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Prof. Gustavo Saldívar - Literatura
Aula 07 e 08: Arcadismo em Portugal e Brasil
1. (Espcex (Aman) 2013) Considerando a imagem da
mulher nas diferentes manifestações literárias, podese afirmar que
a) nas cantigas de amor, originárias da Provença, o eulírico é feminino, mostrando o outro lado do
relacionamento amoroso.
b) no Arcadismo, a louvação da mulher é feita a partir
da escolha de um aspecto físico em que sua beleza se
iguale à perfeição da natureza.
c) no Realismo, a mulher era idealizada como
misteriosa, inatingível, superior, perfeita, como nas
cantigas de amor.
d) a mulher moderna é inferiorizada socialmente e
utiliza a dissimulação e a sedução, muitas vezes
desencadeando crises e problemas.
e) a mulher barroca foi apresentada como arquétipo da
beleza, evidenciando o poder por ela conquistado,
enquanto os homens viviam uma paz espiritual.
2. (Unifesp 2012) Leia o poema de Almeida Garrett.
Seus olhos
Seus olhos – se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! – e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Da leitura do poema, depreende-se que se trata de
obra do
a) Barroco, no qual se identifica o escapismo
psicológico.
b) Arcadismo, no qual se identifica a contenção do
sentimento.
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c) Romantismo, no qual se identifica a idealização da
mulher.
d) Realismo, no qual se identifica o pessimismo
extremo.
e) Modernismo, no qual se identifica a busca pela
liberdade.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A beleza da forma física feminina constituiu assunto
predileto da poesia arcádica brasileira. Leia as
seguintes estrofes da Lira 27 de Marília de Dirceu, de
Tomás Antônio Gonzaga:
Vou retratar a Marília,
a Marília, meus amores;
porém como? se eu não vejo
quem me empreste as finas cores:
dar-mas a terra não pode;
não, que a sua cor mimosa
vence o lírio, vence a rosa,
o jasmim e as outras flores.
Ah! socorre, Amor, socorre
ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os astros, voa,
Traze-me as tintas do céu.
[...]
Entremos, Amor, entremos,
entremos na mesma esfera;
venha Palas, venha Juno,
Venha a deusa de Citera.
Porém, não, que se Marília
no certame antigo entrasse,
bem que a Páris não peitasse,
a todas as três vencera.
Vai-te, Amor, em vão socorres
ao mais grato empenho meu:
para formar-lhe o retrato
não bastam tintas do céu.
Vocabulário
Certame: disputa
Juno: deusa da mitologia romana, esposa de Júpiter
Palas: deusa da mitologia romana, presidia a guerra
Deusa de Citera: Afrodite, deusa do amor
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Páris: príncipe troiano, responsável por escolher a
deusa mais bela do Olimpo
já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo,
nem tem uma beleza
das belezas que teve.
3. (Ufsm 2012) O Arcadismo volta aos princípios
clássicos greco-romanos e renascentistas. Nesse
sentido, a estética árcade cria e segue um grupo de
preceitos herdados do Classicismo. Assinale o trecho
poético de Marília de Dirceu que corresponde ao
preceito em negrito.
a) “Verás em cima da espaçosa mesa/altos volumes de
enredados feitos;/ver-me-ás folhear os grandes
livros,/e decidir os pleitos.” – Fugere urbem.
b) “Enquanto pasta alegre o manso gado,/minha bela
Marília, nos sentemos/à sombra deste cedro
levantado./Um pouco meditemos/na regular
beleza,/que em tudo quanto vive nos descobre/a sábia
Natureza.” – Locus amoenus.
c) “Se não tivermos lãs e peles finas,/podem mui bem
cobrir as carnes nossas/as peles dos cordeiros
malcurtidas,/e os panos feitos com as lãs mais
grossas./Mas ao menos será o teu vestido/por mãos de
amor, por minhas mãos cosido.” – Inutilia truncat.
d) “Pela Ninfa, que jaz vertida em Louro,/o grande
Deus Apolo não delira?/Jove, mudado em Touro/e já
mudado em velha não suspira?/Seguir aos Deuses
nunca foi desdouro./Graças, ó Nise bela,/graças à
minha Estrela!” – Carpe diem.
e) “Quando apareces/Na madrugada,/Malembrulhada/Na larga roupa,/E desgrenhada/Sem fita,
ou flor;/Ah! que então brilha/A natureza!/Então se
mostra/Tua beleza/Inda maior.” – Aurea mediocritas.
Assim também serei, minha Marília,
daqui a poucos anos,
que o ímpio tempo para todos corre.
Os dentes cairão e os meus cabelos.
Ah! sentirei os danos,
que evita só quem morre.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o poema de Tomás Antônio Gonzaga (17441810).
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Não vês aquele velho respeitável,
que à muleta encostado,
apenas mal se move e mal se arrasta?
Oh! quanto estrago não lhe fez o tempo,
o tempo arrebatado,
que o mesmo bronze gasta!
Enrugaram-se as faces e perderam
seus olhos a viveza:
voltou-se o seu cabelo em branca neve;
Mas sempre passarei uma velhice
muito menos penosa.
Não trarei a muleta carregada,
descansarei o já vergado corpo
na tua mão piedosa,
na tua mão nevada.
As frias tardes, em que negra nuvem
os chuveiros não lance,
irei contigo ao prado florescente:
aqui me buscarás um sítio ameno,
onde os membros descanse,
e ao brando sol me aquente.
Apenas me sentar, então, movendo
os olhos por aquela
vistosa parte, que ficar fronteira,
apontando direi: — Ali falamos,
ali, ó minha bela,
te vi a vez primeira.
