UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Gestão de Projetos Arquivisticos no âmbito do Comando da Aeronáutica(COMAER) Por: José Augusto de Oliveira Jorge Orientador Prof. Nelsom Magalhães Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Gestão de Projetos Arquivisticos no âmbito do Comando da Aeronáutica(COMAER) Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gerência de projetos. Por:José Augusto de Oliveira Jorge 3 AGRADECIMENTOS Aos familiares, amigos e à Deus, minha força maior 4 DEDICATÓRIA .....Dedico esta obra primeiramente a Deus meu refúgio e fortaleza, a Ingrid, Joyce e Soraia e principalmente minha querida Ana Paula e a todos que contribuíram para a conclusão deste curso. 5 RESUMO Este trabalho é um estudo da importância e de como é feito e gerenciado o projeto de solução documental no âmbito da Força Aérea Brasileira, Aborda o documento arquivístico como objeto da arquivística de modo a estar identificando fatores que ajudam e permitem que as informações sejam localizadas em tempo hábil quando solicitadas. Destaca o contexto hierárquico e histórico das organizações militares responsáveis pelo gerenciamento dos projetos de solução documental 6 METODOLOGIA A metodologia para a elaboração deste trabalho monográfico será bibliográfica e documental. Coleta de dados em revistas e internet com uma metodologia de tipo qualitativo, baseada fundamentalmente na análise de casos, para que se tenha fundamentação teórica para assuntos pertinentes ao tema. 7 LISTA DE ABREVIATURAS DIRDOC Diretoria de Documentação CAN Correio Aéreo Nacional CENDOC Centro de documentação e histórico da Aeronáutica COMAER Comando da Aeronáutica FAB Força Aérea Brasileira GED Gestão eletrônica de documentos OM Organização Militar SEGECAE Serviço de correspondência e Arquivo da Aeronáutica SPADAER Subcomissão permanente de avaliação de documentos da aeronáutica 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO - 09 CAPÍTULO I - Histórico da Força Aérea brasileira 10 CAPÍTULO II - Arquivo:Conceito e evolução 16 CAPÍTULO III – Arquivistica 19 CAPÍTULO IV- Gestão de projetos Arquivisticos 22 CONCLUSÃO- 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA- 34 ÍNDICE 35 - 9 INTRODUÇÃO Os Projetos de Solução Documental – Sistema Híbrido (Microfilme e Imagem Digital) é o cumprimento das disposições previstas no art. 1º da Lei 8.159/91: “é dever do Poder Público a Gestão Documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação”. Neste sentido todo o conhecimento produzido e acumulado, deve ser preservado pelo COMANDO DA AERONÁUTICA. Em seu art. 7º, a lei define os arquivos públicos como os “conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito Federal, Estadual, do Distrito Federal e Municipal em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judiciárias”. O Sistema de Documentação, cujo Órgão Central é o Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica – CENDOC, é a OM responsável pela gestão de documentos do COMAER. O Serviço Geral de Correspondência e Arquivo da Aeronáutica - SEGECAE é a organização subordinada ao CENDOC e segundo estabelecido no art. 5º do seu regulamento interno, compete ao SEGECAE “estudar, planejar e acompanhar a implantação dos projetos de solução documental, assim como planejar e assessorar a implantação das metodologias e tecnologias referentes à gestão e preservação documental do COMAER”. Os Projetos de Solução Documental são desenvolvidos para o COMANDO DA AERONÁUTICA- COMAER, sob supervisão do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica – CENDOC, e são executados em parceria do Serviço Geral de Correspondência e Arquivo da Aeronáutica – SEGECAE. 10 CAPÍTULO I HISTÒRICO DA FORÇA AÈREA BRASILEIRA ...E assim surgia a Força Aérea Brasileira. O poder aéreo nasceu em 1913, após o homem adquirir o domínio das máquinas voadoras, um pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial. No Brasil, mediante acordo governamental, tivemos a presença de militares franceses ligados ao que, naquele tempo, não era ainda uma arma aérea, mas uma capacidade bélica de emprego dos "engenhos voadores". Assim, no Campo dos Afonsos , Rio de Janeiro, se fez presente uma missão militar, com o objetivo de treinar pilotos militares da Marinha e do Exército, visando ao emprego de aeronaves em objetivos militares. Essa missão deu origem à Escola Brasileira de Aviação, que iniciou suas atividades em 2 de fevereiro de 1914, interrompendo-as em 18 de junho do mesmo ano. Evidentemente, o desenvolvimento da Aviação como arma aérea teve o seu início na Primeira Guerra Mundial , quando aeronaves foram empregadas em missões de Observação no campo de batalha.A partir dessas missões de Observação, passou-se a utilizar o avião também para a regulagem de tiros de artilharia e para missões de interceptação de aviões inimigos, incrementandose a utilização da potencialidade da arma aérea. Surgia, assim, no cenário mundial, a Aviação de Caça que, inicialmente, conduzia atiradores de elite nas naceles traseiras das aeronaves, atirando nos aviões incursores que tentavam realizar Observação.Daí, evoluiu-se para o lançamento de bombas, a princípio com a mão, e posteriormente com o emprego de engenhos mecânicos, seguindo-se a instalação de uma maior capacidade de tiro a bordo da aeronave e operada pelo próprio piloto. Esses fatores serviram de estímulo e desafio para as mentes militares que, naquela ocasião, tiveram disposição e oportunidade de participar ativamente no desenvolvimento dessa nova arma.Na época, o Brasil recebeu uma série de aeronaves para treinamento de suas Aviações - Militar (Exército) e Naval (Marinha)- e enfrentou o novo desafio, adestrando e preparando suas 11 equipagens, além de, seguindo uma tradição histórica iniciada no século 