FISIOTERAPIA Programa de fortalecimento muscular direcionado a pacientes portadores de carcinoma de mama no pós-operatório tardio Georgia Camila de Faria Pischel Pesquisadora Silvia Regina Graziani Orientadora Resumo O câncer de mama permanece como a neoplasia mais freqüente no mundo, entre as mulheres. Dentre os procedimentos curativos no tratamento dessa neoplasia temos a mastectomia e quadrantectomia, entre outros procedimentos cirúrgicos, geralmente seguida da linfadenectomia, quimioterapia e radioterapia. Estas podem determinar complicações físicas, imediatas ou tardias, tais como limitação da amplitude de movimento (ADM) do ombro e do cotovelo, linfedema, fraqueza muscular, dor, alterações de sensibilidade e funcionalidade homolateral à cirurgia. Foram selecionadas 11 pacientes pós-mastectomia, idade média de 56,6 anos (48-70 anos). Critério de exclusão: Doença metastática, Linfedema grau 2 e 3. Realizaram-se exercícios ativo resistido, alongamento e autodrenagem do membro superior homolateral a cirurgia. O objetivo do trabalho foi estudar o grau da eficácia da reabilitação fisioterapêutica sobre as atividades profissionais e cotidianas de mulheres submetidas à mastectomia radical ou quadrantectomia, em pós-operatório tardio de Câncer de Mama. Os resultados demonstraram que não houve alterações significativas na perimetria do braço afetado; aumento de força muscular aumento do peso gradativamente durante doze semanas (0.5; 1,0; 1,5 e 2,0 Kg); 55% das pacientes observaram melhora no ânimo e no humor ao realizar os exercícios; 82% relataram melhora da tensão ao realizar os exercícios; 100% das pacientes relataram a importância em realizar os exercícios em grupo uma vez por semana, promovendo o desenvolvimento de amizade e o incentivo mútuo; constatou-se perda do medo ao fazer exercícios com peso (linfedema) e melhora da consciência corporal. Os resultados demonstraram o impacto da Fisioterapia na qualidade de vida da paciente mastectomizada, contribuindo também, através dos exercícios em grupo, para a integração com outros pacientes. Palavras-chave: Neoplasia. Fisioterapia. Exercício Físico. Abstract : Breast cancer remains the most frequent neoplasm in the world among women. Standard surgical procedures are mastectomy, generally following Axillary lymphendectomy, Chemotherapy and Radiotherapy all of which produce physical complications, immediate or delayed, such as limitation of movement amplitude (ADM) of the shoulder and elbow, lymph edema, muscular weakness, infection, pain, alteration of sensitivity and functionality, homolateral to the surgical procedure. 11 post-mastectomy patients were selected, between 48-70 years old. Exclusion criteria: Metastasis, lymph edema of 2cnd and 3rd degree. Exercises were carried out through active endurance, stretching and auto draining of the superior member homolateral to the surgical procedure. Results: There were no significant alterations in swelling (lymphedema) of the affected arm. Muscular strength increased gradually during twelve weeks (weight increased from 0.5; 1,0; 1,5 to 2,0 kg). 55% of the patients referred improvement in mood when going through the exercises, 82% had referred reduction of Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 79 Georgia Camila de Faria Pischel tension when going through the exercises, 100% of the patients mentioned the importance of going through the exercises as a group once a week, promoting friendship and mutual incentive; reduction of fear when going through exercises with weight (lymphedema) and improvement of corporal consciousness. Conclusion: The results of the study demonstrate the impact of physiotherapy upon the quality of life of the mastectomizada patient, especially through exercises in group allowing integration with other patients. Key words: Neoplasm. Physiotherapy. Exercises. 