Escola de Aprendizes do Evangelho à Distância
39ª. Instrução
Os Defeitos / Virtudes
Ódio - Afabilidade ou Doçura (AMOR)
"Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração;
mas impede de fazer muito bem e pode levar à prática de
muito mal. Isto deve ser suficiente para induzir o homem a
esforçar-se para dominá-la. O espírita é concitado a isso
ainda por outro motivo: o de que a cólera é contrária à
caridade e à humildade cristãs." (Allan Kardec - "O
Evangelho Segundo o Espiritismo" - Capítulo IX: bemaventurados os brandos e pacíficos. - A Cólera)
O que é o ódio?
O ódio é uma manifestação dos mais primitivos sentimentos do homem animal, que ainda guarda
no espírito em evolução os resquícios do instinto de conservação, sob as formas de defesa, de
amor-próprio.
Quais os vários modos pelos quais o ódio se manifesta em nós?
Desde os aspectos mais sutis, dissimulados na hipocrisia social e nas formas de antipatias, aos
mais cruéis e brutais de violência.
Como o ódio se apresenta dentro de nós?
Como um sentimento, uma emoção incontida, um impulso que, ao nos dominar, expressamos
através de palavras ofensivas, quando contraímos o coração, cerramos os maxilares, fechamos
os punhos e soltamos faíscas vibratórias de baixo padrão, sintonizados com as entidades
malévolas, que assim podem nos envolver, instigando-nos ao crime.
E até que limites pode o ódio nos levar?
Nesses momentos, podemos ser levados a cometer os atos mais indignos de violência, de
agressividade, causando dissensões e até mortes, contraindo, muitas vezes, as mais penosas
dívidas em nossa existência.
Quais os motivos que nos levariam a odiar alguém?
Em geral, os ódios são despertados pelas humilhações sofridas, ou quando injustiçados,
maltratados, traídos no afeto, na confiança ou quando ofendidos. Encontramos, igualmente, em
muitas antipatias indecifráveis que possamos sentir por alguém, os ódios recônditos de outras
existências, quase sempre frutos de nossas paixões.
As manifestações de ódio são sempre instiladas pelos Espíritos inferiores?
Podemos realmente deixar campo aberto para as infiltrações das entidades maldosas, que estão
quase sempre à espreita para nos levar aos cometimentos do ódio., só conseguem nos atingir
quando descemos aos níveis vibratórios ao alcance deles, pois, os auxiliares que nos ajudam no
nosso fortalecimento no bem.
Estão realmente, em cada um de nós as origens das
manifestações de ódio.
Quais os sentimentos decorrentes do ódio
Junto ao ódio encontramos o rancor, que é a permanência dele nas promessas feitas a nós
mesmos de revide. A vingança é sua decorrência. A agressividade às vezes externa um estado
íntimo também decorrente das nossas manifestações de ódio, rancor, de cólera. A inveja, a
cobiça, o ciúmes e as inconformações, são ressentimentos que podem gerar ódios.
É o ódio a ausência do amor?
Amor e ódio são sentimentos opostos. Um pode dar lugar ao outro em frações de segundo, dentro
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Ódio - Afabilidade ou Doçura (AMOR)
de nossas reações íntimas. Muitas vezes o ódio reflete expressões de um amor ainda
possessivo, em criaturas que foram preteridas nos seus afetos mais profundos. Os
arrependimentos copiosos por males
antes nutridos em ódio distante são os primeiros lampejos de um amor despertado, fazendo
finalmente vibrar as fibras sensíveis do coração, que assim quebra a casca endurecida que o
envolve. Aquele que odeia está a reclamar direitos. Aquele que ama dá de si sem esperar
recompensa.
Como podemos combater o ódio?
Perdoando aos que nos ofendem. E o nosso Divino Mestre já nos deu a fórmula: “Perdoando não
apenas sete vezes, mas setenta vezes sete", ou seja, infinitas vezes e plenamente (totalmente)
O que fazer quando o ódio nos invade a alma?
O primeiro passo é segurá-lo de todos os modos, não deixá-lo expor-se à vontade. Fechemos
nossos lábios, contemos até dez ou até cem, caso seja preciso. Logo em seguida, procuremos
um local onde possamos nos recolher: aí iremos nos acalmando e mentalmente trabalhamos para
serenar nosso ânimo exaltado.
Então analisemos as origens dos nossos impulsos e, progressivamente, dosemos e amorteçamos
os nossos sentimentos com as luzes reconfortantes do Evangelho. Tomemos uma página
esclarecedora de um livro ao nosso dispor e meditemos recorrendo ao Amigo Protetor. Não
demorará muito e já nos reequilibraremos, deixando para trás a fogueira que conseguimos
ultrapassar.
Afabilidade / Doçura - Características contrárias ao ódio
Afabilidade e doçura são manifestações naturais da benevolência para com as criaturas,
resultantes do amor ao próximo.
a) Examinar as emoções do nosso coração nas oportunidades sociais, esforçando-se em
transmitir amor através de nossos lábios.
b) Interessar-nos com discrição pelas pessoas recém-apresentadas, criando elos de empatia,
mesmo com aquelas mais fechadas ou rudes.
c) Ajudar sempre, com delicadeza, nos transportes coletivos ou na rua (na via pública), as
criaturas em dificuldade, cedendo lugar, facilitando passagem e carregando volumes.
d) Respeitar a aspereza do trato de alguém para conosco, com o silêncio tranqüilo, com o olhar
sereno e com gestos bondosos.
e) Entender com ternura os aflitos que, ao nosso lado, se desesperam em situações difíceis,
transmitindo-lhes encorajamento e proporcionando-lhes ajuda.
f) Perdoar com suavidade interior àqueles que nos ofendem, afastando consequentemente
quaisquer lembranças desagradáveis ou resquícios de ódio.
g) Pautar a nossa maneira de nos dirigir aos auxiliares, em casa, na sociedade e no trabalho
profissional, com benevolência e brandura, embora revestidas da necessária determinação.
h) Introduzir no lar o hábito de falarmos baixo e com meiguice, mesmo quando transmitimos
ordens.
“Não basta que dos lábios emanem leite e mel, se o coração de modo algum lhes está associado,
tratando-se tão somente de hipocrisia. Aquele cuja afabilidade e doçura são fingidas, jamais se
desmente. É o mesmo para o mundo ou na intimidade, e sabe que, se pode enganar os homens
pelas aparências, não pode enganar a Deus - Evangelho Segundo o Espiritismo”
(Fonte: obra: Manual Prático do Espírita – Cap.II –“O que se pode transformar”- Ney P. Perez)
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