Factos e Números sobre a Diabetes i EDMA Associação Europeia de Fabricantes de Meios de Diagnóstico Meios de Diagnóstico in Vitro Fazer verdadeiramente a diferença na saúde e na qualidade de vida Novembro de 2007 EDMA Factos e números 1. Diabetes: definição e tipos 2. Peso da doença - 3. Gestão da doença - 4. Dispositivos para AVGS (episódica e contínua) O papel crítico da HbA1c A educação como um pré-requisito Baseado em evidências - 5. Prevalência Qualidade de vida Escalas de medição específicas dos diabéticos Complicações Custos (verificar a diversidade dos pontos de vista) Definição do conceito de evidência Quais são as evidências actualmente disponíveis Como é que a indústria pode fornecer essas evidências Quais são as barreiras existentes para a indústria fornecer evidências: éticas e financeiras Papel da indústria - Apêndice: Investimento da indústria na concepção e desenvolvimento de dispositivos Materiais educativos para doentes e profissionais de saúde, formação contínua, congressos Questões normativas (marca CE, qualidade) Evolução das análises da glicose Qualidade de vida: Escalas de medição específicas dos diabéticos Acrónimos e definições EDMA Sobre a diabetes 1. Sobre a diabetes1 A diabetes é um doença que ocorre em consequência de problemas na produção e fornecimento de insulina ao corpo e actualmente não tem cura2. A resolução da ONU 61/2253 identificou-a como um grave problema. Existem duas formas principais de diabetes: Diabetes do tipo 1 (antigamente conhecida como insulino-dependente), em que o pâncreas não produz a insulina essencial à sobrevivência. Esta forma de diabetes desenvolve-se com maior frequência nas crianças e adolescentes, mas actualmente é cada vez mais identificada em fases mais tardias da vida. Diabetes de tipo 2 (antigamente conhecida por diabetes não insulino-dependente); resulta da incapacidade do corpo de responder adequadamente à acção da insulina produzida pelo pâncreas. A diabetes do tipo 2 é muito mais comum que a de tipo 1 e representa cerca de 90% de todos os casos de diabetes em todo mundo. Ocorre com maior frequência nos adultos, mas também tem vindo a ser crescentemente identificada em adolescentes. Determinados marcadores genéticos foram identificados como aumentando o risco de desenvolver diabetes do tipo 1. A diabetes do tipo 2 tem uma forte componente hereditária, mas só recentemente é que alguns genes foram repetidamente associados a um risco acrescido de desenvolver diabetes do tipo 2 em determinadas populações. Ambos os tipos de diabetes são doenças complexas causadas por mutações em mais do que um gene, bem como por factores ambientais. A tolerância à glicose alterada (TGA) e a glicémia de jejum alterada (GJA) referem-se a níveis de concentração de glicose no sangue acima do intervalo normal, mas inferiores aos considerados como um diagnóstico de diabetes. As pessoas com TGA e/ou GJA correm um risco substancialmente maior de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares do que as pessoas que apresentem resultados normais de tolerância à glicose. Os benefícios da intervenção clínica em pessoas com níveis moderados de intolerância à glicose são actualmente um tópico que desperta muito interesse. A diabetes durante a gravidez pode levar a várias consequências negativas, incluindo malformações congénitas, aumento do peso à nascença e risco elevado de mortalidade perinatal. Neste caso, o médico tem de diferenciar entre a gravidez em mulheres com diabetes e a diabetes gestacional para conseguir proporcionar um tratamento adequado a estas mulheres. EDMA Peso da doença 2. Peso da doença1 2.1 Prevalência Dados compilados recentemente pela OMS1 mostram que aproximadamente 150 milhões de pessoas têm diabetes em todo o mundo e que este número pode muito bem duplicar até 2025. Uma grande parte deste crescimento vai verificar-se em países em vias de desenvolvimento e será devido ao crescimento da população, ao aumento da esperança de vida, a dietas pouco saudáveis, à obesidade e ao sedentarismo. Em 2025, a maioria das pessoas com diabetes nos países desenvolvidos terá uma idade igual ou superior a 65 anos, ao passo que nos países em desenvolvimento a maioria situar-se-á no intervalo dos 45-64 anos e será afectada durante os seus anos mais produtivos. Em 2003, a diabetes afectava um número estimado de 27 milhões de pessoas nos 27 Estados Membros da União Europeia (mais de 7,6% da população) e era também uma das principais causas de morte. Os últimos vinte anos foram testemunha dum aumento explosivo da diabetes, ligado em geral à emergência da obesidade, entre outros factores. Projecções recentes, baseadas na premissa duma taxa de obesidade estável, indicam que cerca de 31,5 milhões de cidadãos (aproximadamente 8,9% da população) serão afectados pela diabetes na UE em 20254. Este número pode ser ainda maior, dado que as pessoas adoptam estilos de vida cada vez mais sedentários, tanto em casa como no trabalho, o que, combinado com dietas desequilibradas, aumenta o risco de excesso de peso. Para além dos custos humanos da doença já referidos, os custos financeiros estimados da diabetes são assustadores, tendo custado ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido £5.185.314.000 em 2000. Terapias eficazes e uma intervenção ao nível dos estilos de vida podem atrasar a aparição das complicações associadas à doença, mas apesar disso estima-se que um terço dos casos de diabetes na Europa ainda não tenha sido diagnosticado5. EDMA Estimativas da prevalência da diabetes mellitus (DM) – Região Europeia Ano seleccionado: 2003 Número de pessoas com DM (em milhares) no grupo etário 20-79 anos País Alemanha Áustria Bélgica Bulgária Chipre Dinamarca Eslováquia Eslovénia Espanha Estónia Finlândia França Grécia Hungria Itália Letónia Lituânia Malta Países Baixos Polónia Portugal Reino Unido República Checa Rep.da Irlanda Roménia Suécia Total População Prevalência Rural Urbana Homens Mulheres (20-79) em de DM milhares (%) 61.895 10,20% 0,00 0,00 2.879,3 3.415 5.991 9,60% 0,00 0,00 258,5 317,5 7.531 4,20% 0,00 0,00 140,6 174,5 5.894 10,0% 135,8 455,4 235,7 355,5 541 5,10% 0,00 0,00 12,3 15,4 3.863 6,90% 0,00 0,00 120,9 144 3.903 8,70% 0,00 0,00 167,5 171,3 1.511 9,60% 0,00 0,00 72,2 73,1 30.329 9,90% 0,00 0,00 1.209,7 1.794,6 991 9,70% 0,00 0,00 43,4 52,9 3.755 7,20% 0,00 0,00 130,3 143,2 42.546 6,20% 0,00 0,00 1.306,3 1.347,3 8.069 6,10% 0,00 0,00 217 276 7.350 9,70% 0,00 0,00 336,3 375,1 43.925 6,60% 0,00 0,00 1.400,2 1.479,9 1.758 9,90% 0,00 0,00 77,5 96,1 2.648 9,40% 0,00 0,00 114,7 134,2 280 9,20% 0,00 0,00 10,6 15,3 11.678 3,70% 0,00 0,00 203,4 228,8 27.852 9,00% 0,00 0,00 1.238,7 1.267,8 7.471 7,80% 0,00 0,00 278,5 305,9 42.423 3,90% 0,00 0,00 813,7 857,9 7.734 9,50% 0,00 0,00 365,2 369,6 2.674 3,40% 0,00 0,00 43,7 46,2 16.392 9,30% 0,00 0,00 760 759,2 6.290 7,30% 0,00 0,00 206,4 250,5 355.315 7,60% 135,8 455,5 12.642,4 14.466,7 20-39 40-59 60-79 Total 374 38,8 3,1 37,6 0,9 23,3 35,9 13,1 838,4 8,6 10,3 175 12,9 62,6 185,7 15,1 24,6 0,3 5,3 239 14,9 89,4 66,8 6 154,7 36,3 2.472,6 1.752,7 4.167,6 6.294,3 172,7 364,5 576 71,1 240,9 315,1 248,1 305,5 591,2 9,4 17,5 27,7 87 154,6 264,9 135,6 167,2 338,7 53,5 78,6 145,2 973,2 1.192,6 3.004,3 33,3 54,4 96,3 56,3 207 273,5 1.045,3 1.433,3 2.653,6 129 351 493 259,5 389,2 711,4 1.009,4 1.684,9 2.880,1 58,4 100,1 173,6 84,8 139,5 248,9 9 16,5 25,8 118,3 308,5 432,2 1.002,5 1.265 2.506,5 170,9 398,7 584,5 588,9 993,3 1.671,5 286,2 381,9 734,9 34,4 49,4 89,8 519 845,6 1.519,2 140,1 280,5 456,9 9.048,5 15.587,9 27.109,1 Fonte: IDF Atlas da Diabetes, 3 edição, http://eatlas.idf.org/ Estimativas da prevalência da diabetes mellitus (DM) – Região Europeia Ano seleccionado: 2025 Número de pessoas com DM (em milhares) no grupo etário 20-79 anos País Alemanha Áustria Bélgica Bulgária Chipre Dinamarca Eslováquia Eslovénia Espanha Estónia Finlândia França Grécia Hungria Itália Letónia Lituânia Luxemburgo Malta Países Baixos Polónia Portugal Reino Unido República Checa Rep.da Irlanda Roménia Suécia Total População Prevalência Rural Urbana Homens Mulheres (20-79) em de DM milhares (%) ii 60.03 11,9% 0 0 3.459,1 3.684,4 5.887 11,9% 0 0 338,3 364,5 7.658 5,2% 0 0 180,4 214,2 4.871 11,6% 93,7 471,2 223,1 341,7 637 6,3% 0 0 39159.00iii 21,8 3.988 8,3% 0 0 148,2 182,2 4.127 10,7% 0 0 219,2 224,1 1.451 12,0% 0 0 86,8 86,7 29.155 10,1% 0 0 1.478,9 1.466 814 11,0% 0 0 41,7 47,7 3.822 10,0% 0 0 186 198 45.141 7,3% 0 0 1.609,5 1.675,8 7.767 7,3% 0 0 254,3 312,1 6.807 11,2% 0 0 364,7 397 40.482 7,9% 0 0 1.583,5 1.614,8 1,61iv 11,1% 0 0 84,4 93,7 2.626 10,8% 0 0 136 148,1 v 415 4,4% 0 0 39.180.00 9,8 303 11,6% 0 0 39.187.00vi 49,4 12,538 5,1% 0 0 290,9 344,4 28.567 11,0% 0 0 1.545,9 1.606,7 7.456 9,5% 0 0 344,4 361,8 45.322 4,7% 0 0 1.079,8 1.061,5 7.599 11,7% 0 0 441,9 445,5 3,29vii 4,1% 0 0 66 68,5 15,86viii 10,6% 0 0 834,3 842,7 6.373 8,6% 0 0 245,6 302,6 354.597 8,9% 93,7 471,2 15.285 16.163,3 20-39 40-59 60-79 Total 293,8 28,2 2,6 28,8 1 20,3 31,7 9,5 40 6,4 9,3 156,3 9,2 49,4 116,4 12,7 21,2 0,2 0,3 4,4 217,8 11 79,4 51,9 6 123 32,9 1.363,7 1.852,9 187 74,9 233,3 10,5 83,3 153,6 54,7 874 30,2 47,1 1.058,2 153,4 261,7 1.093,1 60 96,8 3,7 7,9 127,8 1.017,5 210,7 628,2 292,2 45,3 645,1 131,5 9.434,6 4.997,0 7.143,7 487,5 702,8 317,1 394,6 302,8 564,9 28,6 40,1 226,8 330,4 258,1 443,3 109,2 173,5 2.030,9 2.944,9 52,8 89,4 327,6 383,9 2.070,8 3.285,3 403,8 566,4 450,6 761,1 1.988,8 3.198,3 105,5 178,2 166,1 284,1 14,3 18,1 26,9 35,1 503,2 635,3 1.917,3 3.152,6 484,5 706,2 1.433,7 2.141,4 543,3 887,4 83,2 134,5 908,8 1.676,9 383,8 548,2 20.623 31.421,1 Fonte: IDF Atlas da Diabetes, 3 edição, http://eatlas.idf.org/ EDMA Diabetes tipo 1 Frequência: Nos EUA, cerca de 5 a 15% de todos os casos de diabetes são de tipo 1. É a doença metabólica mais comum na infância, com uma incidência anual de 15 casos por cada 100.000 pessoas com menos de 18 anos. Aproximadamente 1 milhão de americanos têm diabetes do tipo 1 e os médicos diagnosticam cerca de 10.000 novos casos por ano. A Escandinávia tem a prevalência mais elevada