BIOLOGIA E ARTE: APRENDENDO GENÉTICA COM TEATRO Alzenir Herley Marques do Nascimento1 Deborah Ximenes Torres Holanda2 1 INTRODUÇÃO O ensino de biologia deve possibilitar o aprendizado do conhecimento historicamente acumulado, permitindo a construção de uma concepção de ciência que englobe suas relações com a tecnologia, à sociedade e o ambiente. Além disso, deve permitir a ampliação do conhecimento sobre a diversidade da vida nos ambientes naturais e construídos, discutindo a dinâmica da natureza e como a vida se processa em diferentes espaços, ao longo do tempo. Deve proporcionar, ainda, uma reconstrução crítica da relação homem-natureza, superando visões distorcidas e utilitaristas, possibilitando a construção de conceitos, procedimentos e atitudes (VIVEIRO, 2006). A aquisição do conhecimento científico não é apenas um produto espontâneo e natural de nossa interação com o mundo, é uma laboriosa construção social, ou melhor, é uma “reconstrução”, que somente poderá ser alcançada por meio de um ensino eficaz que saiba enfrentar as dificuldades do processo de ensino e aprendizagem (POZO; CRESPO, 2009). O aprendizado das ciências biológicas deveria, então, propiciar conhecimentos que subsidiassem a identificação e compreensão de como as ações humanas interferem no ambiente natural e social, formando indivíduos capazes de atuar sobre esses ambientes de modo a prevenir, resolver e/ou minimizar impactos, utilizando-se de conhecimentos científicos e tecnológicos (VIVEIRO, 2006). Para tanto, é importante que o estudante seja envolvido no processo de ensino e aprendizagem de maneira ativa para que ocorra uma aprendizagem significativa. Porém, compreende-se que não há um caminho único que conduza com segurança à aprendizagem, pois são inúmeras as variáveis que se interpõem nesse processo. Dessa forma, recorrer a um pluralismo de estratégias e recursos, conduzido por objetivos claros e coerentes, pode garantir maiores oportunidades para a construção do conhecimento, além de fornecer subsídios para que mais alunos encontrem as atividades que melhor ajudem a compreender o tema estudado (KRASILCHIK, 2011). 1. Professor de Biologia (Escola de Ensino Fundamental e Médio Lions Club) 2. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática (Universidade Federal do Ceará - UFC) Os alunos devem aprender conceitos básicos, vivenciar o método científico e analisar as implicações sociais do desenvolvimento da biologia, portanto, os professores devem escolher os conteúdos mais relevantes, fundamentais e atualizados (KRASILCHIK, 2011). Mas para que ocorra um aprendizado eficaz, não basta apenas que o docente tenha um domínio do conteúdo, ele precisa saber, também, como ensinar; por isso torna-se importante o estudo das modalidades didáticas frequentemente utilizadas no ensino da referida disciplina, ou seja, das estratégias de ensino que os professores utilizam na sua prática educativa. As inovações tecnológicas e a disponibilização de diferentes recursos, como os de comunicação e informação, estão invadindo o cotidiano por meio da mídia e, em decorrência disso, manifestam-se expressivas mudanças nos valores, nos gostos e nas opiniões das pessoas. Estas questões contribuem para a uniformização de algumas características, as quais acabam se tornando padrões comportamentais. Essas influências vão direcionando a visão dos jovens sobre determinadas concepções de mundo, provocando um forte impacto também na vida dos professores. Estes, no desenvolvimento de seu trabalho docente, eram subsidiados quase que apenas por livros didáticos, e hoje convivem com uma diversidade de influências. A tecnologia presente na sociedade passa a fazer parte da educação sistematizada (VISCOVINI et al., 2009) A biologia deve ter uma abordagem pedagógica crítica, que torne o aluno capaz de analisar os fenômenos ocorridos no ambiente, relacionando-os com a existência do ser humano. Para tanto, é necessário que haja leitura e