Turma do Carro - TAM
Educação Infantil
Relatório do Segundo Semestre de 2008
Turma
ana guimarães flexa ribeiro
antonia mariz maia ribas
antonio fendt fajardo
arthur raeder colares nogueira
carolina teixeira macintyre innocenzi
catarina varejão de mello paz
gabriel de souza brakarz
gabriel gonçalves rosas
Iara kemper lima
joaquim zuccolotto goncalves linhares
lucca nogueira czamarka
manuela da rocha barroso
maria moletta mendes moraes
marina teixeira vaisman
rafael bassoul do outeiro
sofia steiman teixeira costa
théo ivo de araújo lima barretto lopes
Vitória marchiori khadour
Professores e Auxiliares
camila s. de andrade
fabiola correa lima
jean philippe trindade conilh de
beyssac
luisa rocha von kruger
roberta porto da silva
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Para as crianças da Turma do Carro, o segundo semestre foi de muita alegria e
novas conquistas. Integradas e familiarizadas com a rotina da Sá Pereira, com as
regras de convivência e esforçando-se para fazer uso do diálogo nas suas
interações, elas tornaram o ambiente escolar mais harmonioso.
Nossos meninos e meninas organizam-se numa rodinha com facilidade e o tempo
de concentração da turma ampliou consideravelmente, o que favoreceu a
aproximação com o projeto institucional “A aventura do trabalho”. Procuramos
abordar esse tema com histórias, poesias e músicas da nossa cultura, que
repercutiram em brincadeiras animadas.
O grupo também viveu as manhãs na escola com mais autonomia. Nos últimos
meses notamos, nas ações do cotidiano, o quanto estão crescidas e com alguns
hábitos da rotina já internalizados. Ao chamarmos para o lanche, prontamente
estão todas lavando suas mãozinhas, escolhendo seus lugares na mesa e,
educadamente, dispensando a nossa ajuda, pois já conseguem comer sozinhas.
Outras vezes, somos surpreendidos com pedidos apressados para irem ao
banheiro, pois passaram a usar calcinhas e cuecas e já não deixam mais o xixi
escapar. Uma graça!
É gratificante ver nossos pequeninos assumindo responsabilidades, identificando
suas necessidades e contando conosco para ajudá-los no que for preciso, um de
nossos objetivos com esse grupo tão querido. Percebemos que as crianças
sentem-se cuidadas e ao mesmo tempo incentivadas a conquistar maior
autonomia.
As primeiras parcerias começam a se formar e a movimentação da turma, no pátio,
ganha novas formas. Os meninos gostam de vestir “capas” para se transformarem
em super-heróis, vivem o faz de conta e interagem através da imitação,
experimentando personagens numa grande aventura, numa grande correria. As
meninas também estão em plena explosão motora, escalando os brinquedos e
testando os próprios limites; em outros momentos encontram-se nas brincadeiras
de casinha, brincando com bonecas e panelinhas.
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A fábula “A cigarra e a formiga” envolveu a todos e possibilitou que as crianças
dramatizassem e cantassem, com muita alegria, num coro afinado como se fossem
formiguinhas trabalhando, carregando saquinhos de farinha e de feijão.
As crianças pintaram saquinhos de juta, confeccionaram um grande formigueiro
com jornal e espetaram bolinhas de isopor num palito transformando-as em
formigas. Essas propostas de arte as envolveram, permitindo que realizassem suas
produções com capricho e criatividade.
Num segundo momento, a Turma do Carro brincou com a poesia “Eu danço”, de
Mário de Andrade, e conheceu alguns profissionais da dança como a bailarina, o
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capoeirista e o sambista. Fomos invadidos pela energia contagiante dos dançarinos
e o clima na escola não podia ter sido mais prazeroso. Recebemos visitas
especiais que nos surpreenderam com as novidades que trouxeram. Roberta,
professora de Expressão Corporal, transformou-se numa bailarina, encantando a
todos. Aproveitamos o envolvimento da turma e trouxemos a pintura “A aula de
dança”, de Degas. O grupo apreciou a obra, teceu pequenos comentários e
estabeleceu relações com suas próprias experiências, brincando e pesquisando
sobre as bailarinas.
