Universidade Estadual de Maringá
Campus Regional de Goioerê
Curso de Engenharia Têxtil
Controle de Qualidade Têxtil II – 894
Professor: Edson Tetsuji Mizoguchi
Equipe:
Ancelmo Canteri
R.A.: 15.495
Fabio Avancini
R.A.: 15.503
Joni Dutra Neves
R.A.: 15.477
Luciana Crespim
R.A.: 15.480
Goioerê, Agosto de 2000
Rigidez dos Tecidos
1
11 –– TTÍÍTTU
ULLO
O
RIGIDEZ DOS TECIDOS
22 -- O
OB
BJJE
ETTIIV
VO
O
• Determinar a rigidez de diferentes tecidos usando os métodos de teste por Argola
e da Rampa.
33 –– IIN
NTTR
RO
OD
DU
UÇ
ÇÃ
ÃO
O TTE
EÓ
ÓR
RIIC
CA
A
RIGIDEZ DE TECIDOS
As técnicas modernas de controle da qualidade implicam “a priori” a definição das
características do produto. Estas devem apresentar-se, se possível, sob a forma de
parâmetros mensuráveis. No entanto, quando se passa ao controle propriamente dito devese possuir métodos de medida próprios.
Estes dois aspectos, definição e medida, são considerados como secundários, mas
no caso têxtil revestem-se de uma importância primordial. As características do produto
estão muitas vezes mal definidas, mesmo quando avaliadas por peritos no assunto.
Nestes últimos trinta anos foram obtidos resultados notáveis no domínio das fibras,
fios e tecidos, desde que o controle se aplique a um parâmetro por vez, definido e medido
corretamente. Contudo a qualidade de um produto é um fenômeno complexo, que não pode
ser definido e medido corretamente. Contudo, a qualidade de um produto é um fenômeno
complexo, que não pode ser descrita por um só parâmetro: por exemplo, a qualidade de um
fio está relacionada com a sua irregularidade de massa assim como, à tenacidade, ao
alongamento, à rotura, à torção, etc.
Este problema complica-se consideravelmente quando se passa de têxteis
unidimensionais a bidimensionais, pois a definição e a medida de certos parâmetros
permanecem nitidamente menos avançada do que outras.
Em muitos tecidos utilizados, sobretudo para vestuário e têxteis do lar, é de grande
interesse avaliar, se possível numericamente, um número de propriedades tais como a
aparência, a maciez ou aspereza, a rigidez ou flexibilidade, e o cair.
A partir de uma gama de tecidos a escolher, a pessoa que faz a seleção tem de
examinar todos os tecidos e decidir qual é o mais indicado para o fim em vista. Assim, tem
de avaliar muitas propriedades ao mesmo tempo de uma maneira subjetiva a classificar os
tecidos por ordem de preferência.
O cair tem um significado bastante diferente e refere-se de uma maneira muito vaga
à capacidade de um tecido poder assumir uma aparência graciosa no uso. Nem todos os
tecidos devem cair de forma graciosa, podendo mesmo ser inconveniente que isso
aconteça, como no caso de saias de ballet.
Um problema que esta longe de ser resolvido e que com tudo tem uma importância
fundamental nas transações comerciais é o “toque” de um tecido, onde faltam a definição e
enumeração de um conjunto de características físicas (sem falar dos métodos de medidas),
e cuja combinação ainda é desconhecida.
O toque de um tecido é um fenômeno psicológico, que consiste na capacidade dos
dedos fornecerem uma sensação que, em última análise, é subjetiva pois depende da
sensibilidade humana.
Com o progresso da metrologia têxtil, hoje em dia é possível obter uma avaliação
objetiva e reprodutível de um grande número de propriedades físicas elementares. Mas este
progresso não foi suficiente para definir a noção de toque de um tecido. Confrontamo-nos
Rigidez dos Tecidos
2
imediatamente com a grande dificuldade para não dizer impossibilidade, de uma definição
analítica do tipo das utilizadas nas ciências experimentais como base de todo método de
medida.
