A Influência da Escola Estratégica Empreendedora em uma Instituição Pública Fundacional Autoria: Jefferson Lindberght de Sousa, Herrisson Fabio de Oliveira Dutra Resumo A formulação e a implementação de estratégias para superarem as provocações do mercado versus as incertezas das mudanças no mundo dos negócios e da globalização. O empreendedorismo no setor público conecta-se com as premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora. O objetivo é saber que premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora influenciam em uma instituição pública fundacional. Na pesquisa qualitativa, interpretativa, com estudo de caso, tais premissas foram categorizadas para uma análise de conteúdo aplicada nos relatos contidos em relatórios de gestão de 2003 a 2008. As contribuições reforçam a importância do comportamento empreendedor público coletivizado no processo estratégico. 1 1. Introdução As mudanças no mundo dos negócios, a globalização, a disseminação das tecnologias da informação e da comunicação têm desafiado as organizações a formularem e implementarem estratégias que possibilitem superar as provocações do mercado. Nesse cenário, autores como Blandy e João (2012) apontam um crescimento da necessidade de se reconhecer outros aspectos do processo estratégico e do uso de uma lente para compreender como se dão e quais as razões de êxitos e fracassos. Os processos estratégicos a serem efetivados precisam de adaptações ou então de reformulações constantes, de forma que as organizações atendam as demandas particulares do novo mercado local e global. Sob essa ótica, há de se concordar com a perspectiva de múltiplas contingências que envolvem o processo de adaptação estratégica trazida por Hayashi Jr. (2009) pela qual o processo estratégico e o de aprendizagem imbricam-se um no outro, de forma que as múltiplas adaptações podem ser entendidas como sendo múltiplas aprendizagens. As necessidades de formulação e implementação de estratégias das organizações com o fim de enfrentar as provocações do mercado também incomodam a Administração Pública de um modo geral, tanto que Sousa e Paiva Jr.(2009) realçaram em seus estudos as tentativas de adequação à agenda contemporânea com o auxílio de reformas administrativas e que resultaram em modelos de gestão híbridos. Os modelos de gestão híbridos revelam o perfil empreendedor das instituições públicas perante as diretrizes impostas pelas reformas administrativas no serviço público e como enfrentamento às constantes alterações na cena política, uma vez que ocasionam mudanças estruturais nos diversos órgãos públicos. Nesse sentido, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) é a base referencial para este estudo por ter sofrido transformações estruturais e formulado estratégias que têm resultado em ações entendidas como empreendedoras por se alinhar à nova agenda política nacional de 2003, como foi retratado por Sousa (2009). O fenômeno do empreendedorismo vem sendo uma alternativa de enfretamento das mudanças estruturais na economia, tanto que vem despertando o interesse não só dos órgãos públicos, como também da iniciativa privada, por se tratar de algo capaz de alterar a realidade e trazer novos mercados. O interesse pela temática também aponta caminhos acadêmicos à proporção que vem se tornando objeto de pesquisa de vários estudiosos (VERSTRAETE, 2001; DANJOU, 2002; MELLO, CORDEIRO, PAIVA JR., 2003; HJORTH, 2008). Num contexto dinâmico e de incertezas, as instituições públicas vêm procurando se adaptarem a cada novo cenário político decorrente de processos eleitorais, seguido de novas diretrizes e orientações na gestão pública. Autores como Rocha e Palma (2012) creditam à capacidade de inovar utilizada pelas organizações, a adoção de novos modelos de gestão e novos desenhos competitivos. Os projetos e atividades adaptados e incrementados pela Fundaj com vistas a atender as novas diretrizes governamentais trouxeram benefícios coletivos aos cidadãos, o que vem chancelar o emprego do fenômeno do empreendedorismo no setor público, conforme os estudos de Sousa, Paiva Jr. e Lira (2010). As ações empreendedoras da Fundaj relatadas em relatórios de gestão e em entrevistas pelos seus diretores responsáveis pela geração de ações empreendedoras apontam indícios de conexão com as premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora (MINTZBERG, AHLSTRAND, LAMPEL, 2000). Dessa forma, emerge a seguinte questão: que premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora influenciam em uma instituição fundacional do setor público? 