Nº 1
Junho de 1984
Nº 2
Dezembro de 1984
Nº 3
Junho de 1985
Nº 6
Dezembro de 1986
Nº 7
Junho de 1987
Nº 11
Dezembro de 1989
Nº 12
Junho de 1990
Nº 13
Dezembro de 1990
Nº 17
Novembro de 1996
Nº 18
Junho de 2000
Nº 16
Outubro de 1995
Nº 8
Dezembro de 1987
Nº 4
Dezembro de 1985
Nº 5
Junho de 1986
Nº 9
Junho de 1988
Nº 10
Junho de 1989
Nº 14
Junho de 1991
Nº 15
Fevereiro de 1995
Nº 19
Junho de 2001
A “Alabarda” iniciou a sua publicação em Junho de 1984. A sua missão era definida pelo Coronel Cipriano Pinto, então comandante,
“pretende ser principalmente o veículo de informação do que é a ESE, nas suas múltiplas tarefas e actividades escolares e
territoriais...”. Desde a sua primeira publicação, e até Junho de 1991, teve uma publicação semestral regular tendo o nº 14, de Junho
de 1991, sido um número comemorativo do 10º aniversário da Escola. Nestes últimos dez anos esteve quase suspensa, foram
publicados quatro números. Em 2000 recomeçou a sua publicação com o propósito de ser editada anualmente em Junho.
SUMÁRIO
Alabarda
Nº 20 Junho 2002
Editorial
DIRECTOR
Coronel Inf Manuel António Meireles de Carvalho
Curso de Promoção de Sargentos
Passado, Presente e Futuro
5
6
CHEFE DE REDACÇÃO
Tenente Coronel Art José Julio Barros Henriques
REDACÇÃO
Major SAR Joaquim da Nazaré Domingues
Major Cav Helder de Jesus Charreu Casacão
Antecedentes do CPSC
8
PROJECTO GRÁFICO E PAGINAÇÃO
Tenente Inf Para RC David Rodrigues dos Santos
Actividades Logisticas
ou as Cefaleias dos Comandantes
10
Direito, Moral e Justiça
Que Fundamento? Que Relação?
12
Apoio Pedagógico e Orientação Escolar
15
30 Pequenas Acções - grandes acções para
proteger o ambiente
17
A Informática e a economia de recursos
21
Breve introdução às redes de comunicação
23
O Paradoxo da comunicação
24
Airborne Rangers
26
“Na Terra do Sol Nascente”
29
Um olhar pela Bósnia
32
Praças em Missão no Estrangeiro
36
PATTON General de Combate
38
Para a História
39
FOTOGRAFIA DA CAPA
Major Inf Rui Miguel Costa Peixoto
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Grafivedras - Artes Gráficas, Lda.
Estrada Nacional 247, Escaravilheira
2560 - 191 S.Pedro da Cadeira
Torres Vedras
PROPRIEDADE E DISTRIBUIÇÃO
Escola de Sargentos do Exército
Apartado 818
2504 - 917 Caldas da Rainha
TIRAGEM
500 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
87065/95
PERIODICIDADE ANUAL
ALABARDA
”Alabarda”, do Alemão Helmbarte (helm - punho e
barte - hacha, ou seja: hacha de mão), que deu
para o francês Hallebarde, é uma arma antiga de
haste, em que combina a lança e o machado,
portanto arma de ponta e corte, que sofreu
através dos tempos várias transformações.
Ao regularizar-se a organização militar (séc. XV),
o sargento começou a ser o auxiliar do capitão
comandante de companhia: encarregado
sobretudo da administração, devia conhecer o
número do armamento dos soldados, tratar do
seu alojamento e alimentação, fiscalizar o
cumprimento das ordens que recebiam assim
como o seu procedimento, de modo a evitar
conflitos entre eles e violências contra as
populações. Rondava as guardas e indicava o
lugar que deviam de ocupar as esquadras tanto
nas marchas como no combate.
Os sargentos não tinham lugar fixo no batalhão e
a sua insígnia era uma alabarda, que lhes servia
para os alinhamentos...
Os artigos publicados com a indicação do autor
são da inteira responsabilidade dos mesmos, não
reflectindo, necessariamente o pensamento da
Chefia do Exército Português.
Os nossos Comandantes
Cor Inf Emílio Tomé Falcão
01Jul81 a 14Jul83
Cor Inf Henrique Victor G. P. Brandão
30Ago91 a 27Nov92
Cor Inf António Cipriano Pinto
16Jul83 a 15Jun85
Cor Inf Luciano Ferreira Duarte
02Dec92 a 05Set95
Cor Inf António M. de Almeida Correia
16Jun85 a 07Jul87
Cor Inf António L. Ferreira do Amaral
06Set95 a 01 Set97
Cor Inf José Casimiro Coelho Pereira
08Jun87 a 29Jun89
Cor Inf Rui Alexandre Cardoso Teixeira
02Set98 a 31Jul00
Cor Inf Herculano Soares Martins
30Jun89 a 29Ago91
Somos... Escola!
Promovemos... Sargentos!
Formamos... Sargentos
Servimos... Portugal!
Portugal!
Portugal!
Editorial
A publicação do 20º número da revista Alabarda converge
com a passagem dos 22 anos de actividades da Escola de
Sargentos do Exército, 7 dos quais a funcionar como
estabelecimento militar de ensino profissional de nível 3.
Responsável pela formação dos sargentos do QP do
exército, a ESE continua orgulhosa e determinada no
cumprimento da sua missão, pesem embora as tradicionais
dificuldades financeiras ditadas por um período de vacas
magras que as Forças Armadas atravessam. Ainda há
poucos meses a imprensa noticiava: Marinha manda
parar a frota.., Força Aérea reduz horas de voo dos
pilotos..., Exército contrai empréstimo bancário devido
a dificuldades de tesouraria.
É dos livros que em tempo de paz a manteiga tem uma
prioridade superior à dos canhões e, por isso, é importante
que saibamos interiorizar e até defender a necessidade dos
cortes orçamentais, que até podem ser de natureza
conjuntural, desde que eles traduzam, inequivocamente,
uma opção do país e sejam acompanhados dos
consequentes reajustamentos na panóplia de missões. É
importante também que os reflexos de tal decisão sejam
publicamente assumidos por quem de direito, para que as
Forças Armadas, na defesa do seu bom nome, não tenham
que justificar o que institucionalmente não lhes compete
fazer.
No suplemento dedicado à LPM (Lei de Programação
Militar) de 2001 e distribuído conjuntamente com as
revistas dos ramos , vêm enumeradas as razões da LPM
rezando assim no seu primeiro parágrafo: O passado
prova que não é possível pensar habitualmente a
Ciência, a Cultura, as Artes e o Comércio, a Felicidade e
a Prosperidade sociais em Pátrias devastadas ou
ocupadas. A Paz e a Soberania são assim os bens
supremos das Nações e os mais difíceis de manter num
mundo onde os perigos espreitam. Da recente
escalada terrorista aos velhos problemas da disputa
acerca das matérias-primas, territórios, estruturas
económicas ou controlo político-social, existe um
catálogo de ameaças múltiplas e complexas aos
Estados e aos povos. O editorial do nº100 da revista
Nação e Defesa termina assim: ....De qualquer modo, o
mundo e também Portugal vão passar a viver com a
terceira ameaça mundial. Ao lado da droga e da SIDA
vem o terrorismo global e transnacional. Só que, nos
outros dois, os envolvidos têm comportamentos de
risco... E neste último caso qualquer cidade ou cidadão
de qualquer parte do mundo podem ser as próximas
vitimas.
O quadro de tais ameaças, que resulta da admissão dos
cenários previsíveis, é uma realidade que compete ao
poder político definir e analisar, com o rigor possível (dado
que nos últimos anos são inúmeras as alterações na cena
internacional), por forma a chegar às opções estratégicas,
nomeadamente de natureza militar, com base nas quais
equacionará a aquisição dos meios (humanos, materiais e
financeiros) a colocar à disposição das Forças Armadas
para que estas, em tempo útil, possam desenvolver a sua
aptidão para o combate e cumprir com êxito as suas
missões. Da singeleza do raciocínio à consecução dos
objectivos que lhe dão corpo, vai um abismo imenso,
agravado pelo facto de Portugal ser um país de parcos
recursos e limitado potencial estratégico.
Torna-se assim urgente a realização de um debate
nacional subordinado ao tema
Forças Armadas. É
importante que, num primeiro passo, se explique ao povo
Português que fatia do interesse nacional compete às
Forças Armadas defender e porquê. Desta forma os
Portugueses entenderão: o que são, para que servem e
quanto poderá custar a manutenção das FA e certamente
irão pela força do voto legitimar a sua reestruturação e
modernização. Enquanto este cenário não estiver claro, e
acredito que demore algum tempo, é nosso dever não
desmoralizar, continuando a cumprir com dignidade, de
pessoas de bem, o que for materialmente possível.
Estou ciente de que muita coisa pode e deve mudar sem
que se torne necessária a intervenção do poder político.
Basta apenas que cada um de nós, ao seu nível, se
interrogue se já arregaçou as mangas.
Neste barco para um futuro melhor estamos todos, sem
excepção, e, como referia o General Chefe quando se
dirigia aos cadetes da Academia Militar em 12 de Janeiro:
Está nas nossas mãos fazer do momento de mudança
que vivemos um exaltante desafio que a todos
mobilize, ou, pelo contrário, um exercício de descrença
em nós próprios e de falta de auto-estima.
No que à Escola diz respeito, estamos a trabalhar num
projecto de reestruturação, já aprovado no essencial, que é
o exemplo paradigmático do que se pode mudar, para
melhorar a imagem de marca, a custos bastante inferiores
e sem beliscar o que para nós continua a ser primeira
preocupação - a formação técnica e comportamental dos
nossos alunos. Consideramos ser este um pequeno
contributo para ajudar a restaurar a esperança de que o
exército venha a ser uma instituição composta de
mulheres e homens altamente motivados e orgulhosos de
servirem Portugal. Para que tal desiderato se concretize é
necessário que em todos os escalões de comando e em
todas as unidades estabelecimentos e órgãos se
institucionalize uma forma de pensar grande que afaste
definitivamente o pessimismo doentio, o saudosismo das
vacas gordas, a descrença, o desânimo e o absentismo
que roubam a alma à dinâmica da mudança, corroem os
valores que são a nossa força e contrariam a projecção de
Portugal no Mundo.
O Comandante
Curso de Formação de Sargentos
Passado, Presente e Futuro
Escolas Práticas.
Como habilitações mínimas para ingresso no CFS era
exigido o 9º Ano escolaridade.
CFS o presente
6
O Curso de Formação de Sargentos nos moldes
actuais teve início com o 24º CFS no ano lectivo de
1995/96. Os cursos anteriores tinham a duração de 2
(dois) anos lectivos.
Os novos cursos passaram a ter a duração de 3 (três)
anos lectivos, sendo os 2 (dois) primeiros na ESE e o
último nas Escolas Práticas ou Unidades Equivalentes das
respectivas Armas e Serviços, como já acontecia do
antecedente.
Introdução
Os alunos são divididos em quatro grupos no início do
curso: um destinado às Armas e Serviços de Infantaria,
Com este artigo pretende-se dar uma visão resumida
Cavalaria, Artilharia, Administração Militar, Pessoal e
dos primórdios do Curso de Formação de Sargentos
Secretariado e Transportes (área A), outro destinado às
(CFS), como tem sido a sua estrutura
Armas de Engenharia e Transmissões e
e como irá ser o futuro CFS e as “Com este novo CFS evita- ao Serviço de Material (área B), outro
razões que levaram a esta mudança
se o lapidar de recursos destinado aos músicos (área C) e por fim
que se a iniciará no 32º curso.
um destinado ao serviço de saúde (área
reduzindo para 2 anos o D). A escolha definitiva da Arma ou
curso sem afectar os
Serviço seria efectuada no final do 2º ano.
CFS o passado
De harmonia com o disposto no artigo
parâmetros da formação
1º do Decreto-Lei nº 127/93, de 22 de
O Decreto-Lei nº 920/76 que
éticos, comportamentais Abril, a Escola de Sargentos do Exército
estrutura a carreira militar de
Sargentos do Quadro Permanente e técnicos continuando os (ESE) passou a ser um estabelecimento
militar de ensino profissional destinado à
determinava que os respectivos
Sargentos do Exército
formação e promoção de Sargentos.
cursos de Formação e de Promoção
com as mesmas
E assim, no âmbito da carreira de
fossem ministrados na ESE,
adiantando que, por falta de habilitações de formação” sargentos, assegura os objectivos do
ensino profissional definidos no artigo 19º
legislação e instalações próprias,
da Lei de Bases do Sistema Educativo, no
seriam transitoriamente ministrados
decreto-lei nº 401/91, de 16 de Outubro, e na legislação
no CIOE (Lamego) e na AM (Amadora), respectivamente.
que regula as escolas profissionais, com as adaptações
Do 1º CFS até ao 9º inclusive os cursos foram
decorrentes da natureza e objectivos do ensino e da
ministrados, a 1ª parte no CIOE e a 2ª nas respectivas
instrução militar.
Escolas Práticas.
Até ao 9º CFS o curso tinha a duração de um semestre
ingressando 2 cursos por ano.
Por despacho de 10 de Abril de 1981, do General
CEME, é criada a Escola em 01 de Junho do mesmo ano e
instalada no Aquartelamento do Regimento de Infantaria
das Caldas da Rainha, que foi extinto, sendo nomeada fiel
depositária de feitos e tradições do Regimento de
Infantaria nº 5. A ESE é herdeira da tradição do RI5 ligado
ao ensino de Sargentos Milicianos em especial durante o
período 1961/1974, em que ministrou formação a um
efectivo superior a 70 000 homens, sendo de assinalar que
a sua primeira actividade de instrução nas suas actuais
instalações teve lugar no ano de 1953, ano da inauguração
do Aquartelamento (14Ago) com um CSM.
Este período iniciou-se em 1981 com o 10º CFS e até ao
23º CFS, era um curso técnico do Exército com duração de
2 anos lectivos sendo um na ESE e o outro nas respectivas
CFS o futuro
Com a constatação que cerca de 70% dos candidatos à
ESE possuíam habilitações literárias superiores às
mínimas exigidas, o 9º Ano, levou a admitir que os
requisitos estabelecidos pelas normas do concurso já não
tinham correspondência integral com a realidade e que
constituía uma perda considerável de recursos tanto de
natureza humana como de material e de tempo a
continuação do CFS nestes moldes. Salienta-se ainda
que, a situação encontra-se desajustada em relação ao
binómio, habilitações literárias mínimas exigidas e o
escalão etário dos candidatos, porque, o ingresso no CFS
é efectuado após o cumprimento do serviço militar isto
acontece, para a grande maioria, por volta dos 20, 21 ou 22
anos de idade e o 9º Ano de escolaridade é concluído por
volta dos 15 anos. Face a este cenário, nasceu nesta
Escola uma proposta que foi aprovada, através do
Comando de Instrução, por despacho de 03Out01 de Sexa
o Gen CEME para a reformulação do CFS que tinha como
novidades principais as seguintes:
1. Admitir candidatos
que tenham como
habilitação literária mínima
o 12º ano;
2. A estrutura curricular
do curso é reduzida de 3
para 2 anos, a serem
ministrados, o 1º ano na
ESE e o 2º nas Escolas
Práticas ou Unidades
Equivalentes;
3. Abre o recrutamento a
candidatos civis para 50%
das vagas.
Com este novo CFS
evita-se o lapidar de
recursos reduzindo para 2
anos o curso sem afectar os parâmetros da formação
éticos, comportamentais e técnicos continuando os
Sargentos do Exército com as mesmas habilitações de
formação. A redução foi operada nas matérias referentes
ao sistema educativo e formativo nacional.
Na mudança referida nem tudo são factores positivos
certos perigos poderão aparecer, dado que, estamos a
confiar no sistema educativo nacional esperando que nos
coloquem candidatos com essa formação concluída com
eficiência, mas, é preciso não esquecer que existem
muitas formas de ter o 12º Ano de escolaridade e só o
tempo dirá se os nossos futuros alunos virão com uma
formação de base completa. Existe também o perigo da
redução do universo de candidatos, que embora tendo sido
colmatado com a abertura a candidatos civis, se não existir
uma boa campanha de informação podemos arriscar-nos a
ver um número reduzido de candidatos ao CFS.
Esta remodelação implicará a existência de uma Prova
de Aptidão Militar a realizar na ESE com cerca de 3
semanas para definir as qualidades militares dos
candidatos com vista à selecção dos mesmos e também
para ministrar a primeira instrução militar aos candidatos
oriundos de civis.
O CFS nos novos moldes iniciar-se-á no ano lectivo
2002/03 com o 32º, sendo que, o 31º é de admissão
exclusiva para o Serviço de Saúde ficando as restantes
Armas e Serviços sem alunos porque a redução de um ano
no currículo do mesmo implicaria, se não houvesse
interrupção na admissão, uma duplicação de efectivos de
sargentos a ingressar no Quadro Permanente em 2004 e a
junção de dois cursos em moldes diferentes na ESE.
Quanto ao Serviço de Saúde não se enquadra no
âmbito da ESE a formação nesta área, pois é de formação
superior, contudo não deixa de ser um problema do
Exército que carece urgentemente de enquadramento
legal. Neste momento aceita-se como natural enviar para a
Escola de Serviço de Saúde (ESSM) militares que reunam
as condições de admissão definidas para frequentar o
curso de licenciatura em enfermagem e no final do mesmo
são promovidos a 2º Sargento do respectivo quadro
especial. A ESE relativamente a este assunto propôs que o
1º Ano fosse realizado na Escola e só a partir do 2º é que
seria o ingresso na ESSM, ministrava-se assim a estes
elementos a formação técnico-comportamental específica
do Exercito, dado que, com a abertura do concurso a
candidatos civis poderá acontecer, se entrarem
directamente na ESSM, que os futuros Sargentos do
Serviço de Saúde não tenham nenhuma formação militar
sendo então, neste caso, mais simples, mais económico e
mais rápido recrutar directamente o pessoal já formado
nas escolas e
faculdades civis.
Com o novo CFS
parte-se o elo com o
Ministério da
Educação passando a
ser um curso técnico
do Exército mantendo
os Sargentos do
quadro o mesmo nível
académico porque o
ingresso no curso é
feito com o 12º ano
como habilitações
literárias mínimas.
