Dr Vicente Paulo Resende Junior Serviço de hemodinamica do Hospital das clínicas Samuel Libâneo Estudos epidemiológicos indicam que 5% dos homens e 2,5% das mulheres com idade acima de 60 anos irão sofrer de claudicação intermitente como resultado de estreitamento aterosclerótico ou oclusão arterial dos vasos dos membros inferiores Incidência anual, idade-específica, de doença arterial periférica por 10 000 habit. IDADE MASC FEM 30-44 6 3 45-54 19 7 55-64 53 18 65-74 6 54 Kannel WB et al. Intermitent claudication: Incidence in the Framinghan Study. Circulation, 1970; 41: 875 –883. Os sintomas de claudicação progridem vagarozamente na maioria dos pacientes onde 30 % necessitam de alguma intervenção e 20% evoluem com isquemia crítica O mais alarmante é que estes pacientes possuem uma alta mortalidade cardiovascular quando comparados com aqueles que não possuem O tratamento dos pacientes com doença aorto-ilíaca é a redução da mortalidade cardiovascular, primeiramente através da terapêutica medicamentosa com AAS e clopidogrel, alívio dos sintomas e prevenção da evolução da doença através da revascularização Os pontos chaves do tratamento dos pacientes com doença periférica consistem na prevenção secundária através de exercícios que não sejam contra-indicados; cessação do tabagismo; antiagregação plaquetária e controle lipêmico para redução dos riscos cardiovasculares. A revascularização , seja cirúrgica ou endovascular, é reservada para pacientes com sintomas refratários a terapêutica clínica Seleção dos pacientes: `TransAtlantic Inter-Society Consensus (TASC) TASC B e C -maiores evidências são necessárias TASC A- tratamento endovascular TASC D -tratamento cirúrgico Cirurgia X angioplastia - Não existem grandes estudos randomizados comparando as intervenções - Em trials menores randomizados não houve diferença em mortalidade - Nos pacientes com isquemia crítica , o grupo encaminhado para cirurgia sofreu maior número de amputações. - Nos pacientes com claudicação não houve diferença no número de amputações - Não houve diferença significativa na taxa de complicações, porém o grupo com isquemia crítica encaminhado para ACTP ocorreu em maior número(sangramento, oclusão, infecção e embolismo) - - - Stent X Balão Existe apenas 1 estudo multicêntrico randomizado (Dutch iliac stent trial) Não houve diferença na patência inicial e tardia do vaso tratado, complicações ou sucesso clínico Stent será utilizado apenas em casos de estenose recorrente ou residual ou complicações da angioplastia (dissecção) Acessos: Femoral ipsi-lateral- é o preferido, devendo ter cuidado com a passagem do introdutor em lesões de iliaca comum distal e iliaca externa Femoral contra-lateral- vantagem na aproximação da estenose ou da oclusão por via anterógrada , porém o apoio é ruim e dificuldade de ultrapassar lesão de ostio da iliaca comum Contra-lateral + Ipsilateral- lesão ostial de iliaca comum ou aorta distal. Também pode ser utilizada para visualização periprocedimento. Axilar / Braquial - - Equipamentos básicos Introdutor de 23 a 25 cm 6f(menor diametro) Guia 0,035 (hidrofílicos ou rigidos) Cateter de microdissecção( oclusões difíceis de transpor) Guia 0,018 ou 0,014( diminui o risco de trauma do vaso distal) Lembrar: Aortografia abdominal distal deve ser realizada; Angiografia iliaca direita e esquerda com OAD 30° e OAE 30° para visualizar a bifurcação da iliaca externa e interna; Cuidado com o tamanho do balão ou stent(barotrauma e dissecção)até 8 mm em mulheres e 10 mm em homens. Em lesões ostiais de iliacas ou aorta abdominal distal com comprometimento iliaco, stents balões expansíveis são preferidos. Lesões não ostiais , aneurisma de iliacas ou iliaca externa os stents alto expansíveis são preferidos. Aterectomia pode ser utilizada para tratamento de reestenose de stents. Stents revestidos podem ser utilizados para tratamento de aneurismas ou selar grandes dissecções. Farmacologia adjunta Dupla antiagregação plaquetária pré procedimento (AAS e Clopidogrel); Heparina não fracionada(TCA entre 200 e 300); Eficácia do uso da heparina de baixo peso molecular ainda não foi estabelecida; - - Complicações Ruptura arterial ou dissecção retrógrada para aorta abdominal- retaguarda cirúrgica+insuflar um balão longo proximal à ruptura para tamponar o sangramento ou implante de um stent revestido+ reversão da anticoagulação. Embolização periférica - rara (trombectomia mecânica ou infusão direta de trombolítico ou Fogarty) Acesso - sangramento, hematoma, infecção , pseudoaneurisma.Vigilia no pico do TCA e no crescimento de volume no sítio de punção. Avaliar devices hemostáticos. Local de punção(total)4,0% Hemorragia3,4% Pseudo aneurisma0,5% Fístula AV0,1% Alvo da angioplastia (total)3,5% trombose3,2% Ruptura0,3% Distal ao vaso (total)2,7% Dissecção0,4% Embolização2,3% Sistêmico (total)0,4% InsRenal0,2% Inf.Miocárdio0,2% AVC0,5% Consequências: Conversão cirúrgica2,0% Perda do membro 0,2% Mortalidade0,2% PentecostMJ, et al Guidelines for Peripheral Percutaneous Transluminal Angioplasty of Abdominal Aorta and Lower Extremity Vessels.. J Vasc Interv Radiol 2003; 14: S495-S515. Obrigado