2 2. Fundamentação teórica Tendo em vista a complexidade que envolve a compreensão para o termo “estratégia” no contexto atual, contemporâneos de Junior, Ito e Gimenez (2012) vêm relacionando-o ora com o resultado das mentes de estrategistas, ora como sendo um processo flexível e aberto às mudanças e alterações oriundas do meio externo. Por essa lógica, diversos conceitos vêm sendo desenvolvidos para definir e adequar as formulações e as implementações estratégicas das organizações. A temática em questão vem sendo utilizada predominantemente pelo setor da iniciativa privada, mas autores como Vieira, Costa e Boaventura (2011) vêm contribuindo com a noção da estratégia na administração pública ao observarem as abordagens estratégicas embutidas na compreensão das políticas públicas. A abrangência da noção da estratégia para o setor público deve ser realçada pela importância do que essa atividade pode oferecer à coletividade. Nesse ponto, tornam-se imprescindíveis para essa discussão os estudos de Sousa, Paiva Jr. e Lira (2010) que resgatam a ação empreendedora na administração pública como mote para a geração de benefícios ao cidadão. Consequentemente, a formulação e a implementação de um planejamento estratégico no setor público podem estar vinculados a uma visão empreendedora, além de compreenderem o caráter visionário da escola de estratégia empreendedora assinalado por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000). 2.1 A noção da estratégia no âmbito do setor público A prevalência na abordagem clássica da estratégia de relacionar o pensamento estratégico à alta administração e aos estrategistas (SILVA, CARRIERI, JUNQUILHO, 2011) foi seguida de uma série de pensamentos e ações que tratariam a estratégia como um processo emergente e incremental, como também a incorporação de outros atores à elite responsável pela realização da estratégia organizacional (CARTER, CLEGG, KORNBERGER, 2008). A visão clássica da estratégia sofreu significativa mudança com a emergência da abordagem que tem tratado a estratégia como prática (CARAIOLA, ADAMOGLU, GONÇALVES, 2012) e a importância das interações sociais pode ter impulsionado autores como Silva, Carrieri e Junquilho (2011) a se debruçarem sobre a estratégia como prática social. Vale registrar que estudos anteriores como os de Whittington (1988, 2002 e 2006) tenham trazido a estratégia para o campo da prática social a partir das estruturas e da questão da agência, a considerar uma perspectiva que o autor denomina de “sociologia realista”. A abordagem voltada para a estratégia como prática social tem contribuições de Nascimento e Lopes (2010) ao entenderem micro-ações de atores sociais nas organizações, uma vez que estratégia é algo que as pessoas fazem e não o que a organização tem. Na sequência, autores como Blandy e João (2012) vêm contribuindo com a temática ao focalizarem em seus estudos aspectos da prática, tais como o quanto proposições estratégicas são intencionais e planejadas e se o processo de construção dessas propostas está explícito em atividades da organização. A temática da estratégia também tem permeado o campo do setor público. Andrade (2011), por exemplo, dialoga com as abordagens em estratégia na administração pública a partir da compreensão de políticas públicas, uma vez que entende ser um tratamento de superação do planejamento estratégico prescritivo. No entanto, a autora afirma que a estratégia tem sido tradicionalmente abordada na administração pública como um instrumento pelo qual distingue formulação e implementação de políticas públicas. Modelos tradicionais na administração pública em que destacam a formulação da implementação de políticas públicas e, consequentemente, usos distintos de estratégia no serviço público reforçados pela administração gerencial vêm atestando a racionalidade 3 instrumental do planejamento estratégico na administração pública. Autores como Virtuoso, Del Corso e Domingues (2009) atestam a existência de alinhamentos estratégicos em instituições municipais na área de transportes e mobilidades urbanas da cidade de Curitiba com base nos financiamentos de projetos, leis e diretrizes orçamentárias em detrimento de melhorias nos mecanismos de comunicação interno e externo, sob a ótica de um modelo de gestão do conhecimento. A tentativa de equilibrar o campo epistemológico da administração pública tem a proposição de Sousa e Paiva Jr. (2009) cujo teor sustenta a implementação de um processo que leve a ações substantivas e que venha abrir espaços cada vez mais democráticos, participativos e dialógicos com vistas a atenuar o utilitarismo na gestão pública. Por essa perspectiva, o fenômeno do empreendedorismo sob a abordagem multidimensional em conjunto com a proposta de caráter visionária da escola de estratégia empreendedora podem desvelar alguns resultados esperados. 