A natação como fonte de vida
Leonardo Delgado
MÉTODO ADAPTATIVO
Em todos os métodos anteriores buscava-se a adaptação do
organismo (supercompensação) através de uma estimulação por meio do
stress físico.
Nos métodos adaptativos, no entanto, juntamente com o exercício,
associa-se um outro fator: a diminuição de oxigênio.
Buscam além dos efeitos fisiológicos normais, uma adaptação a
estresses específicos, como ausência de O2 (hypoxic-training), treino em
altitude. A hipóxia produz aumentos na difusão de O2 tecidual (capacidade
aeróbica), e aumenta os níveis de CO2 (capacidade anaeróbica). Apnéias
menores que 10 segundos.
A altitude desenvolve resistência aeróbica e anaeróbica. O O2
disponível em altitude é o mesmo que ao nível do mar, as moléculas é que
estão mais afastadas. Esse treino aumenta o número de globinas carregando
CO2, diminuindo a quantidade de O2 sangue arterial. A adaptação do
organismo é aumentar a hemoglobina. A altitude vai atuar como uma carga. As
altitudes devem ser maiores que 1500 metros.
Métodos Adaptativos
Treinamento Hipóxico (Hypoxic-training):
É uma forma de treinamento na qual os atletas controlam a
respiração de acordo com as orientações dos treinadores, tendo como
propósito respirar menos que em outros tipos de sessões de treinamento. Foi
primeiramente empregado no Atletismo, para depois também ser empregado
na Natação em maior escala.
Características Básicas: Esse meio de preparação física é um método de
preparação orgânica, e visa fundamentalmente a capacidade anaeróbia,
embora também tenha implicações relativas na melhoria da capacidade
aeróbia.
Quando um atleta inspira menor quantidade de ar, o nível de débito
de oxigênio é aumentado, o que provoca adaptações fisiológicas importantes,
favorecendo os atletas a criar condições de obtenção de mais oxigênio de ar
inspirado.
Assim, este treinamento cria condições para que os atletas possam
extrair mais oxigênio por unidade de volume ventilado nos pulmões. Quando
são aplicadas sessões de treinamento com respiração hipóxica, a intensidade
dos treinos deve ser reduzida.
J. CONSILMANN alerta para os seguintes cuidados na utilização do
"Hipoxy Training":
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1°- Treinar em apnéia voluntária é perigoso; bloqueio da respiração
por muito tempo pode ocasionar dor de cabeça e perda dos
sentidos.
2° - uma dor de cabeça prolongada implica a diminuição do
treinamento.
3° - 25 a 50% do treinamento pode ser hipóxico.
4° - o treinamento de braços deve ser hipóxico, respirando 2x1 ou
3x1.
5° - maior parte do treinamento hipóxico no trabalho deve ser com
velocidade controlada.
6° - em competições, o nadador deve respirar do modo pelo qual se
sentir melhor.
7° - em distâncias curtas, treinar com respiração 3x1 ou 4x1; em
distâncias maiores, respirar 2x1 ou 3x1.
8° - o estilo deve ser mantido correto durante o treinamento hipóxico,
tal como se estivesse respirando normalmente, principalmente no
nado de peito.
9° - cada semana o nadador deve fazer superdistância,
concentrando-se na mecânica do estilo, usando respiração hipóxica.
10° - Nunca tentar nadar a máxima distância sem respirar; existe
grande diferença entre prender a respiração indefinidamente e
respirar de forma hipóxica ou controlada.
Treinamento de Altitude (Altitude-training)
Para desenvolver resistência aeróbia e anaeróbia; carga é a queda
de altitude e esforço de subida; alto grau de sofrimento; indicado para
treinamento de condições cardio-respiratórias em regiões tropicais e
subtropicais.
Origem:
O fator altitude começou a ser preocupação a partir de fatos que
ocorreram nas Olimpíadas do México no ano de 1968. Então no Brasil,
Lamartine Pereira da Costa, desenvolveu o Altitude Training.
Características Básicas:
É um método de preparação orgânica que visa a obtenção da
resistência aeróbia e anaeróbia, em função de um fator que se chama altitude.
