Notas de aula --- Parte II FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS Escritas pelo Professor Wilson Canesin Utilizada na disciplina Matemática C para o curso de Ciências Aeronáuticas da Universidade Braz Cubas Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1- FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS Em muitas situações práticas, o valor de uma certa quantidade, depende dos valores de duas outras ou de três outras. Então, é usual representar estas relações como funções de várias variáveis. Por exemplo, numa fábrica, uma quantidade chamada de produção (P), depende do número de homens-hora (L) e do número de máquinas (K) , usadas para produzir algum produto. A representação funcional dessa relação é P = f( L, K) O mesmo variáveis. conceito se estende para qualquer número de 1.2 – Funções de duas variáveis Seja D um subconjunto (região) do espaço R2 (plano) . Chamase função f de D toda relação que associa, a cada par (x,y) ε D, um único número real, representado por f(x,y). O conjunto D é o domínio da função. z Assim, f(x,y) D é o domínio da função em R2 , f é a função y f(x,y) é o valor da função calculado em (x,y). x z (x,y) D Exemplos de valores de função de 2 variáveis: Ex.1se f(x,y) = x2 + 2y , então f(2,3) = 22 +2.3 = 10 f(1,2) = (3.1+23)1/2 = 3,32 Ex.2f(x,y) = (3x+y3)1/2 Domínio das funções de duas variáveis O domínio dessas funções segue as mesmas regras do domínio de funções de uma variável, ou seja, o domínio é a região D ε R2 , tal que os valores calculados da função,para todo (x,y) ε D resultem em valores finitos e reais para f(x,y). Ex.1- Achar o domínio da função f(x,y) = y − x A condição de existência dessa função é y-x ≥0 (real) , portanto o seu domínio é D ={ (x,y) ε R2 / y - x ≥ 0 }. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 18 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva x2 Ex.2 – Ache o domínio da função f(x,y) = , a função é finita 2x − y quando 2x-y≠ 0. Assim, domínio D ε (xy) é o conjunto de pontos, tais que, z D D ={ (x,y) ε R2 / y ≠ 2x }. x y D z x2 Ex.3 - Ache o domínio da função f(x,y) = , a função é finita 3x − y quando 3x - y > 0. O domínio é o conjunto de pontos, tais que, D ={ (x,y) ε R2 / 3x - y > 0 }. 1.3 - Gráfico de uma função de 2 variáveis Já vimos que para as funções de uma variável, o gráfico é no plano x,y e y=f(x). Para funções de 2 variáveis o gráfico é em R3 e z = f(x,y). Uma função de 2 variáveis sempre gera uma superfície no espaço R3. Z Y A superfície é obtida para cada par x,y , fixando um valor de x e variando y, em seguida fixa um 2o valor de x e varia y , depois fixa um 3o x e varia y ,etc., até variar x e y em todo o domínio. X Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica X 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 ... Y 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 ... 19 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Exemplos de funções de 2 variáveis: Z Ex.1 – A função é z = f(x,y) = 5 5 A superfície é um plano infinito, paralelo a x,y e passando por z=5 Y X Ex.2 - A função é z = f(x,y) = 6 – 2 x + 3 y . Esta função pode ser escrita na forma 2x – 3y + z = 6 que é a equação de um plano. Para achar os pontos onde este plano intercepta os eixos, é so fazer : Z a) x =0 e y =0 → z = 6 b) x =0 e z = 0 → y = 2 c) y =0 e z = 0 → x = 3 (0,0,6) Portanto, o gráfico de f no plano é ⇒ X (0,2,0) (3,0,0) Y Ex. 4 - A função é Ex.3 – A função é z = f(x,y) = x2 + y2 z = f(x,y) = 1 − x − y 2 Z 2 Z A superfície é um parabolóide de revolução. A superfície gerada é uma semi-esfera de centro na origem. Y Y X X Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 20 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.4 – Limite e Continuidade de Funções de 2 Variáveis O limite da função f(x,y), quando (x,y) tende para um valor (x0,y0), é o número L (se existir) e é representado por lim f ( x, y ) = L ( x, y ) → ( x 0 , y 0 ) Se o limite existir (resultar em um valor finito e real) no ponto (x0 , y0), dizemos que a função é contínua neste ponto. Caso contrário a função será descontínua no ponto. O mesmo é válido para um intervalo, isto é, a função é contínua num intervalo quando o limite