conhecimento, por parte do professor, sobre diferentes metodologias de ensino para que as aulas de Biologia sejam interessantes, produtivas e resultem em aprendizagem significativa. Além de ser fundamental repensar os temas a serem destacados nas aulas, as estratégias para a abordagem desses temas devem conter situações interessantes, favorecendo a aprendizagem dos estudantes. Diante das novas concepções do ensino, cujo objetivo é formar cidadãos críticos e atuantes na sociedade, várias metodologias de ensino devem ser utilizadas para que possam contribuir para o processo de ensino e aprendizagem, desde que seu uso seja mediado por professores que proporcionem discussões consistentes em sala de aula. Este trabalho teve como objetivo realizar uma dramatização e apresentação de seminários, utilizando termos científicos de genética com alunos do 3º ano do ensino médio, analisar o envolvimento dos alunos e verificar sugestões ou críticas sobre a aula aplicada. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 O Ensino de Biologia A educação é um processo presente em qualquer sociedade. É preciso ter noção das coisas que acontecem em nossa volta para que possamos transmitir informações relevantes. A escola tem importante papel de socialização do saber sistematizado, transferindo os conhecimentos científicos gerados em outros lugares ao restante da sociedade que não tem acesso a ele. Ensinar biologia é fornecer bases importantes para o avanço social e é aí que os professores tem importante papel: organizar o processo de ensino, buscando os meios mais eficientes de fazer com que os alunos tenham acesso a tais conhecimentos gerados em outras instâncias (GUIMARÃES, 2010). A disciplina de biologia tem como objeto de estudo o fenômeno vida. Ao longo da história da humanidade, muitos foram os conceitos elaborados sobre este fenômeno numa tentativa de explicá-lo e, ao mesmo tempo, compreendê-lo. Fernandes (2005) afirma que: Desde os estudiosos de Química e Física do iluminismo, herdeiros dos filósofos que tentaram explicar os fenômenos naturais na antiguidade, aos naturalistas que se ocupavam da descrição das maravilhas naturais do novo mundo, passando pelos pioneiros do campo da medicina, todos contribuíram no desenvolvimento de campos de saber que acabaram reunidos, na escola, sob o nome de Ciências, Ciências Físicas e Biológicas, Ciências da Vida, ou Ciências Naturais. Os conhecimentos apresentados pela disciplina de biologia no ensino médio não implicam o resultado da apreensão contemplativa da natureza em si, mas os modelos teóricos elaborados pelo homem, seus paradigmas teóricos, que evidenciam o esforço de entender, explicar, usar e manipular os recursos naturais (PARANÁ, 2007). 2.2 Modalidades Didáticas no Ensino de Biologia A busca por um método de ensino que minimize os obstáculos encontrados no processo de ensino-aprendizagem é uma constante preocupação na prática docente (CELESTINO, 2006). Para o professor moderno a escolha adequada da modalidade didática é uma etapa importante de sua profissão e está ligada a diversos pontos de vista, todos pedagogicamente importantes: objetivos educacionais, experiência didática do professor, tempo disponível, estrutura do assunto e tipo de aprendizagem disponível, contribuições e limitações das atividades de ensino, tipos de alunos, aceitação e experiências dos alunos, recursos disponíveis, assim como os valores e convicções do professor, entre outros (BORDENAVE; PEREIRA, 2008). Bordenave e Pereira (2008) se referem às modalidades didáticas como atividades de ensino. Os autores explicitam que cada modalidade tem um potencial didático diferente, bem como limitações específicas. Além disso, existe a possibilidade de combinar atividades de forma que se complementem umas com as outras, o potencial de uma compensando as limitações de outra. As atividades de ensino (modalidades didáticas) são veículos usados pelo professor para criar situações e abordar conteúdos que permitam ao aluno viver as experiências necessárias para a sua própria aprendizagem. Qualquer curso deve incluir uma diversidade de modalidades didáticas, pois cada situação exige uma solução própria; além do que, a variação das atividades pode atrair e interessar os alunos, atendendo às diferenças individuais (KRASILCHIK, 2011). As modalidades didáticas frequentemente utilizadas no ensino de biologia são: aulas expositivas, discussões, aulas de campo, simulações (como as dramatizações), instrução individualizada, projetos e demonstrações. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) também dão ênfase às estratégias de ensino. 2.3 Recursos Didáticos e Tecnologias Educacionais O professor que resolve modificar seus métodos de ensino é uma pessoa que compreende o valor e a necessidade de inovação. No entanto, um docente que vem ensinando a sua matéria há 20 anos, a seu entender com relativo sucesso, simplesmente não sente a necessidade de mudar sua metodologia, além disso, o educador que deseja adotar uma inovação didática importante frequentemente é impedido ou pelo menos dificultado pela falta geral de condições em sua própria instituição (BORDENAVE; PEREIRA, 2008). Existem professores que sofrem demais quando a tradição é violentada pelas mudanças. Neste caso, é necessário mostrar-lhes que os valores defendidos pela tradição não são afetados negativamente pelas mudanças, mas serão ainda melhor realizados. Acontece também, às vezes, que a introdução de uma inovação é feita num momento inoportuno. Assim, por exemplo, não convém pressionar um professor que está a ponto de se aposentar, a adotar métodos novos que vão lhe exigir um longo tempo de adaptação. Por outra parte, quando a inovação é introduzida numa oportunidade favorável aumenta notavelmente a probabilidade de aceitação (BORDENAVE; PEREIRA, 2008). Os recursos didáticos respondem à questão de como ensinar e dizem respeito às estratégias e meios que visam a engajar o aluno em situações capazes de estimular e manter aprendizagens. O professor deve se preocupar em definir adequadamente os objetivos a serem atingidos, bem como competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo aluno, consequentemente, terá uma preocupação com os meios pelos quais poderá colocar os alunos em contato com os conhecimentos, atividades, hábitos e habilidades que deverão desenvolver (ALMEIDA, 2004). É notável que uma forma didática tradicional, especialmente na área biológica, com muitas técnicas pouco ou totalmente ineficazes, torna o ensino monótono, desconexo e desvinculado do cotidiano do aluno. Geram-se, dessa forma, conhecimentos equivocados e confusos sobre vários temas das ciências biológicas, tendo por consequência um ensino pouco eficaz, que por vezes pode até confundir ainda mais os conhecimentos científicos que o aluno já possui (SILVA JÚNIOR; BARBOSA, 2009). A seleção de recursos que auxiliam o ensino e a aprendizagem, em todos os níveis, deve ocorrer para promover a participação, a concentração, à atenção e o interesse dos alunos nas atividades propostas, estimulando o envolvimento, a imaginação, a expressão de sentimentos inerentes à aprendizagem. Daí a importância que deve ser dada pelo professor aos recursos ou meios a serem por ele utilizados (ALMEIDA, 2004). Em se tratando da utilização de recursos didáticos materiais, como forma pela qual o ensino pode se tornar mais dinâmico, é interessante que sejam consideradas as formas de como utilizar aquilo de que a escola e a comunidade dispõem, como: biblioteca, salas especializadas, laboratórios, projetores, mapas, revistas, computadores e muitos outros. O livro é o recurso didático mais utilizado pelo professor para ensinar. Quando bem utilizado, pode proporcionar ao aluno a possibilidade de criar o hábito de estudo, leitura, enriquecimento vocabular, aperfeiçoamento de sua expressão, diminuição de erros na escrita, compreensão de textos e dados, além de fixação de