FINANÇAS COMO PILAR DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Prof. Haroldo Moura Vale Mota 2014 O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE RIQUEZA • O objetivo da empresa é a maximização da riqueza do acionista no longo prazo Decisão de Investimento • Ativo Total • NCG + Ativo Fixo Decisão de Financiamento Capital Terceiros (dívida) Ativo Capital Próprio (acionistas) • EBITDA • FCF • Etc. Material de responsabilidade do professor • Kd (risco de crédito) • Ke (risco de mercado) Custo Capital • WACC ( Kd & Ke) Criação de Valor • EVA , CVA • Valor Presente • TBR Ganho Econômico GOVERNANÇA CORPORATIVA NA ÓTICA DE FINANÇAS • A maximização do valor da empresa depende de um eficaz governança corporativa apoiada por finanças. Criação de Valor Fortalecer a estrutura de capital da empresa Apoiar o plano de crescimento da empresa Apoiar na manutenção da solidez financeira Alinhar as práticas de governança corporativa Governança Corporativa na Ótica de Finanças Material de responsabilidade do professor O VALOR DA EMPRESA E DO CAPITAL DO ACIONISTA • O valor de uma empresa equivale ao valor presente do seu fluxo de caixa esperado descontado para o presente à taxa requerida de retorno pelos investidores (credores e acionistas). Receita – Despesas operacionais Remuneração requerida pelos Investidores 0 1 2 3 n t - Δ NCG - CAPEX - NCG Material de responsabilidade do professor Valor da Empresa Credor Acionista UM OLHAR DE RISCO SOBRE O FLUXO DE CAIXA Evento de Risco Impacto Probabilidade Receita – Despesas operacionais 0 1 2 3 - Δ NCG - CAPEX - NCG Material de responsabilidade do professor n t A RECEITA E O MODELO DE NEGÓCIO Receita Operacional Bruta A- Tamanho da população B- Penetração do produto/serviço no mercado % C- Tamanho do mercado (A x B ) D- Market share % E- Base de clientes ( C x D ) F- Preço de venda do mix de produtos/serviços H- Receita Operacional Bruta ( E x F x G ) (-) Impostos Indiretos IPI, ICMS, PIS, COFINS, ISS (=) Receita Operacional Líquida Material de responsabilidade do professor CUSTOS E DESPESAS VARIÁVEIS Receita Operacional Líquida (-) Custos Variáveis Volume Custo Unitário (-) Despesas Variáveis Volume Despesa Unitária % da Receita (comissão de venda) Margem de Contribuição % Margem de Contribuição Material de responsabilidade do professor • Gestão da Cadeia de Suprimentos • Gestão de materiais • Gestão de Estoques GASTOS OPERACIONAIS DESEMBOLSÁVEIS Receita Operacional Líquida (-) Custos Variáveis (-) Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (-) Despesas Fixas EBITDA % Margem de EBITDA Material de responsabilidade do professor • Gestão de Processos • Estrutura • Controles • Cultura RISCO ASSOCIADO AOS GASTOS FIXOS • Os gastos fixos (custos e despesas) elevam o risco operacional do negócio. Estrutura de Custos Menos Alavancada Cenário Pessimista Volatilidade da Receita Receita Operacional Custos Variáveis Custos Fixos EBITDA Volatilidade do EBITDA -50% 5.000 (2.500) (2.500) 0 -100% Estrutura de Custos Mais Alavancada Cenário Pessimista Volatilidade da Receita Receita Operacional Custos Variáveis Custos Fixos EBITDA Volatilidade do EBITDA Material de responsabilidade do professor -50% 5.000 (2.250) (3.000) (250) -110% Cenário Cenário Otimista Provável 50% 10.000 15.000 (5.000) (7.500) (2.500) (2.500) 5.000 2.500 100% Cenário Cenário Provável Otimista 50% 10.000 15.000 (4.500) (6.750) (3.000) (3.000) 2.500 5.250 110% LUCRO QUE NÃO SE TRANSFORMA EM CAIXA É ILUSÃO Receita Operacional Líquida (-) Custos e Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custo e Despesas Fixas EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG Fluxo de Caixa Operacional Clientes NCG Estoque Fornecedores ∆ NCG = f (∆ Nível de Atividade; ∆ Prazos Médios ) Material de responsabilidade do professor VARIAÇÃO DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO ∆ NCG = f (∆ Nível de Atividade; ∆ Prazos Médios) Lojas Marisa Alpargatas 563 505 455 501 508 537 471 468 533 603 606 434 497 357 395 539 512 433 472 359 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 01T10 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 01T10 Ambev Gol 952 1.042 931 1.017 806 762 722 451 314 202 73 -101 