Major de Inf Justino Manuel Esteves
Barbosa, desempenha funções de
Chefe da Secção de Estudos e
Planeamento. Concluiu o Curso de
Infantaria da Academia Militar em
1990, foi colocado na ESE em 1991
onde, entre outras funções, foi
Comandante de Companhia do 25º
Curso de Formação de Sargentos durante 2 anos e do 6ª,
7ª, 8ª, e 9ª Cursos de Promoção a Sargento-Chefe, foi
professor das disciplinas de Topografia, Organização de
Terreno,Armamento e Gestão de Recursos de Materiais.
Possui entre outras qualificações a Licenciatura em
Gestão de Empresas pela Universidade Autónoma de
Lisboa.
7
Antecedentes
do CPSC
“Em 1995 e primeiro trimestre de 1996 foi
feito o levantamento exaustivo de todas as
funções do Sargento Chefe do Exército a nível
das estruturas de tempo de paz e de campanha.
Foram ouvidas todas as Escolas Práticas e
debatidas, em reunião de trabalho, todas as
propostas apresentadas. ”
8
Um dos cursos ministrados na ESE é o Curso de Promoção
a Sargento Chefe (CPSC). Este curso existe para garantir
aos Sargentos Ajudantes a preparação sócio cultural e
técnica necessária à progressão na carreira. Actualmente
a frequência do CPSC com aproveitamento, é condição
especial de promoção ao posto de Sargento Chefe, mas
nem sempre assim
foi.
Poderia recuar-se
muito mais no tempo
a investigar os
antecedentes sobre
a promoção ao posto
de Sargento Chefe,
mas deixaria de
fazer sentido falar
apenas na ascensão
a esse posto e
teríamos de passar a
falar num âmbito
mais lato. Assim,
abordo este assunto
apenas, a partir da
altura em que algo
i m p o r t a n t e
aconteceu na
carreira dos
Sargentos. Em
Dezembro de 1976 o conceito de Sargento é alterado
substancialmente através do DL nº 920/76. Este decreto
lei, definia o que é o Sargento do Quadro Permanente
(QP) do Exército, a sua hierarquização e respectivas
funções. Para além disso, no seu Art.º 26º enumerava
quais os Tirocínios, Estágios e Cursos que os Sargentos
deveriam frequentar. Dentro deste enquadramento legal,
existia assim o Curso de Promoção a Sargento Ajudante /
Sargento Chefe ( CPSA/SC ). Este curso estava
estruturado em duas partes distintas, sendo a 1ª parte
ministrada durante 30 semanas no aquartelamento da
Academia Militar na Amadora e a 2ª parte nas Escolas
Práticas, com duração variável conforme a Arma ou
Serviço. Frequentavam o curso, 1os Sargentos e Sargentos
Ajudantes indiscriminadamente, pois a estrutura curricular
era uma só e até as próprias turmas eram formadas por
militares de ambos os postos. O último curso que teve lugar
sob estas condições, foi o 7º CPSA/SC.
O 8º CPSA já veio a ser ministrado na Escola de Sargentos
do Exército (ESE) nas Caldas da Rainha. Este curso
iniciou-se em Outubro de 1981, e salvo a mudança do local
onde era ministrado, manteve praticamente toda a
estrutura dos cursos antecedentes. De realçar que este 8º
os
CPSA só foi frequentado por 1 Sargentos. O último CPSA
a ser ministrado na ESE, foi o 20ºCPSA. Entre o 8ºCPSA e
o 20º CPSA a estrutura do curso sofreu inúmeras
alterações, nomeadamente no que diz respeito aos
conteúdos programáticos e a duração da primeira parte do
curso, que no caso do 8º CPSA foi de 30 semanas e no
20ºCPSA já só foi de 12 semanas. Nesse tempo, a
frequência com aproveitamento do CPSA/SC era uma das
condições especiais de promoção a Sargento Ajudante,
Sargento Chefe e Sargento Mor. Assim todos os militares
que frequentaram este curso com aproveitamento, ficaram
habilitados a ser
promovidos aos
p o s t o s d e
S a r g e n t o
A j u d a n t e ,
Sargento Chefe e
Sargento Mor,
caso cumprissem
também
as
outras condições
de promoção. Isto
significou que
t o d o s
o s
Sargentos que
frequentaram
com aproveitamento o CPSA
/SC, não tiveram
que frequentar
mais nenhum
c u r s o
d e
formação e/ou
promoção para que progredissem na carreira.
Toda esta situação se alterou, quando em 1990 o Estatuto
dos Militares das Forças Armadas (EMFAR) veio
contemplar uma reestruturação no sistema de Tirocínios,
Cursos e Estágios a frequentar pelos Sargentos do QP. O
EMFAR estabeleceu que houvesse lugar a um Estágio de
Promoção a Sargento Ajudante (EPSA) e um Curso de
Promoção a Sargento Chefe. Em Outubro de 1991 teve
início o 1ºEPSA. Este estágio era em tudo semelhante,
quer em conteúdos programáticos quer em tempo de
duração, às últimas versões do extinto CPSA. Ou seja,
teve uma 1ªParte de 12 semanas na ESE, para os 1os
Sargentos de todas as Armas e Serviços e uma 2ª Parte
nas Escolas Práticas de duração variável conforme a Arma
ou Serviço. Realizaram-se na ESE, o 1º, 2º e 3º EPSA. O 4º
EPSA teve lugar no ano de 1993 e realizou-se na sua
totalidade, nas Escolas Práticas. À ESE foi então dada a
missão de vir a ministrar um novo curso - O CPSC.
O estudo do programa curricular a ser utilizado no CPSC
foi atribuído à ESE, através da nota nº 621/Rep Ensino, Pº
515.1 de 05Abr95. Em 1995 e primeiro trimestre de 1996
foi feito o levantamento exaustivo de todas as funções do
Sargento Chefe do Exército a nível das estruturas de
tempo de paz e de campanha. Foram ouvidas todas as
Escolas Práticas e debatidas, em reunião de trabalho,
todas as propostas apresentadas. Deste estudo, realizado
em coordenação com a Divisão de Instrução do EME
resultou a estrutura curricular do CPSC bem como a
determinação dos respectivos objectivos de habilitação e
“Este curso estava estruturado em duas
partes distintas, sendo a 1ª parte ministrada
durante 30 semanas no aquartelamento da
Academia Militar na Amadora e a 2ª parte
nas Escolas Práticas, com duração variável
conforme a Arma ou Serviço. Frequentavam
os
o curso, 1 Sargentos e Sargentos
Ajudantes”
de aprendizagem.
A estrutura do CPSC foi aprovada por despacho do Ex.mo
General Chefe do Estado Maior do Exército exarado a
06Mar96 e nota nº 140 P. 681.27 de 08Mar96 da
DivInstr/EME. O 1º CPSC começou a ser ministrado na
ESE em Março de 1996, com a duração de 15 semanas e
os militares que o frequentaram foram os mesmos, que
frequentaram o 1º EPSA. Entre o 1º CPSC em 1996 e o 13º
CPSC que actualmente decorre, a estrutura e conteúdo
programático das disciplinas que o compõem, não sofreu
alterações significativas.
Cap Inf Carrilho, desempenha
funções de Adjunto da Secção de
Estudos e Planeamento, tendo já
prestado serviço nas seguintes
Unidades: RI8 e EPST.
Possui no seu currículum diversos cursos dos que
se destacam: Curso de Instrutor de Educação
Física (1996), “Transportation Officers Basic
Course”, EUA (1998) e o curso de defesa NBQ
9
Actividades logísticas
ou as cefaleias
dos comandantes
10
Todos o s an os, por alt ura da P rim ave ra, os
comandantes acompanhados dos respectivos staff entram
numa fase de recolhimento para, em consciência, darem
corpo ao célebre plano de actividades para o ano seguinte,
sendo suposto que daí irá nascer o orçamento anual a
atribuir às suas U/E/O. Do plano de actividades fazem
parte, religiosamente: a actividade, o programa, o subprograma e em relação a este é necessário inventariar,
com particular meticulosidade, os objectivos, os recursos a
afectar e os resultados a obter também conhecidos pelo
nome pomposo de indicadores de gestão.
O fam ige rad o pla no, dep ois de ape rfe iço ado
tecnicamente pelo
adjunto financeiro,
é enviado para o
esc alã o su per ior
onde é sujeito a um
período de
incubação de sete
meses, correspondendo a igual período de expectativa
das unidades,
find o o qu al os
comandantes são
i n f o rm a d o s , v i a
telefone numa
primeira fase, de
que o orçamento é
igual ao do ano
anterior subtraído
de uma percentagem apreciável, o
qu e, no qu e à
Escola diz respeito, equivale a dizer que é sensivelmente
menos 20%.
Incrédulos, os comandantes passam então a dormir
mal: Nas noites de insónia que se seguem vem-lhes à
memória as tarefas implícitas e explícitas da missão;
recordam com saudade os tempos em que foram
subalternos e capitães de outros comandantes que
podiam dedicar-se a tempo inteiro à sua missão primária
sem terem de se preocupar com o orçamento; sabem que
os recursos à sua disposição são curtos e que não têm
autonomia para resolver imprevistos que são frequentes e
caros em instalações que já completaram meio século de
existência; ficam deprimidos com a promessa de que os
efectivos utilizados no apoio de serviços vão diminuir e que
estão vedadas as entradas de pessoal civil; estão cientes
de que não vão poder substituir equipamentos velhos nem
executar as acções de manutenção programadas para
infra-estruturas e equipamentos até por que os créditos
das Direcções são igualmente parcos; assustam-se com
as chamadas telefónicas do oficial de dia por recearem a
notícia de que a última marmita deixou de funcionar e a
2ªrefeição está comprometida; insurgem-se porque a Brisa
cobra portagens e amaldiçoam as fotocopiadoras que
teimam em gastar toner; perguntam por que razão têm os
militares que assumir estes tiques civilizacionais de
tomarem banho todos os dias e consideram injusto que
De us nã o dê o fr io em co ns on ân ci a co m as
disponibilidades financeiras para pagar as facturas da
electricidade; mas, independentemente de todos os
factores limitadores os comandantes sabem, porque
interiorizaram desde os bancos da escola que os formou,
que têm que cumprir a missão, custe o que custar, e que
ninguém lhes perdoa se o não conseguirem. E este é o
dilema actual de todos os comandantes; por um lado a
fragilidade dos recursos
disponíveis, por outro o
peso da formação a
apontar-lhes
permane nt em en te o de do
recordando-lhes que é
seu dever levar a carta
a Garcia.
Passados os
primeiros dias do
entorpecimento e
lamentação, onde não
f a l ta m o s n a t u r a i s
impropérios contra
vários destinatários, os
comandantes começam
então a reagir,
conscientes de que não
resu lta chorar sobre
leite derramado e que
da su a se re ni da de
dependerá o equilíbrio
emocional das unidades e do exército. Interiorizam que é
pensando positivo que se criam condições para preparar
um futuro melhor, onde os vindouros possam, finalmente,
dedicar-se em exclusivo à sua missão primária.
Tomando então a Escola como exemplo, vejamos
agora algumas das atitudes de gestão que nos farão
chegar ao final de 2002 com a satisfação do dever
cumprido, mesmo com a insuficiência de meios à nossa
disposição.
Comecemos pela directiva de planeamento dada pelo
comandante ao dito staff, dias depois de ser conhecido o
orçamento : Meus senhores. A nossa missão continua a
ser a de formar os sargentos do quadro permanente do
“E este é o dilema actual de todos os
comandantes; por um lado a fragilidade
dos recursos disponíveis, por outro o
peso da formação a apontar-lhes permanentemente o dedo recordando-lhes que
é seu dever levar a carta a Garcia.”
Exército, obedecendo aos padrões de qualidade a que já
-oficiais, sargentos, praças, alunos do CFS e alunos do
nos habittuámos.
CPSC;
Como certamente já se aperceberam, pelo ar macambúzio
-Estabelecimento de um bar único na escola para
do oficial de logística, temos à nossa disposição para 2002
oficiais, sargentos e praças continuando a manter-se,
menos 20% dos recursos financeiros
sem encargos de pessoal, as
que tivemos em 2001. Estes valores
salas de convívio;
“Alerto, no entanto, que é muito
poderão ainda sofrer algumas
-Estabelecimento de protocolo
flutuações que estarão dependentes nocivo para a estabilidade emocional
com os serviços prisionais
das Forças Armadas que alguém
da minha capacidade de
com vista à disponibilização de
tome esta perseverança posta no
argumentação e da generosidade do
mão de obra qualificada e a
cumprimento da missão,
escalão superior.
menores custos.
Considerem o plano de actividades nomeadamente nos casos em que os
Em jeito de conclusão gostaria
para 2002 como um exercício didáctico recursos postos à nossa disposição de referir o seguinte: Como se
e apaguem da memória os valores, são insuficientes, como um indício adivinha, chegaremos ao final de
propostos de forma ingénua, que, de que se pode continuar a esticar a 2002 com a missão cumprida e
como se previa, nunca poderiam ser
sem ultrapassar o orçamento que
corda dado que os militares
equacionados face à actual conjuntura.
nos foi atribuído. Ficarão
continuam a cumprir. Tal ilação é
Faço votos para que a redução de
certamente por fazer algumas
verbas vos aguce o engenho por forma perigosa, por ter reflexos negativos actividades acessórias mas, o
no nosso já tradicional espírito de
a conceberem planos de contenção de
essencial vai cumprir-se. Estas
missão,
especialmente se viermos a proezas só se conseguem em
despesas que, como é óbvio, só serão
aceites se não puserem em jogo o constatar que os sacrifícios, batem instituições como a nossa e pelas
cumprimento da missão. Alguma
sempre à porta dos mesmos eleitos.” seguintes razões:
dúvida? Quando crescerem e
-Colocamos sempre a missão em
ocuparem o meu lugar verão como é
primeiro lugar e fazemos um
difícil ser prior numa freguesia destas. Preocupa-me o
supremo esforço para a cumprir;
esforço acrescido que vou pedir a cada um de vós mas
-Somos por formação obedientes e consideramos que
conto com a vossa generosidade. O primeiro esboço dos
o escalão superior põe à nossa disposição o que é
planos de contenção ser-me-á apresentado pelo
materialmente possível;
2ºcomandante na próxima reunião de coordenação, sexta
- Superamos, normalmente, a falta de recursos
feira.
utilizando mais valias resultantes da motivação de
Do tal esboço dos planos de contenção nasceram
pessoal.
algumas das linhas de acção para 2002, especialmente as
Alerto, no entanto, que é muito nocivo para a
que têm a ver com actividades logísticas, e que por certo
estabilidade emocional das Forças Armadas que alguém
irão minimizar, com êxito, as dificuldades de recursos
tome esta perseverança posta no cumprimento da missão,
previstas e que passo a apresentar:
nomeadamente nos casos em que os recursos postos à
-Rigoroso controlo na aplicação de verbas;
nossa disposição são insuficientes, como um indício de
- Recurso à informática para:
que se pode continuar a esticar a corda dado que os
-Difusão,através da INTRANET, da ordem de serviço,
militares continuam a cumprir. Tal ilação é perigosa, por ter
directivas, comunicações de serviço e outra
reflexos negativos no nosso já tradicional espírito de
correspondência;
missão, especialmente se viermos a constatar que os
-Substituição de publicações por registos em CD;
sacrifícios, batem sempre à porta dos mesmos eleitos.
-Estabelecimento de avenças com empresas civis para
Manter a serenidade é ao que nos obriga o nosso
manutenção periódica de equipamentos de frio e calor.
código deontológico alimentando a esperança de que fala
Consegue-se que os equipamentos estejam sempre
o Dr Figueiredo Lopes, em artigo recente ...Com uma forte
operacionais e evitam-se as grandes avarias que são
vontade política e firmes convicções, com muito trabalho e
sempre dispendiosas;
rigor na gestão, sei que será possível vermos em poucos
- Estabelecimento de protocolos com organizações civis
anos Forças Armadas Portuguesas modernas, eficientes,
em que permutamos espaço por contrapartidas visíveis
bem equipadas, prestigiadas e com a dimensão adequada
ao nível da aquisição de equipamentos e manutenção
às missões que lhe estão confiadas, tendo como
das infra-estruturas;
referencial de ambição atingir níveis de eficácia e emprego
-Parcimónia na utilização dos meios de transporte da
operacional pelo menos, idênticos aos das melhores
unidade e disciplina no acesso à rede de auto-estradas,
forças armadas dos países europeus de dimensão
a não ser em casos reconhecidos de urgência;
análoga à de Portugal.
-Concentração num único edifício de todos os refeitórios
Assim o esperamos ou não fôssemos homens de fé.
O Comandante
Loja: Rua Dr. Manuel Bombarda nº 12
Caldas da Rainha
Tel. 262 843 260
Fax. 262 836 181
E-mail. [email protected]
Agente:
Dep. Material Eléctrico: Rua do
Sacramento nº 8., Caldas da Rainha
Tel. 262 842 271
Fax. 262 842 274
E-mail: [email protected]
11
Direito, Moral e Justiça
Que fundamento? Que relação?
Direito Natural (ou Leis Naturais) aquele que, sendo
superior à própria natureza humana, haveria de reflectir de
imediato e na sua plenitude, a justiça àquela inerente;
consequentemente, não poderia estar em qualquer
código, pois as suas leis não foram traçadas pela mão do
homem, não tendo mesmo uma expressão sensível;
seriam as mesmas imutáveis e valeriam para qualquer
comunidade e em qualquer tempo...