2.2 O empreendedorismo no setor público e as premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora A concepção multidimensional do empreendedorismo possibilita sua aplicabilidade efetiva tanto em organizações privadas quanto públicas. Autores como Morris e Jones (1999) argumentam que empreendedorismo seja um constructo universal e, portanto, pode ser aplicado nas organizações do setor público. Paiva Jr., Almeida e Guerra (2008) têm corroborado que o empreendedorismo vem despertando o interesse não só dos órgãos públicos, como também da iniciativa privada e da academia. Existe a necessidade de se abordar o empreendedorismo público como fenômeno social, coletivizado e de interação social, tal como tem sido sugerido por autores como Johannisson (1998) e corroborado por Sousa, Paiva Jr. e Lira (2010), em contraposição ao empreendedorismo atomístico que minimiza ações de cunho coletivo. Dessa forma, o ator que empreende no setor público será um agente construído socialmente e no diálogo coletivizado incrementará o espírito do empreendedor. O empreendedor do setor público na condição de agente de transformação, coletivizado e dialógico possibilita distinção entre o que é descrito e o que é prescrito nas estratégias da administração pública. Dessa forma, a ação empreendedora no setor público pode criar um estoque de experiências individuais e vividas pelo empreendedor público e ajudar no discernimento argumentado por Alford e Hughes (2008) para soluções dos problemas, de forma que sejam politicamente aceitáveis e administrativamente viáveis. Como conseqüência, esse empreendedor público poderá atenuar os efeitos deletérios decorrentes da afirmação de Subirats (1993) que traz a distinção entre as características descritivas e explicativas pertinentes à análise de políticas públicas e a prescrição explicitada no planejamento estratégico. De modo geral, a ação empreendedora no setor público pode estar inserida no reconhecimento de oportunidades no tocante à percepção da potencialidade de novos recursos ou lucros como consequência de criação ou melhoria de um novo empreendimento ou de algum já existente. Em muitas atividades públicas ou privadas existem indícios de potencialidades empreendedoras que precisam ser incrementadas Um exemplo de reconhecimento de oportunidades de negócios foi apresentado por Sousa (2009) quando vislumbrou a potencialidade empreendedora do Projeto Resgate dos Eventos Socioculturais da Fundação Joaquim Nabuco e relacionou a riqueza de seu acervo documental com as datas efêmeras institucionais que se avizinhavam. A atitude pró-ativa de incrementar o potencial empreendedor de um projeto institucional, a exemplo o Projeto Resgate dos Eventos Socioculturais da Fundaj, desponta 4 afinidades com uma estratégia similar a uma perspectiva apontada para um futuro. Por essa lógica, faz-se necessário importar para este estudo as premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora que poderão subsidiar a construção de categorias analíticas. O quadro 1 demonstra resumidamente o resultado do procedimento de construção categórica: Quadro 1: Demonstrativo das premissas da escola estratégica empreendedora e respectivas categorizações Fonte: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) O demonstrativo acima instrumentaliza a análise dos relatos dos diretores das atividadesfins da Fundação Joaquim Nabuco nos procedimentos metodológicos. 3. Procedimentos metodológicos O presente estudo é baseado em uma pesquisa qualitativa, de caráter interpretativo. Quanto aos fins a pesquisa é exploratória tendo em vista não existir conhecimento acumulado e sistematizado, conforme orientação de Vergara (1997). O tipo da abordagem qualitativa é Estudo de Caso Único por analisar uma unidade social (GODOY, 1995) e ser uma forma de pesquisa empírica “que investiga fenômenos contemporâneos dentro do contexto da vida real...” (YIN, 1989, pag. 23). 