A partir dos trabalhos clássicos de Peirce, os “projetistas” de aparelhos destinados à
medida global do toque dos tecidos concentraram todos os seus esforços na avaliação da
rigidez à flexão, procurando reproduzir ações compostas que responderiam melhor ao
comportamento real do tecido.
Enquanto o toque, no sentido mais amplo, indica a sensação total que se obtém
quando se toca um tecido, o drapé pode ser definido como a capacidade que o tecido tem
de assumir uma apresentação agradável durante o uso: o “drapé” pode ser considerado por
observadores, utilizando essencialmente as mãos (a propriedade física mais próxima é a
rigidez à flexão), ou então a visão (maneira mais ou menos agradável que o aspecto do
tecido apresenta).
A primeira tentativa para exprimir os componentes elementares do toque em termos
de mecânica e de física, capazes de serem medidos por métodos objetivos e quantitativos, é
atribuído a Peirce em 1930. A propriedade considerada por ele foi essencialmente a rigidez
à flexão, a qual ele adicionou a compressibilidade e a espessura do tecido que constituem
outros componentes importantes do toque.
Os principais parâmetros introduzidos por Peirce são a rigidez à flexão e o módulo
de flexão, que foram calculados a partir do comprimento de flexão da mostra do tecido, do
seu comprimento total da sua massa por unidade de superfície.
Outros estudos permitiram evidenciar que na avaliação global do toque, além da
rigidez e da espessura, uma terceira propriedade física era importante, ou seja, o estado
mais ou menos liso da superfície.
Nos últimos cinqüenta anos, numerosos estudos tem sido efetuado sobre os
possíveis métodos de vencer as dificuldades associadas com a avaliação subjetiva do toque
e do cair, e concebendo instrumentos capazes de medir as propriedades individuais do
tecidos. Em segundo lugar, aplicando técnicas estatísticas para descobrir a aproximação
das conclusões obtidas por análise dos resultados dos ensaios com a avaliação efetuada
subjetivamente por indivíduos ou grupos.
RIGIDEZ E CAIMENTO
Rigidez de tecido é definido como resistência ao dobramento. Hamburger definiu
caimento como uma propriedade que permite um material de se orientar em dobras
naturais ou configurações quando atuado sob a força da gravidade. Peirce notou que o jeito
que o tecido cai ou dobra depende largamente de sua rigidez, por exemplo, sua resistência
ao dobramento, em seu próprio peso. Tais propriedades mecânicas afetam o toque do
tecido. O toque e caimento do tecido, especialmente para indústria de confecções de roupas
são a segunda mais importante (depois de cor) propriedade estética de interesse para
fabricação e compradores de vestuário. Dr. Kawabata em seu estudo “O Desenvolvimento
da Medição Objetiva de Toque de Tecido” mostrou essas várias propriedades mecânicas do
tecido relacionada à estética do toque pode ser objetivamente medida por instrumentos
apropriados. Então o toque de tecidos pode ser descrito objetivamente. Alguns fabricantes
de roupa no Japão já estão usando medidas objetivas para descrever o toque de tecidos. Há
dois métodos de ensaio para medida da rigidez de tecido com o descritos na referência 47.
Referência 47 – Livro Anual das Normas ASTM Volume 07.01 – Fios têxteis,
Tecidos, Métodos de ensaio geral.
D 1388 Método de Ensaio Padrão Para Rigidez de Tecidos.
D 4032 Método de Ensaio Padrão Para Rigidez de Tecidos Procedimento Pela
Dobra Circular.