Neste método a altitude atuará como carga de um exercício.
Considerações fisiológicas:
A altitude afeta principalmente os aparelhos respiratórios e
circulatórios. Nas altitudes elevadas o ar é mais rarefeito devido a queda na
pressão do oxigênio, produzindo um desequilíbrio homeostático no organismo.
Para suprir esta diminuição da oferta de oxigênio, o organismo inicia uma maior
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produção de glóbulos vermelhos (expelidos pelo baço), a este fato dá-se o
nome de hiperglobulimia.
Segundo Grover (1983), a altitude além de diminuir a resistência
também reduz a capacidade funcional do SNC, pois, o cérebro reage de forma
sensível a falta de oxigênio, afetando assim o desempenho cognitivo, afetivo e
coordenativo.
Alimentação:
É um aspecto importante a ser considerado. Em decorrência do
aumento da intensidade e da carga crescente ocorre uma maior degradação de
glicogênio. O erro na alimentação pode gerar rapidamente sintomas de
sobretreinamento, portanto, o ideal é haver um maior abastecimento de
carboidratos para reconstituir as reservas de glicogênio. Há também uma
grande perda de água e eletrólitos que devem ser repostos.
Vantagens:
- Liberação de eritropoitina, o que aumenta o número de eritrócitos,
facilitando o transporte de oxigênio;
- Aumento na quantidade de mioglobina;
- Aumento na quantidade de oxigênio recebido pelas células;
- Aumento no desempenho físico nas primeiras semanas após o
retorno ao nível do mar.
Desvantagens:
- Perdas de peso devido a desidratação;
- Diminuição dos líquidos intra e extra celulares devido ao aumento
da ventilação que ocorre para compensar a baixa pressão
atmosférica;
- Produção baixa de hormônios devido ao estresse aumentado;
- O efeito da síntese de ATP é afetado devido a falta de líquidos
suficientes;
- O sangue torna-se mais viscoso o que dificulta o trabalho do
coração;
- Aumento dos hormônios: cortisona, glucagon e catecolaminas que
têm efeitos catabólicos no tecido.
Controle da sobrecarga:
Neste método a altitude atuará como carga de exercício. A
progressividade da carga ocorrerá pela maior quantidade e intensidade de
trabalho, junto com a assimilação dos diferentes níveis de altitude. É um
método de preparação orgânica que visa a obtenção da resistência aeróbia e
anaeróbia, em função de um fator que se chama altitude.
Como a altitude atuará como carga de um exercício, será
caracterizada por dois aspectos:
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- Esforço de subir correndo uma montanha (contra- resistência);
- Queda parcial da pressão de O2.
Fundamentalmente, a exploração da altitude para este tipo de
preparação física não se resume em treinar nas alturas, mas sim, passar de um
nível para o outro, de modo a encontrar uma progressiva queda na pressão
parcial de O2.
A progressividade da carga ocorrerá pela maior quantidade e
intensidade de trabalho, junto com a assimilação dos diferentes níveis de
altitude.
Constata-se que, de acordo com a quantidade de trabalho exigida
durante os treinamentos, o maior rendimento deve ser produzido pelo esforço
executado entre 500 e 1500m acima do nível do mar, percorrendo-se uma
distância de 20 a 40 km diários, levando-se em consideração subida e descida.
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REFERENCIAL TEÓRICO
RAMOS, Maria Leonor Brenner Ceria. MÉTODOS DE TREINAMENTO FÍSICO.
Disponível
on
line
via:<http://br.geocities.com/mettrei161/mettrei.PDF>.
Capturado em 7 Dez. 2008.
LEGNANI, Elto TEORIA E METODOLOGIA DO TREINAMENTO
DESPORTIVO.
Apostila
CONDFIS.
Disponivelç
on
line
via:<
http://www.fag.edu.br/professores/elto/Apostila%20CONDFIS%20.doc>
Capturado em 7 Dez. 2008.
CALDAS, Paulo Roberto Laranjeira. HIPOXY TRAINING. Disponível on line
via:<
http://www.revistadeeducacaofisica.com.br/artigos/1977/hipoxy.pdf>.
Capturado em 7 Dez. 2008.
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