existe em todos seus pontos desse intervalo. Em geral é fácil verificar a continuidade das funções, por simples inspeção da mesma. Nas funções abaixo o limite existirá sempre,com exceção nas restrições. Ex. 1 f(x,y) = x2 + y2 – xy , é contínua para todo par x,y Ex.2 f(x,y) = x3y2 –xy + y3 + 6, Ex.3 x2 + y2 f(x,y) = x y −1 contínua ∀ x , y é contínua ∀ x.y ≠ 1 ou y ≠ 1/x y D X Ex. 4 f(x,y) = x+ y x− y é contínua se y ∀x≠ y y=x D X Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 21 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva é contínua ∀x,y tal que x - y > 0 Ex.5 f(x,y) = ln(x-y) ou y > x y y>x x Ex.6 f(x,y) = 1 − x 2 − y 2 é contínua se 1-x2-y2 ≥ 0 ,ou x2+y2 ≤ 1 y D x O domínio é uma circunferência de centro na origem e de raio r ≤ 1 Ex.7 f(x,y) = y − 1 / x a função é contínua se y – 1/x ≥ 0 , y ≥ 1/x Que resulta no gráfico: y x Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 22 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.5 – Derivadas de Funções de 2 Variáveis A definição de derivada parcial de uma função de 2 variáveis é a mesma que a de funções de uma variável. A única diferença aqui é que , como se tem duas variáveis , uma delas deve ser mantida fixa enquanto se dá acréscimos para a outra. Assim, seja a função f(x,y) , sua derivada em relação a x é ∆f = f ( x + ∆x , y ) − f ( x , y ) f ( x + ∆x, y ) − f ( x , y ) ∆f = ∆x ∆x lim ∆x→0 ∆f ∆x = incremento da função taxa de variação da função ∂ f = f x ( x, y ) ∂ x Derivada parcial em x Analogamente , se mantivermos agora o valor de x constante a derivada parcial em relação a y é l i m ∆f ∆y → 0 ∆x = ∂ f = f y ( x, y ) ∂y Derivada parcial em y 1.6 – Interpretação geométrica da derivada parcial Nas funções de uma variável, a derivada mede a inclinação da reta tangente à curva no ponto dado. Nas funções do tipo f(x,y) de duas variáveis, a derivada em relação a x, mede a inclinação da reta tangente à superfície, no ponto dado (x0 ,y0,z0) e numa seção paralela ao eixo x, com y constante, e numa seção paralela a y e com x constante. z Assim, tanα = fx(x0,y0) = ∂ f / ∂x y0 x0 x β y tanβ = fy(x0,y0) = ∂ f / ∂y α Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 23 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva TABELA DE DERIVADAS (adaptada p/derivadas parciais) Número Função f = f(x,y) Derivada 1 f=k 2 f= x 3 f = un 4 f = n um Ds n u m = m us nu 5 f = ln u Ds ln u = us u 6 f = lga u Ds lga u = us u ln a 7 f = au Ds au = au lna us 8 f = eu D s e u = eu u s 9 f =uv fs = v us + u vs 10 f=u/v 11 f = senu fs = cosu .us 12 f = cosu fs = -senu .us 13 f = tanu fs = sec2u .us 14 f = secu fs = secu.tanu.us 15 f = cscu fs = -cscu.cotu.us 16 f = cotu fs = -cotu.cscu.us ( k = constante) ou f=y ; u = f(x,y) fs = ∂f/∂s , s = x,y fs = 0 (derivada de 1 const.) fs = 1 s = x ou y Ds un = n un-1 us , us=∂u/∂(x,y) n um 2 , us=∂u/∂(x,y) fs =(v us – u vs ) / v Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 24 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.6.1- A técnica de Derivadas Parciais A derivada parcial em relação a "x" , considera y como constante, enquanto que a derivada parcial em relação na "y" considera x como constante. fx = ∂ f / ∂ x → y=constante fy = ∂ f / ∂ y → x=constante Ex.1- Derivar a função f(x,y) =3 x3y2 fx = ∂ (3x3y2) / ∂ x = 9x2y2 fy = ∂ (3x3y2) / ∂ y = 6x3y Ex.2 - Derivar a função f(x,y) = x2 + y2 fx = ∂ ( x2 + y2) / ∂ x = 2x fy = ∂ (x2 + y2) / ∂ y = 2y Ex.3 - Derivar a função f(x,y) =x /( x2 + y2 ) f=u/v , u =x e v = x 2 + y2 fs = [ v us – u vs ]/v2 fx =[(x2 + y2).1 – x. 2x]/( x2 + y2)2 = (y2-x2)/(x2 + y2)2 fy =[(x2 + y2).0 – x. 2y]/( x2 + y2)2 = -2xy/(x2 + y2)2 Ex.4 – Calcular a inclinação da reta tangente à interseção da superfície z = 4 x2 y -xy3 , com o plano y=2 no ponto (3,2 ,48). Solução: Para derivar em relação a x, mantém y constante. ∂z ∂ ∂ = (4 x 2 y ) − (x y3 ) = 8 x y − y 3 ∂x ∂x ∂x mas no ponto x=3 e y=2 , tem-se tanα = ∂ f -1 (3,2) = 40 ⇒ α = tan (40) = 88,57° ∂x Ex. 6 – Calcular a inclinação da tangente à interseção da superfície z = x3 + y2 +2xy, com plano y = 1 no ponto (1,1,4). Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 25 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva ∂ f = 3x2 + 2y ∂x ∂ f -1 tanα = (1,1) = 5 ⇒ α = tan (5) = 78,69° ∂x Ex. 7 – Achar as derivadas parciais da função f(x,y) =( x2 + y3).senx ∂ ∂ ∂ ∂ f ∂ (u.v) ∂v ∂u = = = 2x.senx + ( x2 + y3).cosx .v + u. x ∂x ∂x ∂x f ∂ (u.v) ∂v ∂u = = = 3y2.senx + ( x2 + y3).0 = 3y2.senx .v + u. y ∂y ∂y ∂y 1.7 – Diferencial total de uma função de 2 ou mais variáveis A condição para que uma função seja diferenciável é que suas derivadas parciais existam. Assim, dada a função z = f(x,y) , sua diferencial total é : ∂ f ∂ f dz= dx + dy ∂x ∂y Ex.1 diferenciar a função z = 3x3y2 – 2xy3 +xy –1 ∂ f = 9x2y2 – 2y3 +y ∂x e ∂ f = 6x3y – 6xy2 + x ∂y assim, a diferencial da função é df = (9x2y2 – 2y3 +y ) dx + (6x3y – 6xy2 + x) dy A função de várias variáveis é diferenciável se suas derivadas parciais forem contínuas. A diferencial de uma função F(x1,x2,...xn) de n variáveis é: ∂F ∂F ∂F dF = dx1 + dx2 +......+ dx n = ∂x1 ∂x 2 ∂x n Ex.2-Calcule a diferencial da função n ∂F ∑ ∂x i =1 dxi i F(x,y,z) =2x+3xy-2zy Fx = 2+3y ; Fy = 3x-2z ; Fz = -2y Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 26 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva dF = (2+3y) dx +(3x-2z)dy –2ydz 1.8 – Derivada de funções compostas Seja a função f(x,y) onde por sua vez x = x(t) e y = y(t) . A derivada desta função em relação a “t” é d f ∂ f d x = dt ∂x dt + ∂ f d y ∂y dt Ex.1 Calcular a derivada da função F(x,y) = x2 + 3y –5 , onde x(t) = et e y(t) = t3 . a) A função pode ser posta em função de t , F(t) = e2t +3t3 – 5 E a derivada dF/dt = 2 e2t + 9t2 b) Calcula-se pelas derivadas parciais ∂ f = 2x ; ∂x ∂ f =3; ∂y d x t =e ; dt d y 2 = 3t dt Assim dF = 2x.et + 3.3t2 = 2 et + 9t2 dt Se a função tiver mais de 2 variáveis, f(x1,x2,...xn), onde x1(t), x2(t),...xn(t) , são funções de t, então a sua derivada em relação a “t” é dada pela regra da cadeia n ∂ f d xi df ∂ f d xn ∂ f d x1 ∂ f d x 2 =∑ + ... + + = dt i =1 ∂ x d t ∂ xn d t ∂ x1 d t ∂ x 2 d t Ex.2– Dada a função f(x,y,z) = 2x+3y-2z , onde x=sent, y=et e z =t2 fx = 2 , fy = 3 , fx = -2 , dx/dt =cost ; dy/dt =et ; dz/dt = 2t d f = 2. cos t + 3.e t − 4t dt Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 27 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Exercícios propostos: achar as derivadas df/dt 1) f(x,y,z) =x+x2y+3xyz , com x=sent ; y= cost e z= t3 2) f(x,y,z) =ex+y+z , com x=t2 ; y= t3 e z = t-1 3) f(x,y,z) =x2y+3yz2 , com x=1/ t ; y= 1/ t2 e z =1/ t3 1.9 – Derivada de uma função implícita de 2 ou mais variáveis Uma função está na forma implícita, quando não está resolvida para uma variável específica. As funções resolvidas para uma variável são chamadas de explícitas. Exemplo, y = f(x), z = f(x,y) . Na forma implícita seria f(x,y)=0, f(x,y,z) =0, etc. A derivada de uma função implícita do tipo f(x,y)=0, em relação a x é ∂f dx ∂f dy + =0 ∂x dx ∂y dx ou, dy dx ∂f ∂f dy + =0 ∂x ∂y dx → = − ∂ ∂ ∂ ∂ f x f y = − f f x y Ex.1 – Derivar a função f(x,y) = 2x2 + 5y3 + 2 =0 usado, diretamente a fórmula acima, ∂f dy 4x = − ∂x = − f ∂ dx 15 y 2 ∂y Ex.2 – Derivar a função f(x,y) = 4y2 – 6xy = 0 ∂f dy 6y = − ∂x = ∂f dx 8 y − 6x ∂y Para mais de 2 variáveis, F(x,y,z) = 0 . Fazendo u = f (x,y,z) e diferenciando, e após algumas considerações teremos Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 28 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva f ∂z ∂ f ∂x =− x =− ∂ f ∂z fz ∂x fy ∂z ∂ f ∂y =− =− ∂y ∂ f ∂z fz e Ex.3 - Achar as derivadas ∂ z ∂ x e ∂ z ∂ y , da função x2+y3- z=0. Solução; ∂z ∂ f ∂ x − 2x =− = 2x = ∂x ∂ f ∂z −1 ∂z ∂ f ∂ y − 3x 2 =− = 3y2 = ∂y ∂ f ∂z −1 Exercícios propostos: Derivar as funções implícitas e achar ∂ z ∂ x e ∂ z ∂ y , nas expressões abaixo 1) 2 x3- 4 y2 – 6 z = 0 2) x2 + xy2 + xyz3 –3 =0 1.10 – Derivadas parciais de segunda ordem Se f é uma função de duas variáveis x e y, suas derivadas parciais são fx =∂f /∂x e fy = ∂f /∂y . Se derivarmos essas derivadas mais uma vez, obteremos as derivadas parciais de segunda ordem, que são representadas por f xx = ∂2 f ∂ x2 , f xy = ∂2 f ∂2 f ∂2 f , f yx = , f yy = ∂ x ∂y ∂ y ∂x ∂ y ∂x Quando a função e suas derivadas são contínuas, as derivadas cruzadas são iguais , ou seja fxy = fyx . Ex.1 – Calcular as derivadas de f(x,y) = 4x2 +3y2 – 6xy fx =∂f /∂x = 8x – 6y e fy = ∂f /∂y = 6y – 6x Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 29 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva f xx = f xy ∂2 f =8 ; ∂ x2 f yx = ; ∂2 f = = -6 ∂ x ∂y ; f yy ∂2 f = -6 ∂ y ∂x ∂2 f = = -6 ∂ y ∂x EX.2 - Calcular as derivadas de f(x,y) = e2x+5y fy = ∂f /∂y = 5e2x+5y fx =∂f /∂x = 2e2x+5y f xx f xy ∂2 f = = 4e2x+5y 2 ∂x ; f yx ∂2 f = = 10e2x+5y ; ∂ x ∂y ∂2 f = = 10e2x+5y ∂ y ∂x f yy ∂2 f = = 25e2x+5y ∂ y ∂x Note que fxy = fyx EX.3 - Calcular as derivadas de f(x,y) = ln(x2+y2) fx =∂f /∂x = f xx = 2x x + y2 2 ∂2 f V . U x − U . Vx = 2 ∂x V2 f xy = 2y U = 2 V x +y fy = ∂f /∂y = ; = 2( y 2 − x 2 ) (x2 + y 2 )2 V . U y − U . Vy ∂2 f − 4 xy = = 2 2 2 2 ∂ x ∂y (x + y ) V 2 ; f yx = ∂2 f − 4 xy = 2 2 2 ∂ y ∂x (x + y ) ; f yy = ∂2 f 2( x 2 − y 2 ) = ∂ y ∂x (x2 + y 2 )2 Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 30 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.11 – Derivadas Parciais de Funções de Várias Variáveis As derivadas parciais têm a mesma definição já vista para 2 variáveis e são representadas da mesma forma. Exemplos: 1) f(x,y,z) = x2 + y3 +z2x fx = 2x+z2 ; 2) fy = 3y2 ; fz = 2zx f(x,y,z,t) = ln( 2x + 3y - z2 + t2 ) 2 2x + 3y − z 2 + t 2 − 2z fz = 2x + 3y − z 2 + t 2 fx = ; 3 2x + 3 y − z 2 + t 2 2t ; ft = 2x + 3y − z 2 + t 2 fy = Exercícios propostos - Derivar as funções: 1) f(x,y,z) = 3x+5y-6z 2) f(x,y,z) = 2xy+2xz+3yz x+ y 3) f(x,y,z) = x−z 4) 5) 6) 7) f(x,y,z) = xyz f(x,y,z) = (x2+2y-3z)3 f(x,y,z,t) = 2x-3zt f(x,y,z,t) =ln(3x2+5y2-zt3) 1.12 – Derivadas de Ordem Superior Seja a função f de n variáveis x,y,z,...r,s,t . As suas derivadas de ordem superior são calculadas a partir de suas primeiras derivadas. fx ,fy,...fr,fs,ft , ou seja fxx ,fxy,...fxt ; fyx,fyy,...,fys,fyt , etc. Ex.1 – f(x,y,z) = x2 + 4xy2 – 3y2z3 fx = 2x + 4y2 ; fxx =2 ; fy = 8xy – 6yz3 ; fyx = 8y ; fxy = 8y ; fxz = 0 fyy= 8x – 6 z3 ; fyz =-18yz2 fz = -9y2z2 ; fzx = 0 ; fzy = -18yz2 ; fzz = -18y2 z Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 31 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Ex.2 – Calcule as derivadas de ordem superior da função : f(x,y,z) = ln(xy2z3) .Lembrando que Ds lnu = us /u e Dsun =unn-1us fx = y2z3 / xy2z3 =1/x ; fxx = fxy = 0 ; fxz = 0 fy = 2xyz3/xy2z3 = 2 / y ; fyz = ∂ −1 -2 2 ( x ) = -1.x = -1/x ∂x fyx = 0 ; fyy = ∂ -2 2 (2 y −1 ) = -2y = -2 / y ∂y ∂ (2 y −1 ) = 0 ∂z fz = 3xy2z2 / xy2z3 = 3 / z ; fzx = 0 ; fzy = 0 ; fzz = -3 /z2 EXERCÍCIOS -Derivar as funções a seguir (c/respostas) 1) f(x,y,z)=2xy+3xz+4yz 2) f(x,y,z) = x+ y y−z Resp. fx =2y+3z , fy = 2x+4z , fz=3x+4y fxx=0 ; fxy=2 ; fxz=3 fyx=2 ; fyy=0 ; fyz=4 fzx=3 ; fzy=4 ; fzz = 0 ; fx= 1/(y-z) ; fy=-(z+x)/(y-z)2 ; fz=(x+y)/(y-z)2 fxx=0 ; fxy=-1/(y-z)2 ; fxz=1/(y-z)2 ;fyx=-1/(y-z)2 ; fyy=2(z+x)/(y-z)3 ; fyz=(2x+y-z)/(y-z)3; fzx=1/((y-z)2 ; fzy = fyz ; fzz =2(x+y)/(y-z)3 3) f(x,y,z)=(x+2y+3z)3 ;fx=3(x+2y+3z)2 ; fy=6(x+2y+3z)2 ;fz=3(x+2y+3z)2 ;fxx= 6(x+2y+3z) ; fxy= 12(x+2y+3z) ; fxz= 18(x+2y+3z) fyx= 12(x+2y+3z) ;fyy=24(x+2y+3z) ; fyz= 36(x+2y+3z) ; fzx= 6(x+2y+3z) ; fzy= 12(x+2y+3z) ; fzz= 18(x+2y+3z) . 4) f(x,y,z)= xyz =(xyz)1/2 ; fx=(1/2).yz(xyz)-1/2 ; fy=(1/2).xz(xyz)-1/2 fz =(1/2).yx(xyz)-1/2 ; fxx=(-1/4)(yz)2(xyz)-1/2 ; fxy= (1/2)z(xyz)-1/2-(1/4)(yz)2(xyz)-1/2; fxz=(1/2)y(xyz)-1/2-(1/4)(yz)2(xyz)-1/2 ; fyx=(1/2)z(xyz)-1/2-(1/4)(xz)2(xyz)-1/2 ;fyz= (1/2)x(xyz)-1/2-(1/4)(xz)2(xyz)-1/2 ; Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 32 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva fzx=(1/2)y(xyz)-1/2-(1/4)(yx)2(xyz)-1/2;fzy= (1/2)x(xyz)-1/2-(1/4)(yx)2(xyz)-1/2 ; fzz=(1/2)(yx)2(xyz)-1/2 . 5) f(x,y,z,t) = ln(2x2+y2-zt2) ; fx=4x/(2x2+y2-zt2) ; fy=2y/(2x2+y2-zt2) fz= -t2 /(2x2+y2-zt2) ; ft=-2zt/(2x2+y2-zt2) ;fxx=4(y2-zt2)/( (2x2+y2-zt2)2; fxy=-8xy/( (2x2+y2-zt2)2 ; fxz=4xt2/( (2x2+y2-zt2)2 ; fyx=-8xy/(2x2+y2-zt2)2; fyy=(4x2-2y2-2zt2)/(2x2+y2-zt2)2 ; fyz=2yt2/(2x2+y2-zt2)2; fzx=4xt2/( (2x2+y2-zt2)2 ; fzy= 2yt2/(2x2+y2-zt2)2 ; fzz=-t4/(2x2+y2-zt2)2 6) f(x,y,z) = sen(x2+xy+yz2) ; fx = -(2x+y)cos(x2+xy+yz2) ; fy=-(x+z2)cos(x2+xy+yz2) ; fz=-2yzcos(x2+xy+yz2); fxx = -2.cos(x2+xy+yz2)+(2x+y)2sen(x2+xy+yz2) fxy = -cos(x2+xy+yz2)+(2x+y)(x+z2)sen(x2+xy+yz2) fxz = 2yz(2x+y)sen(x2+xy+yz2) ; fyy= (x+z2)2sen(x2+xy+yz2) fyx = fxy ; fyz = -2zcos(x2+xy+yz2)+2yz(x+z2)sen(x2+xy+yz2) ; fzx=fxz ; fzy =fyz ; fzz =-2ycos(x2+xy+yz2)+(2yz)2sen(x2+xy+yz2) x 7) f(x,y,z) = e fxx=2 e x2 + y2 + z3 2 + y2 + z3 +4x2 e fyx=fxy ; fyy=2 e ; fx=2x e x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 ; fxy=4xy e + 4y2 e fzx=fxz ; fzy=fyz ; fzz = 6z e x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 ; fy=2y e x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 ; fxz=6xz2 e ; fyz= 6yz2 e +9z4 e ; fz=3z2 e x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 x2 + y2 + z3 Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 33 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.13 – Máximos e mínimos para funções de duas variáveis Uma importante aplicação do estudo de derivadas parciais, é a da otimização de funções. Otimizar uma função, significa encontrar seu desempenho máximo ou mínimo. Como para as funções de uma variável, quando as derivadas primeiras forem nulas, teremos pontos extremos que podem ser máximos ou mínimos. Para saber de que tipo são esses pontos, teremos de utilizar o determinante Hessiano calculado no ponto (x0,y0 ), que é definido a seguir. f xx f xy H(x0,y0 ) = f yx f yy ( x0 , y 0 ) Assim , Se as derivadas fx e fy forem nulas, o ponto(x0,y0) é um extremo, e a) H(x0,y0 )>0 e fxx(x0,y0)+ fyy(x0,y0) <0 então (x0,y0) é um máximo. b) H(x0,y0 )>0 e fxx(x0,y0)+ fyy(x0,y0) >0 então (x0,y0) é um mínimo. c) H(x0,y0 )<0 d) H(x0,y0 )= 0 então (x0,y0) é um ponto de sela. o teste é inconclusivo. Q P S F(x,y) T Os pontos P e Q são pontos de máximo, porque qualquer deslocamento em sua vizinhança, irá descer. O ponto S é uma sela porque nos sentidos SP e SQ sobe, mas no sentido SL ou ST desce. L Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 34 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Ex.1 Para o projeto de uma calha, tem-se uma folha metálica de 12cm de largura, a qual deseja-se dobrar de forma a se ter uma capacidade máxima. x senθ y cosθ x x θ 12-2x A área da seção da calha é a área do retângulo, mais a área dos dois triângulos. A = f = (1/2).xcosθ.xsenθ. 2 + x senθ.(12-2x) (a) f(x, θ) = x2 cosθsenθ + 12xsenθ -2x2senθ Estudar os extremos (máximos e mínimos) da função. fx = (∂ f / ∂x) = 2xsenθcosθ + 12senθ - 4xsenθ=0 2xcosθ = 4x – 12 ou cosθ = 2-6/x fθ = (∂ f / ∂θ ) = x2 cos2θ + 12xcosθ - 2x2 cosθ=0 sen2θ = 2senθcosθ =2 cos2θ - 1 cos2θ =cos2θ - sen2θ = 2cos2θ -1 = x ( 2cos2θ - 2cosθ-1)+12cosθ substituindo o valor cosθ = 2 – 6/x na 2a equação e resolvendo, encontra-se x = 4 que resulta cosθ =2-6/4=1/2 cosθ = ½ → θ = 60o O resultado é tão razoável, que omitimos o teste das 2as derivadas, também pó causa do trabalho que estas dariam. Mas para ter certeza podemos calcular a área (a) para valores de x e θ abaixo e acima destes e confirmaremos se a capacidade é ou não máxima. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 35 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 0 20 XYZ = 15 10 0 5 0 0 5 10 5 25 15 10 50 15 75 20 100 20 X , Y, Z Ponto de máximo: (x,y) = ( 4, 60 ) 1 193 4 6 2 3.336 194 4 12 6.58 195 4 18 9.647 196 4 24 12.453 197 4 30 14.928 198 4 36 17.013 199 4 42 18.662 200 4 48 19.846 201 4 54 20.553 202 4 60 20.785 203 4 66 20.562 204 4 72 19.919 205 4 78 18.904 206 4 84 17.576 207 4 90 16 máximo Ex.2 – Achar os extremos da função f(x,y) = sen[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y) + 4,5]. Calculando as primeiras derivadas , tem-se: fx = cos[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y)+4,5].(0,045 x – 0,45) = 0 fy = cos[0,0225(x2+y2) –0,45(x+y)+4,5].(0,045 y – 0,45) = 0 Como o cos(...) é diferente de zero(para não dar uma solução nula) então quem deve ser zero são : 0,045 x – 0,45 = 0 , e 0,045 y – 0,45 = 0 , que resulta x = 10 e y =10 . Para verificar se o ponto é de máximo ou de mínimo calcula-se as segundas derivadas. fxx = - sen(...).(0,045. x - 0,45)2 + cos(…). 0,045 fyy = - sen(...).(0,045. x - 0,45)2 + cos(…). 0,045 Então, calculando-se essas derivadas no ponto x = y =10, tem-se: fxx + fyy > 0 que corresponde a um ponto de mínimo da função. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 36 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Substituindo os valores x = y = 10 na função f(x,y) vemos que vai dar zero, e portanto a função tem um mínimo nesse ponto. Isso é confirmado pelo gráfico tridimensional da função. Note que nos pontos x =10 e y =10, a função tem um de seus mínimos. 0.5 0 0 0.5 5 10 15 0 5 10 15 M Gráfico 3D da função seno Ex.3 – Achar os extremos da função, com os mesmos valores do exemplo 2, para uma exponencial. e −0,0225( x + y 2 f(x,y) = 2 )+0 , 45( x + y )+ 4 , 5 = ef(x,y) e0,0225( x + y 2 fx = [-0,045 x + 0,45] . )−0 , 45( x+ y )+ 4 , 5 2 fy = [-0,045 y + 0,45] . e0,0225( x + y )−0 , 45 ( x+ y )+ 4 , 5 2 2 fxx = [-0,045 x+ 0,45]2. ef(x,y) + 0,045 . ef(x,y) fxx = [-0,045 y + 0,45]2. ef(x,y) + 0,045 . ef(x,y) No ponto x=y=10, tem-se: fxx + fyy < 0 que corresponde a um ponto de máximo, conforme pode ser verificado no gráfico da função. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 37 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1 0.8 0.6 0.4 0 0.2 10 0 10 20 20 M Gráfico 3D da função exponencial Ex.4 – A temperatura T (°C) em cada ponto de um painel plano é dada pela equação T=16x2 +24x +40y2 . Encontre a temperatura nos pontos mais quentes e mais frios da região. fx = (∂ f / ∂x) =32x +24 ; fy = (∂ f / ∂y) = 80y Os pontos extremos são calculados para fx =0 e fy =0 , resultando x= -3 / 4 = - 0,75 f xx H(x0,y0 ) = f yx f xy f yy e ( x0 , y 0 y =0 . 32 0 = 0 80 ( −3 / 4, 0) > 0 ) H(x0,y0 ) > 0 , fxx + fyy > 0 é um ponto de mínimo. O ponto de mínimo é (x,y) = (-3/4 , 0 ), e em qualquer outro ponto na vizinhança dele, a temperatura já será maior, conforme mostra o gráfico da superfície. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 38 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 0 8 -1 1 2 1.2 49.6 9 -1 1.6 94.4 10 -1 2 11 -0.8 -2 152 151.04 12 -0.8 -1.6 93.44 13 -0.8 -1.2 48.64 100 XYZ = 0 0 20 15 5 10 10 5 15 0 20 mínimo 15 -0.8 -0.4 -2.56 16 -0.8 0 -8.96 17 -0.8 0.4 -2.56 18 -0.8 0.8 16.64 Escala em x = x-10 Escala em y =y-10 14 -0.8 -0.8 16.64 X , Y, Z 19 -0.8 1.2 48.64 20 -0.8 1.6 93.44 Ponto de mínimo: (x,y) =(-0,75 , 0) 21 -0.8 2 151.04 22 -0.6 -2 151.36 Ex.5 – Achar os pontos críticos da função f(x,y) =x2 + y2 –2x . Os pontos críticos de f(x,y) , são a solução do sistema: fx = 2x –2 = 0 , ou x=1 fy = 2y =0 , ou y=0 , o ponto é (x,y) =(1,0) Por outro lado, fxx(1,0) = 2 , fxy(1,0) = 0 , fyx(1,0)= 0 e fyy(1,0) = 2 H(1,0) = f xx f xy f yx f yy = 2 0 = 4 >0 0 2 fxx(1,0) + fyy(1,0) >0 , o ponto é um mínimo de f(x,y). 1.14 – Máximos e mínimos (locais) de funções de várias variáveis Seja f uma função de n variáveis x1,x2,...xn , diz-se que um ponto P0(x10,x20,...xn0) é um ponto de máximo local de f(x1,x2,...xn), quando f(x10,x20,...xn0) > f(x1,x2,...xn) , para qualquer ponto P(x1,x2,...xn) vizinho de P0(x10,x20,...xn0). Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 39 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Da mesma forma, P0(x10,x20,...xn0) é um ponto de mínimo local de f, se f(x10,x20,...xn0) < f(x1,x2,...xn) para qualquer ponto P(x1,x2,...xn) vizinho de P0(x10,x20,...xn0). O ponto P0 é encontrado, pela solução das equações: fx1 =0 , fx2=0 , ......., fxn = 0 (tangentes à superfície no ponto) O determinante Hessiano calculado no ponto P0 , de máximo ou de mínimo, para o caso de n variáveis é dado por: H(P0) = f x1x1 ( P0 ) f x1 x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 ) f x2 x1 ( P0 ) .... f x2 x2 ( P0 ) .... .... .... f x1xn ( P0 ) .... f xn x1 ( P0 ) f xn x1 ( P0 ) .... f xn xn ( P0 ) Além disso é necessário calcular os n determinantes ∆0 =1 ∆1 = f x x ( P0 ) 1 1 ∆2 = f x1x1 ( P0 ) f x2 x1 ( P0 ) f x1x1 ( P0 ) ∆3 = f x2 x1 ( P0 ) f x3 x1 ( P0 ) f x1x2 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 ) f x1x2 ( P0 ) f x2 x2 ( P0 ) f x3 x2 ( P0 ) f x1x3 ( P0 ) f x2 xx3 ( P0 ) f x3 x3 ( P0 ) .................................................................. ∆n = f x1x1 ( P0 ) f x2 x1 ( P0 ) f x1x2 ( P0 ) .... f x2 x2 ( P0 ) .... f x1xn ( P0 ) f x1xn ( P0 ) .... f xn x1 ( P0 ) .... .... f xn x1 ( P0 ) .... .... f xn xn ( P0 ) Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 40 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva Então, se: a) ∆0, ∆1, ∆2,...,∆n forem todos positivos, P0 é um ponto de mínimo de f . b) ∆0, ∆1, ∆2,...,∆n são alternadamente positivos e negativos, P0 é um ponto de máximo de f. Ex.1 – Achar os pontos críticos da função f(x,y,z) = x2 + y2 + z2 e verificar se são de máximos ou de mínimos. fx = 2x = 0 →x =0 fy = 2y = 0 →y =0 → P0(0,0,0) ,que é o único ponto crítico fz = 2z =0 → z =0 fxx = 2 , fxy = 0 , fxz = 0 fyx = 0 , fyy = 2 , fyz = 0 fzx = 0 , fzy = 0 , fzz = 2 2 0 0 H(0,0,0) = 0 2 0 = 8 0 0 2 ∆0=1 ; ∆1= 2 = 2 ; 2 0 ∆2 = =4; 0 2 ∆3 2 0 0 = 0 2 0 =8 0 0 2 todos positivos , logo, o ponto P0 (0,0,0) é um ponto de mínimo de f. Ex.2 – Estudar a função f(x,y,z) =-x2 - y2 - z2 +4y+2z-5 . Os pontos críticos da função são: fx = -2x = 0 →x =0 fy = -2y+4 = 0 →y =2 → P0(0,2,1) ,que é o único ponto crítico fz = -2z=2 =0 → z =1 fxx = -2 , fxy = 0 , fxz = 0 fyx = 0 , fyy = -2 , fyz = 0 fUniversidade fzy Cubas = 0 –, Bacharelado fzz = - em 2 zx = 0 , Braz Tecnologia em Ciências Aeronáutica 41 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva −2 H(0,2,1) = 0 0 0 −2 0 0 0 =-8 −2 ∆1= − 2 = -2 ; ∆0=1 ; −2 0 ∆2 = =4; 0 −2 −2 0 = 0 −2 ∆3 0 0 0 0 =-8 −2 Os sinais dos ∆(s) são alternados, logo o ponto P0(0,2,1) é um ponto de máximo da função f. Ex.3 – Estudar os extremos da função: f(x,y) = x3 / 3 + 2y3 / 3 – 3x2+ 10y2 + 8x + 42y + 2 → x1=4 e x2 =2 fx = x2 – 6x +8 = 0 2 fy = 2y – 20y + 42 = 0 → y1=7 e y2=3 fxx =2x-6 , fxy =0 , , fyy = 4y - 20 . fyx = 0 → existem pontos que podem ser críticos, ou seja P1(4,7) ; P2 (4,3) ; P3(2,7) e P4(2,3) O Hessiano calculado nestes pontos é H(4,7) = 2 0 0 8 >0 e H(x,y) = ∆0=1 ; ∆1= 2 = 2 ; ∆2 = 2x − 6 0 0 4 y − 20 2 0 0 8 =4; O ponto é de mínimo. H(4,3) = H(2,7) = H(2,3) = 2 0 0 −8 −2 0 0 8 <0 (sela) < 0 (sela) −2 −2 0 >0 e ∆0=1 ; ∆1= − 2 = -2 ; ∆2 = 0 0 −8 Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 0 −8 = 16 42 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva O ponto é de máximo. Exercícios propostos: 1 - Achar os extremos da função f(x,y)=2x2 +3y2 - x3 /3 – y3/3 +1 P4(4,6) é máximo e Resp. P1(0,0) é mínimo e P2(0,6) e P3(4,0) são selas. 2 - Achar os extremos da função f(x,y)=senx + sen(y+π/2) Resp. P1(π/2,0) é máximo. 3- Achar os extremos da função f(x,y)= x3/3 + y4/4 - 25x + 27y + 1 Resp. P1(5,-3) é mínimo. 4- Achar os extremos da função f(x,y)= -x3/3 -y3/3 -2x2-3y2+4x+8y+1 Resp. P1(2,4) e P2(2,2) são de máximo. Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 43 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.15 – Operadores especiais da física 1.15.1 - Gradiente Define-se o gradiente de uma função escalar f(x,y,z), e representa-se por grad f ou ∇f, a expressão: grad f = ∇f = ∂f ˆ ∂f ˆ ∂f ˆ i + j + k ∂x ∂y ∂z O gradiente é um vetor e i , j , k são os vetores unitários. 1.15.2 - Divergência r Denomina-se divergência de um vetor V = V x iˆ + V y ˆj + V z kˆ , e representa-se por div V ou ∇. V , a expressão ∂ Vx ∂ V y ∂ Vz + + div V = ∇. V = ∂x ∂y ∂z Uma aplicação de divergência é em aerodinâmica, no escoamento de um fluido, onde V = ρ v , ou seja, o produto da densidade pela velocidade então div (ρ v) representa o escoamento por unidade de volume num ponto do fluido. 1.15.3 - Rotacional O rotacional do vetor V, representado por rot V, ou ∇×V é definido por rot V = ∇×V = ⎛ ∂ Vz ∂ V y − ∂z ⎝ ∂y = ⎜⎜ ⎡ iˆ ⎢ ∂ ⎢ ⎢∂ x ⎢⎣ V x ˆj ∂ ∂y Vy kˆ ⎤ ∂ ⎥ ⎥ ∂ z⎥ V z ⎥⎦ ⎞ ˆ ⎛ ∂ Vx ∂ Vz ⎟⎟ i + ⎜⎜ − ∂x ⎠ ⎝ ∂z ⎞ ˆ ⎛ ∂ V y ∂ Vx ⎟⎟ j + ⎜⎜ − ∂y ⎠ ⎝ ∂x ⎞ˆ ⎟⎟ k ⎠ O rotacional em mecânica dos fluidos, mede a velocidade de rotação (Ω) do fluido ou vorticidade do fluido num ponto dado, da forma Ω = (1/2). rot (ρ v) Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 44 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.16 – Integrais múltiplas As integrais múltiplas podem ser definidas ou indefinidas, ou podem ser mistas. Porém, seguem as mesmas regras das integrais simples e por isso relembremos aqui as principais fórmulas de integração simples: ∫ n u dx = u n +1 n +1 +C , onde u =f(x) e ∫ csu du ∫ cotu du n≠ 1 du ∫u = = ln ⎢cscu - cotu⎢ + C ln u + C = ln ⎢senu ⎢ + C ∫ sec u du = tanu + C ∫ csc u du = - cotu + C 2 ∫ eudu = eu + C 2 ∫ audu = au / lna + C ∫ secu tanu du = secu + C ∫ cosu du = senu + C ∫ cscu cotu du = -cscu + C ∫ senu du = -cosu + C ∫ tanu du ∫ secu du ∫ sen = -ln|cosu ⎢ + C 2 ∫ cos 2 u du = [2u - sen2u] / 4 + C u du = [2u + sen2u] / 4 + C = ln ⎢secu + tanu ⎢ + C A integral múltipla mais simples é a integral dupla para calcular a área de uma figura plana. y f(x) A área infinitesimal dA = dx. dy é obtida integrando de x1 até x2 dA A= dy x2 ∫ ∫ x1 dx f ( x) 0 x2 dx.dy = ∫ [y ] f ( x) 0 dx x1 x2 A = ∫ f ( x )dx x1 x1 x2 x Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 45 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva y= -2x2 + 18 , de x=0 até x=3. Ex.1 Achar a área sob a função x2 A = ∫x 1 ∫ f ( x) 0 x2 dx.dy = ∫ f ( x )dx = x1 ∫ 3 0 ( −2 x 2 + 18) dx = [ − 2x3 + 18 x 3 ]30 A = - 18 + 54 = 46 (unid2) Outros exemplos de integrais são: x2 Ex. 2 Calcular a integral múltipla mista (definida e indefinida) ∫ ∫ xydxdy x Solução: x2 ∫∫ x x2 2 xydxdy = x.⎡⎢ y ⎤⎥ dx = ∫ ⎣2⎦ x ⎡ x4 x2 ⎤ ∫ x.⎢⎣ 2 − 2 ⎥⎦dx = x6 x4 − +c 12 8 x Ex.3 Calcular a integral múltipla mista ∫ ∫ sen( x + y)dxdy o x ∫ ∫ sen( x + y)dxdy o = ∫ [− cos( x + y )]0x dx = - ∫ [cos( 2 x) − cos x]dx = 1 2 = − sen( 2 x) + sen x + c As integrais múltiplas são muito usadas para calcular integrais de volume de sólidos, conforme mostra a figura z O volume do sólido pode ser calculado por uma integral tripla, do tipo: a b c V = ∫ ∫ ∫ dxdydz dz dy dx y 0 0 0 x Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 46 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva 1.16.1- Volume de sólidos de revolução Um sólido de revolução se forma girando uma figura plana em torno de uma reta fixa. Girando o gráfico de uma função f(x) em tono do eixo x, tem-se: r = f(x) y y = f(x) dV = πr2 dx dV = π[f(x)]2 dx b V = π ∫ [ f ( x)]2 dx a a b x Figura plana girando em x Cálculo do elemento de volume Ex1: Usando o método do disco circular, calcule o volume do sólido gerado pela revolução da região sob a função y = f(x) = x3, no intervalo [1,2]. (2,8) y (2,8) (1,1) r y = x3 x (1,1) R 1 2 x 2 2 2 1 1 1 V = π ∫ [f ( x )]2 dx = π ∫ [ x 3 ]2 dx =π ∫ x 6 dx =π x7 2 127 3 = π (unid) 7 1 7 Ex2: Achar o volume gerado pela função f(x) = a 2 − x 2 em [-a, a] Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 47 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva y y= -a a a2 − x2 = r x Sólido (esfera) gerado pela rotação do semi-círculo Semi-círculo em rotação a a 2 ⎡ −a −a 1 ⎢⎣ V = π ∫ [f ( x )]2 dx = π ∫ [ a 2 − x 2 ]2 dx =π ∫ [a 2 − x 2 ]dx =π⎢a 2 x − ⎧⎪⎡ = π ⎨ ⎢a 3 − ⎪⎩⎣⎢ ⎧⎪ 3 a 3 a 3 ⎤ ⎡ 3 a 3 ⎤ ⎫⎪ a3 + a3 − ⎥ − ⎢− a + ⎥ ⎬ = π ⎨ a − 3 ⎦⎥ ⎣⎢ 3 ⎦⎥ ⎪ 3 3 ⎪⎩ ⎭ 1 4 = 2πa3 ⎧⎨1 − ⎫⎬ = πa3 ⎩ 3⎭ x3 ⎤ a ⎥ 3 ⎥⎦ − a ⎫⎪ ⎧⎪ 3 2a 3 ⎬ = π ⎨ 2a − 3 ⎪⎭ ⎪⎩ ⎫⎪ ⎬ ⎪⎭ que é o volume da esfera gerada. 3 Ex3: Calcule o volume gerado pela parábola y = x2 girando em torno do eixo de y, no intervalo [0,4]. y y 4 y = x2 x= 0 x y x Sólido gerado de revolução Seção plana parábola girando em y b b 4 4 a a 0 0 V = π ∫ r 2 dy = π ∫ [g( y)]2 dy = π ∫ [ y ]2 dy = π ∫ ydy = pela parábola πy 2 4 = 8π = 25,13 unid3. 2 0 Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 48 Matemática C – prof. Wilson C. Canesin da Silva EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1) Calcule o gradiente da função Φ(x,y,z)= x2+2xy+z3 Resp. gradΦ = (2x+2y)i + 2xj + 3z2 k 2) Dada a função vetorial V = 2x3 i+3xyz2 j+4(x2+y3) k , sua divergência. Resp. calcule a div V = 6x2 + 3xz2 3) Calcule o rotacional do vetor V = x2 i + 2xy j + 5yz2 k Resp. rot V = 5z2 i + 2y k x ∫ ∫ ( x + y)dxdy 4) Calcular a integral Resp. x3 / 2 = C 0 a b 5) ∫ ∫ xydxdy Resp. a2b2 / 4 0 0 6) Integrar as expressões do centróide de uma figura plana, transformando integral dupla em integral simples. As expressões em x2 f ( x ) integral dupla são: xc = (1/A) ∫ ∫ x dxdy x2 f ( x ) e yc = (1/A) x1 g ( x ) x2 Resp. xc =(1/A). ∫ [ f ( x) − g ( x)]x.dx x1 ∫ ∫ y dxdy x1 g ( x ) x2 e yc =(1/2A). ∫ [ f 2 ( x) − g 2 ( x)]dx x1 7) Calcular o volume gerado pela hipérbole y =1/x , girando em x e de 0,5 até 3 3 3 Resp . V = π ∫ [ f ( x)] dx = π ∫ [ 2 0,5 0,5 1 2 3 ] dx = 8,34 unid x Universidade Braz Cubas – Bacharelado em Tecnologia em Ciências Aeronáutica 49