17, partir, pelo ar, para o desbravamento do interior do País, lançando-se na abertura de novas rotas aéreas, com o apoio do Departamento de Comunicações do então Ministério de Viação e Obras Públicas, que fazia o controle do movimento dessas e de outras aeronaves. Foi grande a participação das comunidades municipais, que, para auxiliar a nossa Aviação, escreviam o nome da cidade sobre o telhado das estações ferroviárias, como forma de orientar os aviões que seguiam para o interior do País. Nessa época, as facilidades e auxílios para a navegação aérea praticamente inexistiam.A 12 de junho de 1931 , dois Tenentes da Aviação Militar - Nélson Freire Lavenére-Wanderley e Casimiro Montenegro Filho pilotando um Curtiss Fledgling, saíram do Rio de Janeiro e chegaram a São Paulo, conduzindo uma mala postal (com 2 cartas). Nascia assim o Correio Aéreo Militar (CAM). Esse CAM, atualmente denominado Correio Aéreo Nacional (CAN), permanece com a missão de assegurar a presença do Governo Federal nos mais diversos rincões do Brasil, o que levou o nosso Congresso, tocado por um forte espírito cívico, a exigir da Força Aérea Brasileira a continuidade da operação do Correio Aéreo Nacional, incluindo-o na Constituição de 1988.Os fatos históricos abordados até o momento permitiram que se criasse no País, no final da década de 30, uma atmosfera de questionamento sobre a arma aérea, e de que forma deveria ela ser administrada pela Nação. Debates calorosos ocorreram, tanto no Clube Militar como através dos jornais da época, movidos por aviadores militares das duas Aviações Militares Marinha e Exército - que buscavam defender posições: se as armas aéreas deveriam continuar no âmbito das duas Forças, ou se elas deveriam agrupar meios aéreos de ambas e constituir uma arma única e independente, vindo a ser a única a administrar a atividade aérea no Brasil. A segunda corrente prevaleceu, tornando-se vitoriosa no dia 20 de janeiro de 1941 , quando foi criado o Ministério da Aeronáutica, tendo como primeiro titular da pasta um civil - Dr. Joaquim Pedro Salgado Filho . Esta foi a solução adotada pelo Governo de então para manter as duas Forças em harmonia. Os anos seguintes permitiram um engrandecimento do setor aeronáutico brasileiro, tendo sido criada uma respeitável infra-estrutura por todo o País, 12 aumentando a capacidade tecnológica e organizando toda a aviação civil e militar. O Ministério da Aeronáutica manteve-se atuante até 10 de junho de 1999 , quando foi criado o Ministério da Defesa. A partir de então, passou a ser denominado Comando da Aeronáutica, tendo como primeiro Comandante o Ten.-Brig.-do-Ar Walter Werner Bräuer. 1.1 Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica-CENDOC Em de 25 de Fevereiro de 1967, o então Presidente da República, Humberto de Alencar Castelo Branco, assinou o Decreto-Lei Nº 200 que dispunha sobre a organização da Administração Federal e estabelecia diretrizes para a Reforma Administrativa. Em consonância com o referido instrumento legal, em 31 de março do mesmo ano, foi publicado o Decreto No. 60.521 que estabelecia a estrutura básica de organização do Ministério da Aeronáutica e criava a Diretoria de Acervo Histórico. Pouco mais de dois anos depois, pela Portaria No. 38/GM7, de 20 de maio de 1969, foi ativado o Núcleo da Diretoria de Documentação e Histórico da Aeronáutica (DIRDOC), sendo nomeado seu primeiro Chefe o Maj Brig Eng EWERTON FRITSCH. Em 12 de novembro de 1970, pelo Decreto No. 67.555, foi aprovado o regulamento da DIRDOC, no qual foi enfim ativada a mesma Diretoria. Este Regulamento informava que a DIRDOC tinha por finalidade “o trato dos assuntos relativos às atividades de Expediente, de Arquivologia, de Biblioteconomia, de Histórico, de Museologia e de Cerimonial”. Também eram missões da DIRDOC as atividades relacionadas à Imprensa e Publicações. Subordinada ao Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), a antiga DIRDOC passou a funcionar em duas salas no edifício do Ministério da Aeronáutica (MAER), no centro da cidade do Rio de Janeiro, vindo a estabelecer-se em definitivo em 5 de julho de 1974, no campus da Universidade da Força Aérea (UNIFA), localizado no lendário Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, ocupando o Pavilhão Van Ness. 13 Com a extinção da DIRDOC e a criação do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (CENDOC), em 7 de dezembro de 1977, este passou cumprir a mesma missão, herdando suas instalações, numerário e pessoal. 1.1.2 O CENDOC na atualidade O Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (CENDOC), Organização do Comando da Aeronáutica (COMAER) criado pelo Decreto nº 80.965, de 7 dezembro de 1977, tem por missão planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas à Documentação, ao Histórico, ao Cerimonial Militar e ao Arquivo permanente do COMAER, estando diretamente subordinado ao Comando-Geral do Pessoal (COMGEP). Na missão do CENDOC, se destacam as atividades de Arquivologia, Biblioteconomia, Correspondência, Imprensa, Publicações e Heráldica Militar no COMAER, bem como das atividades de preservação de peças e documentos representativos da história da Aeronáutica e do tombamento do patrimônio histórico da Aeronáutica. O CENDOC trata, ainda, da normatização dos assuntos musicais, do Cerimonial Militar, mantendo o intercâmbio com entidades militares ou civis para o trato de assuntos que envolvam os Sistemas de Documentação, de Histórico e de Cerimonial. Além disso, armazena a documentação permanente de valor histórico, probatório e informativo da Aeronáutica, assessorando o Comandante-Geral do Pessoal nesses assuntos. O CENDOC, em setembro de 2002, passou a emitir o Boletim do Comando da Aeronáutica (BCA). Nas atividades de Histórico no âmbito do COMAER, o CENDOC busca realizar a pesquisa, o registro e a narração metódica dos fatos notáveis, de modo a estabelecer e preservar a Tradição e a História da Aeronáutica brasileira, nos seus aspectos civil e militar, bem como a exaltação e a divulgação dos episódios e a vida de seus vultos. Este aspecto do trabalho do CENDOC tem sua continuidade nas pesquisas que rotineiramente têm sido realizadas por pesquisadores militares e civis que procuram este Centro para substancializar seus trabalhos. 