196 268 411 301 136 -94 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 01T10 Material de responsabilidade do professor 233 282 4T07 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 01T10 LUCRO QUE NÃO SE TRANSFORMA EM CAIXA É ILUSÃO Receita Operacional Líquida (-) Custos e Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custo e Despesas Fixas EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG Fluxo de Caixa Operacional Compra Clientes NCG Estoque Fornecedores Venda PME Recebimento PMR o PMP Pagamento Material de responsabilidade do professor Ciclo Financeiro NCG t O MODELO DE NEGÓCIO POR TRÁS DA NCG EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG (-) Clientes Prazo Médio de Clientes Receita Bruta Média Diária (-) Estoques Prazo Médio de Estoque Custo dos Produtos Vendidos Médio Diário (+) Fornecedores Prazo Médio de Pagamento Compras Média Diária Fluxo de Caixa Operacional Material de responsabilidade do professor O CICLO FINANCEIRO DA SEARA ALIMENTOS • A variação da NCG da Seara foi fortemente influenciada pelas alterações do ciclo financeiro ocorridas no triênio 2001-2005. Cliente Receita Líquida 46,1 58,6 x 360 37,4 + Créditos Fiscais Receita Líquida 9,7 7,0 Necessidade de Capital de Giro 2001 2002 2003 314.137 508.325 484.819 x 360 5,3 + Estoques Receita Líquida 58,0 68,9 x 360 72,9 + NCG Receita Líquida 88 112 x 360 92 Outros Ativos Receita Líquida 4,55 5,35 x 360 3,88 Fornecedores Receita Líquida 16,7 16,1 x 360 17,2 Impostos Oper. Receita Líquida 7,5 5,4 Legenda 2001 2002 2003 Material de responsabilidade do professor x 360 4,3 Salários Receita Líquida 6,6 6,0 x 360 6,0 FLUX CAIXA DE CAIXA OPERACIONAL: SEARA ALIMENTOS Ciclo Financeiro 2001 2002 2003 88 112 92 Necessidade de Capital de Giro 2001 2002 2003 314.137 508.325 484.819 Lucro Operacional (-) IR/CSSL (+) Deprec. (-) Var NCG (=) Fluxo de Caixa Operacional Material de responsabilidade do professor Variação da NCG 2002 2003 194.188 -23.506 2002 2.003 165.689 -56.334 22.671 -194.188 -62.162 163.065 -55.442 24.868 23.506 155.997 CAPEX: UMA DECISÃO DE RISCO Receita Operacional Líquida (-) Custos e Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custo e Despesas Fixas EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG Fluxo de Caixa Operacional (-) CAPEX Free Cash Flow - FCF +Ganho 0 futuro Free Cash Flow Objetivo da Empresa - Capex Material de responsabilidade do professor FCF NA VISÃO DE CURTO PRAZO Receita Operacional Líquida (-) Custos e Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custo e Despesas Fixas EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG Fluxo de Caixa Operacional (-) CAPEX Free Cash Flow - FCF Material de responsabilidade do professor Valores Orçados Valores Realizados Desvios Diagnóstico Plano Ação FCF NA VISÃO DE LONGO PRAZO • Quanto uma empresa implementa um plano estratégico ela abandona a alternativa de manter as coisas como estão, o que faz com que perca os ganhos deste status (V0) para ganhar um fluxo de caixa esperado associado a nova estratégia. V5 FCF1 FCF2 FCF3 FCF4 FCF’1 WACC - V0 ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 FCF da implementação estratégica Vo = Valor da Empresa na ausência de crescimento (FCF constante) FCF’6 WACC FCF5 ano 0 V0 = V5 = ano 5 V5 = Valor da Empresa no momento em que o crescimento produzido pelo plano estratégico se esgota (FCF constante) FCF’1 = free cash flow para um capex que mantenha o FCF constante para sempre FCF’ = FCB – Imposto – Var. NCG – depreciação econômica Material de responsabilidade do professor FCF NA VISÃO DE LONGO PRAZO • O FCF associado às medidas econômicas de TBR (total business return) e CGE (coeficiente de ganho estratégico) fornecem uma visão de longo prazo dos negócios. Indicador Objetivo de Criação de Valor Medida de desempenho abrangente Principais métricas de longo prazo V5 Free Cash Flow) -V0 Principal instrumento na gestão de crescimento e avaliação de decisões estratégicas de investimento Material de responsabilidade do professor TBR = TIR do investimento na empresa CGE = Coeficiente de ganho estratégico Referência para definição da estrutura ótima de capital Referência para estabelecimento da política de