1 Introdução peitoral maior e peitoral menor). Hoje observarmos métodos que preservam o músculo peitoral maior, Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama encontra-se entre os mais freqüentes entre as mulheres, temido por sua alta taxa de incidência e pelas alterações que provoca na imagem corporal e na percepção da sexualidade na mulher (NOGUEIRA, 2005; INCA, 2006). O carcinoma de mama origina-se por uma multiplicação desordenada das células epiteliais. Ao ocorrer essa divisão, as células formam-se com uma velocidade maior que a normal, 80 produzindo assim os tumores ou neoplasias, que são as massas celulares (VERONESI et al., 2002). Encontramos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil uma incidência elevada. Alguns locais, como São Paulo, apresentam taxas semelhantes às dos Estados Unidos, de 71 novos técnica realizada por Patey e Dyson; ou a técnica em que ocorre a preservação dos dois músculos tanto peitoral maior quanto peitoral menor, praticada por Madden. Ambas são conhecidas por mastectomia radical conservadora (FREITAS et al., 2001). Torresan et al. (2002) definem a linfadenectomia axilar como procedimento que permite o correto estadiamento do carcinoma de mama, através da retirada dos linfonodos comprometidos. Essas informações proporcionam fatores que serão determinantes para a terapêutica da doença. Sabemos que as seqüelas e complicações estão associadas à linfadenectomia em até 70% dos casos, afetando negativamente a qualidade de vida das pacientes. casos por 100 mil habitantes. Em regiões consideradas Mesmo com a divulgação dos benefícios da de elevada incidência, o risco estimado de uma mulher fisioterapia na reabilitação pós-operatória, muitas vir a apresentar câncer de mama é de 1 em 8 (SCHMIT, mulheres só buscam assistência após complicações já 2000; INCA, 2006). instaladas. Uma dessas complicações é o linfedema, No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres. De acordo com a estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, o câncer de mama será o mais incidente, com 48.930 casos (INCA, 2006). Entre as cirurgias curativas encontra-se a quadrantectomia, que consiste na retirada de um quarto ou todo o quadrante comprometido da glândula mamária. E também a mastectomia clássica, descrita por Halsted (mastectomia radical com retirada do músculo Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 definido como todo e qualquer acúmulo de líquido nos espaços intersticiais, devido a uma alteração do sistema linfático causado pela cirurgia e/ ou radioterapia. Tais procedimentos, ao promover alterações físicas e emocionais na mulher mastectomizada, comprometem suas atividades diárias e sociais (PANOBIANCO, 2002). No câncer da mama, geralmente a cirurgia ocorre na região do membro superior homolateral. Independente da técnica utilizada para retirada deste tipo de câncer Programa de fortalecimento muscular direcionado a pacientes portadores de carcicoma de mama no pós-operatório tardio (radical ou conservadora), e dos tratamentos protocolo de exercícios físicos com utilização de complementares realizados (quimioterapia, radioterapia), halteres. Avaliou-se o aumento de força muscular através observa-se que as alterações físicas desenvolvidas no do aumento progressivo do peso (halteres), a diminuição corpo da paciente, reforçam a importância do inicio de da propensão ao linfedema, a melhora da coordenação exercícios para reabilitação. (BATISTON, 2005). Através motora, a consciência corporal e a melhora do bem- de estudos já realizados, podemos observar que mulheres estar através dos exercícios executados em grupo. que adotaram um programa de exercício apresentaram um aumento significante nas habilidades funcionais e 2 Pacientes e métodos pouco ganho de peso (DIETRICH, 2005). Bataglinni Trata-se de um estudo de intervenção clínica, sem (2003) menciona que inúmeros estudos sugerem que o grupo controle, sem cegamento, realizado em Hospital exercício físico, incluindo de baixa e moderada privado da região de Osasco - São Paulo. Foram intensidade, apresentam muitos benefícios para o selecionadas aleatoriamente 11 pacientes submetidas à paciente com câncer de mama como uma solução para mastectomia radical modificada ou quadrantectomia, a queda de energia. O exercício físico tem sido sendo 7 pacientes mastectomizadas, e 4 que realizaram constantemente identificado como um elemento central quadrantectomia, com idade entre 48 e 70 anos – a para muitas doenças crônicas, obtendo sucesso na média de idade de 56,6 anos – todas portadoras de melhora da qualidade de vida e redução das