs e gF e ainda considerar valores de gc da ordem de 0,85*gc,original. nível, prumo, alinhamento, Permanecendo a não-conformidade, poder-se-ia escolher entre as seguintes alternativas: Esta redução se justifica pelo fato deste concreto • determinar as restrições de uso da estrutura; extraído representar melhor a resistência efetiva do • providenciar o projeto de reforço; concreto, ou seja, haver menos desconhecimentos • decidir pela demolição parcial ou total. Considerações finais a No entanto, é através do Controle Tecnológico questão do controle, usando-se como exemplo e dando- Nestas considerações – que será objeto de futura consideração técnica se ênfase à pragmática atualmente recomendada para – que fica ressaltada ainda mais a importância da o Controle de Aceitação do concreto no Brasil, que é atuação dos Tecnologistas de Concreto e de materiais uma comprovação indispensável e obrigatória em junto às obras de construção civil. qualquer obra. técnicas, abordou-se A reformulação contínua dos traços com vistas à Jéssika Pacheco & Paulo Helene 17 ALCONPAT Int. economia de material, tradicional recompensa pelo companies) e indústrias de pré-fabricados. controle, só se evidenciará através do controle de A análise da resistência do concreto em estruturas produção do concreto, hoje quase restrito às Empresas existentes para fins de avaliação da segurança será de Serviços de Concretagem (Centrais, ready mix objeto de outro Boletim Técnico da ALCONPAT Int. Referências bibliográficas American Concrete Institute ACI 318-11 Building Code Requirements for Structural Concrete. ACI Manual of Concrete Practice, 2012 Anton Corrales, J. M. Teorías probabilistas de seguridad. Madrid, Instituto Eduardo Torroja de la Construcción y del Cemento. Monografia n. 306, Noviembre, 1972. 69p. Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NB 1:1960. Projeto e execução de obras de concreto armado ABNT NB 1:1978 Projeto e execução de obras de concreto armado. Procedimento ABNT NBR 5738:2003. Concreto. Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Procedimento (equivalente à ISO 1920-3:2004 e ASTM C 192) ABNT NBR 5739:2007. Concreto. Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Método de ensaio (equivalente à ISO 1920-4:2005 e ASTM C 39) ABNT NBR 6118:2007. Projeto de estruturas de concreto. Procedimento.(equivalente ao EuroCode II e ACI 318) ABNT NBR 7680:2007. Concreto. Extração, preparo e ensaio de testemunhos de concreto. (equivalente à ISO 1920-6:2004, ASTM C 42-10 A e ACI 214) ABNT NBR 8953:2009 Concreto para fins estruturais. Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e por consistência (Model Code 2010) ABNT NBR 12655:2006. Concreto de Cimento Portland. Preparo, controle e recebimento. Procedimento. (equivalente à EN 206 e ACI 318) ABNT NBR 14931:2004. Execução de estruturas de concreto. Procedimento (equivalente à ISO 22966:2009, EN 13670 e ACI 301) ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005 Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e calibração. (equivalente à ASTM C 1222-09) ABNT NBR NM 33:1998. Amostragem de concreto fresco. Método de ensaio. Norma MERCOSUR (equivalente à ISO 1920-1:2004, ASTM C 172-10 e ACI 214) ABNT NBR NM 67:1998 Concreto. Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Método de Ensaio. Norma MERCOSUR (equivalente à ISO 1920-2:2005 e ASTM C 4310 A) Calavera Ruiz, Jose. La influencia de las variaciones resistentes de los materiales y de las variaciones dimensionales de las piezas de hormigón armado sobre su capacidad resistente. Madrid, Instituto Eduardo Torroja, Monografia 324, 1975 Carromeu, Cauê C.; Oliveira, Karina C.; Helene, Paulo; Hervé Neto, Egydio; Bilesky, Pedro; Pacheco, Jéssika M. A Importância da Acreditação Laboratorial e da Certificação de Mão de Obra no Controle de Aceitação do Concreto. In: 54º Congresso Brasileiro do Concreto, 2012, Maceió. Anais: CBC2012. IBRACON, 2012 Castro-Borges, Pedro & Helene, Paulo. Service Life Concepts of Reinforced Concrete Structures. New Approach. Chapter 13. In: Sagues, A.A.; Castro-Borges, Pedro; Castañeda-Lopez, H. & Torres-Acosta, A.A (Ed.). Corrosion 18 Boletín Técnico 09 of Infrastructure. 