3.1 O corpus do estudo O corpus referencial desta pesquisa foi também a base empírica da investigação que, a partir da orientação de Bauer e Aarts (2008), foi constituído pelas entrevistas dos diretores 5 responsáveis pela elaboração e implementação de projetos e atividades científico-culturais da Fundação Joaquim Nabuco que atendem aos programas governamentais consubstanciadas em relatórios de gestão referentes ao período de 2003 a 2008. As entrevistas foram realizadas e transcritas pela Assessoria de Imprensa da Fundaj no final do ano de 2006 e meados do ano de 2009. Os relatórios de gestão são instrumentos marcados pelas diretrizes estabelecidas por Instruções Normativas do Tribunal de Contas da União. Os relatos dos diretores responsáveis pela elaboração e implementação de projetos e atividades científico-culturais da Fundação Joaquim Nabuco que atendem aos programas governamentais revelam feitos institucionais referentes às atividades finalísticas da instituição, ou seja, evidenciam as operações relacionadas diretamente com os objetivos institucionais. Assim os diretores podem ser considerados líderes, uma vez que são os tomadores de decisão no âmbito de suas competências regimentais. Ressalta-se que as entrevistas apresentaram um conteúdo de reflexividade dos diretores e, portanto, um bom nível de subjetividade, enquanto que os relatórios de gestão prestaram as informações sobre as ações institucionais de forma objetiva por instrumentalizar formalmente as prestações e tomadas de conta da Fundaj. Tanto os relatórios de gestão quanto as entrevistas estão disponibilizadas em home page institucional (www.fundaj.gov.br ). 3.2 Tratamento dos dados A codificação dos relatos foi sistematizada por uma sequência numérica (101 a 106) representando cada categoria analítica e registrada no final do trecho de relato de cada diretor. Vale ressaltar que em alguns trechos cabem mais de uma codificação, visto que as categorias são interdependentes entre si: podem ser complementares uma das outras. Com o objetivo de mostrar como se procedeu o tratamento dos relatos extraídos das entrevistas, a transposição a seguir demonstra como foi o procedimento para cada extrato de entrevista: “Começamos com as obras de Joaquim Nabuco e pelos folhetos de cordel das primeiras décadas do século XX – que eram de grande interesse do MEC. Digitalizamos também o Álbum de Pernambuco de 1913 e alguns livros raros, parte da Coleção Brito Alves, de rótulos de cigarros, e alguns cartões postais. A Coleção Suape também foi reproduzida em meio digital. Foram mais de 7.000 negativos de fotografias daquela região litorânea. Temos dois grandes projetos de digitalização em andamento, em conjunto com o Ministério da Educação e patrocínio da Unesco, que prevêem a digitalização de 75 mil documentos (considerando cada unidade de página ou foto como um documento), entre eles, o acervo da Coleção Francisco Rodrigues. Serão reproduzidos 12 mil imagens de fotografias compreendidas entre 1840 e 1920, uma coleção raríssima e muito importante para a história social, vida privada, relações de classe e raciais, costumes, moda... Retrata principalmente a aristocracia açucareira de Pernambuco e de outros estados. Esse acervo pertencia ao extinto Museu do Açúcar. O processo de digitalização já está bastante adiantado. Iniciamos outro projeto, junto ao MEC, que é a digitalização de alguns periódicos raros da Biblioteca Central Blanche Knopf que totalizam 63 mil documentos. Selecionamos títulos de periódicos dos séculos XIX e XX – muitos da década de 20 do século passado - mas também toda a coleção da Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. A estimativa é que essa digitalização seja concluída até fevereiro de 2007. Afora isto, há o trabalho de digitalização de documentos para atender à demanda do público.” (ARAÚJO, 2006) (103;104; 105). A transposição do relato de um dos diretores da Fundação Joaquim Nabuco atende às três categorias analíticas da escola estratégica empreendedora, cujas codificações – 103; 104; 105 - encontram entre parênteses. Isso significa dizer que há inseridas no relato as categorias analíticas da visão decidida, obssessiva e controle pessoal na implementação (103); visão maleável, deliberada e emergente (104); organização maleável e sensível (105). 6 As citações concernentes aos relatos dos diretores entrevistados foram identificadas com a letra E (entrevista) juntamente com um número marcador de sua posição dentro do bloco de entrevista, ou seja, para cada entrevista um número sequencial a partir do número 1. A paginação referente ao relato foi apresentada logo em seguida através da letra “p” acompanhada da respectiva numeração. Exemplo: E2 - p. 9-10 (significa que é a segunda entrevista, nas páginas de 9 a 10). 