causas de carcinoma de mama, em pós-operatório tardio. Foram mortalidade. Estudos observam que a atividade física excluídas pacientes com doença metastática, Linfedema moderada reduz os riscos de morte no câncer de mama grau 2 e 3 e pacientes que não concordaram em realizar e promove total sobrevivência (MCNEELY et al., 2006). os exercícios em casa. Todas assinaram o termo de A fisioterapia representa um papel importante na vida da paciente mastectomizada, no pré-operatório, pós-operatório imediato e tardio. A realização do exercício físico resistido na paciente mastectomizada torna-se um grande desafio, pois é uma prática até o consentimento livre e esclarecido antes de serem incluídas na pesquisa. Criou-se uma ficha de avaliação, utilizada para coleta dos dados pessoais, método goniometria para medidas de amplitude de movimento articular. momento pouco estudada. Muitas vezes o receio que as A perimetria foi realizada em ambos os membros, pacientes apresentam de carregar peso, por medo que utilizando o membro contralateral como referência. A ocorra o linfedema no membro da cirurgia, faz com avaliação da força muscular através do aumento do peso que não busquem uma reabilitação adequada. Assim, o (halteres) de 0.5 kg, 1.0 kg, 1.5kg e 2.0 kg, mensurada objetivo deste estudo foi avaliar o grau da eficácia da após o aumento de peso / semana de acordo com cada reabilitação Fisioterapêutica sobre as atividades paciente. Executaram-se exercícios anisométricos profissionais e cotidianas de mulheres submetidas à (concêntricos e excêntricos) com halteres, uma vez por mastectomia radical ou quadrantectomia, em pós- semana em grupo, e duas vezes por semana em casa operatório tardio de Câncer de mama, através de um (com pesos de início de 0,5 Kg, aumentando Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 81 Georgia Camila de Faria Pischel gradativamente para 1.0 Kg, 1.5 Kg e 2,0 Kg, de acordo extensão do antebraço, trabalhando o músculo tríceps com a força muscular de cada paciente). O alongamento braquial, peso inicial 0.5 kg na região distal, aumentando foi realizado antes e depois da execução dos exercícios nos três exercícios o peso gradativamente. Alongar o anisométricos, e auto-drenagem do membro superior músculo bíceps braquial, tríceps braquial e abdutores e homolateral a cirurgia. adutores do braço homolateral à cirurgia. Após a realização Posição sentada, abdômen contraído, realizar flexão e extensão do braço homolateral à cirurgia executando três séries de dez, com halteres de 0.5 kg. Adução e abdução do braço (até 90°) com alteres de 0.5 kg localizado na região distal do braço. E, por último, elevar o braço, segurar com a outra mão e realizar a flexão e dos exercícios de fortalecimento (ativo resistido), foram acrescentados exercícios de alongamento e relaxamento global. A perimetria foi mensurada a cada quatro semanas. A perimetria foi avaliada a cada quatro semanas, aumento gradativo do peso (halteres). Foi aplicado um questionário oral após o término do programa. 3 Resultados: evolução do peso (halteres)/Semanas 82 Gráfico1 – Resultado obtido no período de doze semanas do programa de fortalecimento muscular das pacientes pesquisadas (1, 2 e 3), relativo ao aumento de peso (halteres) no período de 12 semanas. Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 Programa de fortalecimento muscular direcionado a pacientes portadores de carcicoma de mama no pós-operatório tardio Gráfico 2 – Resultado obtido no período de doze semanas do programa de fortalecimento muscular das pacientes pesquisadas (4, 5 e 6), relativo ao aumento de peso (halteres) no período de 12 semanas. 83 Gráfico 3 – Resultado obtido no período de doze semanas do programa de fortalecimento muscular das pacientes pesquisadas (7, 8 e 9), relativo ao aumento de peso (halteres) no período de 12 semanas. Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 Georgia Camila de Faria Pischel Gráfico 4 – Resultado obtido no período de doze semanas do programa de fortalecimento muscular das pacientes pesquisadas (10 e 11), relativo ao aumento de peso (halteres) no período de 12 semanas. 84 Os resultados foram obtidos através do exercício de do início do programa. 