12
(Direito natural ou transcendente "versus" Direito dos
homens), acaba por atravessar toda a idade média e
Europa seiscentista embora com fortuna e sentido
diferentes para uma ou outra corrente, a elas não sendo
alheias a igreja (identificando o direito natural com o divino
(S. Tomás de Aquino), ou com o rei (enquanto
representante do Criador na Terra), o racionalismo (o
direito fundado na razão), a apologia dos direitos e livre
vontade individuais (concepção individualista e
Direito Positivo aquele que promana dos órgãos ou
voluntarista), ou ainda correntes contratualistas, pelas
instituições sociais que em certo momento têm
quais se aceitava em maior ou menor grau a delegação no
competência para dar ordens, através de códigos e leis
soberano de parte dos direitos ou vontade individuais, de
destinados a
forma tal que a
formular regras
este fosse
de conduta
p o s s í v e l
h u m a n a s
assegurar e
obrigatórias e
salvaguardar a
coactivas...
vida em comum
(contratualismo:
A Antiguidade
Hobbes, Locke,
Rosseau), ou
Na antiguidade
mesmo ainda
clássica, foi
quem pretencomum a várias
desse o direito
civilizações a
como um produto
“O direito como um
noção de uma
de utilidade geral,
produto de utilidade de
ordem universal,
cujo alcance se
que regia todas
geral, cujo alcance se
conseguiria por
as criaturas.
um rigoroso
conseguiria por um rigoroso
Essa ordem
cálculo científico,
cálculo científico, à imagem
p o d e s e r
à imagem das
das ciências da natureza”
concebida de
ciências da
modo mais
natureza (Direito
fatalista como o
justo seria aquele
tao chinês, ou de
que organizasse
maneira mais
a sociedade de
intelectualista como o logos grego, ou de outras formas
forma a proporcionar a maior felicidade e bem-estar para o
ainda. De todo o modo, ela concorre no sentido do
maior número o conhecido "felicif calculus" de Jeremy
estabelecimento de um limite ao arbítrio humano. Esta
Bentham o que não hesitou em equiparar a l egislação às
interiorização colectiva, de um conjunto de leis que
ciências físicas, ao ponto de ver naquele princípio de
presidem à harmonia física e moral do universo e no qual
utilidade geral o verdadeiro fundamento do Direito, tal
se integrava como parcela o complexo de princípios
como o Princípio de Arquimedes fundamentava a
supremos da justiça a que qualquer acção humana teria
Hidrostática...)
que obedecer, identificou a escola ou corrente do
jusnaturalismo, e foi retomada pelos gregos (Heráclito),
O advento da codificação1
por volta do Séc VI a.c.
Todavia, não muito tempo decorrido (cerca de um século
O contributo dado por Bentham à ciência do Direito acabou
depois), uma nova escola a dos sofistas cuja crença
por surgir de modo colateral, pelo impulso dado ao
relativista a leva a recusar a existência de princípios de
desenvolvimento das tendências codificadoras, fixando a
validade universal, optou por rejeitar tudo o que fosse
cada momento o direito em vigor, alcançando-se desta
absoluto ou verdade objectiva: a diversidade de
forma a necessária certeza e segurança jurídica de todos
concepções parecia-lhes decisivo, sendo que poderia
os homens, bem se justificando a idéia de um código
haver tantas verdades quantos os homens, cada um
unificado e universal, na esteira daquilo que Kant já
possuindo a sua própria visão e concepção do mundo e
anteriormente estabelecera como o projecto de paz
dos fenómenos. Assim, questionaram aqueles filósofos,
perpétua...
poderia o Direito instituído pelos homens coincidir com um
Concomitantemente com esta necessidade de certeza e
Direito Natural (e superior a todas as coisas)?
segurança jurídica, era iniciado por toda a Europa o
derrube das monarquias absolutistas e com o soberano
*
déspota e iluminado, a capitular - e a necessidade,
*
*
universalmente sentida de confinar o direito a um todo
Esta dicotomia jusfilosófica sobre a concepção do Direito
certo e sistematizado, que a todos obrigasse de igual
forma, movimento esse que teve na Revolução Francesa
2 3
o seu detonador e na LEI a sua bandeira ...
Jusnaturalismo "versus" positivismo, no Sec XX:
Qual é o Direito justo?
Perante aquela positivação do Direito enquanto realidade
irreversível, ao Jusnaturalismo mais não restava que
adaptar-se às novas regras do jogo, dado que nos alvores
do Séc. XX, não poderia socorrer-se já do "velho"
argumento da Lei Cósmica e Universal que regulava todas
as coisas e todos os seres, como o tinha feito na
Antiguidade. Vejamos então em que termos alinhou ele os
seus argumentos.
E disse o Jusnaturalismo:
-Há um conjunto de princípios morais e de justiça
universalmente aceites e válidos, por superiores à razão
humana;
-Qualquer sistema jurídico deverá observar aqueles
princípios;
-As normas de qualquer sistema jurídico integram valores
e hão-de ser estabelecidas por referência a princípios de
Justiça;
-Toda a norma terá de corresponder a um princípio de
justiça;
-Os próprios juízes haverão que recorrer aqueles
princípios morais para resolver questões que não
resultem claramente da lei;
- Leis injustas não obrigam;
-Se uma regra é norma jurídica, então ela encerrará em si
mesma um juízo moral, qualquer que seja a sua origem
e conteúdo;
-O que for contrário à moral também o será face ao direito
e vice-versa, tanto assim que,
-Existe uma estreita ligação entre direito e moral, não
sendo possível, em rigor, estabelecer uma clara
divisória;
-Finalmente, qualquer sistema jurídico é forçosamente
composto por princípios e não apenas por regras.
A tão concatenado acervo alegatório, pronunciaram-se os
Positivistas nos termos seguintes:
- O Jusnaturalismo confunde Direito com Moral;
- Na verdade, de duas realidades distintas se trata;
-Nunca um sistema jurídico poderia ser justo por
referência a valores, atenta a natureza subjectiva, incerta
e mutável destes;
-O direito deveria ser completamente separado de
princípios de justiça: o conceito de "justo" é em si mesmo
pessoal e subjectivo;
-Nestes termos todo o direito deverá reconduzir-se à lei,
devendo mesmo ser separado da realidade por esta ser
variável, e pautar-se apenas por critérios puramente
conceptuais;
-O direito deverá apenas ser objecto de uma abordagem
formal, desligada de quaisquer juízos valorativos (Ex. a
culpa), por variáveis e inseguros;
-O direito é aquele que provém e é garantido pelo Estado,
apoiado em sanções coercitivas e assentando na
imperatividade: pelo contrário, a moral resulta e assenta
na mera consciência de cada um;
-A moral está orientada para o bem, sendo de livre
aceitação; ao invés, o direito está virado para o bem
comum, sendo vinculada a sua aceitação;
-Normas jurídicas existem e que, sendo válidas, nenhuma
qualificação moral apresentam;
-Finalmente, aos contornos difusos do sistema jurídico
jusnaturalista, opõem os positivistas a estreita e rigorosa
delimitação do ordenamento, só sendo direito aquilo que
expressamente for constituído enquanto tal e conste
positivamente na lei independentemente do juízo moral
que as mesmas sejam susceptíveis de encerrar.
Aqui chegados, crucial é pôr a questão seguinte: Que
interesse prático ou útil da dicotomia apresentada?
NUREMBERG4, aos 25 dias de Novembro de 1945
Reunido o Supremo Tribunal Aliado, e havendo escutado
os argumentos da acusação e da defesa, bem como toda
a prova produzida, disse o Juiz Sempronio: " Distintos
colegas: estamos aqui reunidos hoje para julgar um
conjunto de homens que participaram activamente, sem
dúvida alguma, no fenómeno mais aberrante da história
da humanidade. Temos testemunhos históricos de outros
homens que semearam a morte e o terror sobre extensos
grupos humanos. Mas nada comparável a estes outros
que aqui hoje se sentam. E se horroriza à moral que
centenas de crianças de tenra idade fossem retiradas às
mães judias para de imediato serem exterminadas para
análises laboratoriais, pensemos que os agora acusados
apenas cumpriam ordens superiores do regime e às quais
não era lícito desobedecer. Afinal tratava-se de fazer
avançar a investigação científica de uma raça que se tinha
por superior, num quadro geral de progresso científico, em
que era exigido um grande número de cadáveres. Em
suma, a defesa propõe a tese de que estes indivíduos,
tendo cometido actos cujo desvalor moral pode ser
qualquer, o certo é que os mesmos haviam sido
perfeitamente legítimos de acordo com a ordem jurídica
do tempo e lugar em que foram praticados. Em rigor, os
ora arguidos eram funcionários estatais que cumpriam,
em plena conformidade, as normas vigentes ditadas pelos
órgãos do Estado Nacional Socialista. A defesa mais
recorda que não poderá haver crime sem lei prévia... em
caso contrário, estaria este Supremo Tribunal a infringir
ele próprio este princípio fundamental (...). Distintos
colegas: Creio que este tribunal deverá contribuir para
desterrar de uma vez por todas a absurda e atroz
concepção de direito que encerra a tese da defesa; a
13
mesma sustenta que estamos frente a um sistema jurídico,
sempre que um qualquer grupo humano logra impor um
certo conjunto de normas em certa sociedade, e conta com
força suficiente para as fazer cumprir, qualquer que seja o
valor moral de tais normas. Tal terá levado a que, sob o
pretexto de "a lei é a lei", o direito tenha justificado as
opressões mais aberrantes. Desde a origem dos tempos
que eminentes juristas têm demonstrado a falsidade desta
ideia, com argumentos contundentes. E só eles podem
estar certos. Acima de qualquer sistema de leis humano ou
ditado pelos homens, existe um conjunto de princípios
morais e universalmente aceites, válidos e imutáveis, que
estabelecem critérios de justiça e direitos fundamentais,
ínsitos à verdadeira natureza humana, como o sejam o
direito à vida e à integridade física. Esse conjunto de
princípios são o que chamamos de direito natural. As
normas ditadas pelos homens apenas serão direito, na
medida em que se conformem com aqueles princípios e
não os contrariem. Nestes termos, aceitar como válidas as
leis do regime Nazi para julgar os seus elementos, seria
como julgar um grupo de malfeitores com as regras do
próprio grupo. Em conformidade, voto que sejam
condenados os arguidos".
inclusivé por alguns dos nossos países, antes de lhe
declararem guerra, o qual já na altura permitia algumas
atrocidades semelhantes às que hoje aqui julgamos...e se
somos juízes, não somos políticos nem moralistas,
devemos julgar de acordo com as normas jurídicas, e,
ainda que sejamos os juizes das nações vencedoras,
haveremos de aplicar as normas relativas ao local e tempo
em que os factos foram cometidos, e não aplicar as
nossas próprias normas (...). À barbárie do nazismo,
respondemos nós com o nosso profundo respeito pelas
instituições jurídicas. Voto, pois, que se absolvam os
arguidos...”
*
*
Que dizer?
E disse o juíz Tício: " (...)" *
*(Este terceiro magistrado, após longa e brilhante
eloquência, defendeu, através de uma tese de contornos
híbridos a condenação dos arguidos. Desta forma, além
de muitas outras condenações, foram condenados à
morte por enforcamento, Seyss Inquart e Ribentrop, já
que Goering conseguiu suicidar-se antes de chegar ao
patíbulo).
Levantou-se o juiz Cayo e disse :
14
"Compartilho as valorações morais que o distinto juiz
orador que me antecedeu: eu próprio também considero
tais actos como aberrantes ao comportamento humano e
sem paralelo na História. Ao formular este juízo, não estou
a contribuir como juíz, mas como cidadão de uma nação
civilizada, que ajudou a erradicar o regime que permitiu e
tornou possível estas atrocidades. A questão agora posta
é a de saber se, na nossa qualidade de juizes, nos será
permitido fazer valer juízos morais para chegar a uma
decisão neste processo. Os juízos morais, incluindo os
que acabo de formular, são, sem sombra de dúvida,
relativos e subjectivos. Numerosos foram os sociólogos,
historiadores e antropólogos que têm mostrado como tem
variado as pautas morais em distintas sociedades e
etapas históricas. Aquilo que um povo em certa época
considera moralmente abominável, outro povo o poderá
considerar perfeitamente legítimo. Poderemos nós negar
que o nazismo estabeleceu uma verdadeira concepção
moral em que honestamente acreditou grande parte do
povo deste país? Imperativo será aceitar que
procedimento algum exista que objectivamente permita
demonstrar a validade de certos juízos morais ou a
invalidade de outros. E a ideia de que existe um direito
natural, imutável, universal e transcendente à razão
humana é uma vã, ainda que nobre, ilusão. Isso mesmo é
demonstrado pelo divergente conteúdo dos pensadores
jusnaturalistas: para uns, o direito natural consagra a
monarquia absoluta; para outros, a democracia popular;
para uns a propriedade privada é direito natural; outros
crêem que só a apropriação colectiva dos recursos
poderá ser conforme ao direito natural (...). Uma das
conquistas mais nobres da humanidade foi a adopção da
ideia que os conflitos sociais se devem resolver, não
segundo os caprichos morais de quem estiver
encarregado de julgá-los, mas sim com base em normas
jurídicas estabelecidas: é o que chama "o estado de
direito". Só desta forma se poderá obter a ordem e
segurança das relações sociais (...), e por mais absurdo
que nos pareça, o sistema normativo vigente na Alemanha
nazi e nos países ocupados pelas suas tropas, era um
sistema jurídico, reconhecido internacionalmente,
*
1
Enquanto actividade relativa à produção de códigos de leis, onde seriam
compiladas todas as normas jurídicas relativas a um certo assunto.
2
Que algo de mais justo afinal, poderia superar a lei escrita, clara, objectiva, a todos
se impondo de forma igual, e à qual nem o soberano se furtava? haveria melhor meio
de defesa perante as arbitrariedades do déspota iluminado?
3
Embora a referência à lei já anteriormente tenha sido feita por diversos filósofos,
nomeadamente Montesquieu e Rosseau («Et qu`est ce qu`une loi? C`est une
declaration publique et sollene de la volonté génerale sur un object d`interêt
commun », Lettres écrites de la montagne, I, VI, Rosseau).
4
Nuremberg (ou Nuremberga), é uma antiga cidade da Baviera alemã, residência de
imperadores e local de reunião anual do Congresso do partido nacional socialista de
Hitler, tendo ficado "famosa", entre outras, por duas leis, promulgadas pelo citado
congresso aos 15-IX-35, uma delas a Lei da Cidadania, que retirava os direitos de
cidadania a judeus ou seus descendentes, excluindo-os da comunidade germânica,
e a outra, a Lei da Honra e do Sangue, que proibia, sob as mais brutais e
vergonhosas penas, o casamento entre judeus e não judeus.
Aí se reuniu o Supremo Tribunal Aliado, para a punição dos crimes de guerra, crimes
contra a humanidade e crimes contra o direito das gentes, e aí sendo julgados os
principais colaboradores de Hitler, como Seyss Inquart, Ribentrop e Goering.
TCOR Art José Júlio Barros Henriques,
desempenha funções de director e docente do
13º CPSC, tendo já prestado serviço nas
seguintes Unidades: EPA, RA4 e ESE.
Detém no seu curriculum diversos cursos dos que se
destacam,a Licenciatura em Direito pela Universidade
Autonóma de Lisboa e diversos cursos no âmbito do
planeamento e organização da instrução e da educação física
militar.
Apoio Psicopedagógico e
Orientação Escolar
por um ambiente e um meio sócio-institucional complexo,
que implica que sejam equacionados todos os
mecanismos disponíveis para actuar positivamente neste
mesmo cenário.
Que espaço no CFS futuro?
O início de um ano, de um percurso, seja ele escolar ou
profissional, é sempre uma altura esplêndida para
projectar o futuro, criar hábitos e fazer promessas ao
O projecto de Orientação Escolar na ESE que
grilinho falante que mora em nós. Para o fazer, a par dos
pequenos truques, da necessária força de vontade e
futuro?
competência pessoal, há sempre grandes remédios para
as dificuldades - a indiferença é a pior iniciativa. Nestas
Acerca de dois anos que o CPAE vem apoiando os
matérias, principalmente quando se pensa o futuro, o
alunos
do CFS através da aplicação de um modelo que
nosso conselho é muito simples: junte as tintas e, por onde
integra
uma dupla dimensão: apoio psicopedagógico e
andar, pinte. Não se cale por preguiça ou medo. Isso é
orientação escolar.
cobardia. Está-se no tempo em que as gentes terão de
Na orientação escolar tem-se por finalidade dar aos
tomar conta de si próprias, de ressuscitar valores e velhas
alunos um apoio na sua decisão vocacional face às opções
sabedorias. Mande o egoísmo passear porque cabe aos
existentes e aos seus projectos de vida profissional.
homens entrar em acção.
Nesta consta um exame em profundidade onde se
Mas se este caminho é o que aconselhamos, não é
avaliam elementos ao nível das aptidões (recolhidos no
menos verdade que cada vez nos encontramos mais
processo de selecção), dos
resignados, vivendo num tempo
interesses, respeitantes à
em que, podemos talvez afirmáAgora que o CFS se apresta
saliência dos papeis, aos
lo de forma pacífica, se
reconhece que se pede muito para ter um novo formato, todo o valores vistos em cada papel
e maturidade/adaptabilidade
aos alunos, e por vezes mal,
quadro de actuação carece ser
do aluno. Poderá incluir
dando-lhes o grande pântano da
confusão que é o terreno adulto.
repensado, ao que se exige uma também uma sessão de
informação profissional
Pede-se-lhes muito porque, os
(mesa redonda/conferência)
liderança da parte da ESE.
modelos vigentes os obrigam a
c o m
o f i c i a i s
frequentar cursos muito longos
formadores/instrutores da
(estamos perante uma escolaridade obrigatória de nove
Escola. O processo encerra com uma sessão de
anos que, tudo aponta nesse sentido, em breve se tornará
aconselhamento individual que coloca ênfase na avaliação
ainda mais extensa), com cargas horárias e programas
e confronto/discussão dos elementos recolhidos.
muitas vezes desajustados e desenvolvidos a partir de
No que ao apoio psicopedagógico diz respeito, procuramétodos e pedagogias de ensino pouco adaptadas.
se, através da promoção e treino de estratégias cognitivas
Mas se esta é a realidade com que temos de coabitar no
nos alunos com dificuldades de aprendizagem,
facilitar o melhor desempenho escolar, isto é,
ajudar os alunos no sentido destes poderem
ultrapassar os problemas que se lhes deparam
no contexto escolar na ESE. Trata-se de
promover a mudança nos sujeitos e/ou no seu
meio envolvente, num sentido mais equilibrado
e adaptativo, em função dos problemas
identificados. O trabalho a desenvolver passa,
em grande medida, por uma acção de
sensibilização junto dos alunos com o objectivo
de dar a conhecer o serviço que é oferecido e de
deixar uma imagem positiva de disponibilidade
e de confidencialidade.
“
”
nosso tempo, ela traz consigo, como se sabe, uma série de
circunstâncias e situações que forçam os agentes
educativos a uma versatilidade para a qual devem estar
preparados. É este quadro, caracterizado nomeadamente
Tem sido um processo desenvolvido a partir de
alguns condicionalismos, mas onde o CPAE
não tem regateado esforços para o implementar
e lhe dar continuidade, apesar de se estar
consciente que o mesmo carece de se centrar na Escola e
nos alunos, com a Direcção de Ensino a acreditar que esta
é uma área onde é importante e necessário apostar.