14 1.2 Serviço de Arquivo e Correspondência da Aeronáutica- SEGECAE No Ministério da Aeronáutica, em 1945, era criado o primeiro Serviço para tratar dos assuntos documentais, chamado Arquivo Geral da Aeronáutica (AGA). O AGA, em 1946, passou a ter a denominação de Serviço de Comunicações da Aeronáutica (SCAER), com as mesmas atribuições quanto ao recebimento e guarda documental da extinta AGA, acrescidas das obrigações quanto à tramitação documental. Em 1949, passou a chamar-se Serviço Geral de Expediente e Arquivo da Aeronáutica (SGEAAER). Em 1974, foi criada a Diretoria de Documentação da Aeronáutica (DIRDOC) como Órgão Central do Sistema (normativo e gerenciador), com a missão de administrar o Patrimônio Histórico e Cultural. Em 1977, a DIRDOC deu origem a três Organizações: INCAER, MUSAL e CENDOC. O CENDOC foi o herdeiro dos assuntos documentais, tornando-se o Órgão Central do Sistema de Documentação. Finalmente, em 1982, o SGEAAER teve sua denominação modificada para Serviço Geral de Correspondência e Arquivo da Aeronáutica, SEGECAE. 1.2.1 O SEGECAE na atualidade O Serviço Geral de Correspondência e Arquivo da Aeronáutica (SEGECAE), Organização doComando da Aeronáutica (COMAER) criada pela Portaria n° 508/GM3, de 4 de maio de 1982, tem atualmente por finalidade planejar, gerenciar, controlar e executar as atividades relacionadas com a tramitação, tratamento e o arquivamento de documentos do COMAER. 15 CAPÍTULO II Arquivo: Conceito e Evolução Segundo estudos e registros realizados na área arquivística, o arquivo teve sua origem nas civilizações pré-clássicas, o primeiro conjunto de documentos produzidos com tais características remonta ao Oriente Médio e a Antiguidade Clássica, mas foi a partir da época contemporânea com a Revolução Francesa no final do século XVIII, sendo primeiramente como arquivo da Assembléia Nacional, que se originou o arquivo propriamente dito. Com o advento do Estado de Direito, os documentos do arquivo passam a ser considerados como garantia dos direitos dos cidadãos, visto que anteriormente o seu acesso era apenas permitido para as pessoas ligadas a órgãos do poder. Com a criação dos Archives Nationales de França, o arquivo nacional deixou de ser privilégio de poucos para ser aberto ao cidadão comum adquirindo também o papel de memória do passado, ou seja, o arquivo passa a ter função administrativa e de memória social. No século XX ocorre a consolidação do conceito de arquivo. A palavra arquivo está associada a diversos significados e definições. Segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005), arquivo é o conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade coletiva, publica ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas atividades independente da natureza dos suportes. Ou, arquivo é instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento técnico, a conservação e o acesso a documentos. Ou, arquivos são instalações e móveis destinados à guarda de documentos. “Os arquivos constituem-se órgãos de assessoramento e de pronta informação sobre os documentos produzidos”. (KURTZ, 1997, p.94). 16 Apesar da amplitude de termos para designar a palavra arquivo, abordaremos aqui o que diz respeito ao conjunto de documentos que teve início com o advento da escrita, que foi a primeira ferramenta da tecnologia da informação a que se tem registro e surgiu na mesopotâmia através de desenhos “pictogramas” utilizados para expressar a realidade daquele povo, sendo utilizada com instrumento de prova. Com o passar do tempo, a escrita foi evoluindo até que chegasse ao alfabeto utilizado nos dias de hoje. Com o surgimento do telégrafo, telefone, máquina de escrever, rádio, televisão, e outras tecnologias até o advento do computador, que a partir do momento que passou a ser popularizado, surgiu como uma grande aposta para o acesso rápido e dinâmico das mais diversificadas informações. Dessa maneira surge a informação digital e conseqüentemente o arquivo digital, o documento eletrônico passa a fazer parte do cotidiano arquivístico e junto dele inúmeros desafios, o que acarretou o aparecimento de novos instrumentos de trabalho passando a ser utilizado um novo tipo de suporte. O arquivo tem sua organicidade baseada na trajetória específica da organização e por isso exige conhecimento da relação entre o documento, a estrutura e função da empresa/instituição, pois ele é o produto da administração. A rapidez e precisão no atendimento ao usuário são um dos fatores que contribuem para o bom desempenho administrativo. Por isso um arquivo organizado contribui para agilizar a recuperação da informação trazendo benefícios ou até mesmo evitando perdas. 2.1- Gestão de Documentos A lei nº. 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados, define o conceito de gestão de documentos como “o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”. 