Senhor Ministro da Administração Interna, Senhor Director Geral da Polícia Nacional, Senhor Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, Senhor Procurador Geral Adjunto da República, Oficiais Superiores da Polícia Nacional, Oficiais subalternos, sub-chefes e agentes da Polícia Nacional, Caros convidados, minhas senhoras e meus senhores. Numa altura em que a Policia Nacional está em fase de consolidação e de afirmação, suportada por uma Orgânica, Quadro de Pessoal, Estatutos e Regulamentos próprios, comemora-se os 140 anos de criação da Policia caboverdiana, hoje, uma instituição prestigiada e acarinhada pela sociedade e pelos cidadãos. Estamos aqui para prestar um merecido tributo à Polícia Nacional, uma instituição que tem sabido fazer seu percurso e afirmar-se como uma das principais depositárias dos valores de sã convivência social, da segurança pública e do respeito pelas leis. A Polícia Nacional tem sido uma instituição fundamental na defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, na realização da justiça e na criação das condições de uma boa governabilidade do país. Comemoramos a saga, a coragem e a determinação de várias gerações de homens e mulheres, policiais e civis, que serviram e continuam a servir a segurança e a ordem públicas de Cabo Verde, em contextos sempre mais complexos e mais exigentes. Creio ser entendimento comum que a instituição policial evoluiu muito nos últimos anos. Importantes investimentos foram feitos, com o apoio da comunidade internacional e da sociedade civil cabo-verdiana. A criação da Polícia Nacional é uma medida de grande alcance estratégico para a segurança interna. A Polícia de Ordem Pública, a Polícia Marítima, a Guarda Fiscal e a Polícia Florestal foram integradas na Polícia Nacional, dando-lhe mais dimensão organizacional, mais capacidades humanas, melhores condições de operacionalidade, mais eficácia e mais efectividade nos resultados. Hoje, temos uma instituição prestigiada, bem equipada e presente em todo o território nacional. Destaco o mérito e o profissionalismo da Polícia Nacional, dos seus oficiais, sub-chefes e agentes. Destaco a vossa entrega à causa pública e ao bem comum, à vossa luta pela liberdade e o vosso empenhamento no crescimento da nação e no desenvolvimento humano dessas ilhas atlânticas. A natureza das ameaças que somos chamados a enfrentar coloca-nos, hoje, perante a imperiosa necessidade de, também, criar as condições mínimas necessárias à prevenção dos riscos potenciais contra a segurança da sociedade e das instituições de uma maneira geral. A prevenção é a linha mais avançada da segurança dos Estados e deve ser garantida por mecanismos apropriados de articulação institucionais, capazes não só de pesquisar, analisar e produzir informações úteis aos poderes instituídos, como também estabelecer redes seguras de circulação de informações com congéneres de outros países, no combate ao crime que é transnacional e transfronteiriço. O poder corrosivo do narcotráfico, das redes que operam a imigração ilegal e outros crimes de carácter organizado, bem como a criminalidade conexa que engendram, com reflexos directos na segurança e tranquilidade quotidianas dos cidadãos, requerem níveis superiores de performance, capacidade de articulação entre as diversas Polícias e a Guarda Costeira, numa perspectiva integradora, em ordem a gerar uma melhor capacidade nacional de reacção e dissuasão. Dai a aposta na reforma do sistema de segurança nacional integrando os Serviços de Intervenção da República (SIR), as forças armadas e policiais numa perspectiva de maior e melhor articulação e integração de informações e de acções, como também, na racionalização e optimização de recursos. Neste processo reformista, a Policia Nacional ressurge como uma corporação moderna e capacitada para todos os novos desafios que o país enfrenta, apostando inclusive na segurança corporativa e no reforço de parcerias, no quadro da cooperação internacional, contribuindo para sedimentar a ideia de reforço da dimensão externa da segurança interna, com particular incidência nos domínios de reforma e modernização de fronteiras, de fluxos de pessoas e bens, bem como da vigilância das nossas águas. Não podemos ignorar o contexto e os compromissos regionais e internacionais que o país vive e assume. Desde logo, a Parceria Especial com a União Europeia que a nível da Administração Interna e da Policia Nacional se expressa, sobretudo, através da reforma das nossas fronteiras e da segurança documental, na linha da convergência técnica e normativa. A segurança, enquanto factor competitivo deste Cabo Verde em transformação, é um recurso estratégico. É mesmo um factor de crescimento e de desenvolvimento do país A graduação de Cabo Verde a país de rendimento médio e a sua inserção competitiva na economia global demandam esforços acrescidos de elevação dos níveis de segurança e de rigor a patamares muito superiores. Cabo Verde é um país seguro, mas as exigências são cada vez maiores. Os fenómenos que hoje perigam a segurança dos Estados, das instituições democráticas, das pessoas e a própria estabilidade social e económica têm carácter global, não conhecem fronteiras. Quando associados à droga expressamse de forma mais violenta e alargam o espectro da sua desgraçada influencia, minando a sociedade e alimentando, sobretudo, a delinquência juvenil. A criminalidade em Cabo Verde, embora tenha diminuído em cerca 5% no decurso dos anos de 2009 e 1º semestre de 2010, merece a atenção de todos e uma necessária partilha de responsabilidades Daí termos lançado no decurso deste ano uma ampla campanha de reflexão e de sensibilização e mobilização de toda a sociedade cabo-verdiana, firmando alianças e parcerias no combate à violência e à criminalidade, com impactos positivos, desde logo a nível da inserção social de jovens. Fizemo-lo na convicção de que só a frente repressiva e policial não chega para este combate. A Polícia deve continuar a desempenhar a sua missão. O Governo, através do Ministério da Administração Interna, vem reforçando a sua capacidade de acção, quer através de contínuas acções de formação e capacitação, como também no reforço de meios, equipamentos e instalações Tudo isto significa acreditar na Policia Nacional e em todos aqueles que lutam no seu dia-a-dia para a sua contínua dignificação e prestigiante missão. Temos de continuar a trabalhar arduamente para que a Polícia Nacional aumente cada vez mais os seus níveis de operacionalidade, até para poder responder com cada vez mais eficácia à multimensionalidade e complexidade das ameaças e à sofisticação da criminalidade organizada. È preciso romper com as rotinas instaladas, mudar as crenças e os comportamentos habituais, reforçar os níveis de preparação e de desmpenho dos efectivos, aumentar a capacidade de respostas, porque o mundo está a mudar a uma grande velocidade e as ameaças, sobretudo nesta região em que nos situamos, são cada vez mais presentes. A securização das fronteiras e dos documentos, o combate sem tréguas aos tráficos de estupefacientes, de pessoas e de armas, o combate à pequena criminalidade, para garantir a paz, a tranqulidade e a segurança das pessoas e dos seus bens, devem ser preocupações permanentes das nossas instituições policiais, maxime da Polícia Nacional. Devo destacar a presença, cada vez vez mais afirmativa das mulheres na corporação policial. Trata-se de um ganho das mulheres e da sociedade caboverdiana. Temos de continuar a trabalhar para recrutar mais mulheres, dando-lhes cada vez mais oportunidades, garantindo-lhes mais espaço de trabalho que lhes permitam melhorar continuamente as suas capacidades profissionais e ascender na PN, dano o seu espírito de entrega, a sua intuição, as suas habilidades gerenciais e de liderança. Termino, desejando-vos, feliz aniversário, boas festas, muitos progressos e muitos sucessos, pois do vosso trabalho depende a felicidade da Nação. Que viva a Polícia Nacional de Cabo Verde. Muito Obrigado.