UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE Fábio Antunes Rizzo Paulo Luís Heinzmann OCORRÊNCIA DE LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO QUANDO TESTADOS COM ÁLCOOL EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES, NOS MUNICÍPIOS DE CERRO LARGO, SALVADOR DAS MISSÕES E SÃO PEDRO DO BUTIÁ. Três Passos 2009 OCORRÊNCIA DE LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO QUANDO TESTADOS COM ÁLCOOL EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES, NOS MUNICÍPIOS DE CERRO LARGO, SALVADOR DAS MISSÕES E SÃO PEDRO DO BUTIÁ. Três Passos 2009 II Fábio Antunes Rizzo Paulo Luís Heinzmann OCORRÊNCIA DE LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO QUANDO TESTADOS COM ÁLCOOL EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES, NOS MUNICÍPIOS DE CERRO LARGO, SALVADOR DAS MISSÕES E SÃO PEDRO DO BUTIÁ. Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista, no Curso de Especialização em Produção de Leite da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador Prof. Dr. André Thaler Netto. Três Passos 2009 III TERMO DE APROVAÇÃO Fábio Antunes Rizzo Paulo Luís Heinzmann OCORRÊNCIA DE LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO QUANDO TESTADOS COM ÁLCOOL EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES, NOS MUNICÍPIOS DE CERRO LARGO, SALVADOR DAS MISSÕES E SÃO PEDRO DO BUTIÁ. Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Especialista em Produção de Leite no Programa de Pós Graduação “Latto sensu” da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná. Três Passos, 15 de Fevereiro de 2010. Curso de Especialização “Latto sensu” em Produção de Leite da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde. Universidade Tuiuti do Paraná, Orientador: Prof. Dr. André Thaler Netto. Departamento de Produção Animal e Alimentos. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Prof. Dr. __________________________________ Instituição e Departamento Prof. Dr. __________________________________ Instituição e Departamento IV RESUMO Neste estudo foi realizado um levantamento da ocorrência da síndrome do Leite Instável não Ácido (LINA) nos municípios de Cerro Largo, Salvador das Missões e São Pedro do Butiá, no Rio Grande do Sul, no período de junho a outubro de 2009. Foram analisadas 56 amostras de leite cru refrigerado, provenientes de propriedades de exploração leiteira, que tiveram suas produções não retiradas pelas indústrias de laticínios, por apresentar reação positiva ao teste do álcool feito pelo transportador. As amostras foram testadas frente a concentrações crescentes de álcool (72, 74, 76, 78 e 80%), determinada sua acidez pelo método de Dornic (°D), e submetidas ao teste de fervura. F oram encontradas 33 amostras com acidez titulável dentro dos parâmetros normais, que não apresentaram precipitação frente ao teste da fervura, mas apresentaram reação positiva ao teste do álcool quando em concentração igual ou superior a 74%, caracterizando assim a ocorrência de LINA. Também se observou que o teste do álcool não é capaz de diferenciar leite com acidez adquirida de Leite Instável não Ácido, principalmente quando utilizadas concentrações alcoólicas superiores a 74%. A ocorrência de LINA ocasiona redução na captação de matéria-prima pelas indústrias de laticínios e significativas perdas econômicas nas propriedades afetadas. Palavras-chaves: Leite Instável não Ácido, teste do álcool, acidez titulável. V SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. VI 1 5 10 11 16 17 1 1 INTRODUÇÃO Os municípios de Cerro Largo, Salvador das Missões e São Pedro do Butiá encontram-se localizados na região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, situados na Região das Missões, mais especificamente na região denominada de Missões Colonial. São municípios pequenos quanto a sua área territorial, sendo de 178 km², 94 km² e 108 km² respectivamente. Estes municípios apresentam como principal atividade econômica a exploração agropecuária, e suas propriedades rurais apresentam como características uma superfície média de 15 hectares, mão-de-obra familiar, e desenvolvem na atividade agrícola o cultivo de soja, trigo e milho, e na atividade pecuária a criação de suínos e principalmente a bovinocultura leiteira, a qual, apesar de ser pouco tecnificada