Universidade de Brasília Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia Elétrica Dispositivos e Circuitos Eletrônicos AULA 04 Prof. Marcelino Andrade Dispositivos e Circuitos Eletrônicos Semicondutores O diodo semicondutor é basicamente uma junção pn. Na prática atual, as regiões p e n são partes de um mesmo cristal com “dopagens” diferentes. Os metais Teoria do Gás Eletrônico: em um metal os elétrons estão em movimento contínuo, sendo sua direção mudada após cada colisão com os íons pesados. A distancia média entre colisões é chamada de livre caminho médio. O Silício Intrínseco • “Um cristal de silício puro ou intrínseco tem uma estrutura com organização atômica regular em que os átomos são mantidos em suas posições por ligações chamadas de ligações covalentes” Sedra/Smith • A temperatura ambiente algumas ligações são rompidas pela ionização térmica e alguns elétrons são libertados, produzindo “elétrons livre” e as chamadas “lacunas”. O Silício Intrínseco • Condução de Corrente Elétrica de Lacunas: “Um elétron de átomo vizinho pode ser atraído por essa carga positiva (lacuna), deixando a órbita original de seu átomo. Essa ação preenche a “lacuna” que havia no átomo ionizado, mas cria uma nova lacuna no outro átomo” Sedra/Smith O Silício Intrínseco • Taxa de Recombinação de Elétrons/Lacunas: a taxa de recombinação é proporcional ao número de elétrons livres e de lacunas, que por sua vez é determinado pela taxa de ionização; • A Taxa de Ionização: função muito dependente da temperatura; • No Equilíbrio Térmico? a taxa de recombinação é igual à de ionização, sendo a concentração de elétrons livres n, igual a de lacunas p. • Da Física dos Semicondutores, considerando uma temperatura absoluta T B - é um parâmetro dependente do material = EG - Largura de energia da faixa proibida (energia mínima para romper a ligação covalente) K - constante de Boltzmann Mobilidade dos portadores em semicondutores • Difusão e Deriva: mecanismos pelos quais as lacunas e os elétrons se movem através de um cristal de silício (Difusão e Deriva). • A Difusão: Esta associada ao movimento aleatório devido a agitação térmica, sendo seu valor proporcional à inclinação da curva de concentração, ou ao gradiente da concentração, naquele ponto Densidade de Corrente de Lacunas e Elétrons [A/cm2] Constante de Difusão Mobilidade dos portadores em semicondutores • Deriva: ocorre quando um campo elétrico é aplicado em um pedaço de silício. Elétrons e lacunas livres são acelerados pelo campo elétrico... • Velocidade de Deriva de Lacunas [cm/s]: – µn é constantes de mobilidade de lacunas, • AGORA! Aplicando em um cristal de silício com densidade de lacunas p e de elétrons livres n sujeito um campo elétrico E, as lacunas derivarão na mesma direção de E (direção x) e os elétrons no sentido contrário a E. Assim, temos em 1 segundo atravessará o plano de área A (cm2) a carga Gp = , e dividindo Gp pela Área A, tem-se a densidade de corrente de deriva das lacunas: Mobilidade dos portadores em semicondutores • Os Elétrons Livres derivarão na direção oposta a de E. Assim, temos uma carga de densidade movendo na direção contrária a x, com uma velocidade negativa . .O resultado de corrente é uma componente de corrente positiva, com sua densidade sendo dada por: • Densidade total de corrente de deriva: • Lei de Ohm com resistividade • Por fim, a relação de Einstein: Semicondutor Dopado • A dopagem de um cristal de silício é obtida pela introdução de um pequeno número de átomos de impureza, tornado o cristal denominado do tipo n ou p. Impureza pentavalente (ex. fósforo) Impureza tretavalente (ex. boro) Quem é do típo n e do tipo p???? Semicondutor Dopado • A dopagem de um cristal de silício é obtida pela introdução de um pequeno número de átomos de impureza (doadores ou aceitadores), tornado o cristal do tipo n ou p. N Impureza pentavalente (ex. fósforo) P Impureza tretavalente (ex. boro) Quem é do típo n e do tipo p???? Semicondutor Dopado • No cristal de silício do tipo n, os portadores de cargas majoritárias são os elétrons. Na verdade, se a concentração de átomos doadores (fósforo) for ND (carga positiva), no equilíbrio térmico a concentração de elétrons livres no silício tipo n, nno, será: OBS.: na verdade ND+ p = NA+ n, como NA=0 e n>>p, temos n~=ND • Da física de semicondutores decorre que, em equilíbrio térmico, o produto da concentração de elétrons pela concentração de lacunas permanece constante, isto é: SIMILAR PARA ELÉTRONS!!! A Junção pn em Circuito Aberto • Corrente de Difusão ID: pelo fato da concentração de lacunas ser alta na região p e baixa na região n, as lacunas se difundem através da junção do lado p para o lado n. De modo similar, os elétrons se difundem através da junção do lado n para o lado p. • Região de Depleção: lacunas se difundem na região n e desaparecem (se recombinam), elétrons se difundem na região p e desaparecem (se recombinam). Assim, ocorrerá a formação de uma região de cargas descobertas próxima a junção é o surgimento de um Campo Elétrico