17 O conceito de gestão de documentos associa-se aos princípios da administração no início do século XX e surgiu da necessidade de ter uma pessoa para tratar a documentação. A gestão administra o uso da documentação pela empresa de maneira econômica, eficiente e eficaz, utilizando um serviço de qualidade. A preocupação com o acesso a informação e o controle do fluxo dos documentos e suas informações durante seu ciclo de vida que é a fase corrente, intermediária ou permanente, contribuem para um trabalho de excelência, pois os documentos não surgem para o arquivo e sim para atender as necessidades administrativas das empresas. Na gestão de documentos há vários níveis de aplicação, sendo eles o nível mínimo, com a implantação de programas de avaliação da massa documental acumulada, o nível mínimo ampliado, que tem como uma das funções a criação de centros de arquivamento intermediário, o nível intermediário, que também contempla a adoção de programas de controle da produção documental e implantação de sistemas de arquivo e o nível máximo, que engloba a adoção da gestão e diretrizes e uso de recursos de automação. A avaliação é uma atividade vital em um programa de gestão de documentos, pois, permite racionalizar o acúmulo dos documentos nas fases corrente e intermediária, facilitando a constituição dos arquivos permanentes. Consiste no processo de análise dos documentos arquivísticos, visando estabelecer prazos de guarda e a destinação, de acordo com os valores primário e secundário que lhes são atribuídos. Os prazos de guarda e as ações de destinação deverão estar formalizados na tabela de temporalidade e destinação do órgão ou entidade. Vale ressaltar que nenhum documento deverá ser conservado por tempo maior que o necessário. Para uma organização precisa dos documentos, são necessárias inúmeras etapas de trabalho. O levantamento de dados, a análise dos dados coletados, o planejamento, a implantação e acompanhamento das informações são fundamentais para a atividade administrativa, visto que os documentos para a arquivística surgem para cumprir uma função imediata, que será abordada no próximo capítulo. 18 CAPÍTULO III Arquivística A arquivística tem como objeto o conhecimento da natureza dos arquivos, das suas teorias, seus métodos e técnicas a serem observados na sua constituição, organização, desenvolvimento e utilização, permitindo a gestão da informação orgânica, tendo como principal preocupação o valor primário do documento. O desenvolvimento arquivístico no século XIX e na primeira metade do século XX deu-se primeiramente a partir da existência da administração que agia seguindo seus próprios princípios, depois pelo fato do Estado reconhecer a importância dos documentos produzidos e por fim, pela disponibilização pública de acesso por parte da população. A arquivística era vista até então, com olhar historicista, sendo os documentos agrupados pelo seu valor histórico e não pelo valor orgânico. Com o passar dos anos e a evolução da sociedade, os arquivos foram aos poucos modificados, e foram sendo constituídos de documentos tradicionais e modernos. 3.1-Documentos Tradicionais O desafio da arquivística é garantir a integridade física e informacional dos documentos, para que sejam mantidas as características que os definem como documentos de arquivo. Para isso, faz-se necessária a utilização de normas e procedimentos técnicos que auxiliem na realização de tais propósitos, porém, além da informação não se pode esquecer o suporte na qual estão registradas, pois esses são diversificados e merecem atenção individualizada, visto que são tão importantes quanto o conteúdo informacional cuja característica de sua produção são tão complexas quanto à matéria-prima usada na elaboração. Os documentos classificados como Correntes - são aqueles que ainda estão em curso e sendo utilizado pela administração, devendo ser guardados 19 próximos ao setor administrativo -. Documentos Intermediários – são aqueles cujo uso não é tão freqüente, mas ainda possuem valor administrativo e por isso deve ficar armazenado próximo a empresa produtora, mas não necessariamente no mesmo local -. Documentos Permanentes – são constituídos por documentos que definitivamente devem ser preservados devido seu valor informativo, histórico e probatório -. Segundo Rousseau e Couture “enquanto todos os documentos têm um valor primário, nem todos têm ou adquirem necessariamente um valor secundário”. No caso dos documentos que cumpriram valor primário, mas não apresentam valor secundário, estes serão eliminados. Vale destacar que a passagem do documento de uma fase para outra é feito através da avaliação, cuja finalidade é identificar o valor do documento de acordo com o seu prazo prescricional. O valor primário é a atribuição dada aos documentos que possuem utilidade administrativa imediata, que cumprem a finalidade para qual foram criados. Já o valor secundário refere-se ao valor atribuído aos documentos em função da sua utilidade para fins diferentes daqueles para os quais foram originalmente produzidos, como, por exemplo, provas judiciais e administrativas e pesquisas acadêmicas. 3.2-Documentos tradicionais x novas tecnologias As novas tecnologias da informação trouxeram consigo novos desafios, principalmente no que se refere ao uso do computador, visto que ao contrário do que se comentava, ao invés de diminuir, o que ocorreu foi o aumento do número de documentos e informações produzidas. Embora a automação tenha tornado o trabalho no arquivo mais dinâmico, trouxe também preocupações no que diz respeito ao tratamento arquivístico empregado. A mudança de paradigma com o aparecimento dos documentos produzidos em meio eletrônico, gerou inúmeros questionamentos para utilização prática dos conceitos como produção, classificação, avaliação, uso e armazenamento, atingindo inúmeras etapas sua autenticidade. A multiplicidade de cópias e a complexidade de sua preservação no decorrer dos anos tornaram-se uma preocupação constante. 