e ainda com baixa escala de produção, tem dado sustentabilidade econômica à maioria das propriedades, e vem aumentando e ganhando espaço frente às demais atividades em função das sucessivas estiagens e conseqüentes frustrações de safras agrícolas dos últimos anos. Ainda neste contexto, a bovinocultura leiteira desta região tem como seu principal ponto de estrangulamento a deficiente nutrição dos animais, em quantidade e em qualidade, tanto das pastagens como dos alimentos conservados. Dados referentes à população total de bovinos, número total de propriedades que exploram a bovinocultura de leite, número total de vacas ordenhadas ao ano e produção anual de leite dos municípios citados são apresentados no quadro a seguir. 2 Quadro 1 – Rebanho bovino total, número total de propriedades que exploram a bovinocultura de leite, número de vacas ordenhadas ao ano e produção anual de leite bovino nos municípios de Cerro Largo, Salvador das Missões e São Pedro do Butiá /RS: Municípios Rebanho Bovino Total (¹) (cabeças) Cerro Largo 13.865 Nº de Estabelecimentos Nº de vacas Agropecuários em ordenhadas/ano atividade na (²) Bovinocultura Leiteira (cabeças) (²) 690 6.155 Total de leite produzido ao ano (²) (mil litros) 16.300 Salvador das 7.380 343 3.890 11.780 Missões São Pedro 8.330 346 3.805 12.034 do Butiá Fontes: ¹ - IBGE, Censo Agropecuário 2006. ² - IBGE, Produção da Pecuária Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. A qualidade do leite tem sido buscada intensivamente pelas empresas que coletam leite na região, e um dos testes realizado para avaliar a qualidade do leite, realizado na propriedade rural, é a prova do álcool, executada pelo transportador. Esta prova avalia a estabilidade das proteínas lácteas quando submetidas à desidratação provocada pelo álcool, simulando a reação ao tratamento térmico que o leite passará na indústria de beneficiamento. Resultados positivos ao teste do álcool são comumente relacionados com a acidificação do leite devido à presença de contagem bacteriana elevada, embora atualmente sejam relatadas ocorrências de reações de instabilidade do leite no teste do álcool, sem, no entanto, apresentar acidez elevada. Estas reações positivas ao teste do álcool sem a presença de acidez titulável elevada, caracterizam a ocorrência de uma síndrome denominada como Leite Instável Não Ácido (LINA), descrita por BALBINOTTI et al. (2002). 3 O aumento da incidência desta síndrome na Região Missioneira do Rio Grande do Sul nos últimos anos, no final da primavera e principalmente no outono, tem sido causado por um conjunto de fatores, como por exemplo, maior cobrança e rigor nos testes relacionados à qualidade do leite (utilização de álcool em concentrações maiores), avanço genético considerável do rebanho leiteiro (pela utilização maciça de inseminação artificial), produzindo animais mais especializados e que apresentam maiores exigências nutricionais, e devido à maior freqüência e intensidade das secas, resultando em períodos com aporte nutricional deficiente aos animais. As indústrias de laticínios utilizam o teste do álcool para tentar estimar a estabilidade térmica do leite, sendo este um método rápido e relativamente barato para estimar a estabilidade térmica do leite antes de sua coleta na propriedade rural. A execução do teste se fundamenta no fato de que se o leite não for termicamente estável, não irá resistir ao tratamento térmico aplicado na indústria durante o beneficiamento, principalmente em processamentos que submetem o leite a maiores temperaturas de beneficiamento como a produção de leite em pó, ou leite UHT. Nas propriedades dedicadas a produção de leite, o teste do álcool é executado pelo transportador momentos antes da coleta do leite, sendo esta determinante no carregamento ou recusa deste leite pelas indústrias de laticínios. Em geral, as indústrias fornecem ao transportador o álcool, para que este efetue o teste antes do carregamento do leite, com concentrações alcoólicas variando entre 76% e 80% de álcool etílico. Este teste é feito misturando-se, em recipiente apropriado, partes iguais de leite e álcool, devendo o álcool a ser utilizado no teste possuir concentração alcoólica mínima de 72%, como previsto na Instrução Normativa nº 51 (BRASIL, 2002) em seu 4 anexo IV, bem como no