de taxas de diabetes de tipo 1, com aproximadamente 20% do total do número de pessoas com a doença, ao passo que a China e o Japão apresentam as taxas de prevalência mais baixas, com menos de 1% de pessoas com diabetes. Algumas destas diferenças podem estar relacionadas com questões respeitantes a definições e à abrangência dos relatórios. Mortalidade/morbilidade: A diabetes do tipo 1 está associada a uma alta morbilidade e uma mortalidade prematura devido às complicações associadas à doença. O custo financeiro anual global da diabetes nos EUA é superior a 100 mil milhões de dólares, sendo responsável por quase 1 dólar por cada 7 dólares em gastos de saúde nos EUA em 1994, em termos de cuidados médicos e quebra de produtividade. Os progressos no tratamento que permitem um controlo glicémico apertado e o controlo das morbilidades associadas (por exemplo, hiperlipidémia) podem reduzir significativamente a incidência de complicações micro e macrovasculares. Em consequência destas complicações, as pessoas com diabetes têm um risco acrescido de desenvolver doenças isquémicas cardíacas, doenças cerebrovasculares, doenças vasculares periféricas com gangrena dos membros inferiores, doenças renais crónicas, acuidade visual reduzida e cegueira e neuropatias autónomas e periféricas. Género: a diabetes do tipo 1 é mais comum nos homens que nas mulheres. Idade: a diabetes do tipo 1 normalmente aparece nas crianças com idade igual ou superior a 4 anos e com um pico de incidência cerca dos 11-13 anos, coincidindo com o início da adolescência e a puberdade. Uma incidência relativamente alta da diabetes também se verifica nas pessoas com trinta e muitos e quarenta e poucos anos, em que tende a surgir sob uma forma menos agressiva (hiperglicémia inicial sem cetoacidose e aparecimento gradual de cetose) 6. Diabetes tipo 2 Frequência: Nos EUA, em 2002, a prevalência estimada da diabetes era de 6,3% (18,2 milhões de pessoas) com aproximadamente um quarto dos casos sem estarem diagnosticados. Mais de 90% dos casos de diabetes eram de tipo 2. Com um aumento da obesidade entre a população, uma população mais velha e um aumento da população dos grupos minoritários de risco acrescido (ver “Raça”), a prevalência da diabetes tipo 2 tem vindo a aumentar. EDMA A diabetes do tipo 2 é menos comum nos países não ocidentais, em que a dieta contém menos calorias e o gasto calórico diário é mais elevado. No entanto, à medida que as pessoas que vivem nestes países adoptam estilos de vida ocidentais, ganham peso e a diabetes do tipo 2 torna-se virtualmente epidémica. Mortalidade/morbilidade: A diabetes é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade nos EUA devido ao papel que desempenha no desenvolvimento de doenças oftalmológicas, renais, cardiovasculares e neuropatias. Estas complicações e muito especialmente as doenças cardiovasculares (que são responsáveis por 50 a 75% das despesas clínicas) são as principais fontes de despesa para os doentes com diabetes. Aproximadamente dois terços das pessoas com diabetes morrem com ataques cardíacos ou síncopes. Os homens com diabetes correm duas vezes mais riscos de contraírem doenças cardíacas coronárias e as mulheres apresentam um risco 3 a 4 vezes maior. A estimativa de 2002 para custos clínicos directos devidos à diabetes nos EUA era de 92 mil milhões de dólares, com mais 40 mil milhões de dólares em custos indirectos. Aproximadamente 20% dos gastos dos seguros de saúde dizem respeito a estes doentes. Nos Estados Unidos da América, a diabetes de tipo 2 é: A principal causa de cegueira em adultos em idade produtiva, sendo responsável por 12.000 a 24.000 novos casos de cegueira todos os anos; o National Eye Institute estima que 90% dos casos de perda de visão podem ser prevenidos. A principal causa de doenças renais em fase final, sendo responsável por 44% dos casos novos de acordo com o Centro para Controlo e Prevenção de Doenças (Centre for Disease Control and Prevention - CDC). Em 2001, 42.813 pessoas iniciaram terapia de substituição renal e 142.963 pessoas com diabetes faziam diálise ou tinham recebido o transplante renal; A principal causa de amputação não traumática dos membros inferiores, com um risco acrescido 15 a 40 vezes superior ao da população não diabética; em 20002001, foram realizadas cerca de 82.000 amputações não traumáticas dos membros inferiores relacionadas com neuropatias e vasculopatias. Género: a diabetes mellitus do tipo 2 é ligeiramente mais comum nas mulheres mais idosas do que nos homens. Idade: Embora a diabetes de tipo 2 tenha sido tradicionalmente associada a pessoas com mais de 40 anos, é cada vez mais identificada em pessoas jovens, principalmente em grupos raciais e étnicos altamente susceptíveis. Nalgumas áreas, é diagnosticada mais diabete do tipo 2 do que do tipo 1 em crianças pré-púberes, adolescentes e adultos jovens. A diabetes do tipo 2 é observada mesmo em algumas crianças obesas. A prevalência da diabetes aumenta com a idade. Virtualmente todos os casos da doença em indivíduos mais velhos são de diabetes do tipo 2. 7 EDMA Gravidez em mulheres com diabetes8, 9, 10, 11 A gravidez coloca um grande desafio à saúde e gestão das pessoas com diabetes. Para conseguir uma gravidez saudável numa mulher com diabetes, o seu nível de glicose no sangue deve ser mantido dentro do intervalo normal, tanto antes como durante a gravidez. Tal obriga a um plano de gestão da diabetes que mantém as refeições, o exercício e a insulina em equilíbrio face a um plano que evolui durante a gravidez para reflectir as necessidades em evolução da mãe. A maior parte destes cuidados reconduzse à medição frequente das concentrações de glicose no sangue da mulher. Com a glicose no sangue dentro do intervalo pretendido e bons cuidados médicos, a probabilidade das mulheres com diabetes terem uma gravidez sem problemas e um bebé saudável é quase igual à das mulheres que não sofrem desta doença. Apesar dos progressos clínicos modernos, os bebés nascidos de mulheres com diabetes e especialmente de mulheres com um fraco controlo da sua diabetes ainda apresentam um risco acrescido de sofrer defeitos à nascença. Dado que a maioria das mulheres não sabe que está grávida até o feto ter entre duas e quatro semanas, é muito importante manter um bom controlo da glicose no sangue antes de engravidar. Durante as primeiras seis semanas de gravidez, os órgãos do feto estão em formação. Os níveis de glicose no sangue durante estas primeiras semanas afectam estes órgãos em desenvolvimento. Níveis elevados de glicose no sangue fazem com que a glicose e as cetonas passem para o feto através da placenta. As mulheres com uma diabetes mal controlada nas primeiras semanas de gravidez têm entre duas a quatro vezes mais probabilidades do que as mulheres sem diabetes de ter um bebé com um distúrbio grave, tal como malformações cardíacas ou do tubo neural; no entanto, o controlo da glicose no sangue na altura da concepção reduz significativamente estes riscos. Os níveis elevados de glicose no sangue também têm como consequência o feto ser “alimentado” com glicose extra durante a gestação. Esta glicose em excesso pode tornar o feto demasiado grande e gordo, sendo o parto do bebé maior mais difícil tanto para a mãe como para o bebé. Da mesma forma, devido ao facto do feto receber glicose extra, o seu pâncreas também produz insulina extra. Depois do nascimento, o bebé tem de ser acompanhado e tratado se os níveis de glicose no sangue caírem em demasia em virtude da produção de insulina extra. Durante a gravidez, o corpo da mãe altera-se à medida que o feto cresce e, se a mãe padecer de diabetes, estas alterações afectam os níveis de glicose no sangue. A gravidez também pode fazer com que os sintomas de níveis baixos de glicose no sangue sejam difíceis de detectar e esta é outra razão porque um bom controlo da glicose é importante durante uma gravidez. Assim, uma parte crucial dos cuidados da mãe e do feto em desenvolvimento passa pelo auto-vigilância da glicose no sangue antes da concepção e durante e após a gravidez. Diabetes gestacional A diabetes gestacional desenvolve-se normalmente a meio da gravidez (20 a 24 semanas) e é causada pelas alterações das hormonas do corpo durante a gravidez. Para além de fornecer nutrientes e água ao feto, a placenta produz um determinado número de hormonas vitais para a gravidez, algumas das quais inibem a insulina. À medida que a placenta se torna maior durante a gravidez, cada vez produz mais hormonas EDMA placentárias, tendo como consequência uma resistência acrescida à insulina. Na maior parte das mulheres, o pâncreas é capaz de produzir insulina adicional para ultrapassar esta resistência à insulina; no entanto, se o pâncreas for incapaz de produzir insulina suficiente, surge uma diabetes gestacional. Cerca de três a cinco por cento de todas as mulheres grávidas desenvolvem diabetes gestacional durante a gravidez. A diabetes gestacional termina com o nascimento do bebé porque a remoção da placenta significa que a fonte de hormonas que inibem a insulina desaparece. O meio mais importante de tratar a diabetes gestacional é controlar os níveis de glicose no sangue através de dieta, exercício regular e auto-vigilância da glicose no sangue pela paciente. Uma auto-vigilância frequente da glicose no sangue ajuda a conseguir uma gravidez sem problemas e um bebé saudável. Apesar de fazer estas alterações no seu estilo de vida, os níveis de açúcar no sangue de algumas mulheres mantêm-se demasiado elevados e podem ter de tomar injecções de insulina diariamente. A insulina extra não atravessa a placenta nem afecta o feto. 2.2 Qualidade de vida A qualidade de vida é uma forma adequada de entender o peso da doença e, em consequência, a melhoria dos cuidados. É adequada porque é determinada pelo valor da saúde do ponto de vista das pessoas com diabetes e dos seus prestadores de cuidados. A qualidade de vida comporta vários aspectos (físicos, psicológicos e sociais) que podem ser medidos com as ferramentas seguintes que enfatizam os diferentes aspectos