ABORDAGEM SOBRE DESASTRES NATURAIS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM MOÇAMBIQUE Apresentado por: Antonio Queface Universidade Eduardo Mondlane, Departamento de Fisica [email protected] Seminário sobre Desastres e Desenvolvimento 05 de Maio 2009 Ordem de Apresentação • Introdução Circunstâncias Nacionais Vulnerabilidade aos Desastres Naturais • Análise histórica dos Desastres em Moçambique • Ciclo de Gestão dos Desastres Naturais • Mudanças Climáticas e seus Impactos em Moçambique • Considerações Finais Circunstâncias Nacionais Moçambique localiza se na costa Leste da Africa Austral: Lat. 10°27´ e 26°52´ S Long. 30°12´ and 40°51´ E A area total é cerca de 799.380 km2 (98% de terra firme e 2% de águas interiores) e possui uma longa costa de ~2700 Km; O clima é tropical, com duas estações bem definidas: Quente e Humido (Outubro a Abril) e Frio e Seco (Maio a Setembro); População: 20.854 milhões (48,4% de homens e 51,6% de mulheres). A maior parte da população vive nas zonas rurais (68,2 %); A agricultura é a actividade basica, pela qual a maioria dos Moçambicanos vivem Vulnerabilidade aos Desastres Naturais Factores que contribuem a Vunerabilidade: Localização geográfica Fraca habilidade de prever os eventos extremos Grau elevado da pobreza absoluta Variabilidade Climática (Precipitação e Temperatura) MAPAS DE POTENCIAS ZONAS AOS DESASTRES POR DISTRITO Ciclones Cheias Mapa de Composição Fonte: FEWS NET Seca In Partnership with: National Institute of Disaster Management, National Institute of Meteorology and National Food Security Early Warning Unit 2005 ANALISE HISTORICA DOS DESASTRS NATURAIS EM MOÇAMBIQUE Distribuição de Frequência do total de desastres ocorridos em Moçambique Numero total de eventos de 1956 - 2008 Numero de eventos 25 20 15 10 5 0 Seca Cheia Ciclone Tropical Tempestade de Vento Sismo Epidemia Tendência do numero de eventos por década e por tipo de desastre Seca Cheia 1960 1970 Ciclone Tropical Epidemias Numero de eventos 12 10 8 6 4 2 0 1950 1980 Decada 1990 2000 2010 Incidência dos principais desastres por região Tipo de evento: Cheia Norte 15% Tipo de evento: Ciclone Tropical Sul 41% Centro 44% Sul 35% Centro 40% Tipo de evento: Epidemias Tipo de evento: Seca Norte 6% Centro 44% Norte 25% Norte 23% Sul 50% Centro 40% Sul 37% Impactos: Total do numero de mortos por desastre* Total de Vitimas Humanas (1956-2008) Seca Cheia Ciclone Tropical Tempestade de Vento Sismo Epidemia *O evento de seca de 1981/85 matou cerca de 100.000 pessoas Impactos: Total do numero de mortos por desastre (excluindo a seca de 1881/85) Total de Vitimas humanas Seca 4% Cheia 36% Epidemia 47% Ciclone Tropical 13% Ciclo de Gestão dos Desastres Naturais Prontidão Resposta Mitigação/Prevenção Recuperação Resposta Prontidão Recuperação Mitigação/Prevenção Mitigação/Prevenção: Nesta fase avalia-se a vulnerabilidade do país, identificando o tipo de desastres a que o país esta exposto incluindo as medidas a tomar para a redução do risco. Resposta Prontidão Recuperação Mitigação/Prevenção Prontidão: Consiste na Educação/preparação dos cidadãos/população acerca da natureza dos desastres naturais a que podem estar expostos e como reconhece-los assim como o comportamento a tomar perante o fenómeno. Resposta Prontidão Mitigação/Prevenção Recuperação Resposta: A fase da Resposta envolve a implementação das medidas desenvolvidas durante as fases de Mitigação e Prontidão. Os serviços de emergência, saúde, serviços sociais, voluntários têm um papel importante na execução desta fase. Prontidão Resposta Recuperação Mitigação/Prevenção Recuperação: Corresponde as actividades a realizar após desastre, para reparar ou reconstruir os danos. Todos os parceiros devem avaliar como funcionou o plano de acção, pontos positivos e fraquezas e começam a rever o plano existente para melhorar o sucesso no desastre seguinte. Equação do Risco Risco = Ameaça x Exposição x Vulnerabilidade* Risco = Exposição Física x Vulnerabilidade * UNDRO (1979), Natural Disasters and Vulnerability Analysis in Report of Expert Group Meeting O Triângulo do Risco RISCO Exposição Risco é a combinação da interação da Ameaça, Exposição e da Vulnerabilidade, o qual pode ser representado pelos três lados do triângulo. Se um destes lados aumentar, a area do triângulo tambem aumenta, e deste modo o Risco aumenta. Se um dos lados diminuir, o risco reduz. Se pudessemos eliminar um dos lados, então o risco desaparece. Considerações Finais I • A gestão dos factores de vulnerabilidade necessita de acções bem planificadas, estreita colaboração inter institucional para a prevenção e redução do impacto dos desastres naturais; • A gestão dos desastres naturais é um ciclo composto por fases interligadas e interdependentes cujo sucesso em cada fase depende das acções realizadas na fase precedente; • Fortalecer a componente educacional das comunidades para melhor entender os avisos de alerta, bem como a importância da preservação do meio ambiente. • Estabelecer