20 O documento eletrônico possui a estrutura lógica, que visa indicar suas partes diversas como títulos, capítulos, autor, destinatário, escritor, criador. A estrutura do conteúdo, que é a informação que se deseja transmitir e a estrutura de apresentação, que é a formatação do documento. Ou seja, esse registro virtual só existe quando está numa tela, o que acaba muitas vezes não sendo fidedigno. Seu suporte é magnético (fita cassete, vídeo, HD) ou óptico (Cd, DVD), constituído de símbolos que são os códigos binários codificados para a leitura com criação de metadados, isto é, dados sobre dados. Porém, não se deve ignorar os fatos e nem tão pouco confundi-los, pois há documentos digitalizados e documentos digitais. Digitalização é a produção de uma imagem, uma “fotografia eletrônica” produzida através de um cenário ou documento escaneado, ou seja, antes de ser digitalizado o documento foi produzido no meio físico. Já os documentos digitais são aqueles que foram produzidos no meio digital, não chegaram a ter uma forma física, impressa, palpável. É fundamental que se tenha a clareza que independente do suporte na qual esteja à informação, a mesma deve ser avaliada criteriosamente sobre a ótica arquivística para que assim, mesmo com o passar dos tempos e as inovações tecnológicas a informação seja preservada. 3.3 -Microfilmagem A microfilmagem é um sistema de gerenciamento e preservação de informações, mediante a captação das imagens de documentos por processo fotográfico. O microfilme está amparado e protegido pela Lei Federal nº 5.433, de 08 de maio de 1968, e regulamentado pelo Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de 1.996. De acordo com esta legislação, deve ser gerado um microfilme original e uma cópia para cada imagem documental. No microfilme esta imagem documental denomina-se fotograma. 21 3.4- Digitalização È o processo pelo qual uma imagem ou sinal analógico é transformado em código digital. Isso se dá através de um digitalizador de imagens (ou scanner, scâner, escâner) ou de um transdutor de sinais. A utilização de dispositivos eletrônicos, como os escaners, permitem que documentos originalmente em papel e materiais similares, filmes negativos e positivos, microfilmes e microfichas sejam convertidos em arquivos digitais, acessíveis em computador. Com isso, grandes volumes de informação documental podem ser armazenados em ambiente digital o que permite serem disponibilizadas e reutilizadas, como, por exemplo, em um sistema de Gerenciamento Eletrônico e Documentos, conhecido como GED ou em bancos de imagens ou áudio 22 CAPÍTULO IV Gestão de Projetos Arquivisticos No Comando da Aeronautica-COMAER, como em todas as Organizações Públicas ou Privadas, um dos bens mais valiosos é a informação. É raro o processo ou atividade que não gera informações que precisam ser preservados. Neste sentido é relevante a gestão da informação no COMAER, visando à preservação do conhecimento adquirido através da formação de pessoal especialista em diversas áreas do conhecimento aeronáutico Diante disso, cabe ressaltar que a preservação de acervos documentais se torna essencial em razão da necessidade do Comando da Aeronáutica de proporcionar acesso às informações por parte de interessados, para atingir seus fins com oportunidade, sob pena de comprometer ou até inviabilizar ações da administração pública. Com o intuito de salientar as informações acima dispostas, vale lembrar o incidente que ocorreu com DAC, DIRMA, DEPV e CCA-RJ, que tiveram os seus acervos documentais atingidos profundamente com o incêndio ocorrido em 1998, no Aeroporto Santos Dumont. Porém, dos referidos acervos, os que se encontravam microfilmados estavam salvaguardados, e puderam dar suporte às atividades-fim daquelas Organizações em tempo hábil. Em caso de sinistro, como o incêndio do Aeroporto Santos Dumont, é imperativo existir salvaguarda da documentação permanente sob a responsabilidade do Comando da Aeronáutica em cópia microfilmada, único suporte documental aceito judicialmente como prova de direitos, conforme disposto na Lei nº 5433, de 08 de maio de 1968, regulamentada pelo Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de 1996. 23 4.1- A importância da gestão de projetos Arquivisticos no Comaer Pode-se dizer que devido à constante evolução tecnológica no espaço mundial, o acesso à informação de maneira rápida e eficaz se torna cada vez mais necessário. Diante disso, além da microfilmagem, a transformação da documentação física em documentos digitais (Digitalização) faz-se essencial, devido aos benefícios que esta proporciona aos seus usuários, dos quais podem ser destacados: agilidade e precisão na localização de arquivos; segurança na recuperação de informações, economia de espaço físico; acesso simultâneo aos documentos; garantia da integridade do arquivo durante anos, sem perda da qualidade das imagens, e possibilidade de copiarem os documentos sem retirá-los do arquivo. 4.1.1- Objetivos da Gestão de Projetos Arquivisticos Ø Preservar os documentos originais pertencentes aos arquivos da FAB, multiplicando as informações para o suporte analógico (micrográfico) e o digital; Ø Recuperar eletronicamente as informações contidas nos acervos documentais; Ø Ampliar a disponibilização das informações para os usuários potenciais; Ø Atender aos usuários em melhor qualidade e em menor tempo, disponibilizando as informações via imagens digitalizadas; e Ø Preservar as informações, garantindo tanto a continuidade racional dos trabalhos como a manutenção da memória da organização. Ø Salvaguardar com cópia de segurança o acervo; Ø Armazenar o acervo em mídia legal (microfilme); Ø Recuperar eletronicamente as informações contidas no acervo; Ø Agilizar a tomada de decisão no que concerne à utilização da informação documental no processo decisório do COMAER; 24 Ø Estimular e promover a capacitação e aperfeiçoamento técnico dos recursos humanos que desenvolvam atividades de arquivos; Ø Gerir o dado científico e dispor a informação técnica para a Gestão do Conhecimento na área de sua atividade-fim; Ø Preservar as informações, garantindo tanto a continuidade racional dos trabalhos como a manutenção da memória da organização; Ø Preservar informações de relevante importância para a administração pública, permitindo inclusive a pesquisa científica; e Ø Racionalizar o acesso e agilizar o processo de consulta a documentos públicos. 