Verterão os meus olhos duas fontes,
nascidas de alegria;
farão teus olhos ternos outro tanto;
então darei, Marília, frios beijos
na mão formosa e pia,
que me limpar o pranto.
Assim irá, Marília, docemente
meu corpo suportando
do tempo desumano a dura guerra.
Contente morrerei, por ser Marília
quem, sentida, chorando
meus baços olhos cerra.
(Tomás Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu e mais
poesias. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1982.)
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Pelo traje da Corte, rico e fino.
4. (Unesp 2012) No conteúdo da quinta estrofe do
poema encontramos uma das características mais
marcantes do Arcadismo:
a) paisagem bucólica.
b) pessimismo irônico.
c) conflito dos elementos naturais.
d) filosofia moral.
e) desencanto com o amor.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
5. (Espcex (Aman) 2011) “É o período que
caracteriza principalmente a segunda metade do
século XVIII, tingindo as artes de uma nova
tonalidade burguesa. Vive-se o Século das Luzes, o
Iluminismo burguês, que prepara o caminho para a
Revolução Francesa.”
Aqui descanso a louca fantasia,
E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
O texto acima refere-se ao
a) Romantismo.
b) Simbolismo.
c) Barroco.
d) Realismo.
e) Arcadismo.
6. (Espcex (Aman) 2011) Quanto à Literatura
Brasileira, assinale a alternativa correta.
a) Os escritores românticos, contrários aos árcades,
buscavam uma forma mais objetiva de descrever a
realidade, revelando os costumes, as relações sociais,
a crise das instituições etc.
b) O racionalismo é uma característica presente tanto
no Arcadismo, quanto no Realismo, em contraposição
ao Barroco e ao Romantismo, respectivamente.
c) A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo,
em 1881, marca oficialmente o início do Realismo no
Brasil.
d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o
universalismo são características presentes na poesia
barroca.
e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são
temas igualmente presentes na poesia épica de
Gonçalves Dias e Castro Alves.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
Se o bem desta choupana pode tanto,
Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho.
A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 2002, p. 78/9.
7. (Enem 2008) Considerando o soneto de Cláudio
Manoel da Costa e os elementos constitutivos do
Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca
da relação entre o poema e o momento histórico de
sua produção.
a) Os "montes" e "outeiros", mencionados na primeira
estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou
seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje "rico e
fino".
b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como
núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada
pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo
urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da
Colônia.
c) O bucolismo presente nas imagens do poema é
elemento estético do Arcadismo que evidencia a
preocupação do poeta árcade em realizar uma
representação literária realista da vida nacional.
d) A relação de vantagem da "choupana" sobre a
"Cidade", na terceira estrofe, é formulação literária
que reproduz a condição histórica paradoxalmente
vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.
e) A realidade de atraso social, político e econômico
do Brasil Colônia está representada esteticamente no
poema pela referência, na última estrofe, à
transformação do pranto em alegria
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8. (Uel 1996) Assinale a letra correspondente à
alternativa que preenche corretamente as lacunas do
trecho apresentado.
Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel
da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos
valores poéticos no sentimentalismo, as ...... mais
densas, dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura
central do nosso Arcadismo.
a) crônicas - Marília - Dirceu
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga
d) liras - Gonzaga - Dirceu
e) liras - Marília - Gonzaga
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
"Além do horizonte, deve ter
Algum lugar bonito para viver em paz
Onde eu possa encontrar a natureza
Alegria e felicidade com certeza.
Lá nesse lugar o amanhecer é lindo
com flores festejando mais um dia que vem vindo
Onde a gente possa se deitar no campo
Se amar na selva, escutando o canto dos pássaros."
Roberto e Erasmo Carlos estão falando de um lugar
ideal, de um ambiente campestre, calmo.
9. (Ufpe 1996) Em Literatura, um grupo de
escritores, no século XVIII, defendeu o bucolismo, a
necessidade de revalorização da vida simples, em
contato com a natureza. Estamos fazendo referência
aos escritores do:
a) ROMANTISMO, para quem encontrar-se com a
natureza significava alargar a sensibilidade.
b) ARCADISMO, propondo um retorno à ordem
natural, como na literatura clássica, na medida em que
a natureza adquire um sentido de simplicidade,
harmonia e verdade.
c) REALISMO, fugindo às exibições subjetivas e
mantendo a neutralidade diante daquilo que era
narrado; as referências à natureza eram feitas em
terceira pessoa.
d) BARROCO, movimento que valorizava a tensão de
elementos contrários, celebrando Deus ou as delícias
da vida nas formas da natureza.
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e) SIMBOLISMO quando estes escritores se
mostravam mais emotivos, transformando as palavras
em símbolos dos segredos da alma. A natureza era
puro mistério.
10. (Uel 1994) O século XVI deve ser reconhecido,
na história da literatura brasileira, como um período
de:
a) manifestações literárias voltadas basicamente para
a informação sobre a colônia e para a catequese dos
nativos.
b) amadurecimento dos sentimentos nacionalistas que
logo viriam a se expressar no Romantismo.
c) exaltação da cultura indígena, tema central dos
poemas épicos de Basílio da Gama e Santa Rita
Durão.
d) esgotamento do estilo e dos temas barrocos,
superados pelos ideais estéticos do Arcadismo.
e) valorização dos textos cômicos e satíricos, em que
foi mestre Gregório de Matos.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
Resposta da questão 2:
[C]
Resposta da questão 3:
[B]
Resposta da questão 4:
[A]
Resposta da questão 5:
[E]
Resposta da questão 6:
[B]
Resposta da questão 7:
[B]
Resposta da questão 8:
[E]
Resposta da questão 9:
[B]
Resposta da questão 10:
[A
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Aula 08 e 09 Arcadismo em Portugal e no Brasil