E que se opõe à difusão de lacunas na região n e elétrons na região p. A Junção pn em Circuito Aberto • Corrente de Deriva IS: Lacunas geradas termicamente no material n se difundem pela borda da região de depleção e sofrem o efeito do campo elétrico e são orientadas para o lado p. Elétrons minoritários gerados termicamente no material tipo p se difundem pela borda da região de depleção e são acelerados pelo campo elétrico nessa região para o lado n. A soma dos movimentos gerados pelas lacunas e elétrons sobre o efeito do campo elétrico gera a corrente de deriva IS. • Nas condições de circuito aberto não há corrente externa, logo: A Junção pn em Circuito Aberto • Equilíbrio e Tensão da Barreira: se ID>IS, mais cargas fixas estarão descobertas de ambos os lados da junção, a camada de depleção se tornará mais larga e o valor de tensão sobre ela aumentará. Isso, por sua vez, fará com que ID diminua até que seja atingido o equilíbrio com ID=IS.por outro lado. Se IS>ID, então a quantidade de carga fixas em descoberto diminuirá, a camada de depleção se tornará mais estreita e a tensão nela diminuirá. Isso faz com que ID aumente até que o equilíbrio ID=IS seja atingido. A Junção pn em Circuito Aberto • A tensão Interna: Sem a aplicação de uma tensão externa, a tensão Vo da junção pn pode se deduzida como sendo dada por: • Obs.: quando os terminais da junção são deixados em aberto,a tensão medida entre eles e zero. Ou seja, a tensão Vo da junção não aparece nos terminais do diodo. Isso se deve à tensões de contato metalsemicondutor que possuem valores contrários. Lei da Conservação da energia!!!! A Junção pn em Circuito Aberto • Largura da Camada de Depleção: se denotarmos a largura da região de depleção no lado p por xp e no lado n por xn, acondição de igualdade de cargas pode ser expressa por: • Da física de dispositivos: a largura da região de depleção de uma junção em circuito aberto é dada por: A Junção pn na polarização Reversa • A fonte de corrente I no sentido reverso e com I<IS: pelo circuito externo, elétrons deixam o material n e lacunas deixam o material p. • Resultado: aumento das cargas fixas positivas descobertas em n e das cargas fixas negativas descobertas em p, e conseqüente aumento da região de depleção, na tensão Vo e diminuição da corrente de difusão ID. Como IS não depende da tensão Vo (ionização térmica), temos no equilíbrio: A Junção pn na ruptura • A fonte de corrente I no sentido reverso e com I>IS: dois mecanismos possíveis de ruptura são possíveis, o efeito zener e o efeito avalanche. Esses efeitos são provocados pelo aumento da camada de depleção e conseqüente elevação do campo elétrico. • Ruptura Zener: o campo elétrico na camada de depleção aumenta até o ponto capaz de quebrar uma ligação covalente e gerar um par eletronlkacuna. Os elétrons gerados serão acelerados pelo campo elétrico para o lado n e as lacunas para o lado p, constituindo um corrente reversa que sustenta I. • Ruptura Avalanche: os portadores de minoritários que cruzam a região de depleção sob a influencia do campo elétrico ganham energia cinética suficiente para quebrar as ligações covalentes dos átomos que eles colidem, gerando um efeito avalanche onde a tensão permanece quase constante e a corrente reversa sustenta I. A Junção pn na polarização Direta • A fonte de corrente I no sentido direto: pelo circuito externo, elétrons deixam o material p e lacunas deixam o material n. • Resultado: fornecimento de portadores majoritários em ambos os lados da junção pelo circuito externo, na diminuição da camada de depleção e da tensão da barreira (Vo) e no aumento do transporte de lacunas para o material n e elétrons para o material p (Difusão). Portanto, a corrente de difusão ID aumenta até que o equilíbrio seguinte seja atingido, por: A Junção pn na polarização Direta • A menor região de depleção e a alta concentração de portadores majoritários promove a injeção de portadores minoritários pela junção pn, provocando uma concentração desses portadores nas proximidades da barreira. A distribuição do excesso de portadores minoritários da origem ao aumento na corrente ID > IS. Decaimento: recombinação com Lacunas majoritários A Junção pn na polarização Direta • Lei da Junção: • A distribuição de lacunas: Obs.: LP determina a taxa de decaimento exponencial e associa-se ao tempo de vida dos portadores minoritários (material!!) • Como: Logo: • Os portadores majoritários terão de ser repostos e, portanto, elétrons serão fornecidos pelo circuitos externo para a região n a uma taxa que mantenha a corrente constante em seu valor no ponto x=xn. Então, a densidade de corrente total será: A Junção pn na polarização Direta • Continuação... Uma análise similar pode ser feita para os elétrons, e como a corrente de elétrons e lacunas possuem a mesma orientação promove-se uma soma. Multiplicando esse resultado pela área transversal da junção, temos: • Como: • Teremos: • Onde: e A Junção pn • RESUMO: A Junção pn A Junção pn Dispositivos e Circuitos Eletrônicos Próxima Aula