UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QUAL CRITÉRIO DE CUSTO UTILIZAR NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA? Por: Maikon Bruno Cordeiro da Silva Rodrigues Orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Niterói 2007 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE QUAL CRITÉRIO DE CUSTO UTILIZAR NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA? Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Corporativo e Finanças. Por: Maikon Bruno Cordeiro da Silva Rodrigues 3 AGRADECIMENTOS Ao Deus da minha Salvação; Em especial a minha esposa e aos meus pais pela total dedicação e apoio; Ao meu irmão, Márcio pelo incentivo; Aos meus familiares e amigos de uma forma geral. 4 DEDICATÓRIA Dedico a Deus, minha família, esposa, ao pessoal do escritório (Cristina, 5 RESUMO Existem vários fatores que influenciam na formação do preço de venda, porém o foco desse trabalho está voltado para a formação do preço através do custo. A formação dos preços de venda dos produtos ou serviços obedece a várias técnicas e estratégias; porém, a mais antiga e, portanto, a mais usada é a formação de preços por meio da apuração dos custos dos produtos e/ou serviços. Assim sendo, os métodos de custeio são considerados fontes gerenciais de extrema importância para a tomada de decisões, para a obtenção de lucros e para o alcance dos objetivos previamente traçados. Atualmente, são utilizados pelas empresas quatro métodos para a apuração dos custos dos produto/serviços: o custeio por absorção, o custeio direto/variável, o custeio baseado em atividades (ABC) e o custeio meta. O custeio por absorção define que todos os gastos na produção são considerados custos, tanto os diretos como os indiretos, fixos ou variáveis. Os custos indiretos, devido a sua difícil identificação, são alocados aos produtos por meio de rateio. O custeio por absorção caracteriza-se, principalmente, por ser o único aceito pelo fisco e por atender aos princípios da contabilidade. O custeio direto/variável diz que os custos fixos são considerados despesas, não sendo apropriados para a apuração do custo unitário dos produtos. Somente os custos que variam com a produção é que compõem a apuração dos custos dos produtos. O ABC identifica os custos por atividades, medindo a quantidade de recursos dispensados para a realização de tais atividades. No ABC, ao serem apropriados os custos às atividades, todos os custos ou despesas são considerados variáveis diante dos direcionadores de custos. O custeio meta tem por objetivo principal reduzir ao máximo os custos de fabricação, pois o preço de venda dos produtos é determinado pelo mercado, portanto, quanto menores os custos, mais competitivo se tornará o produto. Será abordado a contribuição de cada uma dessas ferramentas na formação 6 do preço e também os pontos fortes e os pontos fracos de cada um desses métodos. 7 METODOLOGIA Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros, após coleta de dados, pesquisa bibliográfica. Foi observado que os custos influenciam na tomada de decisão de preços, então busquei descrever as formas de avaliação de custos para o melhor entendimento das empresas para com isso estabelecer um padrão de melhor aproveitamento. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I METODOS DE CUSTEIO 10 CAPÍTULO II FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 20 CONCLUSÃO 24 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26 ÍNDICE 27 FOLHA DE AVALIAÇÃO 28 9 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo mostrar algumas ferramentas importantes para a tomada de decisão das empresas no que diz respeito a formação do preço de venda, tendo em vista que as empresas que conseguem elaborar bem o preço de suas mercadorias ou serviços, terão um maior volume de venda e conseqüentemente uma melhor posição no mercado. Serão apresentados quatro métodos de Custeio, são eles: Custeio por Absorção, Custeio Direto ou Variável, Custeio ABC e o Custo Meta. Para cada um dos métodos acima citados será apresentada a forma de apuração dos custos através de cada um deles, também será apresentado os pontos fortes e os pontos fracos; as características, conceitos, comportamento diante da legislação, etc. 10 CAPÍTULO I MÉTODOS DE CUSTEIO 1.1 - Custeio por absorção O custeio por absorção consiste em que, para se obter os custos dos produtos, todos os gastos da indústria, fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, são alocados aos produtos. Conforme podemos observar o que nos descreve o autor abaixo, este método é o mais aceito pelos contadores e o único aceito pelo fisco, por atender os princípios e as normas de contabilidade. Também é utilizado pelo governo como o principal método para apuração do valor dos estoques e dos custos das mercadorias a fim de apurar o IRPJ da empresa. “Este tipo de custeio é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos Princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. Além disso, é único aceito pelo Imposto de Renda.” (Viceconti e Neves, 1995, p.17) O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados, de forma direta ou indireta por meio de rateios. No Custeio por absorção os custos indiretos são acoplados aos produtos por meio de rateio, escolhendo-se um parâmetro, que pode ser, mãode-obra direta, custos totais diretos, materiais direto que é computado ao produto pelo percentual que representa. 