pela Instrução Normativa nº 68 (BRASIL, 2006) nos Métodos Analíticos Oficiais Físico-Químicos para Controle de Leite e Produtos Lácteos. O teste do álcool terá como resultado negativo quando, após misturarem-se quantidades iguais de leite e álcool, não ocorrer formação de coágulos ou precipitação. Resultados positivos ao teste do álcool são comumente relacionados com a acidificação do leite devido à multiplicação bacteriana onde estas utilizam os açúcares do leite, principalmente a lactose, com conseqüente formação de ácido lático e redução no pH. Esta acidificação do leite devida à multiplicação bacteriana ocasiona perda da estabilidade das proteínas do leite, quando sujeitas à desidratação pelo álcool, com conseqüente precipitação, ocorrendo à formação de grumos perceptíveis visualmente variando, entretanto, em intensidade conforme a concentração alcoólica utilizada. No que se refere à acidez do leite, esta pode ser mensurada de duas formas: através do pH ou através do método de acidez titulável - chamado de Método de Dornic (°D) - onde 1 mg de ácido lático presente na soluçã o é igual a 1° Dornic (°D). Desta forma, o leite normal apresenta uma faixa de variação de pH entre 6,6 e 6,8 e acidez titulável em °D (graus Dornic) entre 14° e 18°D. Atualmente são recebidas queixas de produtores destes municípios por ocorrência de reações de positividade ao teste do álcool, ou seja, instabilidade do leite frente ao teste do álcool sem que este leite apresente acidez titulável elevada ou pH fora dos padrões de normalidade. Estas reações se tornam um grande problema, pois ao testar o leite na propriedade, utilizando-se álcool e este apresentar-se positivo, não será carregado pelo transportador, acarretando em prejuízos econômicos sérios aos produtores. 5 2 REVISÃO DE LITERATURA O Leite Instável não Ácido é descrito por RIBEIRO (2008) como uma alteração na estrutura das micelas de caseína, tornando-as instáveis frente ao teste do álcool, com o surgimento de reação positiva, visualizada através da formação de grumos e/ou coagulação, variando esta em intensidade, desde a formação de coágulos semelhantes a finos grãos de areia até fortes reações de coagulação com formações de coágulo semelhante ao aspecto de rede. Este fato ocasiona prejuízos de ordem econômica e financeira a todos os elos da cadeia produtiva, pois o leite que reage de forma positiva a prova do álcool é rejeitado pela indústria, diminuindo a captação de matéria-prima desta, sendo, na maioria das vezes, o leite deixado na propriedade rural ocasionando assim prejuízos ao produtor (RIBEIRO et al., 2008). Esta síndrome foi induzida experimentalmente através da restrição alimentar dos animais (ZANELLA et al., 2006), e têm sido associados a períodos de escassez de forragens, mudanças bruscas de alimentação, desequilíbrios nutricionais, dietas ou pastos ricos em cálcio, com deficiências ou desbalanços minerais (Ca, P, Mg), sendo inconstante a resposta à suplementação de minerais (BARROS et al., 2001). O Leite Instável não Ácido (LINA) é caracterizado por apresentar perda da estabilidade da caseína do leite quando submetido ao teste do álcool, sem, no entanto apresentar acidez titulável elevada (acima de 18° D ornic) (RIBEIRO, et al.,2007), por teores mais altos de cálcio Iônico, ter pH normal e ser negativo no teste da fervura (BARBOSA et al. 2008). 6 Segundo ZANELA et al. (2009), na região sul do Rio Grande do Sul, 58% de 9.892 amostras de leite analisadas de abril de 2002 a setembro de 2003 apresentaram LINA, e na região noroeste, onde está inserida a região das Missões, essa porcentagem foi de 55,2%, em 2.396 amostras analisadas de setembro de 2002 a agosto de 2003. A utilização do teste do álcool no controle diário da qualidade do leite cru refrigerado é regulamentada pela Instrução Normativa 51, e utilizado em nível de propriedade rural, previamente ao carregamento do leite pelo transportador, devendo apresentar resultado negativo na concentração alcoólica mínima de 72%, volume a volume (v/v) para que o leite possa ser coletado e enviado até uma unidade de recebimento ou indústria de lácteos (BRASIL, 2002). Este é um teste rápido que permite informar se o leite está apto a ser submetido aos processos térmicos de beneficiamento do leite em nível de indústria de