15
Para que os frutos sejam efectivos torna-se necessário
adaptar permanentemente este processo de intervenção
às características do próprio curso, necessidades dos
alunos, da estrutura curricular, das disponibilidades e
condições internas para o debate, etc. Agora que o CFS se
apresta para ter um novo formato, todo o quadro de
actuação carece ser repensado, ao que se exige uma
liderança da parte da ESE. É que, quer a orientação
escolar quer o apoio psicopedagógico, devem continuar a
ter um espaço efectivo no CFS futuro - por certo, quando se
tem necessidade de "inventar", de experimentar, de
“Na orientação escolar tem-se por
finalidade dar aos alunos um apoio
na sua decisão vocacional face às
opções existentes e aos seus
projectos de vida profissional. ”
mastigar dissabores, de carregar dúvidas, de saborear o
fracasso, será preocupante não fazer uso, dos meios e dos
conhecimentos que estão ao nosso alcance. E, em matéria
de ensino, quando fracassamos, é muito possível que
qualquer coisa se quebre sem remédio. Assim sendo, que
estejamos atentos e disponíveis para admitir que todos os
saberes são poucos para minimizar as múltiplas e
complexas dificuldades que existem em qualquer
estabelecimento, modelo e/ou sistema de ensino.
Na educação somos como a tripulação de um barco,
onde temos de levar grupos de um ponto a outro, em
viagens mais ou menos demoradas. É desastroso que
procuremos fazê-lo sem que nos tenham ensinado a remar
e a conhecer as correntes do rio. Tal como seria desastroso
confiar os comandos de um avião carregado de
passageiros a um homem que toda a vida tenha sido
electricista, só porque existe a componente eléctrica em
todos os aviões.
Mais do que nunca, todo o processo educativo assumese como estruturante da formação do homem, mas
também da sua própria realização pessoal e profissional. E
é nesta medida que se perspectiva que a formação militar,
com destaque para aquela que leva o indivíduo aos QP´s
(e no caso que aqui se versa, em particular à categoria de
Sargentos), não poderá descurar a possibilidade de
implementar um sistema sustentado que integre uma
componente de apoio psicopedagógico e de orientação
escolar/profissional, dado que estes se assumem cada vez
mais como importantes na ajuda ao aluno mas também de
outras estruturas do "edifício educativo", que é a Escola de
Sargentos
Maj SGE Serafim Marques
Ribeiro, nos últimos anos tem
desempenhado funções na área
do pessoal,
realçando-se a
selecção e docência.
Detém no seu currículum
diversos cursos dos que se destacam:
Licenciatura em Psicologia e o Mestrado em
Políticas de Gestão de Recursos Humanos, Curso
de Selecção de Pessoal, Curso de Formação
Pedagógica de Formadores e diversos cursos de
informática na óptica do utilizador.
UNIÃO
PANIFICADORA
CALDENSE, LDA.
INSTALADORES E FORNECEDORES
Aquecimento central
Aquecimento solar
Tubagens em cobre e outras
16
Rua 31 de Janeiro, 93-B
2500-118 CALDAS DA RAINHA
TEL.: 262 838 872
FAX.: 262 835 612
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Escritório: 262 83 23 68 / 262 83 26 00
Gerência: 262 83 23 98
Pão Quente: 262 83 21 59
Croissantaria: 262 83 27 88
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2502 CALDAS DA RAINHA
30 PEQUENAS ACÇÕES -
GRANDES SOLUÇÕES PARA PROTEGER O AMBIENTE
Na anterior edição da Revista Alabarda foi publicado o
artigo "As 10 coisas que poderá fazer para proteger o
Ambiente". muito se pode dizer... muito se pode escrever...
Mas o mais importante é aquilo que se pode FAZER... pelo
Ambiente!
Neste artigo pode analisar 30
pequenas acções para realizar
no seu dia-a-dia, em casa ou no
local de trabalho... durante a
semana ou ao até fim-desemana.
Todos os locais são bons. Todos
os momentos são oportunos
para quem
quer proteger o Ambiente, para que
dentro de alguns anos não seja necessário
usarmos máscara quando quisermos ir dar
um passeio com os nossos netos...
Relembro que a solução passa por gestos PONTUAIS
para resolver os problemas GLOBAIS e,
basicamente, obedecem ao Princípio dos
3 eRRRes enunciados na Agenda 21,
adoptada em 1992 na Conferência da Terra
realizada no Rio de Janeiro, bem como no
5º Programa Europeu para o Ambiente e
desenvolvimento e que obedecem à seguinte
hierarquia:
Reduzir os lixos e o consumo de produtos com
componentes tóxicos;
Reutilizar os materiais o máximo possível evitando
os produtos descartáveis;
Reciclar tudo o que se puder quando já não for
possível reduzir nem reutilizar;
Desde então, muito se tem falado e actualmente todos
sabem o que se pode fazer. Mas poucos sabem O QUE
fazer e COMO devem fazê-lo.
Antes de continuar importa apresentar duas definições,
ainda que bastante simples:
AMBIENTE - Tudo o que nos circunda, assim como a todos
os restantes seres vivos. No campo, grande parte do meio
ambiente é natural ou semi-natural; nas vilas e cidades
quase tudo é produzido pelo homem.
ECOLOGIA - Estudo das interacções entre os seres vivos
com o meio Ambiente.
Leia então com atenção os seguintes conselhos:
1 - AGRICULTURA - As novas estratégias de protecção e
produção integrada são um método inovador, racional e
controlado que permitem melhorar a qualidade,
proporcionar segurança alimentar e contribuir para o
equilíbrio ecológico do meio Ambiente. Em protecção
integrada, o combate às pragas e doenças das árvores
baseia-se na utilização de meios de luta
cul tur al, bio téc nic a (at rac tiv os) e
biológica (utilização de insectos e
outros organismos auxiliares)
alternativos ao uso de pesticidas.
Desta forma é respeitado o ciclo
natural da vida, o Ambiente e a saúde de todos nós.
2 - ÁGUA - É um bem precioso. Imagine que toda a água
do planeta Terra era colocada dentro de uma
garrafa de 2 litros. Proporcionalmente somente
uma gota de água seria potável. Como não é
uma fonte inesgotável temos a obrigação de a
poupar e preservar de todos os agentes de
poluição. Não permita que torneiras pinguem;
enquanto faz a barba ou escova os dentes feche a
torneira; quando toma banho de duche reduza em um
minuto o tempo que tem a torneira aberta. Vai ver que
resulta e notará a diferença na factura mensal da
água.
3 - ANIMAIS - Todos gostamos de os ter lá em
casa... mas lembre-se que os passeios e
os espaços verdes não podem ser o
WC do seu cão.. Nas lojas da especialidade
pode encontrar à venda pinças especiais
para apanhar os dejectos dos animais, para
que não fiquem (esquecidos) nos locais
públicos pois põem em perigo a saúde de todos nós.
Colabore... e nunca os abandone!
4 - AUTOCLISMOS - Se o seu não possui um regulador de
nível experimente colocar no interior uma garrafa de
plástico cheia de água. Poupará assim 1,5 litros
de água em cada descarga. Existem à venda
autoclismos com duplo botão de descarga, que
permitem dosear a água a utilizar. Lembre-se
de verificar frequentemente se não existem
fugas de água no seu autoclismo.
5 - BOTAS E SAPATOS - Há quanto tempo não
manda colocar umas "meias-solas" no seu calçado?
Evite o usar e deitar fora. Os seus pés e o
Ambiente vão agradecer não andar sempre
a estrear calçado novo! Experimente dar
brilho ao calçado usando uns "collants”
de vidro...
6 - CABIDES - De certeza que não sabe quantos milhares
de cabides são deitados por ano para o lixo pelos pronto-a-vestir!!! Mas sabe quantos cabides já comprou,
para pendurar a sua roupa lá em casa ou no
vestiário do local de trabalho... Perca a
vergonha, e a próxima vez que for às
compras, solicite alguns cabides na loja onde é cliente:
Ganha você... poupa trabalho à loja em levá-los para o
eco-ponto e ganha oAmbiente!!!
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7 - CANETAS DERMATOGRÁFICAS E MARCADORES
Quando precisar de adquirir estes materiais opte por
aqueles que se podem encher quando
estiverem gastos. Há de todos os
tipos: permanentes, secos para
quadros cerâmicos (brancos), etc.
Procure-os nos expositores ou peça-os
ao funcionário... Vai poupar algum dinheiro e não
produz lixo!
8 - COMPUTADORES
Ac tu al me nt e to do s os
compu tador es estão equip ados com siste mas de
utilização de baixo consumo de energia (energy saver).
Contudo o "software" que utilizam permite ainda fazer
algumas "habilidades" energéticas. No Ambiente de
Trabalho seleccione "O meu Computador",
"Painel de Controlo" e "Gestão de Energia".
Depois escolha o modo de desligar o
monitor e/ou o disco rígido. Desta forma
poup a ene rgia e pre serv a o se u
equipamento informático.
9 - CORTINADOS Um cortinado sem isolamento pode
reduzir em um terço o calor perdido através de uma janela.
Um cortinado bem colocado pode reduzi-lo
a metade. Para contribuíre m para a
poupança de energia deverão adaptar-se
perfeitamente à janela e ao soalho. Abra-os
nos dias de Inverno para entrar o Sol.
Feche-os à noite para conservar o calor no
interior e nos dias quentes de Verão para
impedir a sua entrada.
10- DETERGENTES A maioria dos detergentes contém
fosfatos e outros químicos ricos em fósforo. Servem para
amaciar a água e evitar que as partículas de sujidade
voltem a aderir à roupa... Contudo quando
chegam aos rios e lagos, provenientes dos
esgotos, eles passam a ser fertilizantes
que aumentam a prolife ração de
plantas. Quando estas morrem, ao
serem decompostas pelas bactérias,
são utilizadas grandes quantidades de
oxigénio que faz falta a outras plantas
e animais e assim podem morrer os
rios e os lagos. Comece a usar um
produto sem fosfatos (fósforo) e a reduzir a quantidade de
detergente que usa em cada lavagem... a eficácia é a
mesma!
11- DIAS DO AMBIENTE Organize em sua casa ou no seu
local de trabalho acções destinadas a assinalar os Dias do
Ambiente. Plantação de árvores, palestras, exposições,
acções de recolha selectiva, distribuição
de folhetos... Puxe pela cabeça porque
a imaginação é sua.
Tome então nota na sua agenda: Dia
Mundial do Ambiente (5 de Junho); Dia
Mundial do Não Fumador (17 de
Novembro); Dia Mundial da Árvore (21 de Março); Dia
Mundial da Água (22 de Março); Dia Mundial da Terra (22
de Abril) e Dia Nacional da Energia (29 de Maio).
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12- FÉRIAS E FINS-DE-SEMANA Vá para fora cá dentro.
Se consultar a imprensa ou um posto de turismo vai
encontrar certamente indicações relativas a percursos
pedestres ou para bicicleta a locais paradisíacos em
Portugal. De Norte a Sul, no Litoral ou no Interior, na Praia
ou na Montanha encontrará uma oferta inesgotável de
espaços naturais selvagens... Calce umas botas de
montanha...ponha uma mochila às costas... pegue na
família e vá arejar. Se gostar do que vir não estrague.
Outros quererão fazer esse passeio e você há-de um dia
querer voltar!!! Ah... e se não quiser ir para muito longe
perca-se pela Região Oeste onde encontra áreas
protegidas, bonitas paisagens, montanha e mar.
13- FOGÕES E FORNOS ELÉCTRICOS Antes de
terminar o cozinhado desligue-os porque ainda se mantêm
quentes por mais alguns minutos. Use recipientes com
tamanho adequado com fundo plano e coloqu e sempre as
respectivas tampas. Aproveite mesmo assim para pensar
em trocar estes equipamentos por outros que utilizam gás
natural: mais ECOnómicos e ECOlógicos!
14- FRIGORÍFICO
Este é o
electrodoméstico que mais consome em sua
casa
30% do consumo doméstico!
Mantenha o frigorífico e o congelador às
temperaturas correctas (5º C e 18º C
respectivamente) se a temperatura estiver
apenas 6º C abaixo do necessário, o
consumo de energia aumentará 25%. Se o
seu frigorífico não dispõe de termómetro trate
de adquirir um.
15 - GARRAFAS Disponibilize na sua despensa um
espaço para um cesto onde poderá guardar as garrafas
vazias para depois as ir colocar a um "vidrão" ou trocar por
garrafas cheias. Talvez nunca tenha reparado mas uma
bebida com tara reutilizável (com
depósito) é 34% mais barata que a
versão em embalagem de vidro com
tara perdida e 61% mais barata se a
embalagem for a lata de alumínio.
Quando for a um super-mercado
compare os preços. Agora a decisão
é
sua! Fique a saber que por cada 10
garrafas que colocar num vidrão estará
a poupar 7,4 Kg de matérias primas e muita energia! Com o
vidro... reutilize ou recicle!
16 - GÁS DE PETRÓLEO LIQUEFEITO (GPL) Mudamse os tempos... e mudam-se as tecnologias. Os veículos
abastecidos com GPL tendem a realizar menor emissão de
gases poluentes. Comparando com uma viatura a diesel
um veículo a GPL
produz quase nenhum fumo,
praticamente nenhuma emissão de partículas, muito
menos ruído e baixo teor de óxidos de
azoto. Comparado com as emissões dos
veículos a gasolina um automóvel a GPL
produz menos monóxido de carbono,
menos dióxido de carbono e menos óxidos
de azoto. Usando o GPL um automóvel
passa a ser 50% mais económico, aumenta
a vida do motor em 100%, aumenta em
300% a durabilidade do óleo do motor... e é
100% seguro! Agora a escolha é sua.
17 - IMPRESSORAS A maioria do software de instalação
das impressoras dos computadores permite a impressão
em modo rápido ou "econofast". Utilizando esta
possibilidade reduz para metade o consumo de tinta dos
tinteiros de jacto de tinta e além disso a impressão torna-se
mais rápida (poupando também tempo!) e vai ver que
ninguém nota diferença na
qualidade. Se não souber como
configurar o equipamento peça
ajuda a um amigo... e depois
aproveite para lhe ensinar um
truque para reduzir
automaticamente "aquelas 2 ou 3
linhas" da última página de um
documento. No "Word" seleccione
"Ferramentas Personalizar Comandos - Ferramentas Diminuir uma Página" e arraste para a barra de
ferramentas este ícone.
18 - ISOLAMENTO A sua casa está convenientemente
isolada? Cerca de 30% das perdas do calor das casas fazse através das janelas. Prefira os vidros duplos e coloque
nas frinchas das janelas fita-espuma
para as calafetar. As frinchas de todas as
portas e janelas de uma casa são
equivalentes a um buraco na parede
medindo 90 cm por 90 cm. Ainda se
lembra daqueles "chouriços" com
serradura e areia que se colocavam
atrás das portas para evitar a entrada de frio? Use-os!
19 - LÂMPADAS FLUORESCENTES COMPACTAS
Permitem economizar 80% de energia! Por
exemplo uma lâmpada destas consome 20 W
mas tem uma luminosidade de 100W.
Actualmente custam somente cerca de 5 vezes
mais que uma lâmpada incandescente mas
duram 10 vezes mais. Em toda a sua vida útil
consegue-se uma economia de 15 a 20 vezes o
seu valor - aproximadamente 75 €! Mas atenção que estas
lâmpadas devem ser usadas somente em locais secos, e
onde não se estejam permanentemente a acender e a
apagar.
20 - LAREIRAS Mais de metade da energia consumida
pelas famílias portuguesas tem origem na lenha. Isto pode
ser um benefício já que permite substituir uma parte do
consumo de electricidade e não contribui, só por si, para o
"efeito de estufa" (porque as plantas fixam em vida a
mesma quantidade de carbono que libertam ao serem
queimadas). O uso de lenha é igualmente
uma
boa forma de manter limpas as nossas
matas e florestas, reduzindo assim os
riscos de incêndio. Mas a utilização de
lareiras tem os seus truques: Instale um
registo de tiragem, que fecha a
campânula da chaminé impedindo a
saída de ar quente quando a lareira está
apagada; Instale um recuperador de
calor permitindo assim poupar lenha e
aquecer outras divisões da sua casa; Se está a pensar
construir uma lareira escolha uma parede interior
impedindo que o calor se perca para o exterior... e para
poupar nas despesas da lenha faça "briquetes" com papel
usado.
21 - LATAS Adquira um cesto para proceder à recolha
selectiva de latas. Ao estar a promover a reciclagem de
metais está a contribuir para a poupança de minérios de
ferro, bauxite, carvão, calcário e energia. São necessárias
quatro toneladas de bauxite para produzir uma tonelada de
alumínio. O alumínio pode ser reciclado
inúmeras vezes!!! Mas se na sua zona a
autarquia não efectua recolha selectiva
de metais, o melhor mesmo é adquirir as
suas bebidas em garrafas de vidro.
22 - MEDICAMENTOS A Indústria Farmacêutica, as
Empresas Distribuidoras de Medicamentos e as
Farmácias organizaram o sistema VALORMED para
melhorar a gestão dos resíduos de
embalagens de medicamentos e de
medicamentos fora de uso. Quando os
medicamentos ultrapassam o prazo de
validade ou quando o seu consumo foi
suspenso por indicação médica não os
coloque no lixo. Entregue estes produtos
numa farmácia. Informe-se e colabore!
23- ÓLEO Um litro de óleo polui um milhão de litros de
água! Certifique-se que quando efectua a mudança de
óleo da sua viatura aquele é colocado num
"ó l
eão" para ser posteriormente reciclado por
empresas especializadas. Para saber quais
são as empresas que estão licenciadas para
efectuar a recolha selectiva de óleos em
Portugal, contacte o Ministério da Indústria e
Energia. Para os filtros de óleo deve ser
tomado o mesmo procedimento.
24- PILHAS U ma pilha pode contaminar uma quantidade de
água igual à que um ser humano consome em toda a sua
vida. Tenha um "pilhão" em casa para guardar as pilhas
usadas Faça um com uma garrafa ou garrafão de água. E
porque não oferece uns "pilhões" aos seus amigos com um
rótulo original feito por si?!? Quando estiver cheio despejeo num eco-ponto ou entregue-o num hipermercado
próximo. Mas o melhor mesmo é usar pilhas recarregáveis
Adquira um recarregador, para diferentes tamanhos, de
pilhas recarregáveis. Faça contas e decida-se. A bateria
das viaturas dura aproximadamente 3 anos. Certifique-se
que após a troca, a velha é recolhida para posterior
reciclagem as marcas pagam-lhe uma quantia pela
bateria usada!
25- PLANTAS Um estudo efectuado pela NASA provou
que as plantas conseguem remover 87% dos elementos
tóxicos do Ambiente de uma casa no espaço de 24 horas.
Coloque plantas em todas as salas na seguinte proporção:
uma planta de 1,2 a 1,5m de altura por cada 10 metros
quadrados de área. Deve escolher a planta adequada à
luminosidade da sala.