Rigidez dos Tecidos
3
44 –– M
MA
ATTE
ER
RIIA
AIIS
SU
US
SA
AD
DO
OS
S
-
Tecido
Gabarito
Tesoura
Caneta
Escalímetro
-
Calculadora
Balança analítica
Grampo
Garra
55 –– P
PR
RO
OC
CE
ED
DIIM
ME
EN
NTTO
O
5.1-Teste da Rampa
1) Cortou-se quatro corpos de prova no sentido da trama e do urdume, com dimensões
de 25 x 150 mm;
2) Assinalou-se em cada corpo de prova os lados A e B, assim como as extremidades 1
e 2;
3) Posicionou-se a 1º corpo de prova (sentido do urdume) no rebaixo da parte superior
do aparelho, com o lado A voltado para cima e a borda da extremidade 1 coincidindo com
a borda do aparelho;
4) Colocou-se a escala milimetrada sobre a tira do tecido, fazendo coincidir sua
extremidade direita com o zero da mesma;
5) Deslocou-se lentamente a escala até que a extremidade livre da tira de tecido
alcançou-se o alinhamento visual das duas faces do lado inclinado do aparelho;
6) O comprimento deslocado da tira do tecido, que corresponde ao comprimento da
parte livre flexionada foi lida na escala;
7) Repetiu-se a medida invertendo a posição das extremidades e os lados, obtendo desta
forma quatro valores para cada corpo de prova;
8) Repetiu-se o procedimento para os demais corpos de prova;
9) Procedeu-se da mesma forma para os corpos de prova do sentido trama.
5.2-Teste da Argola
1) Cortou-se quatro corpos de prova no sentido da trama e quatro no sentido do urdume,
e, na malha cortou-se no sentido das colunas e carreiras, com dimensões de 40 x 250 m;
2) Prendeu as pontas das amostras na garra pela parte superior de maneira a formar um
balão;
3) Cortou-se o corpo de prova com 50 mm a mais no sentido do comprimento para
prendê-lo no aparelho;
4) Com o auxílio de escala, mediu-se o comprimento da argola formada;
5) Repetiu-se o procedimento para os outros corpos de prova.
4
Rigidez dos Tecidos
66 –– R
RE
ES
SU
ULLTTA
AD
DO
OS
S
Os ensaios de Rigidez pelo comprimento de flexão e Rigidez a flexão foram
determinados pelo Método de ensaio D 1388, e os materiais usados foram:
Tabela 01 – Descrição dos tecidos utilizados nos ensaios
Tecido
Fibra
1
Algodão
2
Algodão
3
Algodão
4
sintética
5
sintética
6
Algodão
1
Colunas/cm
Ligação
Fios/cm Bat/cm
Tela
Tela
Sarja 3/1
Crepe
Tela
Meia malha
2
Carreiras/cm
24
23
36
33
22
131
20
12
18
25
20
182
Gramatura
(g/m2 )
117
97
262
126
170
165
Acabamen
to
Estampado
Rosa
Azul
Cinza
Azul claro
Bege
Para o cálculo do fator de cobertura obteve-se o título dos fios através do ensaio para
determinação do título de fios por pequenas amostras (ASTM 1059), mediu-se o
comprimento (c) dos corpos de prova (sem ondulações) e obteve-se a massa (m) desses
corpos de prova, calculou-se então o título em tex pela fórmula:
Ttex = (m x 1000) / c
Para determinação do diâmetro do fio, obteve-se a massa especifica da fibra (V) por
tabelas, e, usou-se a fórmula: (n = densidade, fios/cm)
d = 3,571 VTtex 10 −2
Calculou-se então a porcentagem de cobertura para a trama e urdume através de:
C% = 10 n d
Para o cálculo da porcentagem de cobertura do tecido, usou-se:
C%t = C%1 + C%2 – C%1 C%2 10-1
Tabela 02 – Fator de cobertura dos tecidos utilizados nos ensaios
% de
% de
% de
Tít. Ur.
Tecido Tít. Tr.
(tex)
(tex)
cobert. Tr.
cobert. Ur. Cobert.