3.3 Análise dos dados Utilizou-se a análise do conteúdo, na modalidade temática clássica, de acordo com a orientação de Minayo (2008). Operacionalmente, a análise de conteúdo se efetivou em três etapas: na primeira etapa, a chamada pré-análise, os projetos e atividades destacados pelos diretores responsáveis pelas atividades-fins da instituição foram marcados e devidamente selecionados. Na etapa seguinte, procedeu-se à exploração do material, de forma a causar redução do texto, além da classificação e agregação dos dados junto às unidades de significado. Durante o processo de redução do texto não foram consideradas as ações de cunho gerencial, por exemplo, as de aquisição de material bibliográfico ou as de pesquisas de campo para orientar a aquisição de acervos; e na terceira etapa realizou-se o tratamento dos resultados por meio de operações interpretativas, conforme as codificações e categorizações extraídas das premissas da escola estratégica empreendedora dos estudos de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) e demonstradas no quadro 2 abaixo: CODIFICAÇÕES 101 CATEGORIAS ANALÍTICAS Estratégia como perspectiva 102 Formação estratégica semiconsciente, pela experiência e na intuição do líder 103 Visão decidida, obssessiva e controle pessoal na implementação 104 Visão maleável, deliberada e emergente 105 Organização maleável e sensível 106 Estratégia como nicho Quadro 2: Mapa de codificação das categorias analíticas Fonte : Adaptado de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000); Pesquisa Direta (2013). 3.4 Qualidade e confiabilidade dos dados A qualidade e confiabilidade dos dados foram monitoradas para o processo de saturação de dados através dos relatos dos diretores, confrontando os dados entre si, de modo a garantir que informações retidas não comprometessem a consistência da analise, ademais a auto-reflexão dos pesquisadores foi uma constante, acompanhadas de uma sistemática auditoria das análises de dados. A triangulação das fontes de dados composta pelos relatos dos diretores nos relatórios de gestão somados às entrevistas disponíveis em home page da Fundaj 7 também geraram solidez no componente analítico do estudo, uma vez que essa diversificação de conteúdos veio a reforçar argumentos manifestados nos aspectos elucidativos da teoria em análise. 4. Análise dos Resultados A idéia foi criar um cenário que pudesse visualizar a composição das ações empreendedoras a partir do ano de 2003 em conexão com as premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora, de forma que se analisou tanto as entrevistas realizadas e transcritas nos anos de 2006 e 2009, quanto projetos e atividades descritos nos relatórios de gestão relativos aos anos de 2003 a 2008, tudo disponibilizado na home page da Fundaj. O resultado gerou um painel demonstrativo que trouxe uma visão geral das estratégias inseridas nas ações empreendedoras da instituição. 4.1 O caso da Fundação Joaquim Nabuco Criada em 1949, tem como objetivo de trabalho a socialização do saber, a disseminação da informação e inclusão social. Sua missão institucional abrange produção, acumulação e difusão conhecimentos, passando pela preservação da memória até a promoção de atividades científicas e culturais, com vistas à compreensão e ao desenvolvimento da sociedade brasileira, prioritariamente a do Norte e do Nordeste do país (FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, 2006, p.2). Trata-se de uma fundação pública federal vinculada ao Ministério da Educação que conta com uma estrutura administrativa composta de quatro diretorias –Diretoria de Formaçãoi, Diretoria de Cultura, Diretoria de Documentação, Diretoria de Pesquisas Sociais, responsáveis pelas atividades-fim, e a Diretoria de Planejamento e Administração, responsável pelas atividades-meio – para elaborar projetos e atividades que viabilizem ações inseridas nos programas governamentais. Essa estrutura é resultado de um processo originário de mudança organizacional. Em um processo de mudança organizacional, as pessoas, partícipes das relações sociais de um tecido organizacional, assumem papéis, compartilham valores e essas práticas criam, institucionalizam comportamentos que influenciam a capacidade produtiva de uma entidade sob uma ação de mudança organizacional (SCHREIBER, 2009). Essa reflexão pode ter direcionado a abordagem da mudança organizacional aplicada na Fundaj, uma vez que foram aproveitados alguns servidores ocupantes de cargo de confiança da gestão anterior, bem como mantiveram outros servidores de cargos efetivos das áreas técnicas do planejamento, contabilidade e financeira em meio à utilização de downsizing com os cortes nos cargos e exonerações e modelos de reengenharia extinguindo e compactando departamentos. Essa situação vem apresentando indícios para Sousa (2010) argumentar a existência de um modelo híbrido de gestão na Fundaj com base no que já foi discutido por Souza (2007) como sendo uma combinação das características dos modelos de gestão clássicos (patrimonial, burocrático e gerencial). Para viabilizar ações que se inserissem nos programas