26- PNEUS Já existem em Portugal empresas que se
dedicam à reconstrução (reciclagem) de pneus. Não se
trata da antiquada técnica da "rechapagem"... é muito
melhor. Se optar por estes pneus está a preservar o meio
Ambiente... e a poupar algumas dezenas de contos.
Verifique periodicamente a pressão dos pneus e o
alinhamento da direcção aumentará a sua duração dos
pneus e diminuirá o consumo de combustível. Não se
esqueça de alternar os pneus em cada 10 mil quilómetros.
27- RADIOGRAFIAS Todas as radiografias com mais de 5
anos e/ou as que já não tenham interesse para diagnóstico
podem ser recicladas e toda a prata que elas contêm
reaproveitada. Anualmente a AMI (Assistência Médica
Internacional) promove uma campanha de recolha de
radiografias. Separe as que já não precisa e entregue-as
19
depois numa farmácia. Por cada tonelada que se reciclar
extraem-se cerca de 10 Kg de prata e o valor da venda é
destinado à ajuda humanitária.
28- TABACO Talvez não saiba que o poluente mais
comum dos recintos fechados é o cigarro. Mas sabe que
fumar provoca doenças cardiovasculares e que os
fumadores morrem prematuramente. Se for fumador e
quiser continuar a fumar não se esqueça que as pessoas
que trabalham consigo ou os seus familiares e amigos
podem não ter a mesma (má) opção e, naturalmente
recusarem-se a respirar o fumo dos seus cigarros.
Aproveite para dar uma leitura ao Decreto-Lei Nº 393/88 de
8 de Novembro... e cumpra-se!!!
Para além de proteger o Ambiente poderá igualmente
poupar algum dinheiro e aumentar a sua qualidade de
vida... e já agora seja GIPA * e nunca esqueça o Princípio
dos 3 eRRRes:
REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR.
"Saber como se faz uma coisa é fácil.
Fazê-la é que é difícil."
* GIPA Gente Inteligente Protege o Ambiente
29- TARIFA BI-HORÁRIA A EDP aconselha esta tarifa
quando haja consumos mensais nocturnos (no vazio)
superiores a 48 kWh. Ao optar por esta tarifa tem
uma redução de 45% no preço do kWh e um
acréscimo de 2.00 € no encargo de potência.
Pode escolher o horário que mais lhe convém
ciclo semanal ou diário. Informe-se através do
telefone Nº 800 505 505 (chamada gratuita).
30- VONTADE Agora já tem o SABER: "30 Pequenas
Acções Grandes Soluções para proteger o Ambiente"...
Mas faltava a VONTADE. Aliás, é a mais importante. É a
Vontade... claro que estamos a falar da sua! É com ela que
todos nós vamos contar porque agora já não pode ignorar
o problema.
Com "Vontade e Saber" vai ou não vai começar a
proteger o Ambiente?!?
Não hesite. Para que a Terra permaneça
saudável e limpa é necessário que colabore.
Comece já hoje, e mesmo que pense que o
problema são os outros... convença-se que
você faz parte da solução.
IMPORTADOR
E
MONTAGENS DE AUTOGÁS
20
Sede:Estrada Nacional 8 - Nº 77
Pavilhão C. Lavradio - 2500 Caldas da Rainha
Telef: 262 881 624
Fax: 262 836 004
Maj Inf Rui Miguel Costa Peixoto,
desempenha as funções de Chefe
da Secção de Instrução Militar do
Corpo de Alunos.
Entre outras funções, de 1995 a 1999 foi o Oficial do
Núcleo de Protecção Ambiental da Academia Militar.
Detém no seu curriculum diversos cursos que se
destacam: 1º Curso de Protecção Ambiental, Curso
Sobre Tratamento e Valorização de Resíduos, Curso
de Formação Pedagógica Inicial de Formadores e o
Curso de Formação de Sistemas de Gestão e
Certificação da Qualidade.
Combustiveis
GPL
Auto-Lavagem Manual
Aspiração
Rua Vitorino Fróis - Águas Santas
2500 - 097 CALDAS DA RAINHA
Tel: 262 88 03 94
Fax: 262 88 03 93
A informática e a
economia de recursos
simulem situações reais, quer sejam elas equipamentos
electrónicos ou sistemas de armas, permitindo não só um
O desenvolvimento das tecnologias informáticas, sofreu
treinamento das guarnições muito próximo da realidade,
um incremento exponencial desde que surgiu o primeiro
como evitam o desgaste e avarias no material, torna-se
computador e especialmente no quarto final do séc. XX,
muito vantajoso em termos económicos porque não só se
afirmando-se hoje como uma realidade inquestionável em
poupa em manutenção e reparação de avarias, como no
todas as organizações humanas, que se torna impossível
da vida útil do equipamento provocado pelo desgaste, bem
delimitar ou prever os benefícios globais resultantes deste
como seria necessário adquirir mais equipamentos e
desenvolvimento.
sistemas de armas para que a preparação do pessoal
O fenómeno do desenvolvimento humano gera uma
fosse considerada satisfatória.
quantidade de informação crescente. Os meios
Sendo o fluxo de informação mais intenso e concentrado,
informáticos com sistemas de grande capacidade de
logo as variáveis para a decisão são mais complexas e
memória e crescente baixo custo, permitem acumular a
diversas, assim os Chefes e Comandantes, os decisores
informação em suportes magnéticos de acesso directo.
necessitam que esta tenha um tratamento adequado, uma
Por outro lado, também, o desenvolvimento de sistemas
fácil percepção da sua valorização intrínseca. Com os
lógicos (software) de armazenamento e recuperação
programas adequados consegue-se prever e mensurar
dessa informação permitem constituir bases de dados,
alternativas, simular situações, descendo ao pormenor,
logicamente ordenadas, com informação e conhecimento
definir modalidades de acção, tornando a decisão
de grande dimensão e facilidade de acesso à informação.
oportuna e eficaz.
As Forças Armadas não fogem
Para além da economia de
à regra, têm mantido o
meios que as novas
A
informática
está
a
contribuir
processo de crescimento
tecnologias permitem,
tecnológico, permitindo uma significativamente para o aumento da também estas se poupam a si
gestão racional de meios
próprias, através de um
produtividade, melhorando
humanos, materiais e
Sistema de Informação
financeiros,
dando
eficaz e eficiente. A
oportunidade ao processo de simultaneamente a vivência laboral
m o n t a g e m d o s
decisão e auto-sustentando o
equipamentos em rede
ritmo de expansão do bem
estar social dos seus quadros.
Permite fazer uma gestão racional do pessoal, quer
reduzindo os meios, visto as tarefas terem em geral menor
duração e ser necessário menor esforço físico ou
intelectual para as realizar, quer fazendo uma
redistribuição equilibrada de pessoal, permitido o seu
deslocamento para outras áreas, melhorando as
condições de trabalho. Permite também gerir de forma
eficiente a informação administrativa sobre o pessoal.
Com o aperfeiçoamento dos métodos de fabrico, surgem
novos materiais que melhor se adequam às missões das
Forças Armadas. Permitem uma gestão equilibrada e
racional dos materiais e do apoio logístico, com a facilidade
de cálculo consegue-se elementos estatísticos
importantes permitindo reduzir stocks e prever
necessidades, economizando espaço e movimentos
desnecessários.
O facto de se fazer uma gestão racional dos meios
humanos e materiais, já tem implícito uma economia de
permite a partilha de recursos e da informação, evitando a
meios financeiros, agora se atendermos ao conjunto de
redundância e a duplicação de equipamentos. Através de
ferramentas que nos são disponibilizados que possibilitam
uma política de restrições eficiente, reduz-se
o melhoramento da gestão orçamental e financeira,
significativamente o pesado fardo da manutenção.
ficaremos então com uma ideia da economia que isso
A informática está a contribuir significativamente para o
acarreta.
aumento da produtividade, melhorando simultaneamente
Verificando-se que os modernos equipamentos e sistemas
a vivência laboral ao encurtar o seu tempo de realização,
de armas são muito dispendiosos, quer na sua aquisição
contribuindo também para a alteração quer dos modos de
como na manutenção, ter ao nosso alcance um
desempenho das tarefas, quer da sua própria
equipamento baseado nas novas tecnologias, que
organização. Torna-se por isso necessário integrar as
“
”
21
novas tecnologias no conjunto da actividade existente.
A capacidade tecnológica é um factor de produção de natureza
qualitativa. Esta capacidade é inerente à qualificação dos
recursos humanos e à inovação dos métodos operacionais. A fim
de se prosseguir com a evolução tecnológica torna-se
necessário uma grande adaptação por parte dos recursos
humanos qualificados, exigindo-se um melhor nível de educação
e de treino. O aproveitamento eficaz das tecnologias informáticas
depende também do ritmo de formação ou requalificação do
pessoal capazes de as operar com eficiência.
Na Escola de Sargentos do Exército, cuja missão principal é
formar os sargentos do Quadro Permanente do Exército, tem
sido dado especial relevo à formação nas novas tecnologias de
informática. Assim, consta dos currículos escolares do Curso de
Formação de Sargentos a formação nos sistemas integrados
Windows e Office da Microsoft, nomeadamente nas aplicações
Word, Excel, Access e Power Point, e no Curso de Promoção a
Sargento Chefe no Windows, Word e Excel.
Também se tem insistido na formação regular dos Oficiais,
Sargentos, Praças e Civis, que na ESE prestam serviço,
aproveitando a disponibilidade das salas de aulas e respectiva
equipa de professores, tendo a última acção de formação
decorrido no período de 21 de Janeiro a 7 de Março de 2002,
num interregno do CPSC.
Foram ministradas cinco acções de formação com quinze alunos
cada, nos cursos de Windows, Word, Excel, Access e Outlook,
totalizando setenta e cinco alunos no seu conjunto. Estas acções
têm dado um valor acrescentado aos Quadros da ESE e ao
Exército, visto que muitos destes elementos se encontram
deslocados e vão regressar às suas Guarnições com esta maisvalia. Os cursos nestes moldes têm custos reduzidos, pois, para
além de não serem pagos nem representarem encargos com
deslocações, ainda permitem que o pessoal que os frequenta
continue a cumprir as suas tarefas de serviço.
22
Ten TPSEC Amorim dos Santos
Piteira, desempenha as funções de
Chefe da Secção de Informática e
da Área de Ensino de Informática, é
professor da área ao Curso de
Promoção a Sargento Chefe. Tem o
Curso de Informática de Gestão frequentado na
Escola Superior de Gestão de Santarém.
Domingos Marques Penas
Grossista de Tabacos e Cafés
Tel: 262 929 142
Estrada da Ribafria, 73
2475 - 040 BENEDITA
Tel: 262 781 532
Rua D. Luís de Ataíde, 8
2520 PENICHE
Tel: 00 244 2 395 895
Av. 1º Congresso MPLA, 17 A
r/c
Luanda - ANGOLA
Breve introdução às redes
de comunicação
oferece a vantagem de uma largura de banda
praticamente infinita, imunidade ao ruído, um alto nível de
segurança e opera a 10 vezes mais velocidade que uma
rede convencional.
O que é uma rede de comunicação
É um sistema que conecta entre si equipamentos de
telecomunicações ou processamento de dados. Existem
diversos tipos de redes como seja LAN (Local Area
Network), traduzido por "rede local" e que é caracterizada
por ser utilizada para distâncias curtas, ou a WAN (Wide
Area Network) traduzido por "rede longa". Neste artigo
abordaremos superficialmente as redes LAN.
Ao projectar-se uma rede deve definir-se o seu destino ou
utilização. Por exemplo, equipamento de segurança ou
alarme, telefones, terminais de telex ou fax, televisões,
computadores, etc. Para cada aplicação deve adequar-se
a velocidade de transferência de dados, que se mede em
Megabits por segundo (Mb/s), e a largura de banda que se
mede em Megahertz (MHz).
Conectores
Os principais conectores utilizados são:
RJ11 (categoria 3), RJ45 (categoria 3 e 5), para utilização
com cabo de pares entrelaçados.
ST, para utilização com cabo de fibra óptica.
Normas e protocolos das redes LAN
Hoje em dia as normas/protocolos mais utilizados são:
ETHERNET que é hoje em dia a mais utilizada das LAN,
utiliza o protocolo CSMA/CD Carrier Sense Multiple
Access/Collision Detection Protocol. Pode executar-se em
diferentes meios mecânicos como cabo coaxial, fibra
óptica, par entrelaçado blindado ou não, FDDI, "Fiber
Distributed Data Interface", protocolo definido pela ANSI
(American National Standarts Institute) que corresponde a
um "Token Ring" que utilizou inicialmente fibra óptica como
meio mecânico de transmissão de dados e pode suportar
até 100Megabits por segundo (Mb/s). A rede FDDI Lan é
uma rede com tipologia Token Ring de 100Mb/s.
Token Ring, protocolo de "passa-testemunho" que pode
atingir 16Mb/s, através de um condutor de par entrelaçado.
A configuração de Token Ring serve-se de uma
arquitectura de cablagem em estrela de dois pares em
cada posto, um par para a ligação de base ao posto de
trabalho e o outro par de retorno do posto de trabalho à
base para que se feche o anel (RING). A velocidade de
transferência de dados pode ir até aos 16Mb/s.
Configuração das redes LAN
Tipicamente existem 3 soluções:
Estrela, em que todos os nós se encontram ligados a um
"HUB".
Bus, em que todos os nós se encontram ligados num
condutor principal e que terá que terminar em ambos os
extremos com um adaptador de impedância.
Anel, em que todos os nós se encontram ligados a um
condutor principal em forma de anel.
Meios físicos da rede
Cabos
Os principais cabos para a transmissão de dados e
telecomunicação são:
Cabo de pares entrelaçados, utilizado inicialmente em
transmissão de voz (telefone), é usado actualmente na
transmissão de dados. Pode ser blindado (STP) ou não
(UTP). Caracteriza-se por uma pequena largura de banda
e baixo custo. Cabo de fibra óptica, formado por uma fina
fibra de vidro ou plástico recoberta por uma protecção e
ajustada num cabo, que pode ser de uma ou mais fibras. A
fibra óptica transmite a luz de forma a que cada pulsação
luminosa corresponde a um sinal digital. A fibra óptica
NOTA: Este artigo não pretende ser mais do que uma
muito breve introdução às redes de comunicação. Cabe ao
especialista/fornecedor encontrar a solução informática
mais adequada a cada caso, decidindo qual o tipo de rede,
sua configuração e meio(s) físico(s).
Exemplos de redes
ST
RJ45
CATEGORIA S
ETHERNET
TOKEN RING
FDDI
100 Mb/s
16 Mb/s
ETHERNET
100 Mb/s
FDDI
100 Mb/s
TOKEN RING
16 Mb/s
100 Mb/s
Fibra Óptica
62,5/125
Cabo de par
entrelaçado não
blindado(UTP)
Cabo de par
entrelaçado
blindado(STP)
A fibra óptica permi te imunidade ao ruído, ele vada segurança na
transmissão de dados , el evada distância
entre pontos, cabos fi nos e leves .
O custo é elevado.
Adequado a meios elec tromagneticamente pouc o ruidosos.
Solução económica, des de que a distância a que s e pretenda
transmitir seja cur ta.
Devido à blindagem suporta am bientes ruidosos.
Para garantir a imuni dade ao ruído a blindagem tem que ser
estendida a todos os c omponentes do sistem a.
Solução económica.
O Cadj OPTM Sérgio Manuel F. Tomaz, desempenha
funções na Secção de Apoio Informática, tendo já
desempenhado funções como operador de Transmissões
na Secção de Transmissões da ESE.
Prestou serviço nas seguintes unidades: 94-EPT, 95CTM/BMI, 96-ESE. Detém no seu curriculum Curso de
Segurança de Material Cripto 96 e Curso de Informática
2000.
23
O Paradoxo da Comunicação
“(...) O paradoxo
encontra-se na falta de
comunicação que existe
na sociedade da
informação (...)”
24
Vive-se numa sociedade super mediatizada, na qual a
comunicação é o vector fundamental.
Todos os dias e a todo o momento, somos
bombardeados com um sem número de informações que
nos chegam através dos media e nos determinam
comportamentos e reacções enquadradas no contexto
dessas informações. No entanto, por paradoxal que
pareça, continuamos sem comunicar. Primeiro, porque
não sabemos ou não estamos predispostos a comunicar,
depois porque confundimos comunicação com
informação. A questão, essencial, que está na génese da
incapacidade comunicativa da sociedade encontra-se, em
muito, associada á dificuldade de interpretar e analisar
correctamente estes dois conceitos.
Essencialmente, eles apontam para questões
conceptuais que se interrelacionam mas não têm o mesmo
significado concreto.
O que os distingue?
Desde logo, a atitude perante cada um deles. Enquanto
a informação reserva um papel de agente passivo e
circunstancial para o receptor da mensagem, a
comunicação considera-o como agente activo do processo
comunicacional.
Quer isto significar que comunicar pressupõe a
existência de uma resposta " feed back" por parte do
receptor da mensagem, a qual permite ao emissor
perceber, até que ponto a sua mensagem inicial foi
correctamente descodificada o que, em última análise, terá
como resultado uma acção adequada aos pressupostos da
mensagem que desencadeou o processo activo de
comunicação.
No contexto da informação este processo não é
desenvolvido. Os sujeitos, que recebem a informação
como agentes passivos, enquadram as suas acções no
âmbito da informação que recepcionam e os equívocos
tendem a ser substancialmente em maior número e de
maior gravidade.
A comunicação pressupõe uma resposta baseada nos
códigos de leitura do receptor e circunstanciada no seu
potencial de criatividade e capacidade de inteligir os
pressupostos que estão na base da mensagem que lhe foi
dirigida. Nesta perspectiva, todo o processo fica
enriquecido se a comunicação é aberta e baseada em
pressupostos de racionalidade comunicativa.
Afinal onde está o paradoxo?
O paradoxo encontra-se na falta de comunicação que
existe na sociedade da informação. "Tudo estaria bem se,
ao menos, conseguíssemos comunicar. O problema é que
raramente o conseguimos", referem P. Jackson e M Blande
com razão.
Numa sociedade narcisista, em que cada um se
preocupa, essencialmente, com o eu e que absorve os
pensamentos na nostalgia do seu umbigo, é bastante difícil
conseguirmos um pouco de atenção para o outro e
procurar-se na capacidade racional a resposta adequada e
essencial ao desenvolvimento do processo
comunicacional.
