PATOLOGIA DA PRÓSTATA
Nathália Moura da Silva Guércio
Residente da Patologia do HU/UFJF
12/08/2013
Objetivos
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Prostatites
Hiperplasia nodular prostática
Neoplasias
Anatomia
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-
20 a 30gr
Órgão retroperitoneal
Zonas:
Periférica
Central
Transicional
Estroma fibromuscular anterior
Histologia
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Glândulas (ductos e ácinos) com superfície luminal ondulada e
projeções papilares, revestidas por 2 camadas de células:
Camada de células colunares secretoras/células neuroendócrinas
Camada basal: epitélio cubóide baixo
Estroma fibromuscular abundante
Influência hormonal: andrógenos testiculares
PROSTATITES
Inflamação
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Prostatite bacteriana aguda
Bacilos Gram negativos (E. coli), Enterococos, Estafilococos (ITU)
Refluxo intraprostático de urina
Via linfohematogênica (foco infeccioso distante)
Pós-manipulação cirúrgica da uretra ou da próstata:
cateterização, cistoscopia, dilatação uretral ou ressecção
prostática
Febre, calafrios e disúria; urocultura positiva
Toque retal: próstata anormalmente aumentada, macia e
dolorosa.
Inflamação
Prostatite bacteriana aguda
Microscopia:
- Infiltrado neutrofílico, microabscessos, necrose, debris celulares,
edema e congestão do estroma.
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Inflamação
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Prostatite bacteriana crônica
Diagnóstico difícil
Assintomática ou dor lombar baixa, disúria e desconforto
perineal e suprapúbico
Infecções urinárias recorrentes (cistite, uretrite)
Etiologia: igual à prostatite aguda
Ausência de ataque agudo
Secreção prostática: leucocitose e cultura positiva
Inflamação
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Prostatite abacteriana crônica
Forma mais comum
Clinicamente indistinguível da PBC
Ausência de história de infecção recorrente do trato urinário
Secreção prostática: leucocitose, porém cultura negativa
Inflamação
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Prostatite granulomatosa específica
Instilação intravesical do bacilo de Calmette-Guérin (BCG) no
tratamento do câncer vesical: linhagem tuberculosa atenuada
Fúngica: imunocomprometidos
Inflamação
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Prostatite granulomatosa inespecífica
Ruptura de ductos e ácinos prostáticos
Ausência de bactérias
Aumento do PSA e próstata pétrea ou com nodularidade ao TR
Hiperplasia Nodular Prostática
Hiperplasia Nodular Prostática
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>50a
Hiperplasia do estroma e do epitélio prostáticos
Origem: zona de transição
Estreitamento e obstrução do canal uretral
Incidência:
90%
70%
• 60 anos
20%
• 40 anos
• 80
anos
Hiperplasia Nodular Prostática
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Etiologia e patogênese
Testosterona
Diidrotestosterona (DHT)
Enzima 5α – redutase tipo 2
Receptores nucleares de
androgênios
Transcrição de fatores de
crescimento epitelial e estromal
Contração do músculo liso uretral
(receptor adrenérgico α 1)
Hiperplasia Nodular Prostática
Macroscopia
- 60 a 100gr
- Nódulos
grandes, relativamente
nítidos, na região periuretral
- Não encapsulado
- Coloração e consistência variadas:
Tecido rosa-amarelado, consistência
macia, líquido leitoso = proliferação
glandular
Tecido cinza pálido, menos demarcado,
sem exsudação de líquido =
predomínio estroma fibromuscular
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Hiperplasia Nodular Prostática
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Microscopia
Nódulos puramente estromais fibromusculares até nódulos
fibroepiteliais com predomínio glandular
Hiperplasia Nodular Prostática
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-
Microscopia
Glândulas pequenas, proliferadas e cisticamente dilatadas,
revestidas por dupla camada
Focos de metaplasia escamosa reativa: infartos prostáticos
Hiperplasia Nodular Prostática
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-
Biópsia por agulha fina
Amostra limitada
Não colhe a zona de transição
Hiperplasia Nodular Prostática
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Clínica
Retenção de
urina
Compressão da
uretra
Distensão e
hipertrofia da
bexiga
ITU
Divertículos
Dificuldade à
micção
Frequência,
nictúria,
dificuldade em
iniciar e terminar
a corrente de
urina,
gotejamento e
disúria
Hiperplasia Nodular Prostática
Hiperplasia Nodular Prostática