1
28,0
39,64
21,8
41,97
64,97
2
26,5
23,14
24,6
42,73
55,98
3
65,1
54,39
36,0
80,90
91,29
4
17,7
41,14
24,0
63,24
78,36
5
40,0
49,48
37,4
52,63
76,07
5
Rigidez dos Tecidos
6.1-Teste da Rampa
Tabela 03 – Valores dos comprimentos de projeção (o) no sentido da trama
Lado A
Lado B
Tecidos
Extremidade 1
Extremidade 2
Extremidade 1
Extremidade 2
1
2
3
4
5,9
8,6
4,6
4,9
6,4
8,7
4,7
4,7
7,5
9,7
4,7
4,9
5,0
7,0
4,6
4,9
6,5
9,0
4,7
5,4
5,0
8,0
4,5
4,9
6,0
7,5
4,8
4,8
6,5
6,4
4,6
4,6
7,3
8,0
3,5
4,6
6,2
7,9
4,5
4,4
6,0
8,5
4,0
4,6
5,8
8,1
3,9
4,6
5,5
8,5
4,0
4,6
4,4
8,6
4,1
4,4
6,1
7,3
4,0
4,9
6,3
7,8
4,1
4,7
Tabela 04 – Valores dos comprimentos de projeção (o) no sentido do urdume
Lado A
Lado B
Tecidos
Extremidade 1
Extremidade 2
Extremidade 1
Extremidade 2
1
2
3
4
6,2
11,6
4,5
5,0
6,0
11,8
4,5
4,8
8,5
13,4
5,5
5,2
8,5
14,0
4,3
4,9
6,0
12,0
4,5
5,3
6,4
10,8
4,3
5,1
6,4
13,6
4,3
5,0
6,0
14,0
4,3
5,0
6,2
12,2
5,0
5,4
6,6
11,4
5,2
4,9
5,5
12,4
5,0
5,0
7,7
13,7
5,2
5,4
7,8
11,0
5,0
5,3
7,0
11,0
5,0
5,5
5,5
10,0
5,0
5,0
7,0
14,3
4,9
4,8
Como o comprimento de flexão é obtido pela formula c = o/2,
Cálculo de Rigidez de flexão → G = W x c3 (W=gramatura, mg/cm2 , e, c=comp.flexão,
cm)
Tabela 5 – Resultados de rigidez dos tecido
Tecido
1
2
Trama
Urd.
Trama
Média (o) (cm)
6,025 6,71
CV %
13,3 14,4
Comp.flex (c) (cm)
3,01 3,35
Rig. flexão (mg.cm) 320,4 441,7
Diferença (ur/tr) (%)
37,86
3
Urd.
Trama
4
Urd.
8,1 12,33 4,33
4,78
10,0 10,9
8,9
8,2
4,05 6,16 2,16
2,33
644,4 2267 264,0 331,4
251,8
25,53
Trama
Urd.
4,74
5,10
5,2
5,4
2,37
2,55
167,7 208,9
24,46
Gráfico 1 – Comparação entre grau de cobertura (%) e rigidez a flexão (mg.cm)
41,1
63,2
4ur
ur
tr
4-
3-
ur
tr
3-
2-
ur
tr
2-
1-
tr
1-
Tecido
54,4
80,9
23,1
42,7
39,6
42,0
Grau de cobertura
rigidez a flexão
6
Rigidez dos Tecidos
6.2-Teste da Argola
Tabela 06 – Resultado do Comprimento da volta do tecido no Teste da Argola (cm)
5
1
4
3
6
Trama Urd. Trama Urd. Trama Urd. Trama Urd. Carr.
Col.