um sistema de monitoria do Risco MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SEUS IMPACTOS Mudança Climática • A mudança do clima é provavelmente o desafio mais significativo do século XXI, provocada por padrões não-sustentáveis de produção e consumo; • A mudança do clima decorre da acumulação de gases de efeito estufa na atmosfera ao longo dos últimos 150 anos, principalmente da queima de combustíveis fósseis; • Dados e conclusões recentes dos Grupos de Trabalho do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) indicam, inequivocamente, que as atividades humanas são responsáveis pelo problema. Impactos das Mudanças Climáticas • Os impactos ambientais da mudança do clima que já estão sendo sentidos afetam a todos, mas principalmente os mais pobres e vulneráveis; • Para os países em desenvolvimento, que contribuíram muito pouco para o problema, a mudança do clima cobrará um alto preço por seus esforços na busca do desenvolvimento sustentável; • Moçambique para além de sofrer da mudança do clima já é vulnerável aos eventos extremos de natureza meteorológica devido a sua localização. Possíveis Impactos para Africa Segundo o 4RA os impactos possveis em Africa: • Projecta-se uma redução de precipitação nesta região; • A produção agrícola de sequeiro poderá ser drasticamene afectada; • Aumento da intensidade de eventos de precipitação e outros eventos extremos; A Nossa Situação em Moçambique Impactos na Agricultura • Produção a sequeiro (i.é depende da chuva); • A Produção das principais culturas alimentares é dominada pelo sector familiar (Ex: Milho, Mapira) Quantidade total de produção do Milho por sector e Província no período de 1995-1999 Produção de Milho por sector e Província 450 000 400 000 350 000 1996 - 1997 300 000 1997 - 1998 1998 - 1999 250 000 200 000 150 000 100 000 50 000 Cabo D. Niassa Nampula Zambez. Tete Manica Sofala Inhamb. Gaza Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar Empresarial Familiar 0 Empresarial Quantidade Produzida (ton) 1995 - 1996 Maputo Quantidade total de produção do Mapira por sector e Província no período de 1995-1999 Produção de Mapira por sector e Província 60 000 1995 - 1996 1996 - 1997 50 000 1997 - 1998 1998 - 1999 40 000 30 000 20 000 10 000 Cabo D. Niassa Nampula Zambez. Tete Manica Sofala Inhamb. Gaza Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar Emp. Familiar 0 Emp. Quantidade Produzida (ton) 70 000 Maputo Sector de Saúde Número de pessoas afectadas por Malária por Província no período entre 1997-2002 Malária por Provincias 800000 Número de casos 700000 1997 600000 1998 500000 1999 400000 2000 300000 2001 2002 200000 100000 0 Niassa C. Delgado Nampula Zambézia Tete Sofala Manica Inhambane Gaza Maputo-Prov Maputo-Cid Provincia Número de pessoas afectadas por Cólera por Província no período entre 1997-2002 Cólera por Provincias Número de Casos 18000 1997 15000 1998 12000 1999 9000 2000 6000 2001 3000 2002 0 Niassa C. Delgado Nampula Zambézia Tete Sofala Manica Inhambane Gaza Maputo-Provin Maputo-Cidade Provincias Novo Dilema • HIV/SIDA que está afectando cerca de 16% da população Intensificação dos Desastres Naturais C ic lones que Ating iram a C os ta de Moc ambique ONZE E MAIS INT E NS OS 200 E L INE Veloc idade do Vento (K m /h) 180 1994 to 2007 F AVIO 160 J AP HE T 140 QUAT R O HUDAH 120 1980 to 1993 NADIA B ONIT A 100 80 60 40 20 0 Fonte: Mavume, 2008 Trajectória do Ciclone Favio em 2007 Ciclones Tropicais Formados na Bacia do Indico em 2007 Considerações Finais • O nivel de vulnerabilidade aos desastres naturais e a doenças epidemicas é muito alto em Moçambique. • Um portfólio de medidas de adaptação e mitigação pode diminuir os riscos associados à mudança do clima. • De acordo com o IPCC a vulnerabilidade é uma função (localização geografica, tempo, condições socio-economicas e ambientais). • Por outro lado a habilidade de se adaptar é uma função da riqueza, tecnologia, habilidades, infrastruturas, ect.. E Agora! Qual é o passo em frente? Que medidas de adaptação devem ser elaboradas com sucesso para um país como Moçambique? Como reduzir o Risco aos Desastres Naturais? Programa de Acção Nacional para Adaptação (NAPA): • • • • • Define 4 (quatro) acções principais que o país deve realizar para reduzir o impacto das mudanças climáticas e sua variabilidade; dentre elas se destacam: Fortalecimento do sistema de aviso prévio; Fortalecimento das capacidades dos produtores agrários a lidarem com as mudanças climáticas; Redução do impacto das mudanças climáticas nas zonas costeiras, e; Gestão dos recursos hídricos no âmbito das mudanças climáticas. Precisamos de operacionalizar os planos de acção sectoriais para fazer funcionar o NAPA VAMOS UNIR ESFORÇOS NA LUTA CONTRA A MUDANÇA CLIMÁTICA MUITO OBRIGADO Exercício • Um dos possíveis impactos do aquecimento global será a redução da disponibilidade água. Tarefa: Esboçar 3 medidas que o Governo de Moçambique pode tomar para reduzir a escassez da água nos próximos 20 a 30 anos.