11 O resultado por esse método é influenciado pelo volume de produção e não acompanha o volume de vendas. 1.1.1 - Apropriação dos custos aos produtos Vimos nos conceitos que todos os custos são apropriados aos produtos elaborados, sendo que os custos considerados diretos são relacionados aos produtos de forma objetiva, enquanto os custos indiretos são feitos de forma de rateios necessitando da escolha de algum critério para o mesmo. Podemos dizer que os custos diretos são alocados diretamente aos produtos, por isso são facilmente identificados no processo de fabricação. São representados, praticamente, pela matéria prima, mão-de-obra e energia da indústria, tornando-se de fácil controle, pois a matéria-prima tem suas requisições, a mão-de-obra calcula-se pelas horas trabalhadas e a energia pelo número de horas-máquina trabalhadas no período. O custeio por absorção utiliza o método de rateio para alocar os custos indiretos aos produtos. Custos indiretos como aluguéis, seguros, depreciações, etc., são de difícil alocação aos produtos, portanto, apura-se o total desses custos, escolhendo-se um parâmetro substancial dos custos diretos, como a mão-de-obra direta, e com base nesse parâmetro, distribui-se os custos indiretos. Muitos autores consideram que os critérios de rateio usados para distribuir os gastos entre os departamentos nem sempre são objetivos e podem distorcer os resultados, penalizando alguns produtos em benefício de outros. 12 1.2 - Custeio variável ou direto No Custeio Variável, diferente do que foi apresentado no tópico anterior, somente os custos claramente identificados com os produtos ou serviços vendidos, chamados de diretos ou variáveis, devem ser apropriados. Os demais custos relacionados e necessários para a produção, os custos fixos, são desconsiderados. O CRC/SP, 6 (1993), define o custeio variável como: “Este método considera apenas os custos variáveis de produção e comercialização dos produtos a serviço, sejam eles diretos ou indiretos. Todos os demais gastos são transferidos para a apuração do resultado como despesas, sem serem apropriados aos produtos fabricados”. Então, melhor definindo, o custeio direto ou variável, apropria aos produtos fabricados todos os custos variáveis, sejam diretos ou indiretos, deixando os custos fixos, como despesas, indo diretamente ao resultado, e isso provoca uma diminuição do imposto a pagar, e por isso não é aceito pela fiscalização. No Custeio Variável não se utilizam arbitrariedades para apropriar os custos indiretos aos produtos, considera como custos somente aqueles itens que variam conforme a produção da empresa. Como ferramenta gerencial de custos, é mais vantajoso que o custeio por absorção, por relacionar o custo com a sua produção, evitando arbitrariedades na alocação dos custos. Porém não é aceito pela legislação fiscal, pois resulta num imposto de renda a pagar menor, como já havia sido citado anteriormente, e pelos 13 contadores, por ferir os princípios de competência e o da confrontação, não sendo aceito para controle de estoque e C.M.V. O custeio variável pode ser usado internamente na empresa e também formalizado na contabilidade, desde que no final do período seja feito um lançamento de ajuste para que fique de acordo com os critérios exigidos pela legislação. 1.3 - Margem de contribuição Abaixo, segue conceitos básicos de margem de contribuição segundo a visão de alguns autores. Martins (1993, p. 195): É a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa, entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erros. Nakagawa (1995): No planejamento do lucro, a gerência precisa conhecer o preço de venda unitário do produto, o custo unitário variável para fabricá-lo e vendê-lo e a diferença entre o preço e o custo unitário variável. Isto é, a gerência precisa conhecer a Margem de Contribuição de cada unidade do produto. De acordo com o que foi citado a Margem de Contribuição é a diferença para maior, entre o preço de venda e as despesas e custos variáveis referente as unidades vendidas. Sendo assim podemos afirmar que a fórmula para calcular a Margem de Contribuição é a seguinte: MCu = PVu – CVu – DVu 14 Onde: MCu = Margem de contribuição unitária em R$ PVu = Preço de venda unitário em R$ CVu = Custos variáveis unitários em R$ DVu = Despesas variáveis unitárias em R$ Existe algumas vantagens da Margem de Contribuição, destacamos as seguintes: 1 Os dados necessários à relação C/V/L, para o planejamento