4.2- implantação de projetos Arquivisticos Para promover o desenvolvimento de programas para Execução da Gestão Documental é preciso conhecer a OM, ou seja, sua estrutura (e alterações), os possíveis caminhos dos processos documentais, seus objetivos, funcionamento e missão. O levantamento de dados consiste no exame dos regimentos, regulamentos, normas, organogramas e demais documentos constitutivos da estrutura organizacional da OM mantenedora do arquivo, sendo complementado pela coleta de informações sobre a sua documentação. Especificamente quanto ao documento, é preciso analisar: Ø O gênero, as espécies mais freqüentes, os modelos e formulários em uso; Ø O volume, o estado de conservação e reprodução; Ø O arranjo e a classificação; Ø O controle de empréstimo; Ø A existência de registros e protocolos; e Ø A existência de normas de arquivo, os manuais, etc. Por fim, foram necessários, além de dados e referências sobre o pessoal encarregado do arquivo, equipamentos e localização física. 25 Para realizar o levantamento de dados relativos aos documentos do Comando da Aeronáutica–COMAER, foi utilizado um Formulário de Levantamento Documental (FLD) e, posteriormente, visitas de assessoramento tecnico para complementar o trabalho. 4.3- Tecnologia empregada na realização dos projetos A escolha da tecnologia para os projetos foi a microfilmagem e a digitalização. O Brasil possui legislação Federal específica (Lei nº 5433 de 08 de maio de 1968 e Decreto nº 1799, de 30 de janeiro de 1996), que autoriza as atividades de microfilmagem no país, estabelecendo que o microfilme reproduz os mesmos efeitos legais dos documentos originais. A definição da tecnologia a ser empregada está diretamente relacionada aos objetivos do projeto; ao volume da carga de trabalho; à qualidade requerida; aos métodos de armazenagem e acesso aos documentos; à freqüência de acesso, à urgência de acesso; às necessidades referentes ao tempo de resposta; ao estado dos documentos e às dimensões das páginas. Um sistema de preservação baseado em microfilmes é uma solução geralmente aceitável para a maioria dos materiais impressos. Trata-se de uma tecnologia bem amadurecida, familiar e bem difundida, e com ampla base estabelecida. Microfilmes de alta qualidade criados e armazenados de acordo com normas técnicas podem durar até quinhentos anos. Um sistema de preservação baseado em imagens digitais é a solução mais promissora para materiais impressos. Trata-se de uma tecnologia de rápida mudança de qualidade, velocidade e aspectos econômicos. Seus maiores inconvenientes são o fato de ser uma tecnologia recente, em constante evolução, os altos requisitos para armazenagem de dados e a ausência de uma capacidade comprovada de armazenagem de qualidade arquivística. Um sistema híbrido, que combine microfilme e reprodução digital de imagens, pode oferecer a melhor alternativa para as necessidades atuais de 26 preservação. Microfilmes proporcionam um meio de armazenamento relativamente barato, de alta qualidade arquivística. A tecnologia digital de imagens contribui para uma melhor distribuição e transmissão da informação. 4.3.1 Operação de Microfilmagem Ø A operação de microfilmagem é executada seguindo-se os passos estabelecidos no “layout” da microfilmagem e da indexação do microfilme; Ø A operação de microfilmagem é executada em equipamento específico; Ø Nos microfilmes de 16 mm, os documentos de formato “retrato” serão posicionados com o cabeçalho à esquerda do campo fotográfico da microfilmadora; Ø Nos microfilmes de 16 mm, os documentos de formato “paisagem” serão posicionados com o cabeçalho na parte inferior do campo fotográfico da microfilmadora; Ø A base do campo fotográfico da microfilmadora será forrada com material de cor branca, objetivando não sensibilizar o microfilme nas regiões onde não contenham informações, sendo este procedimento voltado para facilitar a futura digitalização do microfilme; e Ø Os microfilmes utilizados para a microfilmagem serão de sais de prata, de boa qualidade, em rolo de 100 ft (30,5 m), estando dentro do prazo de validade estipulado pelo fabricante. 4.3.1.1 – Processamento Ø A processadora de microfilmes será preparada conforme as especificações do fabricante e suas recomendações técnicas; Ø A qualidade da água utilizada para a lavagem dos microfilmes será compatível com os padrões que se fazem necessários para propiciar um microfilme de qualidade arquivística; e 27 Ø Os produtos químicos utilizados para o processamento serão de boa qualidade (próprios para processamento de microfilmes), estando dentro do prazo de validade estipulado pelo fabricante. Ø 4.3.2– Controle de Qualidade 4.3.2.1 – Densitometria Ø A densidade do microfilme será de 1.0, medida na folha branca específica para este fim, sendo aceitável uma variação entre 0.90 e 1.20; Ø A densidade do início e do final do microfilme deve estar dentro dos parâmetros do item anterior; e Ø A densidade da base do microfilme, base véu, não pode ultrapassar a 0,05. 4.3.2.2– Resolução Ø A resolução do microfilme será de, no mínimo, 180 linhas por polegadas. 4.3.2.3– Resíduos Químicos e Secagem de Microfilmes Ø Os microfilmes não poderão apresentar resíduos de hiposulfito (tiosulfato de sódio) superior a 0,02 gramas por polegada, conforme estabelecido por instituições internacionais da área de controle de qualidade, a fim de garantir a qualidade arquivística do microfilme; Ø Serão realizados testes de residual de prata nos microfilmes; e Ø Serão feito testes de secagem da película do microfilme. 