55% das pacientes declararam flexão e extensão do antebraço. Com a progressão do melhora do ânimo e do humor ao realizar os exercícios. peso no período de 12 semanas do programa de 82% das pacientes relataram melhora da tensão e 100% exercícios. Através da perimetria realizada a cada quatro observaram a importância em realizar os exercícios em semanas, as pacientes não apresentaram alterações grupo uma vez por semana, promovendo o significativas do membro homolateral à cirurgia. desenvolvimento de amizade e o incentivo mútuo. 82% Conforme o questionário preenchido no final do programa: 64% das pacientes notaram, após a realização do programa, alguma alteração na região homolateral à cirurgia, 71%, que sentiam dor na região do ombro após cirurgia, relataram melhora após o programa de exercícios, 60% obtiveram melhora do sono após a das pacientes, após a realização do programa, sentiram mais confiança em realizar as atividades cotidianas, sendo que 100% das pacientes apontaram melhora na resistência para segurar objetos (peso) após 12 semanas do programa de exercícios. 4 Discussão realização dos exercícios (Uma paciente relata não sentir nenhuma alteração); 64% das pacientes relataram sentir Os resultados obtidos através do programa de dor na região cervical, sendo que destas, 71% sentiram exercícios concordam com Prado no estudo realizado melhora; 82% relataram que tiveram dificuldade na em 2004. As pacientes expressaram que a atividade física realização dos exercícios no início do programa e 100% melhora a disposição, o ânimo, energia e bem-estar, destas obtiveram a melhora após 4 a 6 semanas depois identificando mais benefícios do que barreiras à prática Revista PIBIC, Osasco, v. 3, n. 2, 2006, p. 79-86 Programa de fortalecimento muscular direcionado a pacientes portadores de carcicoma de mama no pós-operatório tardio desta. Os benefícios estão associados tanto ao corpo (KILBREATH et al., 2006). Apesar de existirem poucas como à mente, auxiliando o retorno da funcionalidade pesquisas referentes à utilização de exercícios ativo do braço homolateral à cirurgia. Bataglini (2003) sugere resistido em pós-operatório de Câncer da Mama, o exercício físico como solução para baixa de energia verificamos que a utilização do peso não acarreta o em pacientes com câncer. Com ausência da atividade aumento da perimetria do braço (linfedema). Isso também física ocorrem alterações musculares como diminuição ocorreu em pacientes que realizaram o esvaziamento da densidade óssea, do trofismo e, conseqüentemente, linfonodal no lado da cirurgia. da força muscular. Houve aumento individual progressivo do peso em todas as pacientes do programa. 5 Conclusão Inicialmente muitas apresentaram dificuldades em Através do estudo, percebemos melhora na realizar os exercícios com peso devido à falta de prática, realização das atividades cotidianas, devido à redução pois 82,4% expuseram nunca ter realizado exercícios do receio em utilizar o membro homolateral à cirurgia, com peso anteriormente. proporcionando assim um aumento da qualidade de Os benefícios dos exercícios com resistência após vida. Apesar da amostra de pacientes deste estudo ser cirurgia de câncer de mama têm sido investigados. É pouco representativa (n=11), a pesquisa demonstra a comum acreditar que exercícios vigorosos poderiam importância da Fisioterapia no pós-operatório tardio, induzir ao linfedema, mas os estudos têm mudado essa assim como a necessidade de programas de visão. Até a data, nenhum estudo havia investigado o reabilitação para pacientes mastectomizadas, visando uso de exercícios com resistência, logo após a cirurgia, ao atendimento em grupo. Pois o convívio entre as embora estes tenham talvez o efeito de prevenção contra pacientes proporciona uma troca de experiência e, linfedema e fraqueza muscular, apresentado pelas muitas vezes, traz esclarecimentos referentes à doença, pacientes após a cirurgia de câncer de mama. diminuindo o medo. Referências BATTAGLINI, C.; BATAGLINI, B.; BOTTARRO, M. The effects of physical exercise on cancer: a review. Revista Digital, Buenos Aires, v. 8, n. 57, fev. 2003. DIETTRICH, S. Atividade física e os efeitos colaterais de tratamento do câncer. 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