O real imaginário de cada um limita as suas fronteiras
em busca de respostas aos problemas que lhe são
colocados, a cada momento, pela sociedade e não reserva
espaço para o diálogo aberto e assente em regras de
assertividade, como resultado a sociedade fica a perder e
mais empobrecida.
A procura de soluções encontra eco no desencadear de
conflitos por falta de capacidade de comunicação. Quantas
vezes o outro nos dirige a palavra e nós nem sequer o
ouvimos. Onde poderíamos ajudar tornamo-nos mais um
potencial foco de conflito porque o feed back que se espera
não foi conseguido. Porquê? Porque o receptor, também
está envolvido em questões para as quais procura
resposta.
É, assim, neste paradoxo, que se vive na sociedade da
informação.
O indivíduo é massacrado com notícias sobre " tudo o
que se passa à esfera global " e que, de alguma forma, se
vai inculcando no seu ego, moldando o comportamento.
Esta massificação não deixa espaço para a comunicação,
para ser utilizada a capacidade racional e desenvolver a
criatividade, o que seria uma mais valia para a sociedade.
Vive-se sob o domínio desta letargia, está-se no lodo,
sabe-se que se está e não se quer perceber a
incapacidade de tentar tudo para resultar uma melhor
sociedade.
Seria essencial que os actores sociais soubessem
distinguir correctamente onde começa a comunicação e
termina a informação e que além de saberem estivessem
predispostos a comunicar.
“A comunicação pressupõe uma
resposta baseada nos códigos de
leitura do receptor e
circunstanciada no seu potencial
de criatividade”
Ten TPESSECR Augusto
Tomé Penela, desempenha
funções de Chefe da Secção
de Administração Escolar.
Detém no seu curriculum
diversos cursos dos que se
destacam:
Mestre em
Comunicação Cultura e
Tecnologias de Informação,
Licenciado em Sociologia,
Formador em Gestão de
Recursos Humanos
25
airborne rangers
bastante diferente da que é
praticada hoje em dia, mas apesar
disso, a unidade comandada pelo
A redução que se tem vindo a acentuar nos Exércitos a
Coronel da Confederação Jonh
nível mundial devido a factores, muitas vezes, exteriores
Singleton Mosby era uma das
às forças militares, tem contribuído para o ressurgir do
poucas que conduzia operações
fenómeno forças especiais. São variadas as formas nas
de baixos efectivos, empregando
quais este fenómeno de forma importante têm contribuído.
muitas das tácticas de Francis
Em primeiro lugar, podemos citar a exigência de melhor
Marion
equipamento e de novas tecnologias de aplicação ao
Desenvolvidas centenas de anos
combate. Outra razão, não menos importante, é as
antes as operações (Op)
melhores condições de vida e motivação que estas forças
independentes do Coronel Mosby
têm proporcionado aos jovens voluntários, e como
começaram cerca de 1863 e
comparação vejam os casos concretos em Portugal com a
incluíram inúmeras infiltrações Emblema dos militares
BAI, o CIOE, o DAE e o Ex- Regimento de Comandos,
nas instalações da União e habilitados com o curso
oferecendo-lhes quer melhores condições de vida, como
d i v e r s a s a p r e e n s õ e s d e Airborne (paraquedismo) e
melhores condições de vencimento.
prisioneiros de guerra. A sua de Special Forces
No presente texto, e não pretendendo ser
zona de operações foi
demasiadamente exaustivo, relembra-se o passado e
basicamente a Virginia e foi sempre tão bem sucedido e
presente dos Teatros de Operações (TO) de uma das
perspicaz que ganhou a alcunha de "O
forças especiais estrangeiras que, de
fantasma cinzento". A sua unidade
certa forma, influenciou as nossas
“A instrução recebida foi baseava-se num baixo quantitativo de
Forças Especiais.
ministrada à semelhança dos homens, nunca excedendo os 300,
Guerra Civil
Comandos Ingleses e apesar aderindo a uma doutrina de combate
que se fundamentava na rapidez, na
de inicialmente serem
mobilidade e no efeito surpresa. A sua
A guerra civil entre o Norte e o Sul
treinados para efectuar
maior conquista foi a captura do
dos Estados Unidos da América
infiltrações nas áreas
Brigadeiro General da União Edwin
(EUA), decorreu de 1961 a
1965,sendo a primeira querra indus- costeiras controladas pelos Stoughton em 1863. Os Rangers do
Coronel Mosby foram desactivados em
Alemães”
Abril de 1865.
Introdução
Segunda Guerra Mundial
Emblema dos militares habilitados com o curso Ranger e
pertencentes ao 75º Regimento de Infantaria Ranger
26
trializada deste País. Existiram cerca de quatro centenas
de unidades militares da Confederação, às quais
baptizaram de Ranger. Assim, os Rangers oferecerem
pela primeira vez um contributo importantíssimo para o
esforço de guerra.
As unidades Ranger de então tinham uma missão
Nos inícios desta segunda grande guerra, os EUA não
estavam devidamente preparados para entrar num conflito
de tal envergadura. Uma vez que os Exércitos Aliados
estavam à beira do colapso, era fundamental efectuar
ofensivas que resultassem positivamente para restaurar a
moral das tropas e das populações civis. Após terem
chegado a esta conclusão o Exército Americano criou
vários Batalhões Ranger para intervir na zona da Europa e
nos tratados de guerra do Pacifico.
O 1º, 3º e 4º Batalhões Ranger foram criados na Europa
e no Norte de África, sob o comando do Major William O.
Darby. A instrução recebida foi ministrada à semelhança
dos Comandos Ingleses e apesar de inicialmente serem
treinados para efectuar infiltrações nas áreas costeiras
controladas pelos Alemães, acabaram por efectuar várias
operações de combate no Norte de África, na Itália
Continental e na Sicilia.
Em 1944, o 1º e 3º Batalhão Ranger são rodeados e
A Guerra da Coreia
capturados pelas Forças Alemãs em Cisterna (Itália),
assim, cessam a sua existência como unidades de
Durante esta guerra (1950-53), era fulcral a
combate. Esta operação resultou no fim da Força Ranger
necessidade do uso de unidades especializadas em
do Maj Darby.
difíceis missões convencionais
O 2º e 5º Batalhões Ranger foram
de Infantaria. Este facto levou a
“Das 18 Companhias
criados nos EUA e instruídos para uma
criação de Companhias
Ranger criadas na Guerra Airborne Ranger.
possível invasão Aliada na Europa. Estes
dois Batalhões eram comandados pelos
Na 2ª guerra os Batalhões
da Coreia, 17 tinham o
Coroneis James E. Rudder e Max
Airborne Ranger tinham sido
Schneider, respectivamente. As acções de certificado de Páraqueditas usados como tropas de choque,
e 7 participaram
maior porte pelas quais se destacam são:
efectuando na sua
a do 2º batalhão em Junho 1944 quando a efectivamente em combate” generalidade apenas missões
unidade escalou os montes de Pointe du
de reconhecimento e de
Hoe como parte da Invasão da Normandia
infiltração. Durante a Guerra da
e do 5º Batalhão foi a sua liderança no desembarque de
Coreia muitos Comandantes ignoraram as capacidades
assalto nas praias.
especializadas destas Companhias (assaltos
aerotransportados, infiltrações e reconhecimentos), desta
forma, foram apenas utilizadas em missões de operações
defensivas, o que resultou em cerca de 90% de baixas.
Como complemento destas Companhias, foi criado no
Japão a 8ª Companhia Ranger do Exército, que tinha
recebido Instrução no Comando de Treino Ranger no Fort
Benning, Georgia. Esta Companhia foi a primeira a entrar
em combate na Coreia e a sua missão mais célebre foi o
salto de combate juntamente com a 2ª e a 4ª Companhias
Ranger na zona de Munsan-ni em Março de 1951.
Das 18 Companhias Ranger criadas durante a Guerra
da Coreia, 17 tinham o certificado de Páraquedistas e 7
participaram efectivamente em combate. Em Outubro de
1951 o Comando de Treino Ranger passou a designar-se
Fotografia de militares pertencentes ao 5º Batalhão Ranger após o
desembarque nas praias da Normandia
por Departamento Ranger, a sua missão era a de treinar
militares em técnicas Ranger sob condições adversas e o
mais difíceis possível, para desta forma suportar a dureza
O 29º Batalhão Ranger, que foi criado em Dezembro
do campo de batalha.
de 1942 e desactivado em Outubro de 1943, conduziu
Todas as Companhias existentes durante Guerra da
infiltrações conjuntas com os Comandos Ingleses na área
Coreia foram desactivadas em 1951.
da Noruega ocupada.
No TO do Pacifico o 6º Batalhão Ranger, formado em
A Guerra do Vietname
Janeiro de 1944, tem como missão mais bem sucedida
(em Janeiro 1945) uma infiltração num campo de
As Patrulhas de Reconhecimento de Longo Raio de
prisioneiros de guerra (PG) em Cabanatuan nas Filipinas
Acção
(PRLRA) do Exército Americano durante os anos 50
onde resgataram cerca de 500 militares.
e
devido
ao intercâmbio de informação e instrução com os
Foi no TO da China, de Burma e da Índia que foi criada,
Serviços
Aéreos Especiais Ingleses (SAS), adoptaram o
em 1943, uma das forças de combate mais bem sucedidas
modelo
bem
sucedido do uso de unidades mais pequenas
desta guerra, o 5307th Compositive Force (Força
e
com
maior
independência
operacional.
Composta Provisória). Esta unidade que ostentava o nome
Este
modelo
foi
rapidamente
adoptado no sudoeste
de código "Galahad" e mais tarde apelidada pela Imprensa
Asiático
durante
a
Guerra
do
Vietname
(1965-73). As
de "Merrill's Marauders", foi treinada conjuntamente com
PRLRA
compostas
por
equipas
de
4
a
6
homens
foram
os Grupos de Reconhecimento de Longo Raio de Acção
Ingleses, criados pelo Major General Orde Wingate.
Os "Galahad" eram compostos por três Batalhões,
cada um com uma Força de cerca de 1000 voluntários,
nos quais existiam duas equipas iguais. Nesta altura o
comando do 5370th passa então dos Britânicos para os
Americanos (General Frank D. Merrill), e a missão que
tinha sido adoptada pelo Major General Orde Wingate
passa a adaptar-se de Grupos para Patrulhas de
Reconhecimento de Longo Raio de Acção, que
sobreviviam em missão através dos lançamentos aéreos
de mantimentos. A Força do General Merrill entrou em 5
grandes combates e 30 pequenos combates, a operação
mais famosa foi a captura do campo Aéreo Mytkyina em
1944. Nesta altura o 5370th, já tinha sofrido 80% de
baixas, incluindo nos comandos.
Militares do 75º Regimento Ranger a efectuar um heli assalto
27
A Era Moderna
Brevet dos militares que
possuem o curso “Airborne”
(Páraquedista)
Crachá dos militares que
possuem o curso
“Pahtfinder” (Percusor).
28
Exaustivamente utilizadas em reconhecimentos
adentrados em território Inimigo (IN). As missões destas
equipas começaram-se a expandir conforme decorria o
tempo, e assim sendo, passaram também a incluir missões
de emboscadas, de salvamento de PG's, de operações de
Sapadores, etc... Tinham como apoio logístico para além
do normal de um militar de Infantaria convencional, um
eficiente equipamento de comunicações e de apoio fogos
aéreos (helicópteros), bem como o apoio de fogos de
artilharia. A maior desvantagem destas equipas era devido
ao seu reduzido tamanho e ao encontrarem-se
constantemente longe das Forças Amigas, ficavam muitas
vezes vulneráveis aos ataques do IN.
Em 1969 as Companhias de PRLRA, passaram
novamente a designar-se por Companhias Ranger do 75º
Regimento de Infantaria Ranger e herdaram a tradições do
5307th Compositive Force (Força Composta Provisória) e
do 475th Regimento
de Infantaria. Para
muitos dos militares
que já tinham travado
combates nas selvas,
nas montanhas e nos
deltas do Vietname
esta mudança pouco
ou nada significou,
continuando a efectuar
exactamente a mesma
missão durante mais 5
anos.
Existiram nesta
altura também os
Rangers Vietnamitas
Sessão de Saltos de Abertura
(1960-75) que durante
Automática (SAA).
este conflito, foram
treinados pelos
Rangers Americanos.
Uma das diferenças dos Biet-Dong-Quan ou ARVN
Ranger eram os quantitativos das equipas (estes usavam
mais).
Esta guerra apesar de toda a sua problemática
demonstrou a tenacidade, o espirito de missão, de corpo e
de abnegação no qual os Militares Rangers eram forjados.
Como demonstração do heroísmo de muitos destes
militares neste conflicto, foram atribuídas 4 Medalhas de
Honra (3 das quais a titulo póstumo), a homens que
combateram por estas Unidades.
Das Companhias Ranger utilizadas na Guerra do
Vietname, somente duas continuam activas. As duas
companhias, A/75 e B/75, foram desactivadas em 1974 de
forma a providenciar uma experiência de base aos novos
rangers criando duas novas Companhias. Devido à
mudança dos cenários de guerra, os Rangers "modernos"
são neste momento treinados mais em missões de acção
directa do que em Reconhecimento, uma vez que o
Exército Americano criou outras unidades especialistas
em PRLRA e recolha de informações.
Os Rangers têm funcionado muito como um força de
tentativa de recuperação de reféns americanos em
cenários como os de Irão, em 1980, aquando do salto de
combate do 1º e do 2º Batalhão Airborne Ranger, na
invasão de Granada na Operação Urgent Fury.
O 75º Regimento Ranger liderou também os saltos de
combate no Panamá em 1989 na Operação Just Cause.
Participaram no Desert Storm em 1991 com a missão de
efectuar infiltrações e providenciar uma força de reacção.
As Companhias Alpha e Bravo do 3º batalhão Airborne
Ranger participaram na missão das Nações Unidas na
Somália, em 1993.
O Ranger "moderno" tem de se oferecer voluntário três
vezes, primeiro para o Exército, em segundo para a Escola
de Páraquedismo e finalmente para o Regimento de
Rangers. A instrução destes voluntários é complementada
com o curso de Doutrina Ranger, seguido do sucesso na
Escola de Páraquedismo, após completada esta linha é
inserido no 75th Regimento Ranger.
Estes militares frequentam cerca de um ano de
instrução de extrema rusticidade. E já chegaram a falecer
militares em curso devido à rusticidade dos exercícios, e
das condições ambientais às quais são expostos que
tentam a todo o custo efectuar uma réplica do ambiente
vivido em situação de campanha. O ultrapassar estas
barreiras físicas e psicológicas não só lhes dá a honra de
usarem uma boina preta, como também a
responsabilidade de estarem prontos para combate a todo
o momento.
O Ten Inf Para RC David Rodrigues dos
Santos, desempenha funções de Oficial
instrutor na SIM em acumulação com as de
Oficial de Tiro da ESE. Esteve colocado na
ETAT, RA4 e EPI.
Detém no seu curriculum diversos cursos dos
que se destacam, o 203º Curso de Páraquedismo (1997), Curso
de Métodos de Instrução (1998), Curso de Básicas Aeroterrestres
(1998) e o Curso de Tiro para Oficiais (2002).
“Na terra do Sol Nascente”
portugueses, foi-lhes ministrado durante 14 semanas um
CFO/CFS de Infantaria na especialidade 031-Atirador,
incluindo algumas instruções relacionadas com o emprego
táctico dos morteiros, de acordo com o programa de
instrução utilizado no nosso Exército, superiormente
aprovado para as FDTL, pela ODFD (Organismo para o
Desenvolvimento da Força de Defesa), que era
responsável por todo o processo perante a UNTAET. Nesta
fase participou também uma equipa de instrutores do
Exército da Coreia do Sul que tinha como missão, ministrar
aulas de artes marciais ( Taekown-Do).
A instrução decorreu a bom ritmo, com as dificuldades
inerentes à falta de material e à diferença da língua, visto
que em Timor apenas a população acima dos 30 anos de
idade fala português, os restantes falam o tetum, dialecto
local e o bahasa indonésio, tendo sido necessária a
utilização de um tradutor, função desempenhada por um
Centro de Instrução das FDTL - Cmdt Nicolau Lobato em Metinaro
dos instruendos. As diversas lacunas e muitas
adversidades foram sendo colmatadas com o empenho
por parte dos instrutores portugueses que encontraram
No decorrer do processo de independência do território
pela frente um conjunto de homens com uma grande
de Timor Leste, Portugal assumiu-se como país
vontade de aprender, fruto de um elevado sentido do dever
preponderante e com grandes responsabilidades em
e espírito de sacrifício, resultado de um apurado
diversas áreas, tais como, a formação militar, o ensino, a
patriotismo, bem como, de grande estima pelo nosso país.
agricultura, a engenharia, a saúde, a protecção civil, a
Devido às características da instrução, foi necessário
administração pública e a criação de todo um sistema
construir uma pista de 200m com
legislativo fundamental ao normal
materiais disponíveis no local (ex.
“A grande diferença de
funcionamento de qualquer estado.
É também vontade da maioria do idades (desde os 20 até aos bambu) e improvisar uma carreira de
tiro numa das margens do rio que
povo timorense e dos seus dirigentes,
56, o mais velho), bem
banhava a cidade.
que Portugal fique intimamente ligado
A grande diferença de idades (desde
ao processo de construção do seu como as dificuldades físicas
os 20 até aos 56, o mais velho), bem
novo país.
de alguns dos elementos
Assim sendo, na Conferência de mais velhos, resultado dos como as dificuldades físicas de alguns
dos elementos mais velhos, resultado
Países Dadores, em Dili, entre 21 e 23
inúmeros ferimentos e
dos inúmeros ferimentos e
de Novembro de 2000, o nosso país
deformações físicas,
consequência
deformações físicas”
assumiu o encargo da instrução
das diversas acções de combate que
básica de Infantaria das novas Forças
tiveram ao longo dos anos, bem como
de Defesa de Timor Lorosae (FDTL), para as quais irão ser
das muitas torturas a que foram sujeitos quando
formados cinco Batalhões de Infantaria num processo a
capturados pelos militares das TNI (forças indonésias),
decorrer ao longo dos próximos anos.
não serviram de motivo para a “balda”, antes pelo
Para tal, o Exército nomeou uma equipa de 10 militares
contrário, eram normalmente os mais velhos que davam o
para se deslocarem para o território de Timor e darem inicio
exempo aos mais novos. Em instruções como GAM, TIC,
a essa missão.