governamentais, cada diretor, no âmbito de sua competência regimental, responsabilizou-se por projetos e atividades que viessem atender os objetivos institucionais. A tomada de decisão de cada diretor em relação à escolha de projetos e atividades mais exitosos foi basilar para a formulação e a implementação do processo estratégico da Fundaj. Nesse cenário, a figura do líder foi fundamental, uma vez que, em muitos casos, foi necessário sintetizar dois ou mais projetos devido à alocação de recursos disponíveis. O comportamento dos diretores da Fundaj frente à alocação de recursos para fazer face à operacionalização de projetos e atividades, as ações empreendidas com base em experiências, criatividade e na geração de processos inovadores, bem como o uso de certa 8 flexibilidade com o intuito de incrementar benefícios ao público alvo são fatos emblemáticos que indicam uma correlação com algumas das premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora. 4.1.1 A Estratégia Empreendedora da Fundaj Sob a compreensão das categorias analíticas oriundas das premissas da escola estratégica empreendedora, segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a análise das ações inseridas nos projetos e atividades destacados pelos diretores das atividades-fim da Fundaj referentes ao período de 2003 a 2009, apresentou resultados que, de acordo com a Tabela 1, subsidiaram a resposta da questão central de pesquisa. Tabela 1: Demonstrativo analítico da estratégia empreendedora da Fundaj Fonte: Pesquisa Direta (2013) A leitura da tabela 1 revela maioria das ações da instituição fundacional preenche a categoria visão maleável, deliberada e emergente com quase um terço do total das freqüências encontradas nos relatos dos diretores das atividades-fim, seguida das categorias estratégia como perspectiva e organização maleável e sensível com a percentagem – para cada uma - de quase um quinto do total das ações registradas, formação estratégica semiconsciente, pela experiência e intuição do líder e visão decidida, obsessiva e controle pessoal na implementação com mais de dez por cento e a categoria estratégia como nicho com quase um décimo do total das ações inseridas nos relatos dos diretores das atividadesfim. Comparação entre as Ações Empreendedoras da Fundaj e a Estratégia como Perspectiva. Essa categoria analítica tem origem na premissa subjacente à escola em pauta cuja estratégia existe na mente do líder como um senso de direção a longo prazo ou uma visão de futuro da organização. Nesse sentido, a estratégia da Diretora de Cultura da Fundaj gerou relações institucionais mais longevas e confiantes quando lançou a idéia de internacionalizar a Revista Massangana como forma de presentear oficialmente o governo francês nas comemorações do Ano do Brasil na França. A ação suscitou o lançamento de um produto com características brasileiras na língua francesa e a noção de hibridização de Canclini (2003) que 9 se aproxima da interação cultural, podendo haver justaposição ou combinação de produtos ou tecnologias de diferentes épocas ou processos sociais. Há autores como Oliveira (2010) que identifica processo de hibridação cultural em meio de constructos de identidade cultural. Comparação entre as ações empreendedoras da Fundaj e a formação estratégica semiconsciente, pela experiência e na intuição do líder. Essa categoria tem gênese na premissa em que o processo de formação da estratégia é enraizado na experiência e na intuição do líder quer ele seja o idealizador ou não. O processo de formação da estratégia da Fundaj depende prevalentemente da liderança de seus diretores frente ao atendimento dos programas governamentais. Autores como Milan e Toni (2008, p.57) argumentam que “a forma como os gestores definem e implementam estratégias também depende das imagens que eles possuem quanto ao conceito de estratégia”. O exemplo vem da Diretora de Documentação da Fundaj com o destaque para as ações memorialísticas permeada por uma cultura de preservação, conservação e documentação dos diversos artefatos materiais e imateriais que compõem a cultura brasileira, em particular as das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O extrato a seguir reforça a idéia escrita: Além da preservação e divulgação dos acervos em si, em que a cultura popular constitui um dos destaques – e não poderia ser diferente, pois a cultura popular é fortíssima nas Regiões Norte e Nordeste – há projetos e atividades voltados para a renovação do conhecimento sobre as manifestações folclóricas e sua difusão e valorização entre diversos públicos [...] (E5 – p.35) A ação empreendedora da atividade memorialística atende à demanda por trabalhos imateriais no âmbito da atividade estratégica, cujos argumentos vêm de Gouveia e Grisci (2006), que apresentam um apelo intelectual na produção de conhecimento e na solução de problemas, acentuados com o pensamento de Domingues (2012) cuja abordagem insere a transformação do fazer científico no contexto atual. Comparação entre as ações empreendedoras da Fundaj e a visão decidida, obssessiva e controle pessoal na implementação. A premissa subjacente à escola estratégica empreendedora referente a essa categoria analítica entende que o líder promove a visão de forma decidida, controla sua implementação e sua reformulação quando necessário. A decisão da Diretora de Cultura da Fundaj em se comprometer com os valores da instituição levou-a a se tornar referência de conduta diante do desafio, conforme relato a seguir: [...] arte contemporânea era uma coisa muito nova para mim. E já era uma linha da Fundação Joaquim Nabuco e a gente não queria acabar com nada, chegamos para contribuir... Passei nove meses filmando exposições nas nossas e nas outras galerias, entrevistando críticos, curadores, artistas, público em geral. Eu fui a primeira a sentar no banquinho e aprender um pouco sobre arte contemporânea. Acho que o aprendizado é muito importante. Quero contribuir a deixar a área de artes plásticas melhor do que encontrei. (E2 – p.7) O processo de aprendizado como estratégia de integração da Diretora de Cultura da Fundaj coaduna-se com os estudos de De Camilis e Antonello (2009) nos quais destacava o aprender pela prática e o aprender pela interação, como também foram enfatizados os processos informais de aprendizagem com base no cotidiano laboral. Comparação entre as ações empreendedoras da Fundaj e a visão maleável, deliberada e emergente. A premissa subjacente à escola estratégica empreendedora pertinente a esta categoria analítica revela que a visão estratégica é flexível, as estratégias são adaptadas à visão global e resultam do desdobramento da visão. Um exemplo de abertura no setor público foi cristalizado pela Jornada Brasileira de Cinema Silencioso, uma realização em conjunto com a Diretoria de Documentação e a Diretoria de Cultura, ambas da Fundaj em parceria com a 10 Cinemateca Brasileira, a Prefeitura do Recife e a Caixa econômica Federal (FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, 2007). O projeto Jornada Brasileira de Cinema Silencioso possibilitou o estabelecimento de uma rede social voltada para o cinema brasileiro e, a partir dessa marcação, geraram-se oportunidades de negócios. Autores como Martins (2008) defende a idéia de que as redes sociais podem atender às exigências da sociedade civil em relação às respostas políticas locais, rápidas e eficazes, para assegurar a ampliação dos direitos de gozo da cidadania. Comparação entre as ações empreendedoras da Fundaj e a organização maleável e sensível Nessa categoria analítica, a premissa subjacente à escola estratégia empreendedora remete a uma organização flexível com uma estrutura simples para privilegiar a pessoa do líder visionário e deixá-lo livre para idealizar e implementar suas idéias. Nesse sentido, o lúdico vem sendo utilizado nas ações empreendedoras da Diretoria de Documentação da Fundaj como estratégia de articulação que possibilita a construção de relações de identidade e confiança por parte do público alvo. A estratégia da Diretora de Documentação da Fundaj é legitimada por autores como Paiva Jr., Fernandes e Almeida (2010), uma vez que essa relacionalidade constrói confiança, gera credibilidade e faz sustentar o empreendimento com base na fidelidade. Nesse sentido, o perfil articulador é o elemento relacional que caracteriza o empreendedor. Comparação entre as ações empreendedoras da Fundaj e a estratégia como nicho A premissa pertinente a essa categoria analítica – a estratégia empreendedora tende a assumir uma posição segura dentro de um nicho protegido contra a concorrência – não obteve ocorrências significativas de ações empreendedoras a ela relacionadas. No entanto, o exemplo vem da Diretoria de Cultura ao transformar o processo analógico da produção de vídeos em digital gerou um lugar especial da Instituição no mercado audiovisual. [...] A Massangana Multimídia, que era analógica e não estava tendo os seus produtos aceitos nos meios televisivos, foi atualizada e hoje é uma produtora com equipamentos digitais. Os documentários passaram a ser feitos para exibição e veiculação em televisões educativas do país, chegando a um público estimado entre trinta a cinqüenta milhões de pessoas [...] (E2 – p.3) O extrato dá a dimensão do grau de inovação trazido pela estratégia da Fundaj. Há autores contemporâneos de Lisondo (2007) que entendem como conceito de inovação o desenvolvimento e a implantação de novas ideias por pessoas e grupos em interação no âmbito institucional. Por essa ótica, Centurion et al (2012) têm contribuído ao defenderem que a inovação e os avanços tecnológicos são fundamentais e com crescente dependência de arcabouços com o formato de redes. 