A Biosfera – importância
do clima e do relevo para
os seres vivos
Qual o Objetivo da Biogeografia?
Estudar a distribuição dos seres vivos e os fatores
intervenientes nesta distribuição de forma
integrada.
• Fatores Físicos ou Abióticos: clima, solo,
relevo.
• Fatores Bióticos: seres vivos incluindo o
homem.
Cabe ao Biogeógrafo compreender as
INTERRELAÇÕES dos seres vivos
recíprocamente e deles com o espaço
geográfico onde vivem.
BIOSFERA
“Parte do planeta capaz de sustentar a vida.
Vai desde elevações de aproximadamente
10.000 m. acima do nível do mar até o
fundo do oceano e algumas centenas de
metros abaixo da superfície da Terra. A
biosfera consiste na hidrosfera, atmosfera
mais baixa (troposfera), e na superfície da
litosfera que são habitadas por
organismos metabolicamente ativos.”
(Art, 1998:60)
Tempo meteorológico e Clima:
qual a diferença ?
• Tempo meteorológico: são as condições
atmosféricas num dado momento e lugar.
• Clima: é o conjunto dos fenômenos do
tempo que ocorrem num lugar ou numa
região por determinado número de anos.
• Ambos afetam a distribuição e a
adaptação da vida em escala
planetária
► BIOMAS
Radiação Solar
1) Gera Calor (temperatura) que varia com a
sazonalidade, a hora do dia, a latitude, a
continentalidade, a maritimidade ►alteram a
distribuição dos seres vivos.
A variação de temperatura em função da sazonalidade e da hora do dia.
Fonte: Brown & Lomolino, 2006.
A influência da
Latitude no
aquecimento
da Terra
Fonte: Brown & Lomolino, 2006
• Abaixo de 6 graus C e acima de 50-60 graus C letal para a
maioria dos vegetais (algas até 73 Graus C; bactérias até
90 graus C).
Animais:
– Homeotermos ou Euritermos (mamíferos e aves)
– Pecilotermos ou Estenotermos (répteis, anfíbios,
invertebrados)
A temperatura influencia na hibernação, repouso, migração,
consumo de alimento, fecundidade, exigindo adaptações
morfológicas, fisiológicas, ecológicas e etológicas.
Vegetais: determina crescimento ou repouso vegetativo
- Congelamento da água: limite de desenvolvimento (ex.
Tundra, Taiga)
- Evapotranspiracão: (déficit hídrico): limite de
desenvolvimento (ex. Deserto, Savana).
Radiação Solar
2) Gera Luz que influencia nos ritmos biológicos
►vegetais: fotossíntese, fotoperíodo,
fototropismo, heliófitos, ciófitos.
► animais: eurífotos, lucífilos (ex. mariposas),
lucífobos (ex. tatú).
3) Gera Energia Química produzida pelos
vegetais (armazenadores de energia solar),
transformada pelos herbívoros (herbiforia ou
fitofagia) e consumida pelos carnívoros.
Precipitação
• Varia no total anual e na distribuição mensal
(periodismo), na forma (chuva, neve, granizo, orvalho)
e na duração (rápida, prolongada).
•Fonte: Brown & Lomolino (2006)
Umidade do Ar
• É afetada pela continentalidade ou maritimidade,
pelo relevo, pelo vento, por ambientes florestados
ou mais abertos com o exemplo abaixo.
abaixo
•
Ambiente
Temperatura em
graus C
Umidade Relativa
em %
Floresta Ombrófila
Densa secundária
25,3
76,7
Vegetação de
Restinga sobre duna
semi-fixa
22,6
59,2
Obs. dados retirados no mesmo dia em Florianópolis.
Ventos
• Deformam a copa das árvores e arbustos (poda)
quando forete e constantes, inibem o desenvolvimento
da vegetação (buscam abrigo), deposição irregular da
neve e consequente distribuição desigual da vegetação
(mosaicos) e da umidade do ar.
• Agente dispersor de sementes, de pólen, de plantas
inteiras e de insetos a grandes distâncias.
• Agente da evaporação (poder dissecante).
• Pode ser destrutivo (tempestades de areia – poder
abrasivo).
Nebulosidade
• Reduz a luminosidade, inibindo a
produção de massa verde,
diminuido a quantidade de
alimento.
Pressão Atmosférica
• Afeta o movimento das massas de ar
(efeito indireto).
• Afeta a rarefação do ar
•
Nos animais, afeta a pressão
sanguínea:
- euríbaros: suportam grande variação de
pressão. Ex. iaque.
- estenóbaros: não suportam grande
variação de pressão. Ex. homem.
Pressão Atmosférica
Distribuição dos seres vivos em função da altitude e da profundidade: 1. Plataforma
continental; 2. Declive continental; Plataforma abissal; 4. Fossa ultrabissal (Segundo
diversos autores – Dajoz, 1983)
Altitude e
Relevo
• Quanto maior a
altitude menor
a densidade do
ar e menor a
pressão
atmosférica
►temperaturas
mais baixas.
• Ex. Himalaia,
Pirineus, Alpes.
Andares de Vegetação
Altitude e
relevo
Fonte: Durrel, 1986
Altitude e Relevo
“Essa sucessão dos andares da vegetação nos
leva a considerar a equivalência que exite entre a
ação da latitude e a da altitude, pois a substituição
em altitude, corresponde à que se verifica ao nível
do mar, com o aumento da latitude, a mesma
clisere (faixa de vegetação) que é observada em
extensas áreas por influência da latitude, repete-se
nas zonas montanhosas mais ou menos
fielmente”. Ex. Aráucária no PR 600-1000 m, SP
acima de 1000 m, Itatiaia acima de 1500m, MG
altitude maiores.”(Dansereau, 1951)
Altitude e Relevo
Concentração de umidade em função do relevo.
Ex. Matinha Nebular (Serra Geral, SC – junho de 2008).
Fonte: Brown & Lomolino, 2006
Morro da Igreja (Urubici/SC, junho, 2008)
• A Mata Nebular de SC:
“A Floresta Ombrófila Densa da planície, galga a
serra, mas as espécies não adquirem pelno
desenvolvimento, tornando-se raquíticas à
medida que escalam a escarpa, até a mata ser
substituída, nos trechos mais elevados, acima
de 1000 m, pela mata nebular. A mata nebular
(...), é uma formação de árvores baixas e
tortuosas, cujos troncos e galhos se encontram
repletos de epífitas e musgos, em solos
geralmente litólicos da escarpa ou do topo das
serras do Mar e Geral, recobertos de
samambaias e outras plantas de pequeno porte
(...). Na serra Geral, a mata nebular divide o
espaço com os campos...” (Veado, 1998:192).
Morro da Igreja (Urubici/SC, junho, 2008)
Matinha Nebular (Serra Geral, SC – junho de 2008).
Matinha Nebular (Serra Geral, SC – junho de 2008).
Matinha Nebular (Serra Geral, SC – junho de 2008).
Campo de Altitude (Serra Geral, SC – junho de 2008).
Para finalizar:
O importante e o desafio maior
do biogeógrafo, é
compreender a influência
destes fatores e elementos do
clima de forma integrada e
interdependente, na
distribuição dos seres vivos .
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A Biosfera – importância do clima e do relevo para os seres vivos