considerados: Escalas de medição específicas dos diabéticos13 Perfil de Cuidados da Diabetes (PCD) Escala de Úlcera do Pé Diabético (EPD) Escalas de Medição do Impacto da Diabetes (EMID) Teste de Conhecimento da Diabetes (TCD) Historial da Diabetes Mellitus (HDM) Questionário sobre a Qualidade de Vida da Diabetes em Ensaios Clínicos(QQVDEC) Medição da Qualidade de Vida da Diabetes (QVD) Escala da Qualidade de Vida da Diabetes para Jovens (QVDJ) Perfil de Auto-Gestão da Diabetes (PAGD / PAGD-F) Escala de Qualidade de Vida Específica da Diabetes (QVED) Auditoria da Qualidade de Vida Dependente da Diabetes (AQVDD) Avaliação da Escala de Diabetes (AED) Avaliação do Medo de Hipoglicémia (AMH) Escala do Impacto de Doenças Infantis (IDI) Questionário Multi-Dimensional da Diabetes (QMD) Questionário de Bem –Estar (QBE) Questionário do Medo de Injectar e Auto-Análise da Diabetes (MIA-D) Perfil de Saúde da Diabetes (PSD-1 e PSD-18) Questionário de Sintomas da Diabetes (McColl, Steen e outros, 1995) [Ver Anexo 3: Escalas de Medição Específicas dos Diabéticos] EDMA Os resultados de estudos sobre doentes mostram que as pessoas que mantêm os seus níveis de glicose sob controlo têm uma melhor qualidade de vida. A qualidade de vida desempenha um importante papel na descrição do peso da doença dum ponto de vista do paciente. Num estudo multi-cêntrico, os investigadores descobriram que com a aparição de complicações micro ou macrovasculares, a qualidade de vida (0,69 e 0,69, respectivamente) é afectada negativamente e a presença de ambos os tipos de complicações reduz ainda mais a pontuação da qualidade de vida para 0,59. O tratamento com insulina também foi associado a uma qualidade de vida reduzida (0,62). A análise multi-variáveis mostrou que os factores seguintes constituem, por si só, uma previsão duma qualidade de vida mais fraca: género, complicações, tipo de tratamento, idade, obesidade e hiperglicémia. Os resultados levaram à conclusão queix a qualidade de vida relacionada com a saúde é uma questão importante na diabetes do tipo 2 e que esta diminui com a doença13. No estudo francês QUODIEM, os investigadores também descobriram que a qualidade de vida de diabéticos do tipo 2 é influenciada negativamente pela idade (>75 anos), pelo género feminino, pela solidão e pela ausência de actividade profissional ou física. Mas também sublinharam que a auto-gestão da glicémia estava associada a uma melhor qualidade de vida14. Um aspecto psicológico importante da qualidade de vida das pessoas com diabetes é a elevada prevalência da depressão. As pessoas que sofrem de depressão estão menos inclinadas a fazer alterações do estilo de vida que vão ao encontro dos objectivos do tratamento. A educação do paciente tem necessariamente de ter este facto em conta para garantir uma gestão adequada da doença. Os dados de estudos prospectivos e de secção cruzada demonstram que a presença de diabetes duplica o risco de depressão co-mórbida. Esta co-morbilidade frequentemente ignorada afecta mais de um quarto da população diabética, tornando o seu reconhecimento e tratamento em doentes diabéticos clinicamente relevante. A depressão concomitante está associada a uma diminuição do controlo metabólico, a uma má aderência à medicação e regimes dietéticos, uma redução da qualidade de vida e um aumento dos gastos com a saúde. Por sua vez, o mau controlo metabólico pode exacerbar a depressão e diminuir a resposta a regimes anti-depressivos. A psicoterapia e a farmacoterapia são eficazes na presença de diabetes; tanto as terapias comportamentais cognitivas como os inibidores selectivos da recaptação da serotonina são neutros em termos de peso e têm sido associados a uma melhoria da glicémia em alguns estudos15. 2.3 Complicações16, 17, 18, 19, 20 Complicações associadas à diabetes A diabetes reduz a esperança de vida média por um valor que pode ir até aos 18 anos, aumenta duas a quatro vezes o risco de doenças cardiovasculares e é a principal causa de insuficiência renal, amputação dos membros inferiores e cegueira em adultos. Entre as complicações da diabetes temos: EDMA Retinopatia diabética: trata-se da principal causa de cegueira e deficiência visual. A diabetes está associada a danos nos pequenos vasos sanguíneos da retina tendo como consequência a perda da visão. Os resultados, coerentes dum estudo para outro, permitem sugerir que depois de 15 anos de diabetes aproximadamente 2% das pessoas ficam cegas, ao passo que cerca de 10% desenvolvem deficiências visuais graves. A perda de visão devido a determinados tipos de glaucoma e cataratas também pode ser mais comum em pessoas com diabetes. Um bom controlo metabólico pode atrasar o aparecimento e a progressão da retinopatia diabética. A perda de visão e cegueira em pessoas com diabetes podem ser prevenidas por uma detecção precoce e tratamento da retinopatia que ameaça a visão, através de exames oftalmológicos regulares e duma intervenção atempada com tratamento laser, e, em casos de retinopatia avançada, intervenção cirúrgica. Existem dados no sentido de que, mesmo nos países desenvolvidos, uma grande fatia destes pacientes com diabetes que necessitam de tratamento da sua retinopatia não recebem este tipo de cuidados devido à falta de consciencialização do problema por parte do público e dos profissionais, agravada pela falta de facilidades de tratamento. Nos países em vias de desenvolvimento, em muitos dos quais a diabetes é hoje comum, estes cuidados são inacessíveis para a maioria da população. A diabetes encontra-se entre as principais causas de insuficiência renal e o seu impacto varia entre populações, estando também relacionado com a gravidade e duração da doença. Foram identificadas muitas medidas para abrandar a progressão dos danos renais, incluindo o controlo dos níveis elevados de glicose, controlo da tensão arterial elevada, intervenção com medicação nas fases iniciais dos danos renais e restrições proteicas na dieta. A despistagem e detecção precoces das doenças renais de origem diabética são um importante meio de prevenção. As doenças cardíacas são responsáveis por aproximadamente 50% de todas as mortes em pessoas com diabetes nos países industrializados. Os factores de risco relativos a doenças cardíacas nestas populações incluem o tabagismo, a tensão arterial elevada, o colesterol alto e a obesidade. A diabetes elimina a protecção de doenças cardíacas de que beneficiam as mulheres pré-menopaúsicas sem diabetes. O reconhecimento e a gestão destes problemas podem atrasar ou prevenir as doenças cardíacas em pessoas com diabetes. A neuropatia diabética é provavelmente a complicação mais comum da diabetes. Os estudos sugerem que um número que pode ir até aos 50% das pessoas com diabetes são afectadas em alguma medida. Um dos principais factores de risco que contribui para esta afecção é o nível e a duração da glicose elevada no sangue. A neuropatia pode levar a perdas sensoriais e danos nos membros e é também uma das principais causas de impotência em homens diabéticos. A doença do pé diabético, devido a alterações dos vasos sanguíneos e nervos, leva muitas vezes a ulceração e posterior amputação do membro. É uma das complicações mais dispendiosas da diabetes, especialmente em comunidades com calçado inadequado. Resulta tanto de processos de doença vascular como neurológica. A diabetes é a causa mais comum de amputação não traumática dos membros inferiores. Uma inspecção regular e um bom cuidado do pé podem impedir o desenvolvimento desta doença. EDMA Riscos da hipoglicémia A hipoglicémia é o síndroma clínico que resulta de níveis de açúcar baixos e cujos sintomas e gravidade podem variar de pessoa para pessoa. Classicamente, a hipoglicémia é diagnosticada pelo açúcar baixo, com sintomas que desaparecem quando o nível de açúcar volta ao intervalo normal. A hipoglicémia verdadeira normalmente ocorre em pacientes que estão a ser tratados da diabetes (tipos 1 e 2). A hipoglicémia é perigosa. Como complicação da diabetes, é talvez a mais fácil de tratar, mas também pode ser a mais imediatamente fatal. A consciencialização dos sinais, sintomas e riscos da hipoglicémia e um acompanhamento diligente dos níveis de açúcar permitem que a hipoglicémia seja controlada e mesmo evitada. Os episódios hipoglicémicos são muitas vezes o factor limitativo para conseguir um controlo óptimo do açúcar no sangue. Em estudos em larga escala que analisaram tanto diabetes do tipo 1 como do tipo 2 sob controlo apertado, os níveis baixos de açúcar no sangue verificaram-se com maior frequência nos pacientes que eram geridos de forma mais intensa. É importante que os pacientes e os doentes reconheçam este facto, especialmente tendo em conta que o objectivo de tratar doentes com diabetes evolui no sentido dum controlo mais apertado do açúcar no sangue. Para funcionar devidamente, o cérebro depende da glicose e, dado que o cérebro é incapaz de fabricar a sua própria glicose, depende totalmente do resto do corpo para o seu fornecimento. Assim, se os níveis de glicose no sangue caírem, a função cerebral pode ser afectada negativamente. A hipoglicémia é perigosa porque afecta o cérebro ou centro nervoso, que retira quase toda a sua energia da glicose. O primeiro conjunto de sintomas é consequência da resposta do sistema nervoso aos baixos níveis de glicose. Os pacientes podem sentir qualquer um dos seguintes sintomas: nervosismo; suores; fome intensa; tremores; fraqueza; palpitações; e muitas vezes têm dificuldade em falar. Se os níveis de glicose no sangue da pessoa continuarem a cair, o cérebro deixa de receber glicose suficiente e os sintomas progridem para confusão, sonolência, alterações comportamentais, coma e síncope e, em última análise, a morte. Claramente, existe um risco significativo para um indivíduo caso sofram de hipoglicémia grave, especialmente se estiver a conduzir, operar máquinas no local de trabalho estiverem sozinhosx (e especialmente se estiverem num local longínquo). Para além disso, estes sintomas graves geram perturbação na família e nos prestadores de cuidados