64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
CAMPOS DE CIMA DA SERRA: DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO DAS
FORMAÇÕES CAMPESTRES DE ALTITUDE DO SUL DO BRASIL
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Josimar Kulkamp *, Rodinei Ulbrich , Henrique Kickow , João R.V. Iganci
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Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Catarina, campus Curitibanos; Professor adjunto
da Universidade Federal de Santa Catarina, campus Curitibanos; *[email protected]
Introdução
Os Campos de Cima da Serra são encontrados sobre a
formação Serra Geral, no sul do Brasil, e apresentam
várias espécies exclusivas. Entretanto, estas formações
são geralmente esquecidas no que diz respeito às
prioridades em pesquisa e políticas públicas para
conservação [1].
direcionamento de amostragem em Parques Nacionais ou
regiões de fácil acesso próximo a grandes cidades.
Os resultados corroboram que estas áreas apresentam
uma alta diversidade de espécies endêmicas e são
prioritárias para estudos e políticas conservacionistas [1].
Estudos sobre a diversidade florística e as afinidades
geográficas dos campos de altitude brasileiros ressaltam
sua composição heterogênea por linhagens tropicais e
temperadas [2,3,4].
O presente estudo surge da necessidade de caracterizar
e delimitar os campos de altitude do Sul do Brasil e de
delimitar a distribuição da diversidade e da riqueza de
plantas que caracterizam esta formação. O estudo teve
por objetivo conhecer a distribuição de espécie e as
áreas de maior interesse para conservação dos Campos
de Cima da Serra.
Metodologia
Os dados foram compilados em coleções de herbários,
bibliografia e coletas a campo, além de informações
provenientes de bancos de dados (speciesLink/CRIA e
GBIF). O estudo partiu da lista de espécies exclusivas
dos campos de altitude do Brasil, sobretudo aqueles
encontrados na Região Sul. Foram analisadas espécies
de ocorrência ampla em campos de altitude e espécies
restritas aos campos do sul do Brasil. Com o intuito de
refinar a qualidade dos dados, foram excluídos os
registros duplicados e duvidosos, permanecendo apenas
registros com coordenadas geográficas e outras
informações relevantes.
A partir destes dados, foram preparados mapas de
distribuição geográfica dos táxons, através do aplicativo
DIVA-GIS 7.5.0. Com este mesmo aplicativo avaliou-se a
riqueza e a diversidade (Shannon) das áreas estudadas.
Para o mapeamento foram selecionados 186 táxons que
estão distribuídos em 42 famílias. Dos 296 táxons
endêmicos presentes nos Campos de Cima do Serra [1],
126 foram amostrados no mapeamento.
Resultados e Discussão
Os campos de altitude do Sul do Brasil foram mapeados
com base na compilação de 1.381 registros (Fig. 1). Os
fragmentos campestres com maior diversidade e riqueza
de espécies no Sul do Brasil se concentram no nordeste
do Rio Grande do Sul, por todo planalto até o meio oeste
de Santa Catarina e em grande parte da região de
altitude elevada no centro e leste do Paraná.
Comparando estas áreas entre si pode-se observar uma
maior riqueza de espécies nos campos localizados
próximo a Urubici,SC, e uma maior diversidade na região
de Curitiba,PR, e no Nordeste do Rio Grande do Sul.
Estes resultados podem refletir tanto a maior diversidade
de espécies nestas áreas, como também um
Figura 1: A flora dos Campos de Cima da Serra.
Diversidade (A) e Riqueza (B) de espécies.
Conclusões
Os Campos de Cima da Serra representam uma
formação relictual e um alto nível de espécies endêmicas
se concentra na borda leste da Serra Geral.
Agradecimentos
Os autores agradecem a Universidade Federal de Santa
Catarina, campus Curitibanos, pelo apoio logístico e
infraestrutura para a condução do projeto. Os Campos de
Altitude tem ocorrência no nordeste do RS, todo planalto
de SC e todo centro Leste do PR, como demonstrado no
mapeamento utilizando plantas de ocorrência nestas
áreas de altitude.
Referências Bibliográficas
[1] Iganci, J.R.V.; Heiden, G.; Miotto, S.T.S. & Pennington, R.T.
2011. Campos de Cima da Serra: the Brazilian Subtropical
Highland Grasslands show an unexpected level of plant
endemism. Botanical Journal of the Linnean Society 167:
378–393.
[2] Rambo, B. 1953. História da flora do planalto riograndense.
Anais Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues 5: 185–232.
[3] Safford, H.D. 2007. Brazilian páramos IV. Phytogeography of
the campos de altitude. Journal of Biogeography 34: 1701–
1722.
[4] Smith, L.B. 1962. Origins of the flora of southern Brazil.
Contributions of the US National Herbarium 35: 215–249.
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Resumo - Sociedade Botânica do Brasil