4.3.2.4– Inspeção Óptica Todo microfilme será inspecionado visualmente pela empresa contratada a fim de se verificarem os seguintes itens: Ø Ocorrência de irregularidades nas etapas de preparo técnico, operação de microfilmagem e processamento químico; Ø Manchas, velaturas, arranhões ou qualquer outra ocorrência indevida nos microfilmes; e Ø a constatação de qualquer irregularidade ou anormalidade, serão discriminadas no Fluxo de Operações e encaminhadas para o repreparo. 28 4.3.3– Duplicação Ø Os microfilmes serão duplicados em microfilmes diazóicos de médio contraste, para fins de consulta e acesso; e Ø A densidade e a resolução da cópia seguirão os padrões do negativo matriz, sendo admitida a perda de, no máximo, 2% de legibilidade. 4.3.4– Acondicionamento Ø Os microfilmes matrizes serão acondicionados em caixas e carretéis de material plástico inerte, de cor preto, sendo que as caixas serão dotadas de sobressalto nas extremidades e perfurações na base inferior para ventilação do seu interior; Ø Os microfilmes cópias serão acondicionados em caixas e carretéis de material plástico inerte, de cor cinza, sendo que as caixas serão dotadas de sobressalto nas extremidades e perfurações na base inferior para ventilação do seu interior; e Ø Nas caixas serão afixadas etiquetas (Anexo 2), na parte superior e frontal, onde constarão o número do microfilme, o resumo da indexação, além de outras informações pertinentes. 4.3.5– Arquivamento Ø Os microfilmes negativos matrizes serão armazenados no arquivo de segurança nas instalações do Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica (CENDOC), localizado no Rio de Janeiro; e Os microfilmes cópias diazóicos serão armazenados, em arquivo próprio, nas instalações do SEGECAE no Rio de Janeiro. 4.4- operação de digitalização Após a microfilmagem, todos os fotogramas serão convertidos em imagens digitais e serão armazenadas em banco de dados, com opção para busca automatizada a partir de programa de computador, usando os campos conforme disposto no item 9.4. O sistema a ser implantado naCOMAER, será apenas para visualização das imagens digitalizadas a partir dos microfilmes. 29 4.4.1– Captura de Imagens A Captação da imagem é o processo de conversão de documentos em papel ou microfilme para imagens digitais. Será utilizado “scanner” com uma resolução mínima de 200 DPI (Duzentos Pontos por Polegada). A captação será efetuada com alto padrão de qualidade, contraste, brilho e enquadramento de imagem na tela, de modo a garantir a impressão em equipamento convencional a jato de tinta. Para os documentos constituídos por mais de uma página, as imagens dos mesmos serão anexadas de forma a serem apresentadas em um único arquivo. 4.4.2 – Tratamento de Imagens O SEGECAE deverá primar pela qualidade das imagens digitalizadas, com a finalidade de que sejam legíveis, sabendo-se que um documento com alta elegibilidade propiciará uma imagem digital de baixa qualidade. 4.4.3 – Controle de Qualidade Esta etapa é responsável pela verificação da qualidade da imagem digitalizada, segundo os parâmetros técnicos e operacionais estabelecidos em cada etapa executada anteriormente. 4.4.4 – Indexação A indexação é o relacionamento de cada documento digitalizado com seus respectivos índices de recuperação. A Indexação deste trabalho será simplificada, rápida e segura para a pesquisa e localização das informações. Os campos de indexação serão levantados durante o preparo técnico da documentação, pelos responsáveis indicados pelaCOMAER, que acompanharão a execução do projeto. 4.4.5– Gravação Com posse das imagens dos documentos, realiza-se a liberação destas informações para o próximo subsistema. A forma de armazenamento definida para esse trabalho de digitalização será a gravação dos documentos em mídia do tipo CD-R e/ou DVD em duas cópias. 30 4.5- Transferência do Acervo A transferência dos documentos para o SEGECAE será de responsabilidade do COMAER e terá o acompanhamento e orientação dos arquivistas do SEGECAE, conforme prevê o Decreto Nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos da administração pública federal: “O deslocamento de material sigiloso é de responsabilidade do detentor da custódia e deverá considerar o respectivo grau de sigilo”. 4.5.1- Procedimentos para a Transferência do Acervo A transferência do Acervo deverá obedecer aos seguintes procedimentos: a) Os documentos deverão estar acondicionados em caixas de papelão devidamente lacradas e acompanhadas de instrumento descritivo que permita a identificação de cada documento; b) O instrumento descritivo deverá conter os seguintes dados: Órgão de procedência, número das embalagens utilizadas no transporte; descrição do conteúdo, indicando, entre outras informações, a quantidade de documentos acondicionados em cada caixa e quantidade; c) O instrumento descritivo deverá conter data e assinatura do responsável pela transferência dos documentos, que deverão estar em duas vias, sendo que uma ficará no COMAER a outra deverá ser remetida ao SEGECAE para conferência dos documentos. Recomenda-se que no ato do recebimento da 31 documentação no SEGECAE esteja presente um funcionário do COMAER; e d) Os responsáveis pela transferência deverão assegurar a sua integridade e confiabilidade por meio da adoção de procedimentos administrativos e técnicos que gerenciem riscos e garantam a segurança de maneira a evitar a corrupção ou perda de informações. 4.6- Responsabilidades e atribuições para a execução dos projetos 4.6.1 – Comando da Aeronáutica–COMAER Caberá a OM a justificativa de solicitação de recursos financeiros para a execução do projeto. 