13 ed. USA: The Electrochemical Society, 2007, ECS Transactions, v. 3. p. 9-14 ISBN 978-1-56677540-3 European Standard EN 206-1: Concrete – Part 1: Specification, performance, production and conformity, 2000 fib (CEB-FIP) Model Code 2010. Final Draft. V. 1 & 2. Bulletin 65 & 66, 2012. ISBN 978-2-88394-106-9. ISSN 1562-3610 Helene, Paulo. Contribuição à análise da resistência do concreto em estruturas existentes para fins de avaliação da segurança. São Paulo, ABECE Informa, ano 16, n. 90, Mar.Abr. 2012 p.16-23 Helene, Paulo. Contribuição ao estabelecimento de parâmetros para dosagem e controle dos concretos de cimento portland. São Paulo, Universidade de São Paulo, Escola Politécnica, Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil, Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1987. (Tese de Doutorado) Helene, Paulo. Controle da Resistência à Compressão do Concreto das Estruturas de Edificações e Obras de Arte. Separata dos encartes publicados nas Revistas A Construção. PINI. Tecnologia de Edificações. IPT.Ded Divisão de Edificações, Agosto 1984. Cap. 11 p. 49 a 54 Helene, Paulo. Controle de Qualidade do Concreto. São Paulo, Universidade de São Paulo, Escola Politécnica, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Departamento de Engenharia de Construção Civil, 1981. 150p. (Dissertação de Mestrado) Helene, Paulo. Introdução da durabilidade no projeto das estruturas de concreto. São Paulo, Revista Ambiente Construído (Online), ANTAC, v.1, n.2, jul.dez.1997 p. 45-57 ISSN 1415-8876 Helene, Paulo. Vida Útil das Estruturas de Concreto In: IV Congresso Ibero Americano de Patologia das Construções e VI Congresso de Controle da Qualidade CONPAT-97, 1997, Porto Alegre. IV Congresso Ibero Americano de Patologia das Construções e VI Congresso de Controle da Qualidade CONPAT-97, 1997. v.1. p.1 – 30 Himsworth, F. R. The application of statistics to concrete quality. In: ANDREW, Ralph P. ed., Mix design and quality control of concrete: proceedings of symposium. London, CCA, 1954, p.465-87 ISO 22965-1 Concrete - Part 1: Methods of specifying and guidance for the specifier, 2007 Joint Committee CEB-CIB-FIP-RILEM. Recommended Principles for the Control of Quality and the Judgement of Acceptability of Concrete. Madrid, Instituto Eduardo Torroja, Monografia n.326, Abril 1975. 105p. Presidente H. Rüsch. Relator Alvaro Garcia Meseguer Meseguer, Álvaro Garcia. Control de la Calidad. In: Colloque Européen sur le Contrôle de la Qualité dans la Construction, primer. Madrid, 1976. Compterendus, European Organizaton for Quality Control EOQC, 1976, p. 361-3 Terzian, Paulo & Helene, Paulo. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. São Paulo, PINI / SENAI, 1993. 189p. ISBN 85-7266-007-0 Boletins Técnicos Alconpat BT 01 – Bernardo Tutikian e Marcelo Pacheco Inspección, Diagnóstico y Prognóstico en la Construcción Civil Inspeção, Diagnóstico e Prognóstico na Construção Civil Civil Construction Assessment Boletim técnico 02 – Raúl Husni Reparación y Refuerzo Reparo e Reforço Repar and Strengthening Boletim técnico 03 – Antônio Carmona Filho e Thomas Carmona Grietas en Estructuras de Hormigón Fissuração nas Estruturas de Concreto Cracking in Concrete Structures BT 04 – Fernando Branco, Pedro Paulo e Mário Garrido Vida Útil en la Construcción Civil Vida Útil na Construção Civil Service Life in Civil Construction BT 05 – Gilberto Nery Monitoreo en la Construcción Civil Monitoração na Construção Civil Monitoring in Civil Construction BT 06 – Enio Pazini Figueiredo e Gibson Meira Corrosión de armadura de estructuras de hormigón Corrosão das armaduras das estruturas de concreto Reinforcement corrosion of concrete structures BT 07 – Alicias Mimbacas Sostenibilidad en la Construcción Sustentabilidade na Construção Construction Sustentability BT 08 – Paulo Helene e Salomon Levy Curado del Hormigón Cura do Concreto Concrete Curing BT 09 – Paulo Helene e Jéssika Pacheco Controle da Resistência do Concreto Control de la Resistencia del Hormigón Conformity control for compressive strength BT 10 – Hênio Tinoco Responsabilidad Social en Construcción Responsabilidade Social na Construção Civil Social Responsability in Civil Construction Patrocínio de: ISBN 1234