lácteos. Resultados positivos ao teste do álcool são comumente relacionados com a acidificação do leite devido à multiplicação bacteriana, principalmente por microorganismos mesófilos, onde estes utilizam os açúcares do leite, principalmente a lactose, com conseqüente formação de ácido lático e redução no pH. Esta contaminação bacteriana do leite ocorre em situações de falta de higiene durante sua obtenção e/ou deficiência em sua refrigeração após sua obtenção (FONSECA & SANTOS, 2000). Esta acidificação do leite devida à multiplicação bacteriana ocasiona perda da estabilidade das proteínas do leite quando sujeitas à desidratação pelo álcool, com conseqüente precipitação, ocorrendo à formação de grumos perceptíveis visualmente, variando, entretanto, em intensidade conforme a concentração alcoólica utilizada (ZANELA, et al., 2006). 7 Inicialmente o teste do álcool foi utilizado pela indústria como uma medida indireta de pH natural do leite, visto que há uma estreita relação entre estas duas características, pois que a acidificação do leite produz perda da estabilidade e floculação das proteínas. Este teste é também empregado para medir indiretamente a estabilidade do leite frente ao tratamento térmico que este sofrerá na indústria de beneficiamento. Assim sendo, há um paralelismo entre estabilidade ao teste do álcool, tratamento térmico e pH (BARROS et al., 2001). O objetivo deste teste é estimar a estabilidade das proteínas do leite por meio da reação deste com uma solução alcoólica. Ao acrescentar ao leite certa quantidade de álcool etílico, produz-se uma desidratação parcial ou total de certos colóides hidrófilos, podendo haver perda de equilíbrio e, conseqüentemente, floculação. O resultado da prova determinante no aceite ou rejeição da matéria-prima pelo laticínio, podendo o produtor ter sua produção condenada ou desvalorizada. É importante ressaltar que, quando a reação ao teste do álcool é positiva, há uma tendência em confundir este resultado com leite ácido (RIBEIRO et al., 2008). Este teste é assim utilizado rotineiramente pelas indústrias lácteas para tentar avaliar a estabilidade ao processamento térmico do leite, ainda nas unidades de produção leiteira, e as amostras positivas são descartadas por não serem consideradas aptas aos processos de beneficiamento (OLIVEIRA et al. 2007ab; ZANELA et al., 2006), principalmente processos que exijam maiores temperaturas como Ultra High Temperature (UHT) (MARQUES et al., 2007). Este fato ocasiona prejuízos de ordem econômica e financeira a todos os elos da cadeia produtiva, pois o leite que reage de forma positiva a prova do álcool é rejeitado pela indústria, diminuindo a captação de matéria-prima desta, sendo, na maioria das 8 vezes, o leite deixado na propriedade rural produtora ocasionando assim prejuízos ao produtor (RIBEIRO. et al., 2008). No caso de Leite Instável não Ácido (LINA), a perda da estabilidade não está associada à contaminação bacteriana (DONATELE et al., 2003) e não é causada pela acidez elevada (ZANELA et al., 2006). MOLINA et al. (2001), em pesquisa feita no Chile, correlacionando termo estabilidade do leite com resultados no teste do álcool em diferentes concentrações, em um posto de recebimento de leite, analisando amostras entre os meses de setembro e dezembro de 1999, num total de 96 amostras, descreve em sua conclusão que não existiria uma razão justificada para utilizar concentrações alcoólicas superiores a 75% (v/v) no teste do álcool, visto que o tempo de resistência à coagulação das proteínas lácteas das amostras, quando submetidas a temperatura de 135°C foi variável quando utilizada tal concentração alcoólica e, portanto, não determinou uma correlação significativa entre o teste do álcool e termo estabilidade láctea. BARROS (2001), no Uruguai, descreve que apesar da instabilidade do leite ao teste do álcool ter sido descrita inicialmente em 1938 naquele país, nos últimos anos tem sido observado esse transtorno em amostras de leite remetidos por estabelecimentos rurais produtores, de diferentes zonas daquele país, com uma relativa alta freqüência. São conhecidos registros já há várias décadas sobre alterações nas características físico-químicas do leite por causas não totalmente esclarecidas. O aparecimento de leite com reação positiva à prova do álcool, sem estar ácido nem ser originário de vacas com mastite, é um problema que acomete com freqüência rebanhos leiteiros e/ou indústrias lácteas (PONCE, 1999). 