5. Considerações finais De acordo com os resultados das análises, a questão de pesquisa – que premissas subjacentes à escola estratégica empreendedora influenciam em uma instituição fundacional do setor público? – foi respondida com a prevalência da premissa que compreende a visão estratégica como sendo maleável e com tendência a ser deliberada no aspecto global e emergente na medida em que os detalhes deste processo visionário se desdobram. Há pertinência junto à premissa prevalente, uma vez que a Fundaj planeja suas atividades e projetos com antecipação para que possa angariar recursos federais necessários à concretização das ações a serem desenvolvidas no decorrer de cada exercício. Ao longo do desenvolvimento dos projetos e atividades surgem oportunidades de melhorar os resultados esperados, o que pode levar o gestor a alterar o curso das ações em prol dessa maximização. Concomitantemente a esse desenvolvimento de projetos e atividades o fator cultural se faz 11 presente, predominando a marcação da coletividade, motivo pelo qual a maioria das ações empreendedoras da Fundaj gera parcerias ou alianças estratégicas com outras instituições. Outra característica da estratégia inserida nas ações empreendedoras em uma instituição pública fundacional que despontou nos achados da análise diz respeito à estratégia como perspectiva, bem como a maleabilidade da ação instituicional. Os resultados mostraram a preocupação dos gestores com o futuro da instituição, de forma que as tomadas de decisão são ponderadas com elementos de sustentabilidade a longo prazo. Há de se ressaltar o marco da alteridade nas ações empreendedoras, uma vez que o ator que empreende no setor público tem imbuído o servir ao “outro”. Em relação à maleabilidade e sensibilidade da organização pode ser constatado pela execução de modelo de gestão híbrido em sua administração atual. Apesar da importância do papel de líder dos diretores das atividades finalísticas da Fundaj na elaboração de projetos e atividades, as ações empreendedoras não revelaram ocorrências satisfatórias para bom processo visionário decisivo e obcecado típico do comportamento de um empreendedor puramente atomístico, bem como a questão da intuição e da experiência dos líderes não terem tido maiores freqüências nos relatos dos diretores das atividades-fim. A baixa freqüência de usar estratégia como nicho no âmbito do setor público pode ser compreendido se atentarmos para o fato de estarmos lidando com instituições que não visam lucros e, portanto, estabilizam-se em terrenos mercadológicos mais estáveis e com horizontalidade concorrencial entre as organizações sem fins lucrativos. É importante a observação derivada deste estudo sobre hibridação de ações que acontece não somente nos modelos de gestão das instituições fundacionais, mas também em seus processos de formulação e implementação de estratégia, uma vez que em suas ações empreendedoras pode-se notar, além das premissas subjacentes à escola de estratégica empreendedora, a presença concomitante de marcadores de outras escolas, a exemplo da cultural. A contribuição deste estudo reforça a importância do comportamento empreendedor publico e coletivizado para o processo estratégico. É nesse instante que pesa a experiência e a intuição do líder em apontar caminhos estratégicos que venham contribuir com o logro dos objetivos institucionais como um todo. Referências ALFORD, J.; HUGHES, O. Public value pragmatism as the next phase of public management. The American Review of Public Administration. v.38. n. 2. Sage publications. 2008. p. 196-217. Disponível em http://arp.sagepub.com/cgi/content/abstract/38/2/130. Acesso em 2009. ANDRADE, J. A. de. Formação estratégica: as políticas públicas a partir das práticas. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa. v.10.n.1.2011. ANSOFF, H. I. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw Hill. 1977. ARAÚJO, Rita de Cássia Barbosa de. Entrevista em 07.11.2006. Entrevistador: equipe de reportagem da Fundação Joaquim Nabuco. Recife, 2006. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicat ionCode=16&pageCode=1362&textCode=7429&date=currentDate . 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