11/ 12/ 12
SO L
Desigualdades sociais podem potenciar prevalência
da diabetes tipo 2
0
Share
10 de Dezembro, 2012
A baixa escolaridade, o desemprego, as más condições de
habitação ou as dificuldades no acesso a cuidados de saúde
podem potenciar a prevalência da diabetes, principalmente a de
tipo 2, segundo a especialista em geografia da saúde, Paula
Santana.
De acordo com a especialista em geografia da saúde e do
planeamento urbano sustentável, a diabetes de tipo 2 “tem vindo
a revelar-se como uma patologia associada a grupos
socioeconómicos mais desfavorecidos”, com uma prevalência
mais elevada em pessoas com baixa escolaridade, em situação
de desemprego, que vivem em más condições de habitação ou
com mais dificuldades em aceder a cuidados de saúde, ao
contrário da diabetes de tipo 1, que é genética.
A “Geografia da Diabetes: as desigualdades sociais e o risco
de morte” é o tema do primeiro debate do ciclo de conferências
“Diabetes Século XXI”, que começam terça-feira, organizadas
pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, e em
resposta a perguntas da agência Lusa, Paula Santana explicou
que as desigualdades sociais são uma vulnerabilidade que têm
necessariamente impacto em todas as doenças, incluindo a
diabetes.
De acordo com a especialista, não estão ainda totalmente
identificados os factores de risco biológicos e comportamentais
para a diabetes tipo 2, mas vários estudos apontam para que o
excesso de peso e/ou obesidade e a falta de exercício físico
tenham um forte contributo.
Sendo assim, a diabetes tipo 2 “tem vindo a revelar-se como
uma patologia associada a grupos socioeconómicos mais
desfavorecidos, sendo a sua prevalência mais elevada em
indivíduos e contextos de privação sociomaterial ou ausência de
estilos de vida saudáveis, como a prática de actividade física, ou
sol. sapo. pt / Com m on/ pr int . aspx?cont ent _id=64503
1/ 2
11/ 12/ 12
SO L
com dificuldades no acesso aos cuidados de saúde”.
Paula Santana aponta que um acesso diferenciado à educação
em diabetes e aos cuidados de saúde primários é uma
importante causa de resultados positivos em pessoas com
diabetes, ao mesmo tempo que quando não é garantido a todos
o acesso a cuidados de saúde adequados, pode estar em
causa o perpetuar das desigualdades sociais na diabetes.
De acordo com a especialista, é possível retardar o surgimento
da diabetes tipo 2 através da prevenção e apontou que a
combinação de perda de peso moderada com o aumento da
actividade física pode levar a uma redução de 60% na
incidência da diabetes em indivíduos geneticamente vulneráveis
ou de alto risco.
“Intervenções que têm uma forte componente de educação para
comportamentos e estilos de vida saudáveis podem atenuar o
impacto das desigualdades sociais no desenvolvimento da
diabetes”, defendeu, salientando que, a educação e a mudança
de comportamentos só conseguem ser estimulados em
ambientes que criem oportunidades para comportamentos
saudáveis.
Na opinião de Paula Santana, o desafio em tempos de crise
está em criar programas públicos de prevenção da diabetes,
das suas complicações e consequências, desenvolvendo e
avaliando formas de perceber os factores que tornam as
pessoas mais vulneráveis.
“É este o desafio para os próximos anos: gastar melhor na
prevenção para gastar menos no tratamento, já que a tendência
crescente é de aumento da incidência”, defendeu.
Lusa/SOL
Tags: Diabetes, Sociedade
sol. sapo. pt / Com m on/ pr int . aspx?cont ent _id=64503
2/ 2
Download

Sol - CEGOT