Em 29 de Janeiro de 2001 partiram de Portugal os
primeiros sete militares portugueses para o núcleo de
apoio á formação das FDTL, tendo chegado ao território a
tempo de assistirem no dia 1 de Fevereiro, a uma
cerimónia que ficará para a história de Timor e do mundo, a
extinção das FALINTIL, força de guerrilha que lutou
durante 25 anos nas montanhas de Timor contra a
ocupação Indonésia.
Nas montanhas a cerca de 50Km de Dili, na pequena
cidade de Aileu, foi criado um centro de instrução
provisório e de imediato se iniciou a instrução dos
primeiros 250 homens, dos cerca de 650 militares das
FDTL (parte deles oriundos das extintas FALINTIL, outros
incorporados alguns meses antes).
Em Fevereiro chegou a Aileu o oitavo militar português e
a 12 de Março os dois últimos, ficando nessa altura a
equipa completa (um Major, um Capitão, um Tenente, um
Alferes, cinco 1ºSargentos e um 2º Sargento).
Foram constituídos na 1ª Companhia de Instrução,
cinco pelotões a cinquenta homens e pelos instrutores
Ginástica de Aplicação Militar
29
30
MARCOR, Percursos Topográficos, etc. Era normal
também construídas diversas infra-estruturas para apoiar
verem-se os instruendos a puxarem uns pelos outros e a
a instrução, tais como uma pista de aplicação militar de
correrem todos como se fossem recrutas de "vinte e
200m, uma pista de cordas, salto para o galho e "burrinho".
poucos anos”.
A instrução de Armamento e Tiro era da responsabilidade
Foi também, em paralelo com a
de uma equipa de militares da Nova
instrução, criado um arquivo de processos
“Foi o culminar do longo Zelândia, assim como, parte do
individuais com vista a uma futura Secção
treino físico era ministrado por uma
de Pessoal/Matrícula e organizado e processo de quase um ano equipa de militares da Coreia do
instruído um Pelotão de Segurança que vivido em Timor Lorosae, Sul.
tomou a seu cargo o serviço de Guarda de
Enqua nto isto, os milit ares
que significa em tetum
Polícia. Nesta fase os 400 soldados
australianos tinham a seu cargo a
«Sol Nascente»”
destinados a praças, estavam
responsabilidade do centro de
organizados em quatro companhias, com
instrução, bem como a função
um programa de actividades diversas, que incluía os
logística, para além de apoiarem os militares da Nova
serviços gerais, treino físico e Taekown-Do.
Zelândia nas suas instruções. Em 26 de Outubro o centro
A primeira parte deste processo ficaria concluída em 21
de instrução foi formalmente entregue às FDTL pelo
governo da Austrália.
A instrução das praças terminou em finais de
Novembro e, no dia 1 de Dezembro, realizou-se a
cerimónia de apresentação do 1º Batalhão de Infantaria
das FDTL, mais uma vez presidida pelo Sr. Sérgio V. Melo
e perante entidades civis e militares.
Foi o culminar do longo processo de quase um ano,
vivido em Timor Lorosae, que significa em tetum "Sol
Nascente", território com características geográficas muito
particulares, pois tem um relevo de declives muito
acentuados, com linhas de água muito particulares e
profundas, em que no espaço de 100m se sobe outro tanto
(o ponto mais alto do território tem 3000m de altitude
monte Ramelau, que chegou a ser no passado o ponto
mais alto de Portugal), sendo de muito difícil progressão
apeada e impossível em viatura, fora dos itinerários, os
quais se encontram muito degradados (para fazer a
viagem de Dili para Aileu, demorava-se cerca de hora e
meia em curvas e contra curvas). Pode-se dizer em termos
Instrução de Topografia
de comparação, que Timor é como a Serra do Marão no
meio do oceano. Em relação ao clima, as duas estações do
de Junho, com a cerimónia de graduação dos primeiros
ano (estação seca e estação das chuvas), oferecem-nos
Oficiais e Sargentos das FDTL, perante o Sr. Sérgio Vieira
temperaturas que vão até aos 40º com 98% de humidade,
de Melo, Representante Especial do Secretário Geral das
o que aliado a deficientes condições sanitárias, favorece o
Nações Unidas, autoridade máxima no território e na
aparecimento de doenças tropicais, como a malária e o
presença de centenas de convidados civis e militares.
Logo na semana seguinte, iniciou-se uma Escola
Preparatória de Quadros e durante 3 semanas, foram
ministradas instruções de Métodos de Instrução,
Liderança Militar e Prática Pedagógica, de modo a
preparar convenientemente os Oficiais e Sargentos das
FDTL que iriam ser os instrutores das praças do 1º
Batalhão.
Em meados de Julho foi feita a mudança para o novo
centro de instrução em Metinaro (posteriormente
baptizado de Centro de Instrução das FDTL - Comandante
Nicolau Lobato) junto ao litoral a cerca de 30 Km de Dili,
construído pela Austrália ao abrigo dos acordos de
Novembro de 2000.
Embora estivessem ainda a decorrer as obras, o que
causou grande transtorno, sobretudo devido à enorme
quantidade de terra que andava solta pelo ar e teimava em
entranhar-se em tudo, iniciou-se em finais de Julho a
instrução dos 400 recrutas do CFP na especialidade 031I
Construção da pista de 200 metros
Atirador, organizados em duas companhias de instrução a
cinco pelotões sob o comando de dois Capitães e com
cinco Tenentes e vinte 1º Sargentos das FDTL.
Dengue. Foi excelente poder trabalhar com os militares
Nesta fase, a tarefa dos instrutores portugueses foi a de
timorenses, especialmente com os antigos comandantes
acessorar os instrutores timorenses, acompanhando a
das FALINTIL, homens com uma média de idades acima
preparação das instruções, o desenrolar das mesmas,
dos 40 anos, os quais depois de terem sacrificado os
organizando os circuitos de avaliação, as provas físicas e
melhores anos das suas vidas a combater nas montanhas,
um exercício de patrulhas na fase final do curso. Foram
Por tudo isto, a experiência vivida foi muito gratificante,
tanto em termos profissionais como, principalmente, em
termos humanos, pois não é todos os dias que se tem a
possibilidade de assistir ao nascimento de algo e no qual
tivemos um papel fundamental e que ficará para sempre na
nossa memória.
Pista de Cordas
em precárias condições, pela independência do seu país,
ainda se submeteram com grande disciplina e abnegação
a uma dura prova que foi a instrução de Infantaria.
Ao assistir a esta enorme prova de dedicação,
empenhamento e sentido do dever, por parte dos soldados
das Forças de Defesa de Timor Lorosae não pude deixar
de comparar esta situação com outra experiência que tive
em 1994 em Moçambique, na instrução das Forças
Especiais das Forças Armadas de Defesa de
Moçambique, durante a qual tínhamos que agir com uma
disciplina muito rigorosa, aplicando sistematicamente o
exercício físico, para conseguir levar os instruendos a
executarem as tarefas que lhes eram exigidas.
1SAR Inf Paulo Carlos da Costa Vieira
Gomes do 18ºCFS, desempenha funções
de instrutor na SIM. Esteve colocado no
RCMDS, CIOE e BST. Participou na
formação das Forças Especiais das FADMMoçambique 1994, participou na FORREG Guiné Senegal
1998, integrou o Destacamento de Operações Especiais KFOR
1999, participou na formação dos Quadros das FDTL Timor2001.
Detém no seu curriculum diversos cursos dos que se destacam,
o Curso de Comandos, Operações Especiais, Páraquedismo,
Patrulhas de Longo Raio de Acção e Transmissões de Infantaria.
arques, lda.
RUA CARREIRA DO GADO, 20 - LAGOA
PARCEIRA - 2500 - 286 - CALDAS DA
RAINHA
TELF: 262 841 005 262 844 385
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31
Um olhar pela Bósnia
INTRODUÇAO
O presente documento é o fruto da minha vivência
pessoal e experiência adquirida em duas missões no
terrirório da Bósnia Herzegovina. Sem pretender ser
demasiado exaustivo pretendo apenas dar um pouco mais
a conhecer sobre um conflito já infelizmente famoso. O
cariz demasiado técnico dos livros e manuais existentes
nem sempre conseguem, transmitir os sentimentos e
ressentimentos existentes entre os povos daquela região.
Isto vem normalmente impedindo os militares de agir
correctamente quando chamados a interagir com os
"locais", pelo desconhecimento do passado da região e
hábitos socioculturais. Assim, e de um modo muito
pessoal, tento aqui transmitir a minha experiência e
conhecimento adquiridos, ao longo de 12 meses,
resultantes do contacto com as pessoas desta região dos
Balcãs. Esta minha missão foi uma experiência
inesquecível para o futuro.
Nunca será suficiente o tempo de permanência neste
território para escrever um artigo sobre pessoas que
conheceram, num passado recente, os horrores de uma
guerra. Justa ou injusta quem nos poderá responder? Que
estão a tentar despertar de um pesadelo recente, que
vêem uma "luz ao fundo do túnel", e que partilham o diaa-dia com pessoas que lhes são estranhas, que vieram de
todo o mundo e que de uma forma ou de outra os tentam
ajudar.
CARACTERIZAÇÃO
HERZEGOVINA (BiH)
GERAL
DA
BÓSNIA-
A antiga República Federal da Jugoslávia (RFJ), era
formada por seis Repúblicas: Sérvia (Srbija), Croácia
(Hrvatska), Bósnia-Herzegovina (Bósnia e Heregovina),
Montenegro (Crna Gora), Eslovénia e Macedónia
(Makedonica). A Sérvia incluía duas províncias
autónomas: Kosovo e Voivodina .
Tinha 255 804 Km2 de superfície (cerca de 3 vezes mais
que Portugal) e fazia fronteira com : Itália, Áustria, Hungria,
Roménia, Bulgária, Grécia e Albânia. A parte Sudoeste era
banhada pelo mar Adriático.
32
A BiH tem fronteira a Norte e a Oeste com a Croácia, a
Leste com a Sérvia e a Sudoeste com o Montenegro (as
duas repúblicas da RFJ). É fundamentalmente um
território continental, já que apenas possui 20Km na costa
adriática, sem portos. Trata-se de um país montanhoso,
com altitudes acima dos 2000m e com zonas climáticas
distintas : a mediterrânica a sul e a continental a Norte.
A rede hidrográfica é constituída por mais de 1000 rios e
ribeiros, sendo os mais importantes o Sava e o Neretva.
Além da capital SARAJEVO, as cidades mais
importantes são BANJA-LUKA, MOSTAR, TUZLA e
ZENICA.
A população ronda actualmente os cerca de 3,5 milhões
de habitantes. É na sua maioria de origem muçulmana
(44%), seguida por sérvios (31,4%) e por croatas (17%),
encontrando-se a maior parte dos sérvios e croatas nas
proximidades dos rios e vales férteis.
As principais religiões são :
A muçulmana no território bósnio (cerca de 12%);
A católica na Herzegovina (território croata da BiH cerca
de 32%);
A ortodoxa grega, no território sérvio da BiH (41%);
O idioma mais falado é o servo-croata.
AS FORÇAS ARMADAS DA BiH
A complexidade étnica, religiosa e institucional estendese também ás Forças Armadas .
Para além do Exército da federação Croato-Muçulmana
(VFBiH), Sérvios, Croatas e Muçulmanos, possuem o seu
próprio Exército, respectivamente VRS, HVO e AbiH.
Distintivos das
Forças Armadas da
BiH
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
A unidade Jugoslávia, formada após a 2ª Guerra Mundial
com a junção das seis repúblicas, atrás referidas, e
liderada pelo Marechal Tito, desagregou-se com a morte
deste, tendo-se dado o reaparecimento dos nacionalismos
e o emprego de ódios étnicos e religiosos até então
controlados. É neste contexto que no caso da BiH, se deu
origem a uma violenta guerra civil.
INTERVENÇÃO INTERNACIONAL
A União Europeia foi, naturalmente, a primeira entidade
internacional a tentar resolver o conflito. Seguiu-se o
envolvimento de outras organizações, designadamente a
ONU, a UEO e a NATO. Dado que o conflito prosseguia e
resistia ás diversas negociações politico-diplomáticas, a
ONU impôs várias medidas e sanções, solicitando para tal
o apoio da NATO.
Neste âmbito merecem especial referência :
A Operação "SHARP GUARD" visou o embargo á exJugoslávia e á Sérvia- Montenegro.
A Operação "DENY FLY" impor a proibição de voos
militares sobre a BiH .
A Operação "DELIBERATI FORCE"
lançada em
SET95, teve por principais objectivos levantar o cerco a
SARAJEVO, obrigando os sérvios- bósnios a retirar as
suas armas pesadas e procurando destruir a sua
capacidade ofensiva. A aviação da NATO bombardeou
alvos militares (1º ataque da NATO á cidade de BANJA
LUKA) tendo esta intervenção sido decisiva para a
cedência dos sérvios bósnios, levando-os a participar nas
negociações que conduziram ao
relançamento do processo de paz.
Sector Norte Sob o comando dos EUA com o QG em
TUZLA;
Sector Sudoeste Sob o comando do Reino Unido, com
o QG em BAJA LUKA;
Sector Sudeste Sob o comando da França, com o QG
em MOSTAR.
Nas actividades desenvolvidas pela IFOR, no contexto
da sua missão de implementação da paz num território
devastado por confrontos e dividido por ódios antigos e
interesses antagónicos, assumiram especial importância
as seguintes acções :
O cumprimento integral das disposições de carácter
militar do Acordo de Dayton;
A demarcação da zona de separação (ZOS) e da linha de
divisão inter-étnica (IEBL);
A implementação da segurança e da liberdade de
movimentos das populações;
O estabelecimento da ligação
“A união europeia foi, entre as autoridades civis,
militares locais e as organizações
naturalmente, a
internacionais;
O apoio ás organizações
primeira entidade
internacionais no cumprimento
internacional a tentar das suas missões, nomeadamente as humanitárias;
resolver o conflito”
A desminagem do território.
São desenvolvidas então várias
acções que levam á assinatura dos
Acordos de Dayton, acordo esse que
previa a instalação de uma Força
Multinacional responsável pela
aplicação do Acordo.
Esta foi designada por " Força de
Implementação” (IFOR), e era
composta por cerca de 60 mil homens, pertencentes a 15
países NATO e a 19 não-NATO. A IFOR foi sucessora da
FORPRONU e o seu dispositivo foi instalado em todo o
território da BiH, ocupando três sectores :
Estas acções foram fundamentais para que a Região fosse
pacificada e algumas delas continuaram a ser
desenvolvidas no âmbito da força seguinte (SFOR).
No desenvolvimento desta operação os principais riscos
identificados foram os seguintes:
Elevado número de minas disseminadas pelo terreno;
Acções de hostilidade resultantes de disputas locais;
Aumento da criminalidade;
Acidentes de viação provocados pelo mau tempo e pelo
terreno acidentado.
AS MISSÕES DE PORTUGAL NA IFOR E NA SFOR
Portugal participou na IFOR com um Batalhão
Aerotransportado, com cerca de 900 homens da BAI,
integrados na Brigada Italiana, no sector da Divisão
Francesa.
33
Em 12DEC96, com a finalidade de evitar o reacender do
conflito e, simultaneamente, promover a estabilização da
paz, o Conselho de
Segurança da ONU
aprovou, a constituição de
uma nova Força
Multinacional para a BiH,
designada por "Força de
Estabilização" (SFOR)
que, sob o comando da
NAT O ( au to ri da de do
SACEUR-Supreme Allied
Commander Europe), daria
início á sua missão logo
após o final do mandato da
IFOR .
F O R Ç A
D E
ESTABILIZAÇÂO (SFOR)
A missão da SFOR consiste na manutenção da
segurança do território, condição necessária para a
consolidação e estabilização do processo de paz evitando
através da dissuasão ou, se necessário, através da
intervenção o reinicio das hostilidades
A zona de actuação no Teatro de Operações foi
sensivelmente a mesma que tivera a IFOR.
34
Portugal contribuiu com uma Unidade de Escalão
Batalhão, tendo destacado, no início de 1997, um Batalhão
de Infantaria Motorizado Reduzido, constituído por uma
companhia de Comando e Serviços e duas companhias de
atiradores, sendo reforçada com um pelotão de morteiros,
num total de 330 homens. Em 15JUL98 o Agr ALFA da BLI,
que, tinha como divisa "ADIVINHAR PERIGOS E EVITÁLOS" em que eu fazia parte como Sargento de
Reabastecimento da CCS parte para a BiH, para integrar a
SFOR.
O comando da minha Companhia ficou sediado em
Vitkovic, pequeno aglomerado populacional, perto de
Gorazde, cidade muçulmana, onde estavam concentradas
muitas organizações não governamentais (ONG) criadas
com vista à ajuda humanitária. As mesmas desenvolviam
mais as suas actividades em zonas muçulmanas,
revelando-se muito escassa a sua actuação na parte
Sérvia, limitando-se apenas a uma, sediada em Visegrad.
A população de Gorazde, são pessoas cansadas da
guerra que querem simplesmente entrar numa paz
duradoura, como me foi bastantes vezes referido em
conversas que mantive frequentemente com pessoas
desta região, desde o simples transporte do lixo
para a lixeira de Gorazde, (serviço efectuado
pelo Sargento de Dia à CCS) onde contactei com
pessoas famintas, desde o velho ao bebé e que
matavam a sua fome quer com os “restos”, quer
com a ajuda humanitária que o Batalhão fazia
nessa zona.
Em Vitkovic, as nossas tropas ocupavam um
edifício que servia de escritório a uma das muitas
fábricas aqui localizadas, estando também nesta
posição os depósitos que forneciam o apoio
logístico ao Batalhão,
parte dos quais
encontrando-se à minha responsabilidade.
(Esta função exigiu muito de mim, quer pela
responsabilidade, quer pela tecnicidade exigida,
embora com a ajuda dos restantes camaradas,
julgo ter conseguido levar o "barco a bom porto").
Foi de salientar o bom relacionamento existente quer
entre os militares da CCS,
quer com as pessoas das
localidades circun-dantes,
como por exemplo dos
mu ni cí pi os sé rv io s de
Rogatica, Visegrad,
Cajnice, Rudo e Kopaci
(áreas que se encontravam
sob controlo da facção
Sérvia bósnia, alinhando
por uma corrente política da
ala radical favorável ao Sr.
Karadzic). Para este facto
muito contribuiu a ajuda
prestada a todos os níveis
pelos militares portugueses
a estas populações
destroçadas pelos horrores
da guerra, bem como a
maneira cordial como tratávamos Sérvios e Muçulmanos
sem distinção.