conteúdos. Não há dúvidas em relação ao auxílio que esse recurso tem proporcionado ao professor por apresentar textos prontos e ao alcance do educando, com ilustrações sugestivas, exemplos, exercícios, etc. É preciso, contudo, que o professor jamais considere o livro didático completo no que o aluno deve aprender (ALMEIDA, 2004). Segundo Hornink (2005), o ensino de biologia apresenta algumas dificuldades próprias, além das que compartilha com disciplinas afins. Em biologia, os alunos são expostos a um grande número de fenômenos que geram dificuldades na formação de uma visão geral e articulada. O problema, bem conhecido de professores, pode ser, pelo menos, amenizado por soluções metodológicas, incluindo aqui o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). A utilização de animações tem grande vantagem sobre figuras convencionais, quando se trata de promover a compreensão de fenômenos essencialmente dinâmicos. Estão nesta categoria, por exemplo, as transformações que necessitam de um grande número de figuras para completar o esquema pretendido, ou que consistam de eventos distintos, mas simultâneos. Existem diversos fenômenos biológicos cuja compreensão poderia ser facilitada por animações e recursos multimídia. A multimídia integra a mídia tal como texto, som, gráfico, animação, vídeo, imagem e a modelagem espacial em um sistema de computador. Como relatado por Jonassen (1996) o computador de mesa é capaz de captar sons e vídeos, gerar todos os tipos de gráficos, incluindo animações, e integram-nos todos dentro de uma única apresentação de multimídia. Indivíduos com pouca experiência podem tornar-se seus próprios artistas, editores ou produtores de vídeos. O uso de recursos multimídia para a representação de modelos biológicos tem criado diversas possibilidades educacionais, mas deve-se tomar o cuidado de não se criar uma realidade paralela que exista apenas nas telas dos computadores e jamais poderá ser extrapolada à vivência dos alunos e relacionada aos conteúdos apresentados nas aulas expositivas e livros-textos (HORNINK, 2005). O desafio, no que se refere aos educadores, encontra-se no reconhecimento do potencial desses recursos para desenvolver trabalhos que sejam criativos, estejam conectados com nosso contexto e produzam sentido para nossa realidade, para os objetivos e finalidade educacionais (MARANDINO, SELLES, FERREIRA, 2009). 3 METODOLOGIA O estudo foi realizado na Escola de Ensino Fundamental e Médio Lions Club localizada na cidade de Crateús-CE, a partir de uma pesquisa de dissertação de mestrado, com o objetivo de elaborar e realizar metodologias diferenciadas com o professor da escola nas aulas de biologia. A instituição de ensino pesquisada tem como objetivo a participação em projetos promovidos pela Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC-CE), incentivando a participação dos alunos dentro dos princípios da ética, da criticidade, da criatividade e do desenvolvimento intelectual e cientifico. Foram realizadas aulas em três turmas de 3º ano para um total de 85 alunos no mês de maio de 2013. Questionários foram aplicados aos alunos após a realização das aulas, a fim de obter informações sobre o envolvimento dos estudantes e com o objetivo de destacar quais as críticas ou sugestões sobre a metodologia utilizada. As perguntas foram baseadas em alguns questionamentos preparados por Pires et al (2012), que permitiram que os pesquisados exibissem com maior liberdade suas opiniões a respeito dos temas abordados. A aula realizada teve como objetivo a abordagem de temas científicos de forma lúdica e prazerosa, utilizando como metodologia de ensino a apresentação de teatro (Peça de Teatro: “Um geneticista muito louco” - FONTE: FILHO, Júlio de Mesquita. Oficina Experimentando Genética. Universidade Estadual Paulista. Botucatu-SP. Jan.2007 – adaptado pelos autores) e de seminários com conceitos genéticos. Antes da realização da aula o docente dividiu a turma em seis grupos, para a apresentação das cenas e dos temas que foram abordados nos seminários. Ao final de cada cena os estudantes apresentaram slides com os termos científicos e com os conceitos pesquisados para a restante da turma. Os conteúdos de genética foram abordados na sala de aula de forma dinâmica e prazerosa, utilizando materiais de fácil acesso. O professor analisou o desempenho dos alunos e a definição correta dos termos científicos. Para a análise dos questionários, foram utilizados gráficos e a transcrição das respostas abertas dos entrevistados. As respostas foram agrupadas por semelhanças, com o intuito de facilitar a exposição dos resultados e analisar importantes aspectos do cotidiano da sala de aula e, em particular, das aulas de Genética. 4 RESULTADOS A aula com apresentação do teatro possibilitou a abordagem de vários temas científicos, tais como: ácidos nucleicos, vidrarias de laboratório, células-tronco, reprodução humana, sistema imunológico, bases nitrogenadas e extração de DNA. As apresentações foram realizadas no laboratório de ciências. O espaço ficou pequeno para as apresentações (o auditório estava em reforma), mesmo assim as aulas foram bastante proveitosas. As turmas foram divididas em seis grupos, cada equipe ficou com uma cena e, após cada apresentação, foram apresentados seminários com os temas científicos mencionados na peça de teatro. Figura 01 - A) Cena 1: Ácidos nucleicos; B ) Cena 2: Vidrarias de laboratório e células-tronco Fonte: Próprios Autores (2013). Figura 02 - A) Cena 3: Reprodução humana; B) Cena 4: Sistema imunológico Fonte: Próprios Autores (2013). Figura 03 - A) Cena 5: Bases nitrogenadas; B) Cena 6: Extração de DNA Fonte: Próprios Autores (2013). Todas as apresentações foram satisfatórias. Os alunos produziram o material para a apresentação e alguns demonstraram bastante desenvoltura; algumas cenas até despertaram sorrisos e capturaram toda a atenção da turma. Observamos que todos os estudantes assistiram atentamente às cenas. Ao final de cada cena, foram apresentados seminários com a utilização de slides sobre os temas científicos mencionados no teatro. Após todas as apresentações, o professor fez algumas considerações sobre a peça e sobre os temas dos seminários e enfatizou um pouco mais os conteúdos. Através de seminários, os alunos podem ter a oportunidade de aprender a ordenar as ideias, a produzir o material audiovisual, cartazes, além de desenvolver a capacidade de se expressar de maneira coerente e compreensível (BRASIL, 2006). Após as apresentações no laboratório de ciências, buscou-se descrever o envolvimento e a aceitação da aula pelos estudantes. A figura 04 expõe que a maioria dos alunos (79%) se sentiu envolvida nos procedimentos da experiência realizada. Outros mencionaram que poderiam ter participado mais (18%), e apenas alguns admitiram que não participaram da aula (3%). Figura 04 - Envolvimento dos alunos na atividade proposta pelo professor, de acordo com as respostas dos estudantes. Fonte: Próprios Autores (2013). Analisaram-se também os assuntos que foram abordados no teatro. Os estudantes consideraram o assunto como ótimo (49%), bom (49%) e regular (2%), nenhum dos alunos considerou o assunto como ruim. Diante dos resultados, percebeu-se que os mesmos ficaram satisfeitos com o tema proposto. Figura 05 - Avaliação do conteúdo da aula pelos alunos Fonte: Próprios Autores (2013). Os estudantes foram questionados se a aula e a metodologia adotada ajudaram na melhor assimilação do conteúdo. A figura 06 demonstra que, para a maioria dos entrevistados, a aula foi importante para conhecer melhor o conteúdo e trocar experiências com o professor e com os próprios colegas (95%) e, para alguns (5%), a metodologia adotada não contribuiu para a assimilação do conteúdo. Figura 06 - Ajuda da metodologia na assimilação do conteúdo Fonte: Próprios Autores (2013). A figura 07 demonstra que, para os estudantes, a aula foi importante para que pudessem conhecer melhor o conteúdo e trocar experiências com o professor e com os próprios colegas. Figura 07 - Oportunidade de trocar experiências e conhecimentos sobre o conteúdo Fonte: Próprios Autores (2013). Os alunos foram estimulados a elaborarem críticas e sugestões sobre a aula. Percebeu-se, diante das respostas, que a maioria dos estudantes ficou satisfeita com a metodologia utilizada, proporcionando um maior aprofundamento sobre o conteúdo e envolvimento da turma. Aluno 1: “Bom, deveria haver mais aulas como esta, porque além de envolver o aluno, ajuda a melhorar nosso conhecimento”. Aluno 2: “A aula foi ótima, proporcionou para mim uma melhor desenvoltura, além de me proporcionar um melhor conhecimento. E me fez amar mais essa disciplina”. Os estudantes fizeram também críticas construtivas em relação à duração das cenas apresentadas e sobre a oportunidade de participação no teatro. Aluno 3: “A aula foi ótima, mas os alunos deveriam ter tido mais oportunidade de se expressar”. Aluno 4: “Deveria ter cenas um pouco mais longas”. Aluno 5: “Foi bom, apesar de ter sido rápido”. Foram transcritas, ainda, as respostas dos estudantes sobre a importância da participação na apresentação do teatro: Aluno 6: “Ótima, assim nos relacionamos com os colegas, aprendemos e nos divertimos”. Aluno 7: “Muito boa! Amei, fica uma coisa diferente, alegre e, claro, cheia de conhecimentos”. Aluno 8: “Ajuda-nos a compreender melhor o conteúdo”. Aluno 9: “Foi boa, porque sou tímida e, com essas aulas, perco a minha timidez”. Aluno 10: “Eu adorei, pois se hoje fosse pra eu escolher uma matéria pra fazer faculdade, eu escolheria escola de teatro”. Os estudantes mencionaram que a metodologia de teatro com temas científicos, além de contribuir para assimilação e revisão de vários temas científicos, contribuiu também para que alguns alunos desenvolvessem habilidades artísticas. Entretanto, algumas modificações devem ser atribuídas à metodologia da aula, como a duração das cenas, por exemplo. O docente deve sempre adotar estratégias e propostas de atividades em que o centro da aprendizagem seja o aluno, para que o mesmo deixe de ser um mero receptor passivo das informações e passe a ser o elemento ativo de sua aprendizagem (BRASIL, 2006). 5 CONCLUSÃO A partir da metodologia realizada na aula de biologia, observou-se que a utilização de diferentes estratégias de ensino pode ser vantajosa e útil no sentido de contribuir e enriquecer os conhecimentos dos educandos, favorecendo a interação entre professor e alunos, e auxiliando na participação e discussão de questões científicas. Além da possibilidade de atualização curricular da disciplina, a utilização de metodologias como o teatro e a projeção de slides como recurso didático pode ser vantajosa no sentido de atualizar também pedagogicamente os professores a explorarem novas metodologias de trabalho. O uso desse material pode ainda, fomentar a criação de um espaço dentro da escola onde os professores e alunos possam trocar ideias e experiências. Os resultados desta pesquisa apontam para a necessidade de se investir mais na utilização de outras metodologias de ensino, aponta também a necessidade da utilização de tecnologias para o trabalho em sala de aula. Tudo isso, reforça a ideia de que os professores precisam buscar aperfeiçoamento da sua prática através da formação continuada. Este estudo corrobora resultados de outras investigações desenvolvidas no campo do ensino de ciências e amplia o entendimento da perspectiva do uso metodologias de ensino relacionadas com o teatro e apresentação de slides. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Ana Maria Bezerra de. Recursos didáticos: a serviço de quem ensina e de quem aprende. In: LIMA, Maria Socorro Lucena; SILVA, Silvina Pimentel. (org.). O estágio docente numa perspectiva interdisciplinar. Edições UECE. ISBN – 98259. Fortaleza/CE, 2004. 206p. 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