1
9,9
9,9
10,4
8,9
9,5
9,5
10,5
10,0
2
9,5
9,9
10,2
9,3
9,2
8,9
10,4
9,8
11,6
10,9
3
9,7
9,7
9,7
8,7
9,4
9,0
9,4
9,8
4
9,8
9,8
9,6
8,9
9,5
8,8
10,0
10,0
Média
9,7
9,8
10,0
8,9
9,4
9,0
10,1
9,9
Desvio 0,171 0,096 0,386 0,252 0,141 0,311 0,499 0,115
CV%
1,76 0,97 3,87
2,81
1,50
3,44
4,95
1,17
Usando as equações da norma ASTM D 1388 (anexo), temos, para o tecido azul
sentido da trama que:
I0 = 0,1337L = 0,1337 x 25 cm = 3,3425 cm
f(b) = 32,85 (I – I0 )/I0 = 32,85 (9,7 – 3,3425)/3,3425 = 62,48º
Pela tabela 3 na mesma norma (anexo) temos que para 62º o valor de f(b) é 0,63
Então: c = I0 f(b) = 3,3425 x 0,630 = 2,08 cm
Como mencionado acima foram feitas os cálculos para as outras amostras.
Cálculo de Rigidez de flexão → G = W x c3 (W=gramatura, mg/cm2 , e, c=comp.flexão,
cm)
Tabela 07 – Resultado do comprimento de flexão e Rigidez de flexão pelo Teste da Argola
Tecido
5
1
4
3
6
Trama
Urd.
Média (cm)
9,7
9,8
Comp.flex (cm)
2,08 2,04
Gramatura(mg/cm2 ) 17,0
17,0
Rig. flexão (mg.cm) 153,0 144,3
Diferença (ur/tr)(%)
6,03
Trama
Urd.
10,0
8,9
1,95 2,49
11,7 11,7
87,1 181,4
108,3
Trama
Urd.
9,4
9,0
2,24
2,44
12,6
12,6
141,6 183,0
29,24
Trama
Urd.
10,1
9,9
1,89
1,97
26,2
26,2
176,9
200,3
13,23
Carr.
Col.
11,6
10,9
0,96
1,42
165
165
14,60 47,24
223,56
7
Rigidez dos Tecidos
Gráfico 02 – Comparação entre os resultados de rigidez de flexão realizados pelos dois
testes diferentes
Rigidez de Flexão (mg cm)
500
400
300
Teste da Rampa
Teste da Argola
200
100
0
1 - tr
1 - ur
3 - tr
3 - ur
Tecido
4 - tr
4 - ur
Rigidez dos Tecidos
8
77 –– C
CO
ON
NC
CLLU
US
SÃ
ÃO
O
Para o obtenção dos valores de rigidez foram realizados ensaios com vários tipos de
tecidos diferentes, isso para uma melhor comparação entre os tecidos e como uma maneira
didática de observar variações de rigidez no ensaio, e também para nos familiarizarmos
com os valores de rigidez, porque sabe-se que a rigidez (caimento) do tecido dependo do
uso final do tecido. Os ensaios foram realizados seguindo a norma ASTM 1388, mas, sem
a climatização necessária, a atmosfera não era controlada e nem o corpo de prova foi
deixado em atmosfera padrão antes do início do ensaio.
Os fatores que influem nesse ensaio são: ligação do tecido, composição, fator de
cobertura (titulação e densidade), condicionamento têxtil e ação humana.
Observamos que cada um dos testes, rampa e argola, pode ser feito individualmente
para determinação da rigidez do tecido, nessa experiência foram feito os dois testes nos
mesmos tecidos para uma comparação de resultados. Mesmo obtendo resultados diferentes,
podemos observar uma relação entre os resultados dos dois testes (gráfico 2), os tecidos
mais rígidos, por exemplo, ficaram mais rígidos em ambos es ensaios. Observamos que por
um mesmo ensaio podemos comparar a rigidez de diferentes tecidos perfeitamente.
Observando o coeficiente de variação dos resultados obtidos pelos dois testes,
pode-se concluir que o teste da Argola é mais preciso, há menor variação dos resultados
obtidos, isso pode ter ocorrido pelo fato de que o teste da rampa depende mais da
observação do operador, que, combinada com a falta de experiência das pessoas que
realizaram estes ensaios não resultaram em valores muito precisos.