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Organizamos um encontro com a Turma do Bombeiro. A professora Flavinha e a
Kapim, mãe da Sofia Moura, tocaram birimbau e jogaram a autêntica capoeira
numa roda animada. As crianças experimentaram gingar o corpo e se divertiram
fazendo os movimentos próprios da capoeira imitando alguns bichos.
Em seguida, o João Paulo, irmão da professora Camila, encantou nossos
pequenos com seus diferentes pincéis e com eles desenhou um sambista
inaugurando um novo momento, o do samba. Daniela, mãe do Rafael, sambou com
seu amigo, sambista, Marcinho, da Escola Acadêmicos da Rocinha, tipicamente
caracterizados para um desfile apoteótico.
Embalados pela toada “Mulher Rendeira”, de Zé do Norte, nossos pequeninos
descobriram o encanto do trabalho artesanal que transforma fios em renda de bilro.
Aprenderam a toada, brincaram com um bilro miniatura e apreciaram diferentes
estilos de renda. Não é raro vermos as crianças encenando essa toada, nos
pedindo para cantá-la.
Com essas histórias e músicas trabalhadas, buscamos integrar as áreas de
conhecimento de forma lúdica e prazerosa. Apresentamos canções favorecendo a
aquisição de um novo repertório de palavras, brincamos com rimas e trava-línguas,
procuramos garantir o contato com diferentes textos e desdobramos os contos
selecionados em outras histórias que se relacionavam com o tema pesquisado.
Enquanto brincávamos de ser formigas ou bailarinos, nos aproximamos da
matemática: contamos as formigas de uma trilha e os saltos dos bailarinos, nos
deslocamos pela sala brincando com o corpo pensando nos conteúdos alto e baixo,
dentro e fora. Também buscamos garantir o contato com o mundo das Ciências
Naturais quando recebemos, emprestadas do Museu Nacional, duas caixas de
insetos que ficaram à nossa disposição. As crianças apreciaram, por diversas
vezes, esse material, identificaram as características das cigarras e das formigas,
além de apreciar outros pequenos seres como besouros e abelhas.
Fizemos alguns passeios no semestre, mas o mais significativo foi à Cidade do
Samba. Uma visita que certamente ficará guardada na memória de nossas
crianças, que se esbaldaram sambando e correndo entre carros alegóricos
coloridos, numa grande alegria.
No fim do ano, o frevo carnavalesco “Varre-varre vassourinha” chegou animando
ainda mais a Turma do Carro. Vestidos de garis, certamente encantaremos a
família Sá Pereira com uma limpeza prá lá de caprichada!
Expressão Corporal
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O retorno das férias em nada lembrou aquelas crianças receosas do início do ano.
Cheios de si e "donos do pedaço", as crianças da Turma do Carro voltaram com
disposição para toda e qualquer proposta! Ao recebê-los, espalhamos diferentes
materiais no Salão (túnel, pula-pula, bolão, tecido etc.) para que eles pudessem
explorá-los livremente e extravasar toda a alegria desse reencontro!
Em seguida, relembramos nossas regras de convivência e retomamos a nossa
rodinha de alongamento. Entre histórias e aquecimento muscular, notamos que os
exercícios são realizados com maior propriedade pelas crianças.
Ao nos aproximarmos do projeto da turma, assistimos ao desenho, da Disney, “A
Cigarra e a Formiga”, e trabalhamos a qualidade de movimento de cada
personagem.
Com linhas de lã coloridas, montamos uma imensa “teia de aranha” no Salão. O
trajeto tinha que ser feito com cuidado para não esbarrar nas linhas frágeis da teia.
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Atenção e noção do próprio corpo no espaço foram os grandes aprendizados
nessa brincadeira! Quando alguma criança derrubava uma parte da teia, ao invés
de riso de travessura, tínhamos uma carinha de frustração de quem sabia que a
proposta era o oposto e era necessário levá-la a sério! Um afago e uma conversa
de que estava tudo bem os tranqüilizava para seguir adiante. Mais uma vez,
constatamos como os nossos pequenos cresceram desde o início do ano. A
atenção ao ouvirem a proposta, o entendimento, a tentativa de realizar o que foi
pedido, a participação e percepção do grupo e não apenas dos indivíduos.