dividendos COEFICIENTE DE GANHO ESTRATÉGICO - CGE • Coeficiente de comparação entre o valor da empresa com a implementação do plano estratégico e sem ele. Coeficiente de Ganho Estratégico V5 FCL2 FCL1 - V0 Vestratégia = V0 = ano 2 ano 1 FCL1 (1 + wacc) FCL1 WACC Material de responsabilidade do professor FCL3 FCL4 ano 3 ano 4 + FCL5 CGE = FCL2 (1 + wacc)2 Vestratégia V0 ano 5 + FCL3 (1 + wacc)3 + FCL4 (1 + wacc)4 + FCL5+ V5 (1 + wacc)5 COEFICIENTE DE GANHO ESTRATÉGICO - CGE • Mede o aumento do valor da empresa em função do crescimento do fluxo de caixa livre (FCF) decorrente do planejamento estratégico para os próximos 5 anos. Se CGE > 1, a empresa cria valor com o plano estratégico. Se CGE < 1, a empresa destrói valor com o plano estratégico. +200 ano 0 - 100 +5 +7 + 10 + 12 + 14 ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 B A Valor sem ganhos de crescimento Material de responsabilidade do professor VP (10%) = $159 Valor presente do fluxo free cash flow, mais o V5 que incorporam os ganhos com o plano estratégico. CGE = B A = $ 159 $ 100 = 1,59 TOTAL BUSINESS RETURN - TBR • Trata-se da taxa interna de retorno (TIR) do fluxo de caixa da estratégia de 5 anos, vis-à-vis, o valor presente do fluxo de caixa na ausência da estratégia. Exemplo: FCO’1 = $10 FCO’6 = $20 WACC = 10% +200 Hoje - 100 V0 = Material de responsabilidade do professor 10 0,10 +5 +7 + 10 + 12 + 14 ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 = 100 V5 = TBR = TIR = 21,7% aa TBR > WACC (cria-se valor) 20 0,10 = 200 FLUXO DE CAIXA DA DÍVIDA Receita Operacional Líquida (-) Custos e Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custo e Despesas Fixas EBITDA (-) Imposto de Renda e CSSL (-) Variação na NCG Fluxo de Caixa Operacional (-) CAPEX Free Cash Flow - FCF (+) Fluxo de Caixa da Dívida (+) Captação (-) Amortização e Pgto Juros Fluxo de Caixa do Acionista Material de responsabilidade do professor Fluxo de Caixa do Acionista: Montante Disponível para o Acionista RISCO DE ALAVANCAGEM Ativo Total Estrutura Atual: sem dívida Estrutura Proposta: com dívida Balanço Patrimonial 8.000 Balanço Patrimonial 8.000 Passivo Total Empréstimos Capital Próprio (S) Número de ações Vr.Mercado por ação ($) 8.000 8.000 0 8.000 4.000 4.000 400.000 20 200.000 20 Demonstração de Resultado Demonstração de Resultado Recessão Situação Expansão Esperada Recessão Situação Expansão Esperada Volatilidade Operacional -67% F.Cx.Operacional Livre 400 1.200 2.000 400 1.200 2.000 Retorno do Ativo (ROA) 5% 15% 25% 5% 15% 25% Despesa Financeira 0 0 0 400 400 400 Custo da Dívida (Kd) 10% 10% 10% 10% 10% 10% F.Cx. do Acionista 400 1.200 2.000 - 800 1.600 5% 15% 25% 20% 40% -67% 100% 67% 100% 100% Retorno do acionista (ROE) Volatilidade p/acionista Material de responsabilidade do professor 100% 67% -67% 0 -100% 100% 67% DECISÃO DE FINANCIAMENTO • Não caia no raciocínio ingênuo de que o capital de terceiros por ser mais barato deve ser tomado preferencialmente. O mundo parece não agir assim, pois: O endividamento eleva o risco para o acionista; Há risco de falência; Nem sempre o capital de terceiros é mais barato. • O mundo segue a seguinte ordem de preferência no financiamento dos ativos (pecking order): Lucro retidos Dívida Capital Próprio Material de responsabilidade do professor VISÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA ESSENCIAL l Receita Bruta l l l l l l l (-) Impostos Indiretos Receita Líquida (-) Custos Variáveis (-) Despesas Variáveis Margem de Contribuição (-) Custos Fixos Desembolsáveis (-) Despesas Fixas Desembol. EBITDA (-) Depreciação e Amortização Lucro Operacional (EBIT) (-) Imposto de Renda e CS NOPLAT (+) Depreciação (-) DNCG Fluxo de Caixa Operacional (-) Capex (investimentos) Ingresso da Venda de Ativos Free Cash Flow Visão Econômica • Ganho operacional. • Fonte da geração de valor da empresa. l Fluxo de Caixa da Dívida (+) Captação de Recursos (-) Amortização da Dívida (-) Pagto de Desp. Financeiras l Fluxo de Caixa do Acionista Material de responsabilidade do professor • Operação de repartição Visão Financeira • Recursos gerados pela operação para cobrir despesas financeiras e amortizar dívida. • Necessidade de financiamento da operação