9 Os primeiros registros de precipitação de leite cru a prova do álcool ocorreram em Utrecht, na Holanda, em 1930, tendo sido relacionada esta instabilidade da proteína ao calor e ao etanol, com a concentração de íons de cálcio do leite, citado por OLIVEIRA, et al. (2007a). MARQUES et al. (2007) referindo-se a alterações na estabilidade do leite frente ao teste do álcool cita relatos em vários países da América Latina como Uruguai (BARROS et al., 1999), Argentina (NEGRI et al., 2001), Cuba (PONCE CEBALLO & HERNÁNDEZ, 2001) e no Brasil (BALBINOTTI et al., 2002; MARQUES et al., 2004b; ZANELA et al., 2004). Conforme ZANELA et al. (2009), na região sul do Rio Grande do Sul, 58% de 9.892 amostras de leite analisadas de abril de 2002 a setembro de 2003 apresentaram LINA, e na região noroeste, onde está inserida a região das Missões, essa porcentagem foi de 55,2%, em 2.396 amostras analisadas de setembro de 2002 a agosto de 2003. A produção de leite com caseína instável por animais sadios é um problema que tem acometido bacias leiteiras em diversas regiões. Leites com estas alterações apresentam diminuição no teor de caseína e aumento na concentração de íons, particularmente cálcio, e parecem estar correlacionados com épocas de carência alimentar ou dietas deficitárias. Embora as causas da ocorrência de leite com proteína instável sem acidez adquirida ainda não sejam completamente conhecidas, os estudos realizados são sugestivos de que estejam relacionadas a manejo nutricional inadequado (OLIVEIRA, et. al.,2007b). Fazendo associação empírica de casualidade, BARROS (2001) observou que parece existir certa influência da época do ano, sendo essa alteração aparentemente 10 mais freqüente nos meses de outono, havendo também uma relação com períodos de seca, segundo dados obtidos em registros de recepção em plantas de beneficiamento de leite. 3 MATERAIS E MÉTODOS Foram coletadas e utilizadas amostras de leite cru refrigerado, oriundas de propriedades rurais que tiveram sua produção rejeitada pelas indústrias por apresentarem reação positiva ao teste do álcool. Estas amostras foram testadas frente a concentrações crescentes de álcool etanol (72, 74, 76, 78 e 80%), volume a volume, utilizando-se, para tanto, pipetas graduadas e placas de Petry de fundo escuro. Foi considerada como ponto de corte a concentração mínima de álcool capaz de produzir precipitação na amostra de leite analisada. As amostras de leite cru refrigerado foram também submetidas ao teste de titulação da acidez pelo método de Dornic (°D), con forme descrito na Instrução Normativa nº 68 (BRASIL, 2006), nos Métodos Analíticos Oficiais Físico-Químicos para Controle de Leite e Produtos Lácteos, tendo sido considerado como leite alcalino as amostras que apresentaram resultados abaixo de 14°D , normais entre 14° e 18°D e ácidos os resultados acima de 18°D. Como método complementar, foi utilizado o teste da fervura por aquecimento indireto em banho-maria utilizando-se copo de Becker contendo 50 ml de leite, até ocorrer a fervura do leite, a fim de observar-se a estabilidade térmica do leite frente ao calor. 11 Nas propriedades onde foi constatada a ocorrência de Leite Instável não Ácido (LINA), utilizou-se o programa de computador Spartan Ration Evaluator/ Balancer for Dairy Cattle versão 2.02b (Michigan State University, 2002) com a finalidade de conferir o cálculo nutricional do rebanho em produção. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO As amostras de leite cru refrigerado foram coletadas e analisadas no período de junho a outubro de 2009, totalizando 56 amostras, provenientes de propriedades leiteiras localizadas nos referidos municípios, que tiveram sua produção diária não coletada pelas indústrias de laticínios, por reagirem positivamente ao teste do álcool. Do total de amostras analisadas, 58,92% apresentaram acidez titulável, pelo método de Dornic, dentro dos parâmetros normais para leite cru refrigerado, ou seja, entre 14° e 18°D, e 41,08% das amostras analisadas apresentaram acidez titulável superior a 18°D, caracterizando assim leite ácido, (figura 1). Não foram encontradas amostras de leite alcalino pelo método de Dornic (°D). 