Com tamanha independência e comprometimento com as nossas aulas,
planejamos uma aula aberta no Parque Laje. Fomos cantando da escola até lá! Em
meio a micos e sons da natureza, exploramos os movimentos dos animais, nos
equilibramos em troncos de árvores, dançamos com fitas coloridas obedecendo ao
canto dos passarinhos e corremos muito! Entre sorrisos e muitos abraços,
retornamos à escola exaustos!
A bailarina tomou conta da Turma e com imenso prazer mergulhamos nesse
universo. Assistimos ao vídeo “I`m a ballerina now”, que mostra uma aula de balé
da Royal Academy London para crianças de três anos e, de frente para o telão,
também fizemos a aula! Dançamos a poesia “A bailarina”, de Cecília Meireles e
dançamos a música “A Bailarina”, cantada por Lucinha Lins no especial “Casa de
Brinquedos”. E com imenso prazer, tirei as sapatilhas do armário e dancei um
pequeno solo do Balé Copélia para nossas crianças. Vê-los encantados com saltos
e piruetas me encheu de alegria! E, para encerrar o projeto, assistimos ao
“Pilobulus”, uma companhia de dança contemporânea e a um trecho do musical
“Summer Stock” com Gene Kelly, no qual ele sapateia sobre uma folha de jornal.
Repetimos, também de frente para o telão, os movimentos do grande ator-bailarino,
sapateando em jornais espalhados pelo Salão. Para quem quiser ver, o vídeo está
disponível no site da escola e a atividade pode ser repetida em casa com nossos
pequenos.
E depois de tanto aprender sobre dança, colocamos em prática o dia-a-dia dos
bailarinos, ensaiando para a festa de final de ano.
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Música
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A Turma do Carro passou a marcha e foi embora. E como esses pequeninos
andaram. A sempre alegre e movimentada, a turma tem, em seu espírito, a
curiosidade como combustível. Desde o começo do ano era visível o fascínio com
os instrumentos de percussão. Não só na exploração de timbres, mas também na
marcação rítmica. O corpo também esteve sempre presente, surgindo como
instrumento primordial e mediador musical. A palma, batida no tempo ou querendo
acompanhá-lo, e as palavras cantadas, que não eram mais balbucios, revelaram a
aquisição do repertório cantado na escola. Com toda a espontaneidade, passaram
à representação corporal, quando alguma história musical era contada.
Na fábula da Cigarra e a Formiga, as crianças, assim como faziam as formigas,
eram incansáveis no trabalho. Com isso ficamos um bom tempo transportando
saquinhos, de um canto para outro da sala, numa fileira nada uniforme, cantando e
marchando com a canção “Um, dois, três / Sacos de farinha / Quatro, cinco, seis
sacos de feijão / Trabalhando dona Formiguinha / Vai enchendo aos poucos seu
porão.” Marchávamos, ainda, com a música do soldado. Mas que fazia então a
cigarra? Ora, ela só cantava. E alguém, aí, acha pouco? Pois uma formiguinha
achou.
Dando vazão à movimentação, as crianças andaram estudando alguns
profissionais que trabalham com o corpo. A bailarina fez bastante sucesso. “Um,
dois, três e quatro / Dobro a perna e dou um salto / Viro e reviro ao revés / E se eu
cair conto até dez”. Em seguida foi a vez da malemolência e da ginga do
capoeirista. Ao escutarem Paranauê-Paraná, logo se colocavam de cocorinhas
porque descobriram que, no zumzumzum, a capoeira pode pegar um. Utilizamos
baquetas para aprendermos um pouco do ritmo e da movimentação do Maculelê,
aproveitando para tirar som das baquetas percutindo umas com as outras e no
chão.
Mas foi com o sambista que prevaleceu a máxima de quem não gosta de samba
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bom sujeito não é. “Foram me chamar / Eu estou aqui o que é que há? Eu vim de
lá pequenininho / Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho.” E, sempre
obedientes, cada vez mais ligados ao comando de "Pediu-prá-parar-parou", esses
já nem tão pequeninos assim estancavam a batucada precisamente. E se o
batuque na cozinha sinhá não quer, o jeito é disfarçar e transformar nossos
tambores em panelinhas.
Para manter a arrumação e a limpeza, esperem para ver o que a turminha está
preparando para a Festa de encerramento...
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