Analisando os resultados comprovamos que o fator de cobertura do tecido tem uma
influência sobre a rigidez à flexão, mesmo sendo pequena, observamos uma correlação
(gráfico1), quanto menos a área de cobertura maior e rigidez a flexão.
O tecido 2 percebemos que é um tecido com aplicação de resina, por isso os altos
valores de rigidez (tab. 5).
Os tecidos de fibras sintéticas tem um maior caimento em relação aos tecidos de
fibra natural (algodão), como podemos observar nas tabelas 5 e 7. Convém ressaltar que os
tecidos produzidos com fios pelo sistema de rotor (Open-End) são mais rígidos que os
tecidos processados com fios pelo sistema convencional (anel).
No ensaio da argola foi realizado o ensaio com malha apenas para demonstração,
com apenas um corpo de prova, isso porque, como dito na norma, os ensaios de rigidez em
malha não são muito utilizados.
O ensaios realizados com malha obtiveram um resultado de índice de rigidez muito
baixo comparado aos outros tecido, isso mostra que a malha, que realizou-se o ensaio, tem
um caimento muito superior que os tecidos.
Rigidez dos Tecidos
9
88 –– B
BIIB
BLLIIO
OG
GR
RA
AFFIIA
A
MEHTA, Pradip, V.; An Introduction of Quality for Apparel Industry; Textile Institute;
Manchester, UK, 1985, p. 50-53
ARAÚJO, Mário de, M. de Melo e Castro; Manual de Engenharia Têxtil, Fundação
Calouste Gulbenkian; Vol. II; Lisboa – Portugal; p. 1444 - 1447.
ASTM 1996; Standard Test Methods for Stiffness of Fabrics; Designation: D 1388 – 96; p.
361 – 365.
CABEÇO, Maria Elizabete Silva; “Textília” – Avaliação de Tecidos pelo sistema Kes –F;
N° 19 – 1996; p. 32-38.
Rigidez dos Tecidos
Anexo
A
AN
NE
EX
XO
O
Norma: ASTM D 1388-96
Método Padrão de Teste para Rigidez de Tecidos
1. Objetivo
1.1 Este método de ensaio cobre a medida da propriedade de rigidez de tecidos.O
comprimento de flexão é medido e a rigidez à flexão é calculada. Dois procedimentos são
fornecidos:
1.1.1 Opção A – Teste da Rampa, empregando o princípio da flexão do tecido sobre sua
própria massa em uma rampa.
1.1.2 Opção B – Teste da Argola, empregado o princípio de uma volta em uma tira de
tecido segurado verticalmente.
1.2 Este método de ensaio é aplicado a maioria dos tecidos, incluindo tecido planos,
tecido de air bag, mantas, tecidos para dormir, malhas, etc. os tecidos podem ser crus,
altamente engomados, estampados, tratados com resinas, ou outro produto.
3. Terminologia
3.1 Definições:
3.1.1 Comprimento da Flexão – geralmente uma medida de interação entre o peso do
tecido e a rigidez do tecido como mostrado pelo caminho no qual uma flexão de tecido
abaixo do próprio peso.
3.1.2 Rigidez – resistência ao caimento.
3.1.3 Flexibilidade de rigidez – geralmente resistência a flexibilidade
4. Resumo dos Métodos de Ensaio
4.1 Opção A, Teste da Rampa – Um a tira de tecido é deslizada na posição paralela ao
seu comprimento, até que sua frente projete da beirada de uma superfície horizontal.. O
comprimento de projeção é medido quando a ponta dos corpos de prova está caído abaixo
pela sua própria massa no ponto onde o corpo de prova toca a extremidade da plataforma
feita em um ângulo de 41,5º com a horizontal. Desta medida de comprimento o
comprimento de flexibilidade e a rigidez de flexão são medidos.