4.6.2 - Subcomissão Permanente de Avaliação de Documentos - SPADAER A Subcomissão de Avaliação de Documentos do COMAER deverá: Ø Informar ao SEGECAE por meio de ata a determinação de microfilmagem e digitalização do acervo; Ø Acompanhar a execução dos serviços; Ø Definir a organização dos documentos para a microfilmagem e digitalização; Ø Aprovar do microfilme piloto; e Ø Aprovar o CD/DVD piloto. 4.6.3 – Responsabilidade do CENDOC Caberá ao CENDOC: 32 Ø Supervisionar a execução de todo o serviço executado. 4.6.4 – Responsabilidades do SEGECAE Caberá ao SEGECAE: Ø Elaborar o Projeto de Solução Documental; Ø Promover a articulação das atividades de assistência técnica, para estabelecer prioridades e disciplinar a prestação de serviços, objetivando o planejamento e o bom desempenho do Projeto; Ø Fiscalizar a execução do Projeto; Ø Aprovar da planilha de implantação; e Ø Assessoramento técnico especializado. 33 Conclusão No Comando da Aeronáutica - COMAER, como em todas as Organizações Públicas ou Privadas, um dos bens mais valiosos é a informação. É raro o processo ou atividade que não gera informações que precisam ser preservados. Neste sentido é relevante a gestão da informação no COMAER, visando à preservação do conhecimento adquirido através da formação de pessoal especialista em diversas áreas do conhecimento aeronáutico Pode-se dizer também que devido à constante evolução tecnológica no espaço mundial, o acesso à informação de maneira rápida e eficaz se torna cada vez mais necessário. Diante disso, além da microfilmagem, a transformação da documentação física em documentos digitais (Digitalização) faz-se essencial, devido aos benefícios que esta proporciona aos seus usuários, dos quais podem ser destacados: agilidade e precisão na localização de arquivos; segurança na recuperação de informações, economia de espaço físico; acesso simultâneo aos documentos; garantia da integridade do arquivo durante anos, sem perda da qualidade das imagens, e possibilidade de copiarem os documentos sem retirá-los do arquivo Diante disso, cabe ressaltar que a preservação de acervos documentais se torna essencial em razão da necessidade do Comando da Aeronáutica de proporcionar acesso às informações por parte de interessados, para atingir seus fins com oportunidade, sob pena de comprometer ou até inviabilizar ações da administração pública Este trabalho é o ponto de partida para viabilizar a solução documental necessária ao COMAER. 34 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA FONSECA, Maria Odila Kahl. Arquivologia e Ciência da Informação. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. HEREDIA HERRERA, A. Archivistica general: teoria y prática. 6.ed. Sevilla, 1993. INOJOSA, R. M. Gerenciamento de documentos: avaliação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE ARQUIVOS UNIVERSITÁRIOS, 1., Campinas, 1992. Anais...Campinas: UNICAMP, 1992. JARDIM, José Maria. O conceito e a prática de gestão de documentos. In:ACERVO, Rio de Janeiro, v.2, nº 2, jul/dez.1987. p.35-42. JENKINSON, H. A manual of archive administration. London: Percy Lund, 1965. JUNIOR, I.M. et al. Gestão da Qualidade. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV,2005 KURTZ, C. M. Arquivística contemporânea. In: TEXTOS de arquivologia. Santa Maria: UFSM, AAB/RS, 1997. p. 91-99 LODOLINI, E. El problema fundamental de la archivística: la naturaleza y el ordenamiento del archivo. In: GUTIERREZ MUÑOZ, C. Archivística. Lima: Universidad Católica, 1991. p. 30-51 PORTARIA MD Nº 672, DE 25 DE OUTUBRO DE 2001 – Institui o Sistema de Gestão de Documentos Eletrônicos (SGED/MD) para o Ministério da Defesa e a sua Implantação; PORTARIA Nº 627/GC3, DE 7 DE JUNHO DE 2004 – Aprova a reedição da Instrução sobre Organização, Edição, Distribuição e Controle do Boletim do Comando da Aeronáutica; PORTARIA Nº 1.329/GC3, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2004 – Dispõe sobre o projeto Gestão Eletrônica de Documentação (GED) PORTARIA COMAER Nº 274/GC3, DE 29 DE ABRIL DE 2008 – Institui a Comissão Permanente de Avaliação de Documentos do Comando da Aeronáutica e dá outras providências. 35 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPITULO I HISTORICO DA FORÇA AEREA BRASILEIRA 10 1.1-Centro de documentação e histórico da aeronáutica- CENDOC 12 1.1.2-Cendoc na atualidade 13 1.2-Serviço de arquivo e correspondência da aeronáutica-SEGECAE 14 1.2.1-Segecae na atualidade 14 CAPITULO II ARQUIVO:CONCEITO E EVOLUÇÃO 15 2.1-Gestão de documentos 16 CAPITULO III ARQUIVISTICA 18 3.1-Documentos tradicionais 18 3.2-Documentos tradicionais x Novas tecnologias 19 3.3-Microfilmagem 20 36 3.4-Digitalização 20 CAPITULO IV GESTÃO DE PROJETOS ARQUIVISTICOS 22 4.1-Importancia de projetos arquivisticos no COMAER 22 4.1.1-objetivos dos projetos arquivisticos 23 4.2-Implantação de projetos arquivisticos 23 4.3- Tecnologia empregada na realização dos projetos 25 4.3.1- Operação de microfilmagem 26 4.3.1.1-Processamento 26 4.3.2- Controle de qualidade 26 4.3.2.1-Densiometria 26 4.3.2.2-Resolução 27 4.3.2.3-Residuos químicos e secagem do microfilme 27 4.3.2.4-Inspeção óptica 27 4.3.3-Duplicação 27 4.3.1-Acondicionamento 27 4.3.2-Arquivamento 28 4.4-Operação de digitalização 28 4.4.1-Captura de imagem 28 4.4.2-Tratamento das imagens 29 4.4.3-Controle de qualidade 29 4.4.4-Indexação 29 4.4.5-Gravação 29 4.5-Tranferencia do acervo 29 37 4.5.1-Procedimentos para transferência do acervo 30 4.6-Responsabilidades e atribuições para a execução do projeto 31 4.6.1-Comando da Aeronáutica 31 4.6.2-Subcomissao permanente de avaliação de documentos-SPDAER 31 4.6.3 Responsabilidades CENDOC 31 4.6.4-Responsabilidades SEGECAE 31 CONCLUSÃO 33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34 INDICE 35