do lucro, são rapidamente obtidos dos demonstrativos contábeis; 2 Lucro de um período não é afetado pelas variações nas absorções de despesas fixas e os lucros apresentam as mesmas tendências das vendas; 3 A gerência encontra maior facilidade e compreensão ao utilizar os relatórios do custeio direto; 4 Impacto dos custos fixos sobre os lucros é enfatizado, porque a soma destes territórios do período aparece em destaque no demonstrativo dos lucros; 5 Os dados sobre o lucro marginal facilitam as avaliações relativas aos produtos, territórios de vendas, classes de clientes e outros segmentos de negócios, sem estarem os resultados obscurecidos pela alocação de custos fixos em conjunto; 6 Apresenta vantagens imediatas quando usado com planos de efetivo controle de custos, tais como o custo-padrão e orçamentos flexíveis. As desvantagens também são citadas por alguns autores: Padoveze (1996, p. 236): O custeamento direto (Margem de Contribuição) é útil para tomada de decisões de curto prazo, mas subestima os 15 custos fixos, que são ligados à capacidade de produção e de planejamento de longo prazo. Martins (1993): Restrições quanto à aplicação do custeamento marginal devem ser observadas nas empresas cujos ativos permanecentes sejam elevados, como é o caso das empresas transportadoras, das que utilizam tecnologia operacional avançada, etc. Nestas, os custos fixos, por serem relevantes, devem receber atenção redobrada, principalmente no aspecto das depreciações. 1.4 - Custeio ABC (custo baseado em atividades) O ABC é o método de custeio mais moderno existente hoje na área de custos. O CRC-SP/8 (1995), descreve Cooper e Kaplan, da Harvard Bussiness School, como seus primeiros estudiosos, que assim o conceituaram: “... é uma abordagem que analisa o comportamento dos custos por atividades, estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos...” Diríamos então que o ABC é o método de custeio que procura identificar os custos para cada atividade, identificando qual delas consome maior parte dos recursos disponíveis para a produção. No ABC, são as atividades que agregam valor aos produtos, que consomem atividades e estas consomem recursos. Para Cooper e Kaplan (1991), as empresas usam três métodos para identificar os custos por meio do ABC: 16 1º - Agregar gastos dos recursos destinados a determinadas atividades. Estes custos são alocados aos produtos de acordo com o número de vezes que a atividade foi realizada; 2º - Utilizar o tempo dispensado para a realização de cada atividade na alocação das despesas indiretas aos produtos; 3º - Medir diretamente, usando direcionadores de carga, o consumo dos recursos destinados a cada ocorrência da atividade. Leone nos lembra que o sistema ou técnica de custos ideal é aquele que permite aos usuários das informações auferidas tomarem decisões acertadas, possibilitando avaliar os desempenhos setoriais da empresa, controlando seus custos e traçando planos para aperfeiçoar suas técnicas, e que possa ser implantado com o mínimo de recurso possível. O ABC, quando operado juntamente com outro sistema de custos, oferece maiores e melhores qualidades nas informações, podendo trazer maiores benefícios à empresa, como nos coloca Koehler, 1994. Assim sendo, o ABC permite tomada de decisões contínuas para o aperfeiçoamento das atividades de redução dos custos e despesas indiretas, pois determina os custos das atividades que incidem indiretamente nos produtos, facilitando, também, a determinação dos custos relevantes. Cogan (1999, p. 49), salienta: “As estimativas realizadas tornam o ABC factível e o consagra como poderosa ferramenta de decisões gerenciais”. Uma das principais desvantagens na aplicação do ABC está na transformação dos custos fixos em custos variáveis, o que traz graves conseqüências à determinação do custo do produto. 17 O ABC não faz a divisão dos custos e despesas em fixas ou variáveis ao apropriar estas às atividades, isto é, todos os custos e despesas são considerados variáveis diante da unidade que direciona os custos. 1.4.1 - Melhores situações para a aplicação do custeio ABC Segundo nos coloca Leone (1997, p. 265), as melhores situações para a aplicação do ABC, a fim de obtermos melhores informações gerenciais, são: a) Quando o montante das despesas e dos custos indireto passa a ter valor substancial ao montante dos custos de MOD, diante do custo total de produção; b) Quando os investimentos em imobilizados são altos, fazendo com que os custos e despesas indiretas tornen-se quase fixos; c) Quando se produz grande quantidade de diversos produtos; d) Quando há facilidade de análise das operações, facilitando a implantação de novas técnicas que atendam a uma relação favorável entre custo e benefício; e) Quando as empresas possuem sistemas automatizados, fornecendo informações tanto no processo produtivo como também auxilia no controle de consumo dos diversos insumos. 