O nosso Batalhão estava sob o comando operacional da
Brigada italiana e tinha homens sediados em três
localidades : Vitkovic, Rogatica (onde estava instalado o
Comando do Batalhão, um Esquadrão de Cavalaria, e um
Núcleo da CCS), cidade que faz parte da República
Srspska e Sarajevo (local designado por “TITO
BARRAK`s”, devido ser aqui que estava instalada a
Academia Militar de TITO) e onde se encontrava um
pequeno número de militares que faziam todos os
reabastecimentos vindos de Portugal e que depois os
distribuíam para as outras posições.
Nos seis meses que aqui passei, convivi, diariamente
com a miséria desta gente, pessoas como a pequena
Emina (que eu vesti dos pés á cabeça), e que se
atravessavam á frente do nosso UMM ou CHAIMITE a
suplicar que lhes déssemos um mísero pudim ou iogurte, e
que ao mesmo tempo sabiam sorrir e que me lembrou
uma frase que me ensinaram desde miúdo "sorri, sorri
sempre, porque mais triste que o teu sorriso triste é a
tristeza de não saber sorrir", sorriso esse que eu gravei
para sempre na minha memória, e que me faria voltar
novamente a este território.
Entretanto, á medida que o mandato da SFOR se
aproximou do seu termo e apesar dos aspectos militares
do acordo terem sido globalmente cumpridos (excepto a
desm inag em) e face aos atra sos veri fica dos na
componente civil (fixação de mais de 2 milhões de
refugiados, e reconstrução de infra-estruturas básicas)
tornou-se evidente que a ausência de uma força
dissuasora poderia pôr em risco os esforços para a
consolidação da paz.
Assim, uma nova força designada "JOINT FORCE"
substituiu a SFOR, sendo-lhe, por razões financeiras,
atribuído o mesmo nome .
A operação ”JOINT FORCE” passou a ser conduzida
pela SFOR, sob autoridade do SACEUR e do Comando da
SFOR (COMSFOR), a missão de acordo com aquele plano
consiste em garantir uma presença militar contínua para:
Prevenir o reacender das hostilidades;
Estabilizar e consolidar a paz na BiH;
Fornecer um largo apoio na implementação dos planos
das instituições civis
No âmbito desta nova força, Portugal contribuiu com o
Agr Conj ALFA/BLI (1ª Força Conjunta de nível Batalhão
Infantaria / Fuzileiros), mostrando assim toda a
capacidade das nossas forças e continuando a honrar o
nome de Portugal.
A missão atribuída á
Força Nacional Conjunta
Destacada (FNCD) foi
alterada para Reserva
Operacional do
COMSFOR, sendo
consequentemente
alargada a área de
intervenção a todo o
território da BiH.
Nesta nova missão o
Batalhão Português ficou
instalado numa antiga
fábrica, inserida num
parque industrial na
periferia de Visoko (cerca
de 25 Km ao Norte de
Sarajevo) sendo também partilhada por um Batalhão
Logístico Grego.
Fazendo eu parte deste Agrupamento, na função de
Sargento de Pelotão de um pelotão de atiradores,
executaram-se, numa primeira fase os movimentos de
transporte (pelas estradas geladas da Bósnia) de todo o
material existente nas antigas posições Vitkovic, Rogatica
e Sarajevo para a nova posição, missão que apesar de
complexa e difícil, os nossos homens, principalmente os
condutores, transformaram com todo o seu zelo e
profissionalismo num autêntico êxito; numa segunda fase
os pelotões de atiradores integraram (reforçaram), forças
de outros países, tais como os Ingleses, Canadianos e os
EUA, executando reconhecimentos e patrulhamentos de
presença, cuja maior frequência e número de meios
empregues traduz aquilo que vulgarmente se designa por
demonstração de força no sentido de dissuadir eventuais
acções contrárias á manutenção do ambiente de
estabilidade, finalidade principal do emprego das reservas
operacionais.
Estas tarefas foram sempre cumpridas pelos nossos
homens com o maior zelo e profissionalismo, atributos
reconhecidos ás nossas FND desde o primeiro dia que
pisaram o solo dos Balcãs. Foi assim que eu e os meus
homens, julgamos ter cumprido em CAMP MCGOVER
(Base Americana, perto da cidade sérvia de Brcko), a
missão que nos foi incumbida, “Levando a Carta a Garcia”.
Esta minha nova experiência, vivida com outras forças
militares, foi para mim muito gratificante, tanto em termos
profissionais como humanos, e por outro lado, fiquei com a
certeza "in loco", da destruição e das dificuldades de um
país acabado de sair de uma guerra horrorosa. A missão
da Reserva Operacional do COMSFOR continua
actualmente a ser cabalmente cumprida pelas nossas
FND, dando assim a Portugal o prestígio e o valor que
merece.
CONSIDERAÇÕES FINAIS DUMA EXPERIÊNCIA
ACUMULADA
Tendo em conta as experiências acumuladas nas duas
missões, neste território dos Balcãs, julgo ser da maior
utilidade o fornecimento do Manual de Operações de
Apoio à Paz, da Escola Prática de Infantaria (que versa
sobre este complexo assunto) às FND nomeadas para
estas missões, para que possam orientar e treinar os seus
homens de acordo com a missão que venham a
desempenhar no Teatro de Operações (TO).
Considero também importante que todos os elementos
dessas FND tenham
uma preparação
linguística reforçada,
nomea-damente ao
nível do Inglês, e, se
possível, também na
l í n g u a l o c a l ,
aproveitando alguns
elementos das NF com
alguma facilidade
nessa tarefa. Estas
preparações devem
incidir em todo o
pessoal, pois, todo o
pessoal atenta a
necessidade de
c o m u n i c a r ,
experimentou por
vezes grandes dificuldades em fazê-lo.
*Referências do Manual do Graduado Portugal / Agr Alfa/2000
O 1Sar Inf Manuel Afonso Martins
Rodrigues do 20º CFS, desempenha
funções de Instrutor na SIM, tendo já
prestado serviço nas seguintes unidades:
EPI, RI3, RIF e ESE.
Detém no seu curriculum diversos cursos dos que se
destacam: Curso de Sargento de Tiro (1993), Curso de
Operações Irregulares (1993), Curso de Contra Vigilância
(2000), e o Curso Elementar de Operações de Apoio à paz
(2001).
35
Praças em Missão no
Estrangeiro
Após diálogo e partilha de informação de algumas
praças da Companhia de Comando e Serviços da Escola
de Sargentos do Exército, que participaram em missões na
Bósnia, Kosovo e Timor, conclui-se que de uma forma
geral o sentir e o relato das experiências são muito
idênticos, ainda que com as diferenças próprias de cada
missão.
O objectivo que leva a partir é a descoberta, o
conhecimento de outros países e para além disso a
nobreza de participar em uma missão de interajuda e de
luta pela manutenção da paz, sentindo-se, claro está,
também incentivados com o aspecto remuneratório a que
todos dão bastante importância. O porquê de participar
prende-se com a oportunidade, a valorização pessoal,
conhecer os limites e capacidades (pessoais e conjuntas)
e testar o "eu" aprendendo a conhecer-se.
As dificuldades encontradas são inerentes a cada
missão e à sua localização, nomeadamente a adaptação
ao clima, que se revela uma preocupação inicial, até pelos
meios disponibilizados. No entanto, com a capacidade de
improviso e adaptação, estes aspectos acabam por se
tornar positivos, sobretudo quando se tem em conta as
dificuldades sentidas por militares de outras
nacionalidades. Consoante a função a desempenhar
(socorrista, atirador, etc.) existem alturas em que há
grande pressão de trabalho e outras em que os tempos
mortos parecem “durar séculos”.
Aspectos negativos a considerar são: a extensão do
tempo da missão, alguns contingentes de outros países
faziam troca de três em três meses para não haver
desgaste dos homens e dar oportunidade a maior número
de elementos de participar numa missão, proporcionando
assim, maior experiência e conhecimento; a remuneração,
quando comparada com a dos elementos da Polícia de
Segurança Pública, se revela baixa, nomeadamente
quando se corriam riscos iguais ou até superiores. O
receio das minas e o respectivo efeito psicológico era tão
ou mais efectivo quanto a possibilidade de um acidente
dessa natureza poder acontecer; finalmente o perigo de
picadas ou mordidas de animais.
36
“As
dificuldades
encontradas são
inerentes a cada
missão e à sua
localização,
nomeadamente
a adaptação ao
clima, que se
revela uma
preocupação
inicial”
Nos aspectos positivos importa realçar: a abertura a
novos horizontes, novas culturas e o amadurecimento com
a vida; conhecer e ter contacto directo com os despojos de
guerra tal e qual como ela é, sem adquirir essa experiência
ou conhecimento por terceiros, nomeadamente pelos
meios de comunicação; o prazer de ajudar com o
contributo pessoal não só ao nível nacional mas também
ao nível humano.
A questão familiar, sempre presente, depende da
situação de cada camarada. Uns são pais, outros têm de
apoiar a família, etc... As saudades são grandes quando se
está por lá e é bom receber correspondência, muitas vezes
funcionando como um tónico que anima e dá energia. O
contacto familiar por carta ou telefone revela um
sentimento de saudade reciproco, mas este contacto dá
força para continuar nos momentos mais difíceis. "Há
alturas em que um gajo passa a maior parte do dia a pensar
na família!”
“Aspectos negativos
generalizados são a extensão do
tempo de missão, alguns
contingentes de outros países
faziam troca de três em três meses
para não haver desgaste
dos homens”
“As saudades são
grandes quando se está
por lá e é bom receber
correspondência,
muitas vezes
funcionando como um
tónico que anima e dá
alegria”
Profissionalmente é uma experiência única que só cada
um consegue dar o devido valor. Como praças, ter feito
uma ou mais missões tem um certo impacto, e é-se objecto
da curiosidade de outros camaradas que fazem todo o tipo
de perguntas. Agora, cá, é sempre com alguma nostalgia
que se lembram os bons momentos e se tem a noção de
que se aprendeu também com os maus momentos.
O balanço final salda-se como muito positivo, agora é
preciso aproveitar plenamente o dia a dia, enriquecidos
com os valores adquiridos, sabendo viver com os maus
momentos e sacrifícios e olhando em frente para se estar
sempre pronto, com mais confiança, para as surpresas
que o futuro a todos reserva.
1SAR Inf Para Orlando Alberto Afonso,do
19º CFS. desempenha funções como
Sargento Auxiliar da CCS, tendo já prestado
serviço nas seguintes Unidades: EMEL,
EPI, BIMEC, ETAT, BST e ESE.
Detém diversos cursos no seu curriculum
dos quais se destacam: Curso de Páraquedismo, Curso de Operações Irregulares, Curso de
Combate em Áreas Edificadas, Curso de Sargento de Tiro,
Curso de Métodos de Instrução, Curso de Operações e
Informações de Infantaria, Curso de Operações
Aerotransportadas, Curso de Instrutores Anti-Carro.
A não perder...
FERRAGENS, FERRAMENTAS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Sede: R. Cap. Mouzinho de Albuquerque, 107 - A
Tel. 244 828 323 / Fax. 244 836 183
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Apartado 3006 - 2401 - 903 LEIRIA
37
PATTON
GENERAL DE COMBATE
Patton desde muito cedo sonhou ser um herói,
tendo para isso frequentado a Academia de West Point
onde escolheu a arma de Cavalaria para poder imitar as
cavalgadas gloriosas dos seus heróis. Ao eclodir a 1ª
GM, Patton destacou-se em diversas batalhas com
acções decisivas e tácticas arrojadas, mostrando
grande iniciativa e dando o exemplo ao comandar na
frente do combate. Denotava desde já, uma
característica que o tornaria famoso, a forma
carismática como comandava os seus homens,
exigindo-lhes o máximo e forçando-os quase até ao
limite, o que de resto também fazia consigo próprio.
No início da 2ª Guerra Mundial e devido à forma
como os Carros de Ccombate (CC) se revelaram
importantes no sucesso das campanhas nazis, Patton
foi incumbido de criar uma brigada de CC, tendo
treinado os seus homens duramente chegando a
mantê-los em exercícios de campo durante 17 semanas
seguidas. Com a inclusão dos EUA na 2ª GM, Patton
passou a ser temido pelos alemães (ao ponto de os
alemães julgarem que o desembarque aliado seria onde
ele estivesse!). Aquando do desembarque aliado na
Normandia, Patton agora no comando do III Exército,
virou a "Blitzkrieg" contra os alemães, percorrendo 963
km em duas semanas, arrasando divisões inteiras no
seu caminho. Notabilizou-se novamente em diversas
batalhas quer pelas acções individuais quer pelas
acções do seu exército. Quando foi assinado o
armistício, o seu exército de meio milhão de homens
havia libertado ou conquistado 130842 km2 e causado
1443888 mortos no inimigo.
Por defender abertamente que os alemães
deveriam ser rearmados para lutarem contra a ameaça
vermelha, foi destituído do seu comando. Em Dezembro
de 1945, um dia antes do seu regresso aos EUA o seu
carro foi abalroado por um camião tendo-lhe causado
paralisia do pescoço para baixo. Morreu de uma
embolia em 21 de Dezembro de 1945, tendo sido
enterrado no Luxemburgo onde ainda é chamado de "O
Libertador".
Patton era tido como um chefe autocrático, rude,
exigente consigo próprio e com os seus homens mas,
ao mesmo tempo, era idolatrado por estes o que
elevava extraordinariamente o moral e o espírito
combativo o que, por vezes, era o suficiente para
conquistar barreiras praticamente intransponíveis.
Conseguiu realizar o seu sonho, ser um General e
Herói.
38
"O objectivo da guerra não é morrer pelo nosso
país, mas fazer o outro bastardo morrer pelo dele."
“O objectivo da
guerra não é morrer
pelo nosso país, mas
fazer o outro bastardo
morrer pelo dele”
1Sar Aluno 620 Teixeira do 29º CFS.
Este artigo foi efectuado no âmbito da
disciplina de Comando e Chefia juntamente
com os seguintes alunos:
587 Pires, 588 Frade, 600 Victória, 603 Calado;
605 Ferreira, 620 Teixeira
Para a história
No período compreendido entre Março de 2001 e Abril de
2002 decorreram na Escola de Sargentos do Exército
inúmeras actividades as quais muito nos apraz divulgar. Este
é o nosso pequeno contributo para as gerações vindouras,
fazendo eco do trabalho realizado pelos militares e civis
desta Escola, como garante que o seu esforço não foi em vão
e não será esquecido.
As Cerimónias Militares e Dias Festivos são um marco na
vida das Unidades Militares, das quais a Escola de
Sargentos do Exército não constitui excepção.
Assim, o Dia da Escola, merece especial destaque, porque
enquanto militares nos une em torno dos mais elevados
ideais e tradições castrenses. A Abertura Solene do Ano
Lectivo pode considerar-se como um catalisador em torno
da nobre missão desta Escola, tão bem patenteada no nosso
Grito: Somos Escola; Formamos Sargentos; Promovemos
Sargentos; Servimos Portugal.
Sem qualquer desprimor para outros eventos, merece ainda
igual destaque a Ceia de Natal, pois, independentemente
dos Credos ou Religiões por cada um praticados, a Ceia de
Natal apela à camaradagem e solidariedade, sendo pela
adesão que tem merecido, a mais viva prova de que as
virtudes militares e humanas se encontram bem patentes em
todos aqueles que servem nesta Escola.
Visita de sua Exª o
Secretário de Estado da Defesa
Em 26ABR01 visitou a ESE Sua Exª
o Secretário de Estado da Defesa
Dr. Miranda Calha
Dia da ESE
Em 01JUN01 celebrou-se o
Dia da Escola de Sargentos
do Exército.
39
Encerramento
do 11º CPSC
Em 28JUN01 teve lugar a
cerimónia de encerramento
do 11º Curso de Promoção a
Sargento Chefe
Comandante da Instrução do Exército
visita a ESE
Em 03JUL01, no cumprimento do
programa de visita às Unidades,
visitou a Escola o Exmo Comandante
da Instrução do Exército, TenGen
Leonel de Carvalho
Exércicios do
Curso de Formação de Sargentos
De 19JUL a 23JUL01 decorreram os
Exercícios Finais do Curso de
Formação de Sargentos "FINEX
2001”
De 25JAN a 26JAN02 decorreram
Exercícios de Campo de Fim de
Módulo CFS "MELGA 2002”
De 14FEV a 16FEV02 decorreram os
Exercícios de Campo Final do 1º
Semestre CFS "TEMPESTADE
2002”
40
Encerramento do 27º CFS
Presidida pelo Exmo Comandante de Instrução do Exército, TenGen
Leonel de Carvalho, realizou-se em 02OUT02 a cerimónia de
Abertura Solene e encerramento do 27º CFS.
Apresentação do Estandarte Nacional
Em 12OUT02 realizou-se a Cerimónia de Apresentação do Curso de
Formação de Sargentos ao Exº Cmdt e Apresentação da Bandeira
Nacional ao 30º CFS
Visitas à ESE de Delegações Estrangeiras
De 14OUT a 19OUT01
visitou a ESE uma
delegação da Escola de
Sargentos Espanhola.
De 10DEC a 13DEC01
visitou a ESE uma
delegação da Escola de
Sargentos Italiana
41
Visita de Sua Exª o
Chefe do Estado Maior do Exército
Em 14DEC01 visitou a ESE Sua Ex.ª o Chefe
do Estado Maior do Exército, Gen José Manuel
da Silva Viegas
Convivios na ESE
Em 24JAN02 realizou-se um Jantar convívio de Caça.
Em 19DEC01 teve lugar
o habitual corta-mato do
Natal. Pormenor da
distribuição de prémios.
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Em Dezembro teve
lugar nas instalações
da ESE uma sessão de
fados e guitarradas
que contou com a
participação de todos
quantos se quiseram
associar à efeméride e
suas famílias.
Encerramento
do 12º CPSC
Em 21DEC01 teve lugar a cerimónia
de encerramento do 12º Curso de
Promoção a Sargento Chefe
O Comandante das Forças de Defesa
de Timor Leste visita a ESE
Em 31JAN02 visitou a Escola de Sargentos o Exmo
Comandante das Forças de Defesa de Timor Leste
Campeonato de Orientação do GML
Organizado pela ESE, decorreu de 04MAR a 08MAR02
o Campeonato de Corrida e Orientação do Governo
Militar de Lisboa.
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Cerimónia de Abertura
do 13º CPSC
Teve início em 11MAR02 o13º
Curso de Promoção a
Sargento Chefe
Visitas recebidas e Apoios Prestados
A Escola de Sargentos do Exército, enquanto Unidade
Territorial que se pretende perfeitamente integrada com a
Sociedade Civil procura através das visitas guiadas e dