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FACULDADE REDENTOR
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
O PAPEL DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DE PACIENTES
COM DIABETES DESCOMPENSADA
THE ROLE OF NURSES IN THE TREATMENT OF PATIENTS WITH
DIABETES DECOMPENSATED
Vivianne Helena Fidelis Batista Vieira
Enfermeira, Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC
[email protected]
Gisele Simas dos Santos, M.Sc
Orientadora
Enfermeira – UFF
Pós Graduada em Terapia Intensiva e Educação – UFJF
Pós-Graduada em Formação Pedagógica em Educação
Profissional na Área de Saúde - ENSP/FIOCRUZ/UFF
Mestre em Ciências da Saúde – UNIPLI
Rodovia BR 356, Nº 25, Cidade Nova, Itaperuna-RJ, 28300-000
Tel: 32 99595254
[email protected]
RESUMO
O artigo buscou refletir sobre o papel do enfermeiro no tratamento de pacientes com
diabetes. O objetivo geral do artigo proposto visou analisar a importância do papel
do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes. Em relação aos objetivos
específicos, buscaram conceituar o diabetes mellitus; identificar os diferentes tipos
de diabetes existentes; verificar a importância da atuação do enfermeiro junto aos
pacientes que realizam tratamento de diabetes. A metodologia utilizada teve o cunho
exploratório qualitativo de revisão bibliográfica, objetivando refletir sobre o papel do
enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes. Considerou-se, portanto, que,
após o estudo realizado, que o papel do enfermeiro no tratamento de pacientes com
diabetes descompensada é fundamental, desde a orientação, ao acompanhamento
e ao acolhimento, realizando o constante monitoramento das atividades realizadas
pelos pacientes, frente à proposta de melhoria de sua qualidade de vida, por meio
da aceitação e convivência com o diabetes.
Palavras Chaves:
descompensada.
Diabetes;
Enfermeiros;
Tipos
de
diabetes.
Diabetes
2
ABSTRACT
The article sought to reflect on the role of nurses in treating patients with diabetes.
The overall objective of the proposed article aims to analyze the importance of the
role of nurses in treating patients with diabetes. In relation to specific objectives,
sought to conceptualize diabetes mellitus, to identify the different types of diabetes
exist, verify the importance of the role of a nurse with the patients that treat diabetes.
The methodology used was the exploratory qualitative literature review in order to
reflect on the role of nurses in treating patients with diabetes. It was, therefore, that
after the study, the role of nurses in treating patients with diabetes descompensação
is essential, since the guidance, monitoring and care, carrying out constant
monitoring of the activities performed by patients, compared to the proposed to
improve their quality of life, by accepting and living with diabetes.
Keywords: Diabetes; Nurses, types of diabetes. Diabetes descompensação.
1 INTRODUÇÃO
O diabetes é apresentado como sendo um dos grandes problemas de Saúde
Pública existentes, suas possíveis causas, são apontadas como reflexos de
questões que envolvem o social, problemas econômicos, conflitos familiares, bem
como pessoais (FAEDA e LEON, 2006).
Ressalta-se que, na atualidade, o aumento da doença do diabetes está sendo
apresentado como um fator alarmante o que se permite compreender que as ações
voltadas para o atendimento à população necessitam ser intensificadas como forma
de prevenir e tratar a doença.
O Diabetes Mellitus caracteriza-se pela hiperglicemia crônica que promove
distúrbios no metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas, alterando a
produção e a secreção no mecanismo de ação da insulina (GUIDONI et al., 2009).
De acordo com Xavier, Bittar e Ataíde (2009) o diabetes é apontado como
sendo o quarto principal causador de morte no Brasil, além de ser evidenciado como
sendo o causador da cegueira, devido a sua associação às doenças coronarianas,
renais e amputações, geralmente dos membros inferiores.
Sendo assim, o que é percebido, corresponde ao fato de que, o diabetes não
se trata de uma doença que não requer preocupação e acompanhamento intensivo,
os fatores sociais, as transformações no que se refere ao nível emocional e psíquico
3
dos indivíduos, vêm contribuindo significativamente para o aumento do índice da
doença entre a população brasileira.
O Ministério da Saúde, através de campanhas educativas busca conscientizar
os usuários do Sistema Único de Saúde, sobre a necessidade da realização de
exames preventivos, bem como da realização do tratamento, o qual é essencial para
que, o paciente portador de diabetes possa controlar a doença e buscar através das
orientações, manter sua qualidade de vida de uma forma satisfatória, não
promovendo o agravamento da doença que pode resultar em cegueira e
amputações dos membros inferiores.
O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, em que grande parte de
suas complicações torna o indivíduo incapaz de realizar suas atividades
cotidianas, o que pode contribuir para uma diminuição de sua autoestima e,
conseqüentemente, afetar sua qualidade de vida (XAVIER, BITTAR e
ATAÍDE, 2009, p. 125).
Sendo assim, destaca-se a importância da atuação do enfermeiro no
tratamento do diabetes, sua participação é referenciada devido ao fato da resistência
de muitos usuários em realizar o tratamento, o que pode resultar em complicações e
dificuldades de realização de atividades simples da vida diária.
Além disso, destaca-se que, o paciente quando confirma a presença do
diabetes, ele tende a reduzir a sua auto-estima, devido a não compreensão dos
fatores que promovem a doença, e, principalmente da aceitação da mesma, sendo
necessária a realização de tratamento, os pacientes passam a reduzir as suas
atividades,
dando
origem
a
sentimentos
de
incapacidade,
que
afetam
consideravelmente suas atividades, e, prejudica a sua convivência social, por não
mais se interessar devido às limitações que podem surgir, de continuar vivendo uma
vida normal, por meio do tratamento.
Dessa forma, destaca-se a importância do papel do enfermeiro no tratamento
da diabetes, principalmente pelo fato de que, devido aos seus conhecimentos, tornase
possível
a
orientação
e
o
esclarecimento
das
principais
dúvidas
e
questionamentos que o paciente possa ter sobre a doença.
Quando os enfermeiros se aproximam dos pacientes, estabelece uma relação
de confiança, a qual é fundamental para a sua atuação como profissional que visa,
principalmente a recuperação e a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos por
meio do restabelecimento de sua saúde.
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Nessa perspectiva, o enfermeiro, enquanto profissional de saúde engajado
na assistência ao diabético, deve programar novas práticas de cuidado
capazes de promover a saúde dos diabéticos, já que a adesão ao
tratamento e o autocuidado são pontos frágeis da educação em saúde e
que, portanto, merecem ser refletidos profundamente (ATAÍDE, 2004 apud
XAVIER, BITTAR e ATAÍDE, 2009, p. 125).
Vislumbra-se o fato de que, a educação em saúde é um dos principais fatores
para a adesão do tratamento do diabetes, o que para tanto, faz-se necessário a
motivação do paciente para que o mesmo busque novos conhecimentos, que
possibilite o desenvolvimento de habilidades referentes à mudança de hábitos que
são necessários.
Essa mudança de hábitos apresenta-se ligada ao fato do controle metabólico
e a melhoria da qualidade de vida, fato esse que desenvolve a percepção de que,
por meio das novas estratégias e ações que são apresentadas durante o tratamento,
o indivíduo passe a transformar os antigos hábitos, e iniciar uma nova forma de ver e
viver a vida, buscando assim, a sua qualidade, aprendendo a conviver com a doença
de uma forma mais amena, o que resulta também na busca pelo aumento de sua
auto-estima.
Dentro desse contexto, surge a seguinte indagação: Como os enfermeiros
podem contribuir no tratamento de pacientes com diabetes descompensada?
Segundo Cunha (2007) o profissional de enfermagem possui várias
atribuições que lhes são confiadas em relação à execução de suas atividades,
principalmente devido à bagagem de conhecimentos técnico-científicos que
possuem. Suas ações se apresentam voltadas para a busca de ações que
favoreçam o desenvolvimento de práticas que visam auxiliar os pacientes, e, em se
tratando do tratamento do paciente com diabetes, suas atividades se intensificam
principalmente no que se refere à conscientização e a educação continuada de
saúde, possibilitando assim, que suas atribuições se tornem efetivas como apoio aos
pacientes, que na maioria das vezes, se vêem não tão confiantes que podem ter,
mesmo com a confirmação da doença, uma vida ativa.
O objetivo geral do artigo foi analisar a importância do papel do enfermeiro no
tratamento de pacientes com diabetes.
Em relação aos objetivos específicos, buscaram conceituar o diabetes
mellitus; identificar os diferentes tipos de diabetes existentes; verificar a importância
da atuação do enfermeiro junto aos pacientes que realizam tratamento de diabetes.
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Existem dois tipos de diabetes, onde cada um apresenta suas características
próprias, que necessitam ser identificadas como meio de promover o tratamento
adequado, o que requer a conscientização dos usuários em promover a prevenção
contra a doença para que, por meio do diagnóstico precoce, possa se evitar as
conseqüências mais graves que são apontadas para o diabetes.
Justifica a escolha do tema proposto, devido ao fato de que, o aumento do
número de pacientes com diabetes vem sendo apontado cada vez mais significativo,
uma parcela da população brasileira necessita realizar o tratamento para que se
possa controlar o avanço da doença. No entanto, o que se percebe, é que muitos
pacientes não se encontram ainda conscientizados em relação à necessidade do
tratamento para garantir-lhe a qualidade de vida, uma vez que, o diabetes pode ser
controlado por meio do tratamento adequado e realização das atividades
necessárias pelos pacientes.
Dessa maneira, por meio da reflexão sobre o tema, busca-se aprofundar os
conhecimentos do papel ativo do enfermeiro no tratamento de pacientes com
diabetes, como forma de promover o atendimento eficiente, visando a melhoria da
auto-estima, da capacidade de realização de atividades, da incentivação do paciente
por meio do tratamento, proporcionar-lhe uma qualidade de vida satisfatória.
2 METODOLOGIA
Este artigo possui a característica de cunho exploratório qualitativo de revisão
bibliográfica, objetivando refletir sobre o papel do enfermeiro no tratamento de
pacientes com diabetes.
Para identificar o que é uma pesquisa qualitativa, Lakatos e Marconi (2009)
comentam que se trata:
Investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de
questões ou de um problema, com tripla finalidade desenvolver hipóteses,
aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou
fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou
modificar e clarificar conceitos (LAKATOS e MARCONI, 2009, p. 188).
Martín Pérez (2006) complementa que o estudo exploratório “tenta abrir pistas
ou caminhos em assuntos que ainda não foram pesquisados ou foram pouco
6
estudados, ou também, abordar, sob um enfoque novo ou aspecto particular, o que
já fora pesquisado ou enunciado como teoria”.
Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o
porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam
os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois
os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se
valem de diferentes abordagens (DORNELAS, 2007, p. 32).
De acordo com o Dornelas (2007), a pesquisa bibliográfica caracteriza-se
devido a busca de novos conhecimentos através de livros, artigos científicos que
possam, através das pesquisas realizadas pelos autores, contribuir de forma
significativa para a fundamentação das pesquisas realizadas posteriormente, como
embasamento técnico-científico.
Em relação ao procedimento para a coleta dos dados, foram selecionados
artigos científicos, utilizando o Google Acadêmico, onde foram selecionados 20
artigos e utilizados 10 artigos para o desenvolvimento do presente artigo. Os
descritores utilizados para a pesquisa dos artigos selecionados foram: enfermagem;
diabetes mellitus; tipos de diabetes.
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 O Diabetes Mellitus
O diabetes Mellitus é apresentado como uma doença que atinge um
percentual significativo da população brasileira, sua definição faz-se necessária para
que se possam compreender quais as suas características, enfatizando que o seu
tratamento é possível, possibilitando aos pacientes uma vida satisfatória por meio de
seu controle.
O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por
hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de
vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos
sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina
envolvendo processos patogênicos específicos (BRASIL, 2006, p. 09).
Por meio de sua definição pode-se compreender que o diabetes é resultante
do aumento da hiperglicemia além das complicações de diferentes órgãos que são
responsáveis para o desenvolvimento do organismo, o que remete o entendimento
7
de que, os cuidados em relação à prevenção são essenciais para o funcionamento
correto e satisfatório do corpo.
De acordo com Vancini e Lira (2011) ressalta-se que hiperglicemia configurase na falta ou na baixa produção de insulina, a qual é necessária para o organismo,
ressaltando assim, o desenvolvimento de complicações que pode prejudicar a
lipólise.
O diabetes é comum e de incidência crescente. Estima-se que, em 1995,
atingia 4,0% da população adulta mundial e que, em 2025, alcançará a cifra
de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em
desenvolvimento, acentuando-se nesses países, o padrão atual de
concentração de casos na faixa etária de 45 – 64 anos (BRASIL, 2006, p.
09).
Em relação ao Brasil, os dados estatísticos relacionados à situação dos
pacientes com diabetes apresentam-se com estimativa de aumento, o que requer
campanhas de prevenção e incentivo ao tratamento da doença em todo o território.
O diabetes mellitus é apontado como sendo responsável pela mortalidade,
pelo aumento de pacientes com insuficiência real, levando até mesmo a amputação
dos membros inferiores, doenças ligadas ao coração e a cegueira, prejudicando
assim, a vida dos pacientes que descobrem serem portadores da doença e não
realizam o tratamento adequado.
Em relação à morbimortalidade, verifica-se que, este fator se apresenta ligado
às complicações relacionadas ao processo crônico, onde evidencia o acúmulo de
glicose no sangue, o que ocasiona complicações em diferentes órgãos do corpo,
promovendo o desencadeamento de seqüelas, as quais são mais comuns a
amputação dos membros inferiores e a cegueira, não descartando as doenças
cardiovasculares que também se apresentam propensas a surgir, quando não há a
realização do constante monitoramento do nível de glicose dos pacientes.
No entanto, para que se compreenda de forma mais detalhada os diferentes
tipos de diabetes, faz-se necessária a descrição, evidenciando assim, a
conceituação de cada um dos tipos existentes, como meio de propiciar o
entendimento a cerca da doença que vem se destacando entre a população
brasileira, bem como mundial.
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3.2 Tipos de Diabetes Mellitus
O diabetes mellitus apresenta dentro dos estudos realizados, diferentes tipos,
ressaltando o diabetes mellitus tipo 1 e o diabetes mellitus tipo 2, além do diabetes
gestacional, o qual é detectado durante a gestação.
Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes tipo 1, anteriormente
conhecido com diabetes juvenil, que corresponde cerca de 10% do total de
casos, e o diabetes tipo 2, anteriormente conhecido como diabetes do
adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos. Outro tipo de
diabetes encontrado com maior freqüência e cuja etiologia ainda não está
esclarecida é o diabetes gestacional, que, em geral, é um estágio pré-clínico
de diabetes, detectado no rastreamento pré-natal (BRASIL, 2006, p. 12).
3.2.1 Diabetes Mellitus tipo 1
O diabetes mellitus tipo 1, é caracterizado pela destruição das células beta,
ocasionando a deficiência de produção de insulina, sendo comum em 10% dos
casos diagnosticados (FLUMIGNAN, 2006).
A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune, que pode ser detectado por auto-anticorpos circulantes como antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas, e, algumas
vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de
Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor
proporção, a causas da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1
diopático) (BRASIL, 2006, p. 13).
Ressalta-se que, o seu desenvolvimento é apresentado de maneira
progressivo, principalmente em crianças e adolescentes, ressaltando que em
adultos, esse desenvolvimento se apresenta de maneira mais lenta (FLUMIGNAN,
2006).
É uma doença congênita, ou seja, o indivíduo passa a ser diabético antes
do nascimento, ou até cerca de um mês após o mesmo. A hereditariedade
neste caso não é regra, mas existe uma grande possibilidade do feto ou do
recém-nascido vir a se tornar diabético, tendo antecedentes familiares
(CARDOSO, 2011, p. 01).
Além disso, apresenta ausência ou diminuição da secreção da insulina pelas
células betas das ilhotas de Langerhans do pâncreas resultantes de fatores
hereditários, destruição das células beta por auto-anticorpos ou ainda por destruição
viral (VANCINI e LIRA, 2011).
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Outra denominação a qual o indivíduo portador do diabetes tipo 1 possui,
trata-se do insulinodependente, uma vez que o paciente passa a utilizar a insulina
artificial, em decorrência de sua produção pelo organismo. A quantidade de insulina
utilizada pelo paciente varia segundo os seus hábitos, o que remete a importância
da conscientização e seguimento do tratamento apresentado pelo médico, o qual
busca avaliar a sua necessidade frente à realização das injeções diárias de insulina
no organismo.
O fato da utilização da insulina artificial estar nitidamente ligada aos hábitos
dos pacientes é justificado pela condição de atividades físicas e hábitos alimentares
que são essenciais no tratamento do diabetes. O controle das atividades e da
alimentação propicia a diminuição da glicemia, o que reduz a quantidade de insulina
artificial necessária para o funcionamento do organismo do paciente.
Mediante a importância do controle realizado por meio do tratamento
destinado ao diabetes tipo1, é que se fundamenta a realização dos procedimentos
que necessitam ser acompanhados pela equipe de profissionais da saúde junto ao
paciente, promovendo condições de vida satisfatória aos pacientes.
3.2.2 Diabetes Mellitus tipo 2
Em se tratando do diabetes mellitus tipo 2, vale salientar que o mesmo não é
adquirido de maneira congênita, sendo a doença resultante de maus hábitos que
são adquiridos e realizados durante o desenvolvimento da vida.
De acordo com Cardoso (2001) os principais fatores relacionados ao
surgimento do diabetes tipo 2 se referem à falta de atividades físicas, a obesidade, a
falta de cuidados com a própria alimentação.
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina. A
administração de insulina nesses casos, quando efetuada, não visa evitar
cetoacidose, mas alcançar controle do quadro hiperglicêmico. A cetoacidose
é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou estresse muito
grave (BRASIL, 2006, p. 12).
Salienta-se o fato de que, em se tratando do diabetes tipo 2, a existência de
insulina é detectada no organismo, sendo ela produzida pelo pâncreas, no entanto, a
glicose não consegue ser absorvida pela célula, ocasionando complicações no
organismo.
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Para tanto, faz-se necessário comentar que, nos indivíduos portadores do
diabetes tipo 2, ocorre o bloqueio da membrana celular, o que impede que a
insulina, o qual é responsável por transportar a glicose para o interior da célula.
De acordo com Cardoso (2011), as atividades físicas para os indivíduos
portadores do diabetes tipo 2, são essenciais para a mantença de sua qualidade de
saúde, principalmente pelo fato de que, ocorre à redução considerável do gasto
calórico, o que propicia o controle por meio do tratamento de suas funções sendo
possível estabelecer melhorias relacionadas à saúde sem a utilização de
medicamentos.
3.2.3 Diabetes Mellitus Gestacional
O diabetes gestacional, como o próprio nome indica, está relacionado ao
período de gestação, embora suas causas ainda se encontram inexatas mediante os
estudos realizados, e, principalmente em comparação com os dois tipos de diabetes
já analisados, sendo o diabetes mellitus tipo 1 e o diabetes mellitus tipo 2.
O diabetes mellitus gestacional (DGM) é definido como qualquer grau de
tolerância à glicose com início ou primeira identificação durante a gravidez.
Ocorre cerca de 4% de todas as gravidezes, resultando em
aproximadamente 135.000 casos anualmente, mas desaparece quando
termina a gravidez. Mulheres sabidamente com diabetes mellitus, antes da
gravidez, não são classificadas como tendo DMG. A DMG é geralmente
diagnosticada durante o segundo ou terceiro trimestre da gravidez (MAHAN
e ESCOTT-STUMP, 2002 apud FERRARI, 2005, p. 20).
O que se verifica mediante a existência do diabetes mellitus gestacional, é o
fato de que o mesmo se apresenta por meio dos níveis variáveis da glicose, além do
conhecimento de que as necessidades de calorias das gestantes são diferenciadas
em relação ao período gestacional, salienta-se que, a importância de educar as
mulheres sobre a possibilidade do aumento do risco de hipoglicemia durante a
gravidez é fundamental.
Além disso,
ressalta-se
que,
as mulheres
grávidas
necessitam
de
acompanhamento em relação a sua alimentação, devido a prevenção em relação ao
diabetes, o qual se faz evidenciado em gestantes que não possuem dietas
balanceadas essenciais durante o período de gestação.
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No período da gravidez, a placenta produz hormônios em grande
quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, estes
hormônios criam resistência à ação da insulina no organismo materno.
Todas as mulheres grávidas possuem algum grau de resistência insulínica,
mas as mulheres com diabetes gestacional apresentam uma resistência
mais exagerada (CARDOSO, 2011, p. 03).
Segundo Brasil (2006) a Organização Mundial de Saúde, recomenda que o os
procedimentos a serem realizados em relação ao diabetes gestacional necessita ser
realizado da mesma forma dos procedimentos realizados antes da gravidez, tendo
como base os valores anteriores ao período de gestação como indicativos de
diabetes ou de tolerância à glicose diminuída.
Em se tratando dos fatores de riscos existentes responsáveis pelo surgimento
do diabetes gestacional, Cardoso (2011, p. 04) relata que os mesmos se
apresentam relacionados à “idade acima de 25 anos, obesidade ou ganho excessivo
de peso; excesso de gordura na região abdominal; histórico familiar de diabetes;
baixa estatura (1,50); e, crescimento fetal excessivo, hipertensão na gravidez atual”.
Ferrari (2005) comenta que, para que ocorra o diagnóstico precoce do
diabetes mellitus gestacional, faz-se necessário a realização do rastreamento, logo
na primeira consulta. De acordo com o mesmo autor, o rastreamento do DM
gestacional é realizado entre a 24 a e 28 a semanas da gravidez, sendo o mesmo
realizado em uma ou mais etapas.
Em duas etapas – inicialmente é aplicado um teste de rastreamento
incluindo glicemia de jejum ou glicemia de uma hora após ingestão de 50
gramas de glicose (jejum dispensado). Testes positivos: glicemia de jejum
maior ou igual a 85mg/dl ou glicemia uma hora após 50g maior ou igual a
140mg/dl. Somente nos casos considerados positivos é aplicado o TTG com
75g de glicose;
Em uma etapa – é aplicado diretamente o TTG com 75g (FERRARI, 2005,
p. 28).
Sendo assim, salienta segundo Brasil (2006) que um fator positivo em relação
ao tratamento destinado aos pacientes portadores de diabetes, corresponde ao fato
de que a maioria dos casos podem ser atendidos nas unidades de atenção básica.
Mesmo em se tratando dos casos de diabetes tipo 1, o qual necessita da
colaboração de especialistas, os pacientes podem ser atendidos e cuidados pelos
profissionais que atuam nas equipes de atenção básica.
Por isso, após o conhecimento prévio referente aos diferentes tipos de
diabetes, faz-se necessário compreender qual o papel do enfermeiro no atendimento
12
aos pacientes com diabetes, evidenciando que, de acordo com o Ministério da
Saúde, as equipes de atenção básica podem desenvolver de forma satisfatória o
acompanhamento desses pacientes, propiciando assim, a melhoria de sua qualidade
de vida e, principalmente, o resgate de sua auto-estima frente à uma doença que
não existe cura, mas é perfeitamente controlada por meio do tratamento e do
acompanhamento adequado à cada indivíduo.
3.2.4 Diabetes Descompensado
O diabetes descompensado trata-se de uma das complicações apresentadas
pelo Diabetes Mellitus, de acordo com Barcellos (2011, p. 05), ele pode ser
compreendido como sendo “a glicemia acima de 300 mg/dL)”, ou seja, trata-se do
aumento em excesso de glicemia no organismo, o que pode acarretar sintomas
variados, agravando o quadro clínico dos pacientes diabéticos.
Nesse sentido, faz-se necessário conhecer alguns sinais e sintomas que são
referentes ao diabetes descompensado, tais como:
Sede excessiva (polidipsia); eliminação de grande quantidade de urina, ou
seja, a pessoa urina demais (poliúria); fome excessiva (polifagia); perda de
peso, apesar de o apetite estar normal ou aumentado; cansaço e apatia;
visão embaraçada; infecções por fungos (micoses); inflamações na pele
(BARCELLOS, 2011, p. 05).
A gravidade em relação ao diabetes descompensado se apresenta em
relação ao agravamento do quadro dos pacientes, podendo levá-los a emergência
dos hospitais, devido ao excesso de urina, salientando que essa reação se
relacionada ao fato de que o organismo do paciente se encontra com nível de
glicemia superior, o que pode resultar na diurese osmótica, e, conseqüentemente, a
desidratação do indivíduo.
Sendo assim, salienta-se o fato de que, a preocupação em relação ao
diabetes descompensado é ressaltada pelo fato de que, a sua ingestão de alimentos
é maior do que de uma pessoa normal, mas que mesmo, sendo constatada essa
perda de peso.
A hiperglicemia e o conseqüente acúmulo de glicose pode se depositar em
estruturas oculares, o que pode causar embaçamento visual. É comum que
a visão embaçada seja um dos primeiros sintomas de descompensação da
doença, sendo que muitos casos de diabetes são diagnosticados quando o
paciente procura um oftalmologista em decorrência da dificuldade para
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enxergar. É importante ressaltar que esta dificuldade para enxergar não é
causada por um problema dos olhos propriamente ditos e que, ao contrário
da retinopatia diabética, é revertida assim que a glicemia retorne aos
valores normais (BARCELLOS, 2011, p. 05).
Ainda, de acordo com o autor supracitado, em indivíduos com diabetes
descompensado, é comum a presença de pequenas infecções na pele e infecções
ditas oportunistas, geralmente causadas por fungos. Estas últimas podem acometer
o corpo todo, mas têm preferência pelo interior da boca (monilíase oral, conhecida
popularmente como sapinho), a vagina (monilíase ou candidíase vaginal) e o pênis
(balanopostite, que se equivale à candidíase vaginal das mulheres).
3.3 A contribuição do enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes
descompensada
Como já foi percebido, o diabetes trata-se de uma doença detectada em uma
parcela significativa da população brasileira, requerendo cuidados em relação ao
tratamento necessário para que os indivíduos possam ter uma qualidade de vida
satisfatória, frente ao fato de que, ainda não foi encontrada a cura, mas já se
promove a convivência com a mesma, por meio da realização das atividades
relacionadas ao seu controle.
Dessa maneira, enfatiza-se a importância do enfermeiro como agente
transformador da consciência dos pacientes referindo-se à questão da realização da
prevenção e do tratamento, possibilitando-os dar continuidade às suas atividades de
maneira a promover sua satisfação, principalmente em relação ao diabetes
descompensado.
É fato que, a assistência de enfermagem apresenta-se fundamental para o
paciente portador de diabetes, desde a ação de orientação, acompanhamento e até
mesmo o acolhimento ao paciente, promovendo ao mesmo, incentivo, educação à
saúde para a aprendizagem da convivência com a doença.
A assistência de enfermagem ao paciente portador de diabetes deve estar
voltada a prevenção de complicações, avaliação e monitoramento dos
fatores de risco, orientação quanto à prática de autocuidado. Sendo de
competência de o enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, solicitar
exames e realizar transcrição de medicamentos de rotina de acordo com
protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal,
desenvolver estratégias de educação em saúde e fazer encaminhamentos
quando necessário (OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 42).
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A consulta de enfermagem apresenta-se como uma ação eficaz para que se
inicie o processo de educação à saúde, essencial para que os pacientes portadores
de diabetes possam compreender a necessidade da realização do tratamento e das
atividades que são propostas para a melhoria de sua qualidade de vida.
Ao enfermeiro, apresenta-se a missão de acolher de forma efetiva o portador
de diabetes, possibilitando a sua aproximação, como meio de orientar e sanar as
dúvidas e questionamentos apresentados pelos indivíduos que em um primeiro
momento, se encontram abalados frente ao diagnóstico da existência do diabetes.
Ao enfermeiro cabe educar os pacientes para que eles obtenham
conhecimento sobre sua condição e os riscos a saúde, incentivando a
aceitação da doença e a implementação das medidas de autocontrole, tais
como: Controle dos níveis glicêmicos através de mudança nutricional
(conforme pirâmide alimentar), prática de exercícios físicos, terapêutica
medicamentosa, além das medidas preventivas como cuidados com os pés,
aferição da pressão arterial regularmente e evitar maus hábitos, como
alimentos ricos em gordura, tabagismo e etilismo. O enfermeiro deve
informar ao paciente dobre a sintomatologia da hipoglicemia e hiperglicemia
para o mesmo saber como agir diante dessas situações (GRILLO, 2005
apud OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p. 44).
Percebe-se que as atividades desenvolvidas pelo enfermeiro junto aos
portadores
de
diabetes,
principalmente
com
os
sintomas
do
diabetes
descompensado são variadas, enfatizando o incentivo ao tratamento, bem como a
orientação frente às diferentes informações que são necessárias para que os
mesmos possam desenvolver de forma eficiente as práticas relacionadas à
mantença de sua saúde.
Além disso, salienta-se o fato de que, o paciente necessita ser acompanhado
de maneira eficiente, salientando a questão de que, a perda de peso, além dos
demais sintomas existentes relacionados à diabetes descompensada pode ser
amenizado mediante a intervenção dos enfermeiros no que se refere a
conscientização dos pacientes sobre o controle do nível de glicemia.
Compete ao enfermeiro identificar precocemente os fatores de riscos,
vulnerabilidade do indivíduo e o ambiente em que ele está inserido, através
disto o profissional pode intervir de forma sistematizada para minimizar os
riscos e os agravos a saúde. A intervenção de enfermagem consiste na
educação em saúde, com incentivo para mudanças no estilo de vida, nos
hábitos alimentares e proporcionando ao indivíduo o conhecimento sobre
sua patologia (VASCONCELOS, et. al,, 2000 apud OLIVEIRA e OLIVEIRA,
2010, p. 45).
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Salienta-se ainda, o fato da importância da relação do enfermeiro para com o
paciente portador de diabetes descompensado, a necessidade da aproximação do
enfermeiro é evidenciada principalmente no que se refere aos aspectos emocionais,
psíquicos e, em relação à própria família, uma vez que, esses fatores são
primordiais para que os pacientes possam enfrentar de maneira mais saudável a
nova realidade, a qual implica no convívio do monitoramento do tratamento
realizado.
Faz-se necessário salientar ainda que, mediante o foco do estudo voltar para
o diabetes descompensado, a atuação do enfermeiro é enfocada como sendo
fundamental para a orientação e controle das conseqüências dessa doença, já que,
um dos principais sintomas encontra-se relacionados a perda de peso levando a
desnutrição que pode acarretar a internação dos pacientes.
Sendo assim, por meio dessa breve reflexão, salienta-se o fato de que o
papel desenvolvido pelo enfermeiro junto aos portadores de diabetes se apresenta
fundamental, ressaltando os aspectos de que, a sua importância nos momentos
relacionados à consulta de enfermagem, bem como na educação à saúde, e no
acompanhamento de suas ações individuais e familiares, é uma contribuição
fundamental para que os pacientes possam se sentir amparados para continuar a
desempenhar suas atividades cotidianas.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a reflexão realizada em decorrência do papel do enfermeiro no
tratamento de pacientes com diabetes, considerou-se que, o diabetes trata-se de
uma doença que requer atenção por parte dos profissionais da saúde, uma vez que,
vem sendo demonstrado que o número de mortalidades referentes à pacientes
portadores da doença corresponde a uma parcela significativa da população
brasileira, com indícios de aumento para os próximos anos.
Foi salientado ainda, que o diabetes apresenta sob três diferentes tipos,
sendo o diabetes tipo 1, o diabetes tipo 2 e o diabetes gestacional, desenvolvendo
cada qual, características próprias que permitem a sua identificação, e a realização
de tratamento adequado para cada um.
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O papel do enfermeiro junto ao portador de diabetes descompensada
apresentou-se como primordial, principalmente em se tratando do acompanhamento
do tratamento, da aproximação para com o paciente, no momento da educação à
saúde, a qual configura na conscientização, orientação e informação ao paciente da
importância da realização do tratamento em busca da recuperação de sua autoestima e bem-estar.
Durante o estudo, foi destacada a importância da consulta da enfermagem,
como meio de desenvolvimento de ações relacionadas à orientação do tratamento,
bem como para o esclarecimento de dúvidas e questionamentos, tanto do paciente,
quanto da família, que é um fator essencial para o sucesso do tratamento, frente ao
fato de que, o portador de diabetes, necessita ter ao seu lado o apoio familiar.
Considerou-se, portanto, que, após o estudo realizado, que o papel do
enfermeiro no tratamento de pacientes com diabetes é fundamental, desde a
orientação, ao acompanhamento e ao acolhimento, realizando o constante
monitoramento das atividades realizadas pelos pacientes, frente a proposta de
melhoria de sua qualidade de vida, por meio da aceitação e convivência com o
diabetes.
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