Vigie a saúde do seu bebé
Alimentação Infantil dos 0 aos 12 meses
A Organização Mundial de Saúde e a UNICEF aconselham EXCLUSIVAMENTE o aleitamento
materno até aos 6 meses de vida do bebé, em regime livre, sem intervalos de tempo entre as
mamadas, diurnas ou nocturnas, sem qualquer outro tipo de leite ou suplemento.
A alimentação da criança com leite materno é aconselhada até aos 3 anos de idade.
Pós-parto
Até ao terceiro dia do pós-parto (puerpério), dá-se a chamada subida do leite. Até aí, a mulher
pode ter um leite com um aspecto de aguadilha, aparentemente, em pequena quantidade,
que a induz a pensar, muitas vezes, que não é proveitoso para o bebé.
No entanto, este primeiro leite – o colostro – tem maior valor nutritivo que o próprio leite e
apresenta anticorpos fundamentais para proporcionar importantíssimas defesas à criança,
numa fase em que o bebé, apenas, tomou as primeiras vacinas. A mãe não deve, portanto,
desvalorizar este primeiro leite e deve perceber que, mesmo não parecendo suficiente, é
fundamental para a saúde do recém-nascido.
O colostro, próximo do sétimo dia, começa a adquirir maior consistência e uma cor mais
esbranquiçada, tornando-se num leite de transição e, posteriormente, num leite maduro.
A alimentação exclusiva com leite materno previne o desenvolvimento futuro de alergias,
problemas respiratórios (como a asma), gastrointestinais, renais e metabólicos.
Amamentar é, ainda, um acto de profundo amor. A proximidade física promove a troca de
olhares, a sensação de segurança e pertença por parte do bebé (através do odor da mãe e dos
seus batimentos cardíacos), reforçando o vínculo entre ambos.
O bebé não deve ingerir leite de vaca, porque a imaturidade do seu organismo dificulta a sua
digestão. Se não houver alternativa, deve ser diluído: 2/3 de leite de vaca (UHT) e 1/3 de água
fervida.
Se o bebé está a ser amamentado, não requer suplemento hídrico (água), que lhe será
fornecido pelo leite materno (por isso, a mãe deve beber cerca de 2 litros de água por dia).
4 Meses
O bebé pode iniciar as papas lácteas SEM GLÚTEN, diluídas em água ou leite materno.
O leite materno, após ser retirado (manualmente ou através de bomba), se ficar exposto à
temperatura ambiente, deve ser consumido em cerca de 40 minutos.
Se for conservado em frigorífico de 3 estrelas, pode manter-se entre 24 a 48 horas.
O congelamento do leite materno deve ser evitado, porque se perdem durante o processo os
antioxidantes importantes para o metabolismo celular do bebé.
5/6 meses
Se até esta idade o bebé ingeriu leite de vaca, a partir dos 6 meses deixa de ser necessário
diluí-lo. Se a criança se encontra a fazer leite adaptado, deve respeitar o tipo de leite adequado
(de transição) à idade e a quantidade de água/número de colheres de leite, aquando da
diluição.
A proporção de água/ leite aos 6 meses de idade deve ser de 240 ml de água para 8 porções de
leite (três refeições por dia).
Aos 5/6 meses, o aparelho digestivo do bebé já está suficientemente desenvolvido para
receber os alimentos sólidos e as crianças começam a precisar de mais calorias e nutrientes do
que os do leite.
Nesta fase, o bebé, também, pode iniciar as papas com glúten. É importante que os pais
tenham consciência que podem preparar a alimentação dos seus filhos e que não são
necessários alimentos infantis de produção industrial, ao contrário do sugerido por algumas
estratégias de Marketing.
A partir dos 5/6 meses, geralmente, inicia-se a introdução dos vegetais sob a forma de puré
(sopa), podendo utilizar-se, inicialmente, uma batata, uma cebola e uma cenoura, que são os
vegetais mais bem tolerados. Não deve acrescentar-se sal.
Só depois de os legumes estarem cozinhados e fora do lume é que se deve adicionar uma
colher de sobremesa de azeite, pois as gorduras expostas a altas temperaturas sofrem
transformações químicas que as tornam mais nocivas para a saúde.