4.2 Opção B, Teste da Argola – Uma tira de tecido é formada junto à argola. O
comprimento desta argola é medido quando ela está pendurada verticalmente, embaixo do
próprio peso. Deste comprimento deve ser calculado a dobra e a rígida flexibilidade.
5. Usos e Significados
5.1 Em geral estes métodos de ensaio são mais adequados para testar tecidos planos do
que para testar tecidos de malha.
5.2 O teste da rampa é o método preferido porque ele é mais simples para conduzir. Ele
é, de qualquer modo, inadequado para testar tecidos que são muito flácidos ou que tenham
uma tendência de enrolar ou torcer em uma extremidade.
5.3 Ambos métodos podem fornecer uma correlação com a avaliação subjetiva, de um
determinado tipo de tecido. Isto é, um número mais alto representa um tecido mais rígido.
6. Aparelhos
6.1 Opção A - Testador da flexão na rampa
Rigidez dos Tecidos
Anexo
6.1.1 Plataforma horizontal, com uma área mínima de 38 por 150 mm e tendo um plano
de baixa fricção, superfície plana a qual é de um metal polido ou plástico. Um nível
efervescente seria incorporada na plataforma.
6.1.1.1 Indicador, inclinado em um ângulo de 41,5º abaixo do plano da superfície da
plataforma.
6.1.1.2 Deslizante móvel, consiste de uma barra metálica que não seja menor que 25 por
150 mm por aproximadamente 3 mm de espessura e tendo uma massa de 270 g
6.2 Opção B – Teste de Argola
6.2.1 Grampo para pendurar os corpos de prova.
6.2.2 Escala apropriadamente montado para medir o comprimento dos corpos de prova.
7. Procedimentos
7.1 Fazer testes e acondicionar os corpos de prova na atmosfera padrão para testes.
7.2 Opção A – Teste da Rampa
7.2.1 Regular o aparelho na mesa ou bancada assim como na plataforma horizontal e
inclinada referente aos fios que estão no nível dos olhos. Ajustar a plataforma
horizontalmente como indicado pelo nível efervescente.
7.2.2 Colocar os corpos de prova na plataforma com o peso sobre o mesmo para que
introduza coincidentemente as extremidades.
7.2.3 Mova o corpo de prova preso com a mão de maneira suave a aproximadamente
120 mm/min até a extremidade do corpo de prova tocar o aparelho.
7.2.4 Leia e anote o comprimento de inclinação para a escala linear próximo de 0,1 cm
7.2.5 Pegue 4 leituras de cada corpo de prova, de cada lado e de cada extremidade.
7.3 Opção B – Teste da Argola
7.3.1 Coloque as 2 barras paralelas uma a outra na superfície horizontal, deste modo
seus fios internos são separados por uma distância equivalente ao comprimento da tira a ser
feito.
7.3.2 Coloque os corpos de prova no outro lado das duas barras, com a extremidade
exterior aproximadamente 5 mm do final das barras.
7.3.3 Prenda o final da tira na barra, usando pressão sensível e tome cuidado com os fios
na extremidade das barras. Aplique a tensão suficiente para corpos de prova suportarem o
esticamento, e aplique outra no final da segunda barra, similar a primeiro.
7.3.4 Inverta as barras sobre os corpos de prova e deste novo o tecido está agora no lado
de baixo de cada barra. Prenda as barras, faça girar cada barra por 270 º (a barra da mão
esquerda em sentido horário e a da mão esquerda em sentido anti-horário) e traze-lo junto
deste modo os finais dos tecidos são tocados uma outra vez. Intercale a linha de montagem
na designação do suporte adequada, desta maneira a argola está livre para pendurar
verticalmente.
7.3.5 Depois de um intervalo de 1 minuto, leia a distância próxima 2 mm do topo das
barras até a parte mais baixa argola.
7.3.6 Remova as tiras do suporte e solte a fita aderente cuidadosamente deste modo não
deturpa o tecido. Inverta sobre a tira, e junte novamente as barras como descrito.
7.4 Gramatura – Determine o peso por unidade de área do tecido.
7.5 Área do Corpo de Prova – Determine a área dos corpos de prova.
8. Cálculo
8.1 Opção A - Calcular a média das 4 leituras obtidas de todos os corpos de prova
paralelos aos fios de trama. Fazer o mesmo para aquelas cotadas paralelas aos fios de
urdume. Em alguns casos é de interesse diferenciar entre os lados do tecido pela média
daquelas leituras feitas com o lado direito para cima separadamente daquelas com o lado
Rigidez dos Tecidos
Anexo
avesso para cima. Se isto for feito, especificar a direção da dobra. Qualifique estas médias
de comprimento de projeção e expresse em centímetros.
8.2 Opção A – Teste da Rampa - Calcule o comprimento da dobra para cada direção de
teste próximo de 0,1 cm, usando a equação 1.
c = o/2
Onde c = comprimento de flexão, cm
o = comprimento de projeção, cm
8.3 Opção B, Teste da Argola – converta a leitura do comprimento da volta para
caimento usando a Tabela 2., ou calcule o comprimento de caimento usando a equação 2.
C = Io f(b)
8.4 Rigidez de Flexão – Corpos de prova Individuais – calcule a rigidez de flexão para
cada direção testada em três dígitos, usando a equação 3.
G = W x c3
Onde W = peso por unidade de área, mg/cm2 .
Tabela 2 - Comprimentos de flexão
Comprimento
Comprimento de Dobra
da Argola (cm) Tira de15 cm Tira de20 cm Tira de 25 cm
4.0
2.19
...
...
4.2
2.07
...
...
4.4
1.99
...
...
4.6
1.86
3.44
5.43
4.8
1.76
3.30
5.16
5.0
1.65
3.17
4.91
5.2
1.56
3.03
4.71
5.4
1.45
2.90
4.53
5.6
1.35
2.80
4.36
5.8
1.25
2.67
4.20
6.0
1.14
2.57
4.06
6.2
1.04
2.47
3.92
6.4
0.93
2.37
3.80
6.6
0.81
2.26
3.67
6.8
0.69
2.16
3.56
7.0
0.53
2.06
3.45
7.2
...
1.96
3.34
7.4
...
1.86
3.21
7.6
...
1.66
3.12
7.8
...
...
3.02
8.0
...
...
2.91
8.2
...
...
2.82
8.4
...
...
2.72
9. Relatório
9.1 Anote as seguintes informações para cada amostra
9.1.1 Opção usada, teste de rampa ou de argola.
9.1.2 Comprimento de flexão para cada direção testada.
9.1.3 Rigidez de flexão para cada direção testada.
9.1.4 Número de corpos de prova testados para cada direção.
9.1.5 Relate 3 testes significantes da rígida flexibilidade no sentido da trama e no
Rigidez dos Tecidos
Tabela 3 - tabela f(θ)
0
1
θ
0
...
3,855
10
1,774
1,716
20
1,372
1,345
30
1,144
1,126
40
0,970
0,954
50
0,813
0,799
60
0,661
0,645
70
0,499
0,482
80
0,313
0,291
Anexo
2
3,059
1,663
1,319
1,107
0,933
0,784
0,630
0,465
0,269
3
2,671
1,616
1,294
1,089
0,922
0,768
0,614
0,447
0,246
4
2,425
1,573
1,271
1,071
0,906
0,753
0,598
0,429
0,222
5
2,250
1,533
1,248
1,054
0,891
0,738
0,582
0,411
0,197
6
2,115
1,496
1,226
1,037
0,875
0,722
0,566
0,392
0,170
7
2,007
1,462
1,205
1,022
0,860
0,707
0,549
0,373
0,140
8
1,917
1,430
1,186
1,003
0,845
0,692
0,533
0,354
0,107
9
1,841
1,400
1,164
0,986
0,829
0,676
0,516
0,333
0,067
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