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-
Tratamento
Mudanças comportamentais
α bloqueadores: inibição dos receptores adrenérgicos α1.
Reduz o tônus do músculo liso da uretra.
Inibidores DHT: fitoterapia (eficácia não documentada)
Ressecção transuretral (RTU)
USG focada de alta intensidade, terapia por laser,
hipertermia, eletrovaporização transuretral, stents intrauretrais e ablação transuretral por agulha
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
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Neoplasia maligna mais comum em homens
2a maior causa de morte por neoplasia
>50a
Afro-americanos
Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/tabelaestados.asp?UF=BR
Adenocarcinoma da próstata
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Comportamento biológico
CARCINOMA HISTOLÓGICO
Idade
História familiar
Raça
Fatores ambientais
Alimentação
10%
CARCINOMA CLÍNICO
CARCINOMA LATENTE
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Clínica
Carcinoma histológico: achado incidental à autópsia ou RTU por
HNP. Seguimento clínico.
Carcinoma clínico:
- Localizado: assintomático. Nódulo suspeito ao TR ou PSA.
- Avançado: sintomas urinários
Dificuldade em iniciar ou interromper a corrente de urina,
disúria, frequência ou hematúria
- Metastatizante: achado de metástases ósseas osteoblásticas é
praticamente diagnóstico do carcinoma de próstata.
Prognóstico fatal.
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Adenocarcinoma da próstata
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Propedêutica:
Triagem: 40 a 45a
Toque retal: localização posterior. Baixa sensibilidade e
especificidade.
Ultrassonografia transretal (USTR): baixa sensibilidade e
especificidade. Guia para biópsia por agulha.
Biópsia por agulha (transperineal ou transretal).
Adenocarcinoma da próstata
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-
Propedêutica:
TC e RNM: pouca sensibilidade
para detectar comprometimento
linfonodal.
Linfadenectomia pélvica
Cintilografia
óssea:
alta
sensibilidade para detectar
metástases ósseas.
Adenocarcinoma da próstata
Propedêutica:
Antígeno prostático específico (PSA) plasmático:
- Produzido pelo epitélio prostático e secretado no sêmen
- Órgão-específico
- Não é câncer-específico: HNP, prostatite, infarto, instrumentação
da próstata, ejaculação*, exercícios*.
- Utilidade:
Detecção do câncer de próstata
Avaliação da resposta à terapia
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Adenocarcinoma da próstata
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-
Propedêutica:
Ponto de corte: 4ng/ml
20 a 40% dos pacientes com CA próstata confinado ao órgão
apresentam PSA ≤4,0ng/ml!
Densidade do PSA: razão entre o valor plasmático do PSA e o
volume da glândula prostática
Valores de referência ajustados para a idade
PSA livre/total
Taxa de alteração ou velocidade do PSA
Imunoistoquímica: CA metastático
Adenocarcinoma da próstata
Propedêutica:
Indicação de biópsia (FCM-UNICAMP 2013):
- Toque retal alterado ou PSA>10ng/ml
- PSA entre 4 e 10ng/ml: dosar PSA livre/total
Se ≥0,20: seguimento (PSA 6/6m)
Se <0,20: biópsia
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Adenocarcinoma da próstata
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Neoplasia intraepitelial prostática (NIP)
Frequentemente associada com presença concomitante de
carcinoma
Não é uma fase pré-invasiva (“Carcinoma in situ”): falta de
conhecimento em relação a história natural
Adenocarcinoma da próstata

-
-
Neoplasia intraepitelial prostática (NIP)
Predomínio na zona periférica
Frequência mais elevada e maior extensão de PIN de alto grau
em próstatas com carcinoma
Alterações moleculares e genéticas em comum com o carcinoma
Adenocarcinoma da próstata
Neoplasia intraepitelial prostática (NIP)
 Proliferação de células da camada luminal com atipias
nucleares (=ADC), sem alterações arquiteturais e com
presença de camada de células basais (≠ADC)
 Grau histológico: 1 (baixo grau), 2 ou 3 (alto grau)
Adenocarcinoma da próstata

-
Macroscopia
Zona periférica, localização posterior (palpável ao TR)
Tecido neoplásico é áspero e firme
Difícil visualização, mais aparente à palpação
Adenocarcinoma da próstata

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-
-
Macroscopia
Disseminação direta (extensão local):
vesículas seminais, base da bexiga
Disseminação hematogênica: esqueleto
axial (metástases osteoblásticas)
Disseminação linfática: linfonodos
obturadores, perivesicais, hipogástricos,
ilíacos, pré-sacrais e paraórticos
Adenocarcinoma da próstata

1.
2.
3.
Microscopia
Critérios diagnósticos:
Desarranjo arquitetural
(com ou sem infiltração)
Atipias nucleares
Ausência de células basais
Outros critérios: invasão perineural, micronódulos colágenos,
arranjo glomerulóide
Adenocarcinoma da próstata
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Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata

Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata


-
-
Graduação histológica de Gleason
Marcador prognóstico
Aspectos arquiteturais
Considera o padrão predominante
(primário) e o secundário de acordo
com a extensão (não pelo pior
padrão)
Graus 1 a 5
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
Adenocarcinoma da próstata
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-


-
-
Prostatectomia radical:
CA clinicamente localizado
Perda sanguínea intra-operatória, impotência e incontinência
pós-operatórias
Braquiterapia (Radioterapia externa ou intersticial):
CA avançado localmente
Terapia hormonal (anti-androgênica)
CA avançado mestastático
Orquiectomia ou administração de agonistas sintéticos do
hormônio liberador do hormônio luteinizante
Surgimento de clones insensíveis à testosterona
Outras neoplasias
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-


-
Neoplasias mesenquimatosas:
Rabdomiossarcoma (crianças)
Leiomiossarcoma (adultos)
Sarcoma estromático (origina-se do estroma especializado
hormônio-responsivo da próstata)
STUMP: tumor estromal de potencial maligno incerto
Outros:
Tumor fibroso solitário
Tumor miofibroblástico inflamatório
GIST
Dúvidas?
Referências bibiliográficas
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Robbins and Cotran Pathologic Basis Disease, 8th Ed, 2010.
Mills, Stacey E. Sternberg's Diagnostic Surgical Pathology. 5ª
Ed, 2010.
Mills, Stacey E. Histology for Pathologists. 3ª Ed, 2007.
Classificação TNM – Instituto Nacional de Câncer. Disponível
em: http://www.inca.gov.br/tratamento/tnm/index.asp
Departamento de Anatomia Patológica, Universidade Estadual
de Campinas (FCM-UNICAMP).
Disponível em: http://anatpat.unicamp.br/
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