Se o bebé não apresentar nenhuma reacção alérgica a esta base, a cada semana será
acrescentado mais um vegetal, para que caso ocorra alguma reacção alérgica se possa
identificar a sua origem. Por exemplo, pode acrescentar-se o nabo, a alface, a abóbora, o alho
francês, os espinafres, etc.
Aos 6 meses, se a criança não apresentar indícios de problemas alérgicos, deve introduzir-se a
carne no creme de legumes (20 a 30 g). Inicialmente, deve retirar-se a carne após a cozedura.
De 7 em 7 dias pode integrar-se um novo tipo de carne (coelho, frango, galinha, peru ou
cabrito), para despiste de alguma reacção alérgica a algum tipo de carne. Aos 7 meses, pode
introduzir-se o pão e as bolachas tipo Maria (com moderação, para prevenir a obesidade
infantil) e cereais com glúten. Pode confeccionar uma papa de bolacha com fruta triturada,
mas tenha em atenção que a bolacha Maria deve ser consumida com moderação, porque é
um alimento açucarado e com gordura.
Aos 7/8 meses, o bebé pode efectuar uma refeição completa, com sopa de legumes, prato e
fruta. Para conteúdo dos pratos pode considerar-se papa de batata, farinha de pau, arroz ou
massa bem cozidos e em papa, acompanhados de carne.
Deve-se considerar SEMPRE que o nosso paladar é um paladar de hábitos e o bebé não deve
ingerir sal ou condimentos desde cedo, porque não sente sua a necessidade.
9 meses
O peixe (pescada, marmota, faneca e linguado) pode ser introduzido na alimentação do bebé.
Deve evitar os peixes gordos e com muitas espinhas.
Deve cozer o peixe à parte. Só depois de retirar todas as espinhas, é que deve adicioná-lo ao
creme de legumes. Inicialmente, deve cozer, apenas, 10 g de peixe, aumentando,
progressivamente, a quantidade até aos 30/40 g, até os 12 meses.
A criança, nesta altura, pode fazer duas refeições com legumes, uma com carne, outra com
peixe e uma papa. As restantes refeições devem ser constituídas por leite.
A gema de ovo cozida pode ser introduzida nesta altura - inicialmente ¼; após 3 dias pode
ingerir ½ gema; passados mais 3 dias, ¾; e, finalmente, a gema na íntegra se não houve
qualquer reacção alérgica.
O creme de legumes a que adicionar a gema não deve conter carne ou peixe, uma vez que a
quantidade de proteínas do ovo é a suficiente para o bebé. Não deve exceder 2 gemas por
semana.
As leguminosas secas ou frescas (feijão, grão, lentilhas, ervilhas, favas) devem ser bem cozidas
e, inicialmente, trituradas com a varinha mágica e, mais tarde, esmagadas com o garfo.
Deve evitar-se a ingestão de alimentos doces e evitar o uso de sal.
O bebé deve beber, apenas, água ou sumos naturais.
12 meses
Pode iniciar a ingestão de leite de vaca sem açúcar – cerca de 500 ml por dia.
Lembramos que as recomendações apontam para a ingestão de leite materno até aos três
anos de idade.
Pode iniciar o iogurte natural sem açúcar, podendo adicionar-lhe pequenos pedaços de fruta
fresca. Iogurtes concentrados estão desaconselhados.
A criança pode começar a integrar o regime alimentar da família, considerando, sempre,
moderação nos condimentos usados na cozinha.
Deve dar-se preferência aos cozidos e grelhados e evitar os fritos ou assados. A criança deve
progredir na ingestão das leguminosas e deve iniciar a ingestão do ovo na totalidade (se não
tiver manifestado, anteriormente, qualquer tipo de alergia ao ovo).
O kiwi, o morango, o tomate e a laranja, porque são potencialmente alergénicos, devem ser
iniciados após o primeiro ano de idade e se a criança não tiver apresentado alergia a nenhum
outro alimento.
Nesta idade, a criança pode demonstrar alguma diminuição do apetite, que é normal, devido à
desaceleração do crescimento. Diminui a necessidade da quantidade de alimentos ingeridos.
A criança deve continuar a beber, apenas água ou sumos naturais e nunca bebidas alcoólicas,
porque podem produzir danos irreparáveis na sua saúde.
Este artigo não substitui as informações que lhe são dadas nas consultas de saúde infantil.
Adaptação do Portal da Saúde (www.portaldasaude.pt)
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