12 100,00% 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% De14° a 18°D n = 33 Acima de 18°D 40,00% n = 23 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% De14°a 18°D Acima de 18°D Figura 1 - Demonstração da distribuição das 56 amostras segundo resultado do teste da acidez titulável (Teste de Dornic - °D). Observou-se que do total de amostras analisadas (n=56), 33 amostras (58,92%) apresentaram acidez titulável dentro dos parâmetros normais para leite cru refrigerado (14° - 18°Dornic). Estas amostras quando submetidas ao teste do álcool, 8 (24,25%) apresentaram reação positiva ao teste do álcool em concentração igual a 74%, e 25 (75,75%) apresentaram reação positiva ao teste do álcool em concentração alcoólica de 76%. Não foram observadas reações positivas (coagulação) nas amostras com acidez titulável normal, quando submetidas ao teste da fervura. Assim sendo, observou-se a ocorrência de Leite Instável não Ácido (LINA) em 58,92% das amostras analisadas (n = 33), utilizando-se como parâmetro a definição feita por RIBEIRO et al. (2007), onde postula tratar-se de LINA os resultados positivos ao teste do álcool sem a presença de acidez elevada (acima de 18°D). 13 Ainda do total de amostras de leite cru refrigerado, 23 (41,08%) apresentaram acidez titulável acima de 18°Dornic, caracterizando portanto leite ácido, sendo que destas, 18 (78,26%) apresentaram reação positiva ao teste do álcool 72%, e 5 (21,74%) apresentaram reação positiva ao álcool 74%, (figura 2). n = 25 76 Concentração alcoólica mínima 74 capaz de produzir reação positiva. n=5 n=8 Acima de 18°D - Leite Ácido n = 18 Entre 14 e 18°D - LINA 72 0% 20% 40% 60% 80% 100% Porcentagem de LINA e Leite Ácido segundo o resultado do Teste do Álcool e Acidez Titulável (°D). Figura 2 - Distribuição das 56 amostras analisadas quanto à acidez titulável (°D) e concentração alcoólica mínima capaz de produzir reação positiva ao teste do álcool. As propriedades onde se observou a ocorrência de LINA apresentaram diferentes tamanhos de área utilizada para exploração da pecuária de leite, variando entre 10 a até 35 hectares. Esta variação também foi observada quanto à escala de produção, entre 42 a 820 litros de leite produzidos por dia, nas diferentes propriedades, ficando assim demonstrada a importância econômica e o impacto financeiro produzido em função da 14 ocorrência desta síndrome, visto que muitas destas propriedades tiveram a produção de leite rejeitada pelas indústrias de laticínios por vários dias. Estimou-se, com base na produção diária de leite nestas propriedades e no número de dias em que tiveram sua produção rejeitada, que foram deixados de industrializar cerca de 20 mil litros de leite instável não ácido. Destas 23 amostras de leite ácido, quando submetidas ao teste da fervura, observou-se reação positiva (coagulação) em 9 (39,13%) das amostras. Dados semelhantes aos obtidos neste estudo foram relatados por ZANELLA et al. (2009), em estudo conduzido entre abril de 2002 a setembro de 2003, na região sul do Rio Grande do Sul e região noroeste deste mesmo estado, tendo sido analisadas neste estudo mais de 12000 amostras de leite cru refrigerado, com a detecção de 58% e 55,2% de casos de LINA nas respectivas regiões . Nas 33 propriedades onde foi constatada a síndrome LINA, durante a realização deste estudo, fez-se uma anamnese junto ao produtor rural no que se refere a nutrição do rebanho ou mudanças bruscas de alimentação, tendo sido utilizado o programa Spartan Ration Evaluator/ Balancer (Michigan State University, 2002) a fim de conferir o cálculo nutricional, na tentativa de correlacionar o surgimento da síndrome LINA, com possíveis restrições, deficiências alimentares ou alterações bruscas no manejo nutricional do rebanho, visto que essa síndrome foi induzida experimentalmente através da restrição alimentar dos animais, em estudo feito por ZANELLA et. al.