1.5 - Custeio meta O custeio meta tem início no preço determinado pelo mercado, ou seja, no preço que o consumidor deseja pagar. É um custo máximo permitido para o produto, isto é, o custo com o qual se poderá produzir determinado produto 18 até o fim do processo de produção. Com o advento do custeio meta, quebrouse a barreira do pensamento que considerava o custo do produto como fator principal para a formação do preço de venda. O custeio meta tem por objetivo planejar o custo dos produtos para um determinado período. É uma importante ferramenta gerencial para reduzir os custos de fabricação desde o nascimento do produto até a venda final, identificando tais custos a fim de decidir se o produto é viável ou não em relação ao mercado. O custeio meta tem como principal característica à de indicar fatos antes que eles aconteçam. Previne insucessos ao determinar se o produto lançado no mercado, a determinado preço final, alcançará ou não os objetivos desejados pela empresa. Se, neste caso, o resultado for negativo, a empresa terá tempo necessário para projetar o produto para que este se torne rentável, tendo aceitação necessária para mantê-lo no mercado. Mesmo com a diversidade das empresas e as diferentes maneiras de as mesmas desenvolverem e individualizarem sem procedimentos e técnicas de produção, Samuel Cogam nos apresenta três partes iniciais para o custeio meta: 1) Novos produtos serão planejados de acordo com a satisfação do cliente; 2) Determinar o custo meta de acordo com a política da empresa, tornando-o viável com os custos factícios; 19 3) Atingir o custo meta planejado, usando técnicas de produção de custos, adotando um sistema de custo padrão. Assim sendo, primeiro temos que determinar o custo permitido por meio da diferença do preço de venda planejado e do lucro programado. O passo seguinte será apurar se o produto pode ser fabricado com o custo estimado, levando consideração que o preço está diretamente ligado ao mercado e o quanto os clientes desejam pagar. 20 CAPÍTULO II FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA De acordo com a história, no que se refere à formação de preços de venda, o mesmo era obtido por meio do acréscimo de uma margem de lucro aos custos de produção dos produtos. Porém, na atual competitividade apresentada e devido à concorrência e à diversidade de produtos similiares, o preço, muitas vezes, é determinado pelo mercado. A contabilidade de custos observa, contudo, diversas estratégias para a formação do preço de venda para os produtos e/ou serviços. Dentre elas destaca-se a formação do preço de venda baseada nos métodos de custos. 2.1 - Formação do preço de venda a partir do custo Mesmo sabendo-se que o indicador básico para o emprego de tal técnica baseia-se no preço que o mercado está disposto a aceitar pelos produtos oferecidos, e que estes preços são calculados por meio dos custos reais orçados para a fabricação destes produtos, tal cálculo torna-se necessário para apurar-se um padrão inicial, que servirá como ponto de partida para futuras análises comparativas entre cotação de preços. Conforme nos informa Padoveze (1996, p. 280), diversas situações sugerem a formação de preços por meio dos custos de produção, como por exemplo: a) Introdução de novos produtos no mercado; b) Análise e acompanhamento constantes do custo e dos preços dos atuais produtos; 21 c) Surgimento de novos negócios; d) Pedidos especiais; e) Produtos por encomendas; f) Análise de preços de produtos concorrentes, etc. 2.2 - Formação do preço de venda a partir do custeio por absorção Consiste numa das técnicas mais utilizadas pelas empresas, devido à simplicidade com que é aplicado e a facilidade de ser usado. Basicamente, aplicam-se os custos industriais por produto, acrescentando as despesas administrativas, financeiras e comerciais, adicionando-se a margem de lucro desejada. 2.3 - Formação do preço de venda a partir do custeio direto ou variável Neste critério, toma-se por base para a formação do preço de venda os custos diretos ou variáveis, ao contrário do que foi visto anteriormente (que usava tanto os custos diretos quanto os indiretos), juntamente com as despesas variáveis identificadas aos produtos. A margem de lucro a ser aplicada após a identificação dos custos diretos/variáveis e das despesas deverá cobrir também, os custos e despesas fixos que não foram alocados aos produtos na sua fabricação. 22 Este critério torna-se importante na formação dos preços de venda porque por meio dele pode-se identificar a margem de contribuição que cada produto oferece à empresa. 2.4 - Formação do preço de venda a partir do custeio ABC Assim como no custeio por absorção, também no ABC os custos fixos criam problemas na alocação aos produtos, tanto quanto a variação nos volumes de produção. Todavia, a sistemática de apuração do preço de venda dos produtos e/ou serviços é quase a mesma para ambos, ou seja, conhecido o custo unitário de um produto, acrescido das despesas globais do mesmo, determina-se o preço de venda adicionando-se a margem de lucro desejada, por unidade. Porém, este raciocínio só teria validade se a empresa fabricasse um produto sem concorrência, ou se o preço do mesmo fosse controlado pelo governo. Outro fator de grande relevância para a não utilização do método do Custeio Baseado em Atividades, neste caso em estudo, é que o referido método é de grande recomendação e aplicabilidade apenas nas grandes empresas, as quais possuem sistemas de informações completos, em departamentos bem organizados, facilitando a obtenção das informações necessárias e a perfeita alocação dos custos às atividades. 2.5 - Formação do preço de venda a partir do custeio meta Partindo-se do pressuposto de que quem determina o preço de venda dos produtos é o mercado, este critério torna-se, na verdade, o inverso da formação do preço de venda até aqui exposto. Assim sendo, é fato afirmar a não necessidade da apuração dos custos, pois se o preço que o mercado está disposto a pagar é o máximo que a empresa pode atribuir ao seu produto, a mesma terá que deduzir uma margem mínima de lucro sobre o produto, tentando reduzir ao máximo seus custos para, então, a partir da obtenção de 23 tais dados, verificar se é possível produzir, com qualidade suficiente para encarar a concorrência do mercado, obtendo o lucro desejado. Nakagawa (1991, p. 48) citado por Padoveze (1997, p.296), exemplifica: Preço de Venda no Mercado 100,00 (-) Margem de Lucro Desejada (10,00) Custo Meta 90,00 24 CONCLUSÃO Diante do atual mercado e das fortes concorrências, as empresas devem estar atentas na hora de formar seu preço, para que consigam manter a rentabilidade de seus produtos e também para que consigam torna-los mais competitivo. Em cada um dos métodos estudados podemos mostrar uma qualidade. O Custeio por Absorção é muito vantajoso porque a sua implantação é fácil, e é aceito pela legislação. O Custeio Direto ou Variável é muito utilizado nas funções gerenciais como instrumento de tomada de decisão. O Custeio ABC auxilia a formação do preço em um mercado monopolista, porém no mercado competitivo ele é falho, principalmente nas empresas de pequeno porte. Ao contrario do Custeio ABC, o Custeio Meta seria indicado para um mercado mais competitivo onde o fator concorrência é mais evidente. Porém ao estudarmos cada um dos métodos apresentados, chegamos a conclusão de que não podemos afirmar que exista um único método de custeio que seja melhor na formação do preço, pelo contrário, todos os métodos são de grande importância na para a formação do preço. Chegamos a essa conclusão porque ao longo do trabalho verificamos que o custo não é o único fator que influencia o preço, existem outros fatores que são de grande relevância na formação do preço de uma empresa. Como exemplo poderíamos citar a região onde a empresa está instalada, a concorrência, o tipo de mercado o próprio cliente, etc. Esses exemplos demonstram que o preço também sofre muita influencia externa. Com isso concluímos que existem muitas ferramentas importantes para a formação do preço, só temos que ter o cuidado de usa-las no tempo 25 certo, e no momento certo, para que consigamos explora-las em um todo o seu potencial. 26 BIBLIOGRÁFICAS CONSULTADAS ___________. Curso sobre Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1993. ___________. Curso sobre Contabilidade de Custos. São Paulo : Atlas, 1992. COGAN, Samuel. Custos e Preços: Formação e Análise. São Paulo: Pioneira, 1999 LEONE, Georg Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de custos. São Paulo : Atlas,1997. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9 ed. São Paulo : Atlas. 1998. NAKAGAWA, Masayuki. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo : Atlas, 2003. PADOVEZE, Clóvis Luiz. Contabilidade Gerencial. São Paulo : Atlas, 1997. VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Contabilidade de Custos. 4 ed. São Paulo : Frase. 1995. 27 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 07 SUMÁRIO 08 INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I METODOS DE CUSTEIO 10 1.1 - Custeio por absorção 10 1.1.1 - Apropriação dos custos aos produtos 11 1.2 - Custeio variável ou direto 12 1.3 - Margem de contribuição 13 1.4 - Custeio ABC (custo baseado em atividades) 15 1.4.1 - Melhores situações para a aplicação do custeio ABC 1.5 - Custeio meta 17 17 CAPÍTULO II FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 20 2.1 - Formação do preço de venda a partir do custo 20 2.2 - Formação do preço de venda a partir do custeio por absorção 21 2.3 - Formação do preço de venda a partir do custeio direto ou variável 21 2.4 - Formação do preço de venda a partir do custeio ABC 22 2.5 - Formação do preço de venda a partir do custeio meta 22 CONCLUSÃO 24 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 26 ÍNDICE 27 FOLHA DE AVALIAÇÃO 28 28 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: