Biodiversidade das cidades Por Emanuela Vieira Estudante de Arquitetura e Urbanismo É cada vez mais comum encontrarmos em nossas cidades uma diversidade de espécies. As mesmas adequam-se a nossa rotina conturbada e cronometrada, onde por muitas vezes tornam-se empecilhos ao nosso dia a dia. Empecilhos estes que não passam de “bombas” em nossos carros ou de um ou dois ninhos nos forros de nossas casas. Mas, porque empecilhos? Porque tratar como algo ruim, o que por várias vezes é o único aconchego ao fim de um dia exaustivo, onde poder contemplar a beleza de um suave canto se faz afago para as consternações do dia. Hoje olhamos pela janela e observamos pássaros que repousam sobre fios de energia elétrica, ou até mesmo nos peitoris de nossas sacadas, nada mais comum do que os Joãos de barro, com suas formosas moradas pipocadas aqui e ali, um exemplo de arquitetura sustentável e adequada ao meio. O que falar então de Beija-flores, Garças entre outros que circundam por entre a nossa selva de concreto. Mas destes, o que mais me deixou pasma, foram os Tucanos, que há poucos dias revoavam sobre nossas casas, pousavam e descansavam sobre as arvores, lindos, elegantes, mas perdidos. Perdidos, pois o seu lar está sendo reduzido. Reduzido a concreto e lavouras. Esta nossa selva de concreto, simplesmente invadiu o habitat natural de muitas espécies, forçando-as a se adaptarem, migrarem, ou melhor fugirem. Fugir de nós, de nossa ganância e ignorância. Ainda há tempo, mas o tempo somente não fará as mudanças necessárias, ele faz arvores crescerem, pássaros nascerem. Mas, se o homem não mudar, os rios não serão despoluídos, as matas não serão replantadas, os animais continuarão sem morada e nós, não gosto nem de pensar qual será nosso destino. Concluo com a mesma frase do inicio, é cada vez mais comum encontrarmos em nossas cidades uma diversidade de espécies, e todas devem ter lugar, tanto do gênero humano como do gênero animal e vegetal, somos parte de um todo complexo e devastado pelo homem, e o mesmo deve correr atrás, soluções existem. Para notar a maravilha que nos circunda, basta um pouco mais de sensibilidade para, parar e ouvir o canto que está ao seu lado.