e, em determinadas circunstâncias (se a pessoa estiver a guiar), também podem representar um risco para o público em geral. A auto-vigilância da glicose no sangue por pessoas com diabetes é uma técnica crucial para lhes permitir identificar quando os seus níveis de glicose no sangue começam a EDMA diminuir significativamente, permitindo-lhes assim tomar medidas preventivas (ou seja, ingerir alguma glicose). Para além disso, é importante que as pessoas com diabetes meçam os seus níveis de glicose no sangue antes de guiar veículos, operar maquinaria pesada ou fazer esforços físicos intensos. Riscos da hiperglicémia A diabetes figura entre as principais causas de cegueira, insuficiência renal e amputação dos membros inferiores e é também uma das principais causas de morte devido aos seus efeitos nas doenças cardiovasculares (70 a 80% das pessoas com diabetes morrem de problemas cardiovasculares). Dum ponto de vista de saúde pública, as complicações da diabetes são importantes e representam uma das principais causas de sofrimento humano e deficiência, com enormes custos sócio-económicos devidos à morbilidade e mortalidade prematuras. Estes custos manifestam-se directamente como custos de saúde, mas também, duma forma importante, indirectamente devido ao seu impacto no desenvolvimento económico e na dor e sofrimento vividos pelos amigos e familiares dos doentes. A elevação crónica da glicose no sangue acaba por levar a danos nos tecidos, com as resultantes doenças, muitas vezes graves. Embora os sinais de danos nos tecidos possam ser encontrados em muitos sistemas orgânicos, são os rins, os olhos, os nervos periféricos e a árvore vascular que mostram as complicações diabéticas mais significativas. Manter os níveis de glicose o mais próximos possível do normal reduz o risco de complicações a longo prazo, dado que uma diabetes mal gerida pode levar a uma hoste de complicações de longo prazo, ou seja doenças cardiovasculares, retinopatia, insuficiência renal, efeitos nos nervos e artérias periféricos e neuropatias, tal como já referido. No entanto, manter a glicose no sangue tão próxima do normal quanto possível reduz o risco de desenvolver algumas destas complicações por valores que podem ir até aos 50% ou mesmo mais. A auto-vigilância da glicose no sangue é essencial para alcançar este desiderato, mas, como a diabetes afecta todo o corpo, incluindo os vasos sanguíneos e os nervos, controlar o colesterol e a tensão arterial também desempenha um papel crucial na redução das complicações de longo prazo da diabetes. Em conjunção com a medição rotineira da tensão arterial e do exame ocular e do pé, as pessoas com diabetes também deveriam proceder a medições regulares da HbA1c, do colesterol e da microalbumina. Em consequência, os meios de diagnóstico desempenham um papel crucial no cuidado e gestão das pessoas com diabetes. 2.4 Custos da diabetes À medida que a epidemia de diabetes avança e os sectores de prestação de cuidados de saúde nacionais continuam sob pressão, os aspectos económicos da diabetes e do cuidado da diabetes continuam a despertar atenção. Quando se analisa este tópico, é importante diferenciar entre o impacto nas produtividades nacionais, nos serviços de saúde, nos indivíduos e nas famílias. Assim, as estimativas do custo da diabetes podem ser decompostas em21: EDMA Custos dos cuidados de saúde com a diabetes: atribuíveis à diabetes propriamente dita e/ou às complicações; incluem os custos do hospital, do tratamento hospitalar e doutros tipos de prestação de cuidados devido a cetoacidose diabética, hipoglicémia e outras consequências directas da diabetes ou da sua terapia. Custo total dos cuidados: inclui todos os episódios de prestação de cuidados a pessoas com diabetes (cuidados de saúde relacionados com a diabetes e cuidados cuja principal razão não esteja relacionada com a diabetes); neste ponto considera-se que o curso da doença é mais grave e dispendioso nos doentes com diabetes. Custos indirectos e intangíveis: incluem os custos de perdas de produção e aspectos relacionados com a qualidade de vida. Estagnação das economias nacionais devido à diabetes22: um aspecto novo que ainda não foi quantificado. Tem havido muitas publicações sobre o custo da diabetes ao longo dos anos, mas a informação é contraditória e os resultados baseiam-se principalmente em dados de secção cruzada ou cálculos de modelos. “As comparações directas entre os estudos normalmente não são adequadas porque os métodos usados para estimar os custos diferem significativamente de um estudo para outro.” 23. As estimativas de custos também diferem em termos temporais, o que dificulta a elaboração de conclusões. No entanto, os dados seguintes dão uma imagem credível das consequências em termos de custos e impacto nos orçamentos. Custo da diabetes a nível mundial Estima-se que os gastos anuais directos em cuidados de saúde com a diabetes em todo o mundo para pessoas entre os 20 e os 79 anos se situem num intervalo entre os 153 e os 286 mil milhões de dólares. Estes dados baseiam-se num modelo epidemiológico e assumem que os cuidados prestados a um doente com diabetes (DcD) são 2 a 3 vezes mais caros que para uma pessoa comparável sem diabetes (custos relativos). Prevê-se que, em 2005, os gastos totais directos em cuidados de saúde com a diabetes em todo o mundo se situem entre os 213 e os 396 mil milhões de dólares. Isto significa que entre 7% e 13% do orçamento mundial para a saúde terá de ser gasto nos cuidados com a diabetes21. Custos no Reino Unido: Os gastos do SNS24 com a diabetes, projectados com base em 9% dos custos do SNS em 2000, são de cerca de £5.185.314.000. EDMA Custos da diabetes tipo 2 na Alemanha: Num estudo de secção cruzada (CODE-2), o custo anual por paciente para o seguro de saúde foi estimado entrexi €2.832, a preços de 199825, ou €3.499, a preços de 2005. Os custos sociais foram de cerca de €4.611 por paciente e por ano. Com base num estudo longitudinal (ROSSO26), os custos que são cobertos pelo seguro de saúde alemão foram calculados como situando-se entre €3.489 e €3.493, a preços de 2005, por paciente e por ano. Ambos os tipos de estudos forneceram dados comparáveis. Com base em taxas de prevalência entre os 5% e os 10%, espera-se que os custos directos da diabetes tipo 2 na Alemanha se situem entre 10,7 e 23 mil milhões de euros27. Custos da diabetes nos Estados Unidos: Total (directos e indirectos): 132 mil milhões de dólares em 2002. Custos clínicos directos: 92 mil milhões de dólares. Custos indirectos: 40 mil milhões de dólares em incapacidades, perdas de produção, mortalidade prematura. Estes dados são dum estudo realizado pelo Lewin Group, Inc. para a Associação Americana da Diabetes e trata-se de estimativas de 2002 relativas tanto aos custos directos (custos dos cuidados e serviços clínicos), como aos indirectos (custos de incapacidades de curto prazo e permanentes e da morte prematura) imputáveis à diabetes. Este estudo usa uma metodologia específica do custo da doença para estimar os custos dos cuidados de saúde devidos à diabetes28. Segundo o CODE-2, entre 48% e 85% dos gastos dizem respeito a internamento hospitalar. A variação entre os países também reflecte diferenças nos sistemas de cuidados de saúde, práticas de prestação de cuidados e financiamento (comparticipação). Europa29: País Alemanha Bélgica Espanha França Itália Países Baixos Reino Unido Suécia Custos com cuidados em consulta externa (€) 388 603 334 683 525 462 866 813 Custos hospitalares por paciente (€) 2.200 1.800 400 1.500 2.200 600 800 1.100 Soma (€) 2.588 2.403 734 2.183 2.725 1.062 1.666 1.913 EDMA País Alemanha Bélgica Espanha França Itália Países Baixos Reino Unido Suécia Custos com cuidados em consulta externa (%) 15,00 25,09 45,50 31,13 19,27 43,50 51,98 42,50 Custos hospitalares por paciente (%) 85,00 74,91 54,50 68,87 80,73 56,50 48,02 57,50 Mais importante do que o valor absoluto dos gastos é o impacto das complicações nos custos e o seu desenvolvimento ao longo do tempo. O gráfico seguinte mostra o aumento dos custos ao longo do tempo e as poupanças potenciais de acordo com os cuidados apropriados. Gráfico 1 [legendas da esquerda para a direita; de cima para baixo] Objectivos de Eficiência na Gestão da Diabetes Impacto das complicações no aumento dos custos de longo prazo Custo por paciente e ano Complicações de longo prazo da diabetes Diminuição dos custos com tratamento óptimo após aparição de complicações Micro e macrovascular Diminuição dos custos com tratamento precoce por potencial Nenhum 5 anos 10 anos *Fonte: CODE-2 Só a prevenção de complicações pode realmente reduzir os custos de longo prazo da diabetes. [fim de legendas] Segundo o CODE-2, os custos anuais podem subir até 12 vezes o custo de pacientes sem complicações (ver gráfico). EDMA Gráfico 2 [legendas da esquerda para a direita; de cima para baixo] O principal factor que influencia os custos não é a diabetes propriamente dita, mas sim as complicações Custos relacionados com a diabetes no sistema de saúde alemão Factor 1,0 5,9 5,6 12,2 As complicações influenciam os custos As complicações tardias podem fazer aumentar 12 vezes o custo anual do tratamento Sem complicações Só com complicações macrovasculares Só com complicações microvasculares Com complicações micro e macrovasculares *Baseado no estudo CODE-2 [fim de legendas] Custo das complicações da diabetes em seis países industrializados30: Num cálculo baseado num modelo, o custo da diabetes e das suas complicações foi descrito para seis países industrializados. Os custos foram subdivididos em: Custos indirectos: custos de gestão (custos da medicação standard e programas de despistagem de complicações). Custos directos: custo de complicações com doenças cardiovasculares; custo de complicações renais; custo de episódios agudos; custo de doenças oculares; custo de neuropatias e complicações com úlcera do pé. Os quadros seguintes contêm uma visão geral destes custos28 Quadro 1. Custos de gestão (em euros a preços de 2003) Alemanha Austrália Canadá Espanha França Itália Custo anual das estatinas 53081 3047 53529 35882 57880 68380 7 30 61 Custo anual da aspirina n/d 25 55 22 n/d 3883 Custo anual dos inibidores ECA 18085 2067,8 20929 11087 38784 22386 Custo anual da despistagem da MA 1,5844 13,1617 7,8821 10,9589 1,3888 4,8559 Custo anual da despistagem da PRB 6,4290 23,0017 7,8821 10,9589 1,3888 4,8559 91 17 Custo de interrupção dos ECAs devido a ESs 42,32 81 n/d n/d n/d n/d Custo anual de exames oculares 5855 8117 2922 6164 9841 77371 Custo anual de exames do pé 3392 n/d 2922 1189 1888 1793 94 8 29 84 Custo mensal de tratamento de UFCs 516 71 341 n/d 233 n/d ECA= inibidores da enzima conversora da angiotensina; MA= microalbumina; PRB= Proteinúria bruta; ESs= efeitos secundários; UFC= úlcera fora do comum; n/d= não disponível EDMA Quadro 2. Custos directos das complicações cardiovasculares (em euros a preços de 2003) Alemanha Austrália Canadá Custo do EM, ano 1 15.01144,45 12.2928 12.98522 44,45 7,8 Custo do EM, ano 2+ 1.168 203 83122 Custo da angina, ano 1 3.34246,47 1.7167,8 2.21822 Custo da angina, ano 2+ n/d 256,7 1.03522 Custo da IC, ano 1 6.03448,95 3.1587,9 1.42325 49 8 Custo da IC, ano 2+ 800 386 1.42325 Custo do ataque cardíaco, ano 1 19.39950 13.4439,10 23.17322 Custo do ataque cardíaco, ano 2+ 6.06050 257 6.11022 0 Custo do ataque cardíaco, morte em 30 dias 9.0065 n/d 12.25197 EM= enfarte do miocárdio; IC= insuficiência coronária; n/d= não disponível Espanha França 19.27760 15.59232 77660 1.22632 2.20769 2.61333 n/d n/d 4.96834 3.95035 4.96834 1.93432 4.63861 11.75432 1.72261 2.47832 3.20161 5.28834 Itália 13.81660 2.40060 2.29758 n/d 3.69496 3.69496 6.58396 7.99160 6.58360 Quadro 3. Custos directos das complicações renais (em euros a preços de 2003) Alemanha Austrália Canadá Espanha Custo da HD, ano 1 58.11651 17.1889,11,12 58.15921 31.23362 Custo da HD, ano 2+ n/d n/d 93.84021 n/d Custo da DP, ano 1 42.29651 27.5529,11,12 33.81121 32.70662 Custo da DP, ano 2+ n/d n/d 47.44721 n/d Custo do TR, ano 1 68.17552 16.2469 60.90321 28.37063 Custo do TR, ano 2+ 10.90452 7919 19.98621 8.33663 HD= hemodiálise; DP= diálise peritoneal; TR= transplante renal; n/d= não disponível França 56.48738 n/d n/d n/d 24.60838 6.86638 Itália 43.07598,99 n/d n/d n/d 56.71798,99 11.58298,99 Quadro 4. Custos directos dos episódios agudos (em euros a preços de 2003) Alemanha Austrália EH, com necessidade de assistência médica 35946,51 2829,13-15 EH resultante em coma, síncope 35946,51 2829,13-15 Episódio de cetoacidose / ácido láctico 6.14446,51 1.3459 EH= episódio hipoglicémico; n/d= não disponível Canadá 7822 7822 94826 Espanha França 33865 22736 65 338 22736 99726,66 n/d Itália 10813,58 10813,58 2.72458 Quadro 5. Custos directos das doenças oculares (em euros a preços de 2003) Alemanha Tratamento laser 3.47756 Operação às cataratas 1.32254 Custo anual na sequência de OC n/d Custo anual da cegueira 10.45753 OC= operação às cataratas; n/d= não disponível Austrália 1.39016 1.5099 917 15, 18-20 20.904 Canadá 47821 892100 n/d 1.47122 Espanha França 17764 40641 101 1.041 1.77140 915102 11243 n/d 38241 Itália 6059 1.97858 3786 5.51573 Quadro 6. Custos directos das neuropatias e úlceras do pé (em euros a preços de 2003) Neuropatia, ano 1 Amputação das extremidades inferiores Próstese Tratamento da gangrena Úlcera infectada Úlcera normal não infectada n/d= não disponível Alemanha 3.85546 22.09656 3.24156 3.18657 1.78357 87757 Austrália 1.1389 18.5479 1.68714 11.5689 2.4339 20414 Canadá 10322 17.13022 71122 5.43622 1.52122 72722 Espanha França 2.531101 6336 67 14.787 31.99838 2.48068,69 1.13842 5.611101 2.26642 n/d 1.99942 n/d 1.14242 Itália n/d 10.17758 n/d n/d n/d n/d No estudo ROSSO, os custos directos das complicações representam cerca de 60% e os custos do controlo cerca de 4% do gastos na Alemanha31. EDMA Gestão da doença 3. Gestão da doença 3.1 Dispositivos para auto-vigilância da glicose no sangue (AVGS) (episódica e contínua) Uma importante ferramenta na gestão da diabetes é a capacidade de medir a glicose no sangue. Têm-se verificados enormes progressos no desenvolvimento deste equipamento de análises de diagnóstico para permitir uma análise simples, rápida e em casa por parte das pessoas com diabetes. As primeiras análises que foram disponibilizadas para uso em casa eram tiras de análise que estimavam a concentração de glicose presente na urina do paciente. Infelizmente, estas tiras só davam uma estimativa muito grosseira das concentrações de glicose no sangue e eram totalmente inadequadas para conseguir um bom controlo glicémico devido a várias razões: a glicose só surge na urina quando já apresenta concentrações superiores a 108mg/dl no fluxo sanguíneo; em consequência, a análise da urina não dá uma indicação atempada do risco de hipoglicémia ao utilizador; a concentração de glicose na urina varia com factores tais como o nível de hidratação do paciente e a quantidade de urina que produz; as análises propriamente ditas são semi-quantitativas, o que significa que têm um valor reduzido quando se pretende alcançar um controlo glicémico apertado. A análise da glicose no sangue em casa começou a generalizar-se nos anos setenta e no início dos anos oitenta, com o desenvolvimento de tecnologias de bio-sensor óptico que exploravam a reacção duma enzima que tem uma especificidade única para a glicose (glicose oxidase) e ao desenvolvimento de optoelectrónica fiável. Esta combinação de tecnologias permitiu a produção de instrumentação portátil e relativamente simples. A grande vantagem destes sistemas comparados com as tiras para mergulhar na urina era que possibilitavam, pela primeira vez, uma medição quantitativa exacta na glicose no sangue para uso em casa. No final dos anos oitenta, o progresso tecnológico no campo da electroquímica permitiu melhorias adicionais nos sensores de glicose no sangue. Duma forma importante, a electroquímica permitiu uma redução substancial dos tempos de análise (de valores típicos entre 45 segundos e 1 minuto para a actual norma de 5 segundos ou menos para fazer a análise) e, tão ou mais importante, uma redução do tamanho da amostra de sangue capilar necessária para fazer a análise (dum valor superior a 10 microlitros para a norma actual de 1 microlitro ou menos). Estes progressos foram da maior importância para o paciente dado que tornaram as análises em casa muito mais fáceis de executar, mais discretas e, de grande importância, menos dolorosas para obter a amostra de sangue necessária para a análise. Menos óbvio para a pessoa com diabetes, mas igualmente importante clinicamente foi o facto dos sistemas electroquímicos de análise da glicose no sangue fornecerem resultados mais exactos e, com o desenvolvimento de EDMA tecnologias de produção em massa, tanto para os dispositivos de medição como para as tiras de análise descartáveis, permitirem que os sistemas de análise da glicose no sangue fossem fabricados em grande escala duma forma eficaz em termos de custos. Actualmente, os esforços centram-se no desenvolvimento de ferramentas de gestão de dados simples para dar ao utilizador mais informações sobre a sua doença, permitindolhe gerir a sua saúde duma forma mais eficaz. Para além disso, estão a ser aplicados recursos imensos no desenvolvimento do controlo contínuo da glicose no sangue para evitar a necessidade do utilizador obter uma amostra de sangue capilar. Hoje em dia, existe uma vasta gama de tecnologias em investigação para produzir monitores contínuos da glicose comxii existem dispositivos disponíveis no comércio que medem a glicose no fluido intersticial (colhendo uma amostra a uma distância muito curta sob a pele (os chamados dispositivos minimamente invasivos). Nos últimos 30 anos, tem havido grandes progressos nos sistemas de controlo da glicose no sangue, com os actuais dispositivos a possibilitarem sistemas discretos e fáceis de usar que ajudam as pessoas com diabetes a compreender e, portanto, a controlar os seus níveis de glicose no sangue, reduzindo assim os riscos das complicações de longo prazo da doença (ver Anexo II). 3.2 O papel crítico da HbA1c Parâmetros de diagnóstico e a sua utilização Glicose no sangue32 Todos os seres humanos têm glicose na sua corrente sanguínea. Nos indivíduos saudáveis, a concentração de glicose no sangue está sob controlo apertado. Tal como já foi referido, nas pessoas que sofrem de diabetes, o corpo é incapaz de regular a quantidade de glicose presente na corrente sanguínea. A medição da concentração da glicose presente na corrente sanguínea é indicativa da presença de diabetes. Para efeitos de diagnóstico, os valores de glicose no sangue descritos seguidamente constituem um diagnóstico de diabetes: Glicose no Sangue em Jejum De 70 a 99 mg/dl (3,9 a 5,5 mmol/l) Glicose normal em jejum Entre 100 e 125 mg/dl (5,6 a 6,9 mmol/l) Glicose em jejum alterada (pré-diabetes) 126 mg/dl (7 mmol/l) e mais, em mais do Diabetes que uma ocasião de análise Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) [excepto durante a gravidez] (2 horas após ingerir 75 gramas de glicose oral) Menos de140 mg/dl (7,9 mmol/l) Tolerância normal à glicose Entre 140 e 199 mg/dl (7,8 a 11,1 mmol/l) Tolerância à glicose alterada diabetes) 200 mg/dl (11,1 mmol/l) e mais, em mais Diabetes do que uma ocasião de análise (pré- EDMA Com base nos dados fisiológicos anteriores, os intervalos de glicose para gerir pessoas com diabetes são os seguintes33: Directrizes Globais para Diabetes Tipo 2, IDF, 200527 Glicose no plasma capilar Recomendados Antes das refeições < 110 mg/dl (<6,0 mmol/l) 1 a 2 horas depois das refeições < 145 mg/dl (<8,0 mmol/l) HbA1c (%) < 6,5 Hemoglobina glicosilada (HbA1c) A medida de longo prazo de controlo da glicose no sangue é conhecida como HbA1c ou hemoglobina glicosilada. A análise da HbA1c mede quantas células de hemoglobina A1c (uma parte específica dos glóbulos vermelhos) têm açúcar associado. Devido ao facto destas células viverem cerca de 4 meses, esta análise dá uma imagem da forma como o açúcar tem sido controlado nos últimos meses. A Associação Americana da Diabetes recomenda um resultado da HbA1c igual ou inferior a 7% para ajudar a reduzir o risco das complicações de longo prazo da diabetes34. A glicosilação da hemoglobina tem sido implicada nas nefropatias e retinopatias da diabetes. Na duração normal de 120 dias de vida do glóbulo vermelho, as moléculas de glicose juntam-se à hemoglobina, formando hemoglobina glicosilada. Nos indivíduos com diabetes mal controlada, os aumentos das quantidades desta hemoglobina glicosilada são observáveis. Depois duma molécula de hemoglobina ficar glicosilada, mantém-se neste estado. O crescimento da hemoglobina glicosilada nos glóbulos vermelhos reflecte o nível médio de glicose a que a célula esteve exposta durante o seu ciclo de vida. A medição da hemoglobina glicosilada avalia a eficácia da terapia de longo prazo de regulação da glicose no soro. O nível de HbA1c é proporcional à concentração média de glicose no sangue durante as quatro semanas a três meses anteriores (algumas pesquisas indicam que a maior parte do seu valor está relacionada com um período bastante mais curto, de duas a quatro semanas). Quanto mais perto de 6% um doente com diabetes conseguir manter as suas A1c, melhor controlada fica a sua diabetes. À medida que as A1c aumentam, também aumenta o risco de complicações32. Microalbumina A análise da microalbumina na urina detecta a presença da proteína albumina na urina. Num corpo em bom funcionamento, a albumina normalmente não está presente na urina porque é filtrada da corrente sanguínea pelos rins. A microalbuminúria é uma situação determinada por uma quantidade muito pequena de proteína na urina. Trata-se dum dos primeiros sinais de danos nos rins32. Níveis moderadamente acrescidos de microalbumina na urina indicam que uma pessoa está numa fase muito precoce do desenvolvimento duma doença renal. Níveis muito elevados indicam a presença duma doença renal numa forma mais grave. Níveis normais indicam o regular funcionamento da função renal32. EDMA 3.3 A educação como um pré-requisito A educação dos pacientes desempenha um papel crucial nos cuidados de pessoas com diabetes já há muitos anos. Em 1918, por exemplo, o Instituto Joslin deu início a um programa educacional para os seus pacientes e, desde então, a importância da educação, tanto do doentes como dos profissionais de saúde, tornou-se cada vez mais relevante para ajudar as pessoas com diabetes a viverem uma vida longa e livre de complicações. Na verdade, a Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) declarou que “O objectivo do subgrupo de educação da diabetes deve ser melhorar a qualidade de vida do paciente diabético através do desenvolvimento e avaliação de programas educacionais concebidos para promover a independência do paciente, melhorar a qualidade do controlo metabólico, enfatizar a importância da prevenção e o reconhecimento da doença nos estádios iniciais e encorajar a pesquisa relevante”. Actualmente, a educação reveste-se de várias formas: mudança da gestão da diabetes duma especialidade de cuidados secundários para os cuidados primários através da formação da equipa de cuidados primários (médicos, enfermeiros, dietistas, podólogos, etc.); o emergência de educadores de diabetes e enfermeiros especializados em diabetes que formam e aconselham os pacientes em todas as fases da sua vida enquanto diabéticos; o desenvolvimento duma vasta gama de materiais educacionais, tanto para pessoas com diabetes como para as suas famílias e prestadores de cuidados, no sentido de os auxiliar na compreensão e gestão da doença e das suas complicações; fornecimento de informações por parte de fabricantes na área da diabetes; tais informações são disseminadas através duma enorme variedade de meios, que vão desde sítios na Internet a materiais impressos fornecidos juntamente com produtos tais como leitores de glicose; grupos de apoio a pacientes (por exemplo, a Diabetes UK), associações profissionais (por exemplo, a Associação Americana da Diabetes) e entidades sem fins lucrativos activas neste campo (por exemplo, a Fundação para a Pesquisa da Diabetes Juvenil), todos prepararam uma vasta gama de materiais educativos destinados a todas as pessoas envolvidas na diabetes (profissionais de saúde, pacientes, prestadores de cuidados, etc.); mais uma vez, estes materiais são concebidos para facilitar a gestão eficaz da diabetes e reduzir as complicações de longo prazo da doença. A indústria dos meios de diagnóstico entende que o fornecimento de materiais educacionais é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos utilizadores das suas tecnologias de medição da glicose no sangue. Em consequência, estas empresas dedicam recursos importantes ao desenvolvimento de materiais adequados para pessoas com diabetes de todas as idades, culturas e nível educacional, com o objectivo de os ajudar a ter uma vida tão normal quanto possível. As linhas de apoio aos utilizadores também disponibilizam apoio adicional e, para além de registarem e resolverem as queixas dos utilizadores, também ajudam as pessoas com diabetes a entender qual é a forma correcta de utilizarem os seus sistemas de medição da glicose no sangue. EDMA Baseado em evidências 4. Baseado em evidências Evidência significa tudo o que possa ser usado para determinar ou demonstrar a veracidade duma afirmação. Em termos filosóficos, evidência pode incluir proposições que se presume serem verdadeiras, quando usadas para suportar outras proposições que se presume serem falsificáveis. O termo tem significados especializados em campos específicos, tal como na investigação científica, na investigação criminal e no discurso jurídico. A forma mais imediata de evidência disponível para uma pessoa é o conjunto de observações que ela própria faz. Na ciência, as evidências são acumuladas através da observação de fenómenos que ocorrem no mundo natural ou através de experiências. As evidências científicas são acumuladas para efeitos de validar ou descartar hipóteses. A Medicina Baseada em Evidências (MBE) procura aplicar o método científico à prática clínica. De acordo com o Centro para Medicina Baseada em Evidências, “A medicina baseada em evidências é o uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências actuais para tomar decisões sobre os cuidados a prestar a pacientes individualmente considerados”35. Esta definição refere-se às tarefas e opiniões clássicas dos profissionais de saúde, mas não reflecte a opinião da sociedade, nem das pessoas que tomam decisões que afectam a adopção e utilização de tecnologias de saúde. Embora a MBE seja uma ferramenta que se desenvolveu para ajudar os clínicos a assegurar que os seus pacientes recebem os melhores cuidados possíveis36, pode não representar a melhor ferramenta de apoio das decisões a serem tomadas por outras pessoas. Talvez outras ferramentas baseadas em evidências possam apoiar decisões nos melhores interesses dos doentes. A perspectiva da saúde pública37 descreve melhor as tarefas de prestação de cuidados de saúde dum ponto de vista da sociedade ou do governo. Tendo em conta que os recursos são um pré-requisito para criar informações passíveis de serem postas em prática, uma definição do ponto de vista da saúde pública poderia ter a seguinte redacção: “Tomar decisões baseadas em evidências significa um uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências actuais sobre os resultados dos cuidados prestados a populações e subgrupos. As decisões de prestação de cuidados são tomadas ao nível dos processos, estruturas, programas ou sistemas. A prática de saúde pública baseada em evidências significa integrar os conhecimentos médicos baseados na população com as melhores evidências disponíveis sobre os recursos necessários e a sua utilização eficiente.” 38. Embora o processo de tomada de decisão a estes diferentes níveis exija vários tipos de informações, todas devem ser suportadas por princípios científicos e independentes em matéria de prova. Nas ciências sociais, a proposta de medição duma qualidade ou atributo começa com o esclarecimento das dimensões do atributo, que é decomposto em indicadores mensuráveis. A definição e medição da inteligência dá-nos um exemplo em que a noção abstracta é decomposta em diferentes dimensões de inteligência, com EDMA escalas de medição correspondentes. No caso de evidências relativas a tecnologias de cuidados de saúde, podemos subdividir as evidências em dimensões clínicas e económicas. As evidências clínicas, por sua vez, podem ser de dois tipos: evidências da eficácia clínica e evidências de efectividade clínica. As evidências económicas baseiam-se na eficácia e efectividade, sendo a última mais importante para os médicos, os financiadores do sistema e as autoridades nacionais em matéria de saúde. Figura 1 [legendas] O valor pode ser definido num sentido clínico e económico Definição de valor clínico e económico Evidências Evidências de Valor Clínico Eficácia, precisão, utilidade clínica, etc. Não são específicas de nenhum país / sistema de saúde Efectividade clínica por comparação com o processo standard de prestação de cuidados O método de avaliação e a concepção do estudo dependem do país / sistema de saúde em causa! Evidências de Valor Económico Efectividade e eficiência económica por comparação com o processo standard de prestação de cuidados O método de avaliação e a concepção do estudo dependem do país / sistema de saúde em causa! [fim das legendas] A eficácia clínica requer um nível elevado de demonstração da validade interna, para a qual a concepção de estudo preferida é o Ensaio Controlado e Randomisado (ECR). Nos meios de diagnóstico, o critério correspondente seria a exactidão incondicional39. Evidências duma elevada validade interna podem não ser suficientes para efeitos da prática clínica num contexto de mundo real. Na verdade, a área de investigação dos serviços de saúde e o tema “investigação da efectividade” em particular surgiram em parte para tratar da transmutabilidade das evidências e doutros resultados de estudos para serem usados num contexto de vida real40. Dadas as provas das evidências clínicas, ou seja a eficácia e a efectividade, as evidências económicas podem ser definidas. Dum ponto de vista económico ou das autoridades, a questão que surge é: “Como é que o resultado – em termos de aumento da esperança de vida – varia em função duma alteração da frequência das análises? Quantas análises é que são economicamente justificáveis?” O gráfico seguinte mostra a relação entre a frequência das análises e o aumento da esperança de vida (curva em forma de s na parte inferior). Com um acréscimo do uso de recursos (neste caso, tiras de análisea esperança de vida aumenta. No entanto, a curva mostra diferentes fases de eficiência. Numa curva em forma de s, os factores de produção são usados com acréscimo da eficiência até que o ponto de inflexão é atingido. O ponto de inflexão é determinado pela primeira derivada igual a zero e pela segunda derivada que muda de valores positivos para valores negativos. A primeira EDMA derivada é mostrada pela curva desenhada a branco na parte superior do gráfico. A segunda derivada está representada pela curva desenhada a amarelo. A primeira linha vertical tracejada liga estes valores aos valores correspondentes da curva em forma de s. Isto corresponde a uma categoria de frequência de análise de 1,01 a 1,5 tiras por dia. A segunda fase interessante está delimitada por um ponto em que o resultado médio é maximizado. Este valor pode ser ilustrado desenhando uma tangente desde a origem até à curva, o que é mostrado pela segunda linha vertical tracejada. Este ponto está correlacionado com uma categoria de frequência de análise de 1,51 a 2 tiras por dia. A eficiência operacional ideal situa-se entre estes dois pontos. Gráfico 3 [legendas: da esquerda para a direita; de cima para baixo] [texto exterior ao gráfico propriamente dito] Frequência de Análise e EV Área de rácios recursos/resultados favoráveis Modelo de diabetes * População ROSSO * Idade média: 61 anos * 51% do sexo masculino * ADO: SU (60%) + metformina (40%) * Estimativas da eficácia baseadas em Karter (2005, 2006) e Schütt (2006) Deriva a área operacional óptima entre: * 1 a 2 tiras por dia, em média [texto do gráfico propriamente dito] EV por Frequência de Análise EV EV EV EV Sem AVGS Frequência de Análise/ Categorias [fim de legendas] A estimativa baseia-se em dados duma amostra da população alemã de tipo 2 – o estudo ROSSO20 e na correlação entre a frequência de análise e a HbA1c publicada por Karter e Schütt. Os efeitos foram então simulados com um modelo de diabetes validado (Mellibase). Um dos maiores obstáculos na análise dos benefícios da AVGS e da gestão da diabetes prende-se com o desfasamento temporal dos custos e das poupanças. Os investimentos fazem-se hoje, mas a maior parte das poupanças só se vê daqui a 10 anos. Na investigação dos serviços de saúde supramencionada, poderia ver-se que a redução dos custos se verifica muito cedo, ou seja logo a partir do primeiro ano. EDMA Papel da indústria 5. Papel da indústria Investimento da indústria na concepção e desenvolvimento de dispositivos No sentido de melhorar os cuidados prestados aos pacientes, os fabricantes de equipamento de controlo da glicose no sangue tipicamente investem um valor que pode ir até aos 10% do seu volume de negócios anual na concepção e desenvolvimento de dispositivos de controlo da glicose aperfeiçoados. Estes esforços de I&D são impulsionados por necessidades não satisfeitas dos clientes (por exemplo, o desejo de análises são dolorosas, simplicidade e facilidade de utilização dos leitores de glicémia, etc.), na esperança de que o uso acrescido por pessoas com diabetes melhore a aderência às terapias da diabetes, reduzindo assim as complicações de longo prazo da doença, melhorando a qualidade de vida dos utilizadores e diminuindo os custos da diabetes para o sistema de saúde. Os custos associados ao lançamento de novos produtos aumentaram recentemente devido aos requisitos acrescidos em termos de apresentação de evidências clínicas de que os novos produtos nesta área possibilitam uma melhoria dos resultados clínicos e dos benefícios para o paciente. Estes ensaios são muitas vezes demorados e dispendiosos em termos de concepção e execução, mas são cruciais para convencer as entidades que financiam os cuidados de saúde de que os novos dispositivos oferecem melhorias em termos de resultados para os pacientes. Envolvimento da indústria na educação Tal como já referido na secção 3, os fabricantes de meios de diagnóstico in vitro estão empenhados em fornecer informações aos pacientes diabéticos através duma vasta gama de meios, que vão desde sítios na Internet até materiais impressos fornecidos juntamente com produtos tais como os leitores de glicémia. Com base na compreensão de que os materiais educacionais são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos utilizadores de análises da glicose, os fabricantes de meios de diagnóstico afectam recursos significativos ao desenvolvimento de materiais adequados para pacientes diabéticos de todas as idades, culturas e nível educacional, com o objectivo de os ajudar a ter uma vida tão normal quanto possível. Para além disso, a indústria dos meios de diagnóstico também se empenha na educação contínua dos profissionais de saúde através da participação em congressos científicos, cursos de formação contínua, etc. EDMA Apêndice Anexo 1: Marca CE: o que é que implica? A marca CE, quando afixada num produto, informa o seu utilizador de que esse produto cumpre as leis estipuladas na União Europeia para a sua comercialização. No caso de meios de diagnóstico in vitro e dos leitores de glicémia em especial, os requisitos que têm de ser cumpridos pelo dispositivo estão estipulados na Directiva 98/79/CE, normalmente conhecida por Directiva DIV. Quanto aos leitores de glicémia, estes requisitos garantem o seguinte: Estado da arte – O dispositivo foi concebido e fabricado usando tecnologia e especificações consentâneas com o estado da arte, o que é garantido através do cumprimento de normas técnicas que, ao contrário dos diplomas legislativos, são revistas com frequência. Utilização segura – Todos os riscos conhecidos e potenciais que podem surgir na utilização do dispositivo foram levados em consideração e, tanto quanto possível, eliminados do dispositivo. Sistema de qualidade – o fabricante do dispositivo tem de ter um sistema de controlo da qualidade para assegurar que todos e cada um dos dispositivos cumprem as especificações. Sistema de vigilância do mercado – os dispositivos clínicos para diagnóstico in vitro, tais como os leitores de glicémia, estão cobertos por um dos sistemas de vigilância do mercado mais estrito de todos os produtos com a marca CE. Isto significa que se alguma vez houver um problema com um dispositivo, os fabricantes e as autoridades terão conhecimento do facto e serão tomadas medidas correctivas rapidamente. Certificação por terceiros – Quanto aos leitores de glicémia, todos os pontos anteriores são controlados por terceiros com conhecimentos técnicos especializados (conhecidos por autoridades notificadas), que garantem que todas as alegações anteriores são verdadeiras. A marca CE num leitor de glicémia é portanto uma verdadeira marca de segurança e qualidade e demonstra que o dispositivo é consentâneo com o estado da arte. EDMA Apêndice Anexo 2: Evolução das análises da glicose Figura [legendas: da esquerda para a direita; de cima para baixo] As principais tendências tecnológicas nas análises da glicose no sangue... centram-se em tornar as análises mais precisas, menos invasivas e mais cómodas para os pacientes Primeira geração Estado da arte na actualidade Objectivos para o futuro O volume de sangue foi reduzido para 40 vezes menos O tamanho e peso dos leitores foi reduzido para 40 vezes menos Início automático Tecnologia sem limpeza entre utilizações Tiras de inserir Disco ou cassete multitiras Elevada precisão e exactidão Lancetas virtualmente indolores Segurança contra erros de manuseamento Não invasivas Sem necessidade amostras Automáticas de [fim das legendas] EDMA Apêndice Anexo 3: Escalas de medição específicas dos diabéticos Escalas de medição específicas dos diabéticos Perfil de Cuidados da Diabetes (PCD) Escala de Úlcera do Pé Diabético (EPD) Escalas de Medição do Impacto da Diabetes (EMID) Teste de Conhecimento da Diabetes (TCD) Historial da Diabetes Mellitus (HDM) Questionário sobre a Qualidade de Vida da Diabetes em Ensaios Clínicos(QQVDEC) Medição da Qualidade de Vida da Diabetes (QVD) Objectivo Características Doença: diabetes mellitus Objectivo: Avaliar os factores sociais e psicológicos relacionados com a diabetes e o seu tratamento População: Adulta Doença: úlcera na perna da diabetes mellitus Objectivo: medir o impacto das úlceras do pé diabético e do seu tratamento na qualidade de vida dum ponto de vista do paciente População: adulta Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1) e não insulino-dependente (tipo 2)] Objectivo: medir o estado de saúde de pacientes adultos diabéticos dos tipo 1 e 2 População: adulta Doença: diabetes mellitus Objectivo: obter uma avaliação geral do conhecimento do paciente sobre a diabetes e os cuidados relacionados População: adulta Doença: diabetes mellitus Objectivo: recolher informações clínicas básicas sobre a diabetes de pacientes inseridos na comunidade População: adulta Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1) e não insulino-dependente (tipo 2)] Objectivo: medir a qualidade de vida de pacientes diabéticos em ensaios clínicos População: adulta Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1)] Objectivo: avaliar o peso relativo do regime intensivo de tratamento da diabetes População: adulta Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 234 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação [para pacientes e prestadores de cuidados] Número de pontos: 58 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 44 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 23 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 34 pontos principais e 13 pontos opcionais Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: QQVDEC: 142; QQVDEC-R: 57 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de administração: Entrevista; auto-aplicação Número de pontos: 46 EDMA Escalas de medição específicas dos diabéticos Escala da Qualidade de Vida da Diabetes para Jovens (QVDJ) Perfil de Auto-Gestão da Diabetes (PAGD / PAGD-F) Escala de Qualidade de Vida Específica da Diabetes (QVED) Auditoria da Qualidade de Vida Dependente da Diabetes (AQVDD) Avaliação da Escala de Diabetes (AED) Avaliação do Medo Hipoglicémia (AMH) de Escala do Impacto de Doenças Infantis (IDI) Questionário Multi-Dimensional da Diabetes (QMD) Objectivo Características Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1)] Objectivo: avaliar o impacto psico-social dos regimes de tratamento da diabetes na população jovem População: adolescente e pediátrica Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1)] Objectivo: avaliar a auto-gestão da diabetes tipo 1 em crianças População: adolescente e pediátrica Doença: diabetes mellitus Objectivo: avaliar os objectivos individuais de tratamento dos pacientes com diabetes do tipo 1 População: adulta Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 52 Doença: diabetes mellitus [insulino-dependente (tipo 1) e não insulino-ependente (tipo 2)] Objectivo: medir a percepção individual do impacto da diabetes na sua qualidade de vida População: adulta Doença: diabetes mellitus Objectivo: avaliar a análise da doença feita por cada pessoa População: todas Doença: diabetes mellitus Objectivo: para vigiar os cuidados continuados da diabetes População: adulta Doença: diabetes mellitus; epilepsia Objectivo: avaliar a percepção parental da qualidade de vida em crianças com epilepsia ou diabetes População: pediátrica Doença: aiabetes mellitus Objectivo: possibilitar uma avaliação abrangente de factores cognitivos e sociais relacionados com a diabetes População: adulta Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de administração: entrevista Número de pontos: 24 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 64, dos quais 10 se centram nos objectivos do tratamento, 10 na satisfação com o tratamento e 44 na percepção do peso da diabetes Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 20 (18 + 2 genéricos); 21 (19 +2 genéricos) Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 7 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 23 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de administração: por intermediário Número de pontos: Versão da diabetes: 31; versão da epilepsia: 30 Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 41 EDMA Escalas de medição específicas dos diabéticos Questionário de Bem –Estar (QBE) Objectivo Características Doença: diabetes mellitus Objectivo: possibilitar a medição de estados de espírito depressivos, da ansiedade e vários aspectos positivos de bem-estar População: adulta Questionário do Medo de Injectar e Auto-Análise da Diabetes (MIA-D) Doença: diabetes mellitus Objectivo: quantificar o grau de medo de auto-injectar insulina e auto-analisar a glicose no sangue em pacientes diabéticos adultos tratados com insulina População: qdulta Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: QBE-22: 22 pontos; QBE-12: 12 pontos (versão curta); QBE-28: 28 pontos Tipo de instrumento: qualidade de vida Modo de aplicação: autoaplicação Número de pontos: 15 EDMA Apêndice Anexo 3xiii: Acrónimos e definições CDC Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (Centres for Disease Control and Prevention). Colesterol Uma análise ao sangue que mede a quantidade de gorduras (lípidos) presente na corrente sanguínea. DCV Doença cardiovascular. EASD Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (European Association for the Study of Diabetes). MBE Medicina baseada em evidências. HbA1c Hemoglobina glicosilada, uma análise ao sangue que mede a glicose média no sangue nos últimos 2-3 meses e que é a melhor forma de medir o controlo global da glicose. Deve ser medida 2 a 4 vezes por ano com um objectivo inferior a 7%. GJA Glicémia de jejum alterada. TGA Tolerância à glicose alterada. Microalbumina Uma análise à urina que mede a função renal. SNS Serviço Nacional de Saúde (Reino Unido). DCD Doente com diabetes. ECR Ensaio controlado e randomisado. QdV Qualidade de vida. EDMA Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 11. 12. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. WHO Fact Sheet nº 138, revista em Abril de 2002: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs138/en/index.html IDF Global „What is Diabetes?‟: http://www.idf.org./home/index.cfm?unode=3B96844A-C0262FD3-87E85FD2293F42E9 Deliberação da ONU 61/225 “Dia Mundial da Diabetes”: http://www.unitefordiabetes.org/assets/files/_UN_Resolution.pdf IDF Atlas da Diabetes, 3ª edição, http://eatlas.idf.org Conferência da UE sobre “Diabetes: Europe Rising to the Research Challenge”, Novembro de 2004: http://europa.eu.int/comm/research/press/2004/pr0311en.cfm A N Hussain, M, T Vincent, Diabetes Mellitus, Type 1, eMedicine: http://www.emedicine.com/med/topic546.htm W L Isley, J Oki, Diabetes Mellitus, Type 2, eMedicine: http://www.emedicine.com/med/topic547.htm Associação Americana da Diabetes, Diabetes and Pregnancy, http://www.diabetes.org/gestationaldiabetes/pregnancy.jsp Life Clinic Management Systems, Diabetes and Pregnancy¸http://www.lifeclinic.com/focus/diabetes/pregnancy_main.asp March of Dimes, Having a Healthy Pregnancy with Diabetes: http://www.marchofdimes.com/pnhec/188_1064.asp PROQOLID, http://www.qolid.org/proqolid/search_1/pathology_disease?pty=1920 Senez B, Felicioli P, Moreau A, Le Goaziou M F, Quality of life assessment of type 2 diabetic patients in general medicine, in: Presse Med, Vol. 33, páginas 161-163, 2004 Lustman P J , Clouse R E, Depression in diabetic patients: the relationship between mood and glycaemic control, in: J Diabetes Complications, 2005 Mar-Abr; 19(2): 113-22 Diabetes Health, Hypoglycemia – What Happens: http://www.diabeteshealth.com/read/1994/09/01/233.html IDF Atlas da Diabetes, Major Diabetic Complications: http://www.eatltas.idf.org/Complications/major_diabetic_complications/ Diabetes UK: http://www.diabetes.org.uk/ MedicineNet.com, Hypoglyemia: http://www.medicinenet.com/hypoglycemia/article.htm Joslin Diabetes Center, Diabetes and Cardiovascular Disease: http://www.joslin.org/managing_your_diabetes_3731.asp Atlas da Diabetes, 2ª edição, quadro da Federação Internacional da Diabetes produzido em 2007-0620 10:36 a partir de www.eatlas.idf.org J Betz-Brown, Apresentação oral no Congresso da IDF na Cidade do Cabo, 2006 Songer na Universidade de Pittsburg Diabetes UK, Fact sheet No. 3: Diabetes: Cost and complications: http://www.diabetes.org.uk/infocentre/fact/fact3.htm R Williams, H Baxter, J Bottomley, J Bibby, E Burns, J Havey, R Sheaves, R Young, CODE-2: European study of the costs of type 2 diabetes; a conversão para 2005 foi feita por HW. A totalidade da coorte baseia-se num período médio de observação de 6,5 anos. Estudo retrolectivo (ROSSO) : Self-monitoring of Blood Glucose (SMBG) and Outcome in People with Type-2 Diabetes. C Weber, K Neeser, H Wenzel, B Schneider, Deutschland: Kosten des Typ-2 Diabetes über acht Jahre (Rosso Studie Nr. 2), in: JME, Vol. 9, páginas 45-54, 2006. National Diabetes Information Clearinghouse (NDIC); National Diabetes Statistics: http:// diabetes.niddk.nih.gov/dm/pubs/statistics/index.htm#5 Liebl A e outros: Costs of type 2 diabetes in Germany, Results of the CODE-2 study, Dtsch Med Wochenschr 18;126(20) 2001:585-9. J A Ray e outros, Curr Med Res Opin. 2005:21(10):1617-1629: http://www.medscape.com/viewarticle/51522 C Weber, K Neeser, H Wenzel, B Schneider, Deutschland: Kosten des Typ-2 Diabetes über acht Jahre (Rosso Studie Nr. 2), in: JME. Vol. 9, páginas 45-54, 2006. Lab Tests Online: http://www.labtestsonline.org/index/html EDMA 33. Global Guidelines for Type 2 Diabetes, IDF, 2005: http://www.staff.ncl.ac.uk/philip.home/IDF_GGT2D.pdf 34. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2006. Diabetes Care. Volume 29, Suplemento 1, Janeiro de 2006. 35. Sackett, D L e outros (1996) Evidence based medicine: what it is and what it isn’t. BMJ 312 (7023), 13 de Janeiro, 71-72. Este documento também existe na Internet em: http://cebm.jr2.ox.ac.uk/ebmisisnt.html 36. Gordon S Doig, Universidade de Sydney: http://www.evidencebased.net/ 37. A saúde pública “trata dos esforços sistemáticos para identificar necessidades em termos de saúde e organizar serviços de saúde abrangentes com uma base populacional bem definida”, Heller R F, Heller T D e Pattison S, Putting the public back into public health. A re-definition of public health, Public Health, Vol. 117, Número 1, Janeiro de 2003. 38. Wenzel e outros, 2006. 39. A exactidão define-se como a proporção de pacientes para os quais foi feito um diagnóstico correcto. Exactidão incondicional significa que “estes parâmetros dependem do valor utilizado para diferenciar entre sujeitos saudáveis e não saudáveis, mas são independentes da prevalência da doença”. EDMA, Specific Performance Characteristics of IVD MDs, 2000, página 5. 40. Lohr K N, Steinwachs D M, Health Serv. Res., Fevereiro de 2002, páginas 7-9: “A investigação dos serviços de saúde é um campo de investigação, tanto básica como aplicada, multidisciplinar que examina a utilização, custos, qualidade, acessibilidade, prestação, organização, financiamento e resultados dos serviços de saúde para aumentar o conhecimento e compreensão da estrutura, processos e efeitos dos serviços de saúde para os indivíduos e as populações.”. EDMA i N. da T.: O original contém muitíssimas gralhas de escrita, que não foram reproduzidas na tradução, excepto em casos relevantes. ii N. da T.: Sic. iii N. da T.: Sic. iv N. da T.: Sic. v N. da T.: Sic. vi N. da T.: Sic. vii N. da T.: Sic. viii N. da T.: Sic. ix N. da T.: Gralha no original: “hat” em vez de “that”. x N. da T.: Sic. xi N. da T.: Sic. xii N. da T.: Sic. xiii N. da T.: Sic. EDMA