(2006). Em 29 das 33 propriedades onde ocorreu a síndrome LINA (87,8% dos casos), foi constatada deficiência energética (expressa em Energia Líquida de Lactação – ELl) na dieta do rebanho, através da avaliação da dieta utilizando o programa de computador, com conseqüente histórico de perda de escore corporal dos animais no 15 período imediatamente anterior e mesmo durante a ocorrência da síndrome. A deficiência de ELl apresentou variação entre 8,48% a 19,05% de déficit, em relação ao requerimento calculado dos animais. Observou-se que o problema na maioria das propriedades coincidiu com o término da reserva de alimento conservado na forma de silagem de planta inteira de milho ou sorgo, ou ainda em propriedades que não possuíam estes alimentos. Em contrapartida, no que se refere à proteína bruta (Pb) das dietas das mesmas propriedades, demonstrou-se haver excessos da ordem de 12,5% a 20,83% superiores ao requerimento calculado dos animais. Apesar de este estudo ter sido realizado nos meses onde não se observa restrição de pastagens, formadas estas basicamente por aveia preta (Avena strigosa sp.) e azevém (Lollium multiflorum vs. comum), os quais são ricos em proteína, a falta de silagem de planta inteira ou mesmo a falta de grãos nos materiais ensilados, em função da seca ocorrida no último ano, ocasionaram um aporte deficiente de energia para os rebanhos em questão, podendo ter contribuído para o surgimento da síndrome LINA. Nas demais propriedades onde se constatou a ocorrência da síndrome LINA (n = 4), foram observadas deficiências quantitativas e qualitativas de alimentos concentrados e volumosos em relação ao número total de animais da propriedade, levando a um quadro geral de baixo escore corporal em todos os animais, inclusive com alguns animais jovens demonstrando sinais de caquexia. Nas 23 propriedades onde se detectou leite ácido (acima de 18°D), observou-se falta de higiene na ordenha, falta de manutenção e higiene dos equipamentos de ordenha, bem como resfriamento deficiente do leite, sendo na sua maioria feito em 16 resfriadores de imersão (de tarros) ou em geladeiras. Tais propriedades apresentavam também, nas últimas análises de Contagem Bacteriana Total (CBT) fornecidas pela indústria de laticínios, resultados acima do limite estipulado na legislação vigente (IN 51 – MAPA, 2002), ou seja, superior a 750.000 UFC/ml de leite. 5 CONCLUSÃO A ocorrência da síndrome LINA em propriedades de exploração leiteira nos municípios de Cerro Largo, Salvador das Missões e São Pedro do Butiá demonstra ter significativa relevância financeira, em função do volume de leite desprezado pelas indústrias de laticínios por reagir positivamente ao teste do álcool, embora este leite não possua acidez acima dos parâmetros normais para leite cru refrigerado. Apesar da época do ano em que foi conduzido este estudo coincidir com o período de maior oferta de pastagens da região, o surgimento de LINA parece estar relacionado principalmente ao sistema de manejo nutricional adotado nas propriedades leiteiras, principalmente nas limitações nutricionais impostas aos animais quanto a tempo de pastejo, concentração de energia da dieta, ou ainda pelo desequilíbrio entre o excesso de proteína das pastagens de inverno e o déficit de energia das dietas, em função da baixa qualidade dos alimentos conservados na forma de silagem ou por não possuir tais alimentos disponíveis na dieta dos rebanhos. Durante este estudo, não se observou relação, quanto à ocorrência de LINA, entre propriedades com diferentes escalas de produção, demonstrando que a síndrome pode atingir tanto pequenas como grandes propriedades destes municípios. Estimou- 17 se, com base na produção diária de leite das 33 propriedades onde ocorreu a síndrome LINA e no histórico do número de dias em que tiveram suas produções rejeitadas, que foram deixados de coletar e industrializar mais de 20 mil litros de leite. Este trabalho é uma contribuição ao estudo da ocorrência de LINA, e para estimular a que futuras pesquisas, sejam realizadas a fim de desenvolver outro método rápido, barato, simples e de fácil execução para diferenciação entre leite com elevada acidez (leite ácido) e Leite Instável não Ácido (LINA), pois como ficou demonstrado neste estudo, somente o teste do álcool, principalmente quando utilizadas concentrações alcoólicas superiores a 74%, não é capaz de diferenciar leite com elevada acidez adquirida (leite ácido) de Leite Instável não Ácido (LINA). 6 REFERÊNCIAS BALBINOTTI, M.B.; MARQUES L.T.; FISCHER V.; RIBEIRO M.E.R.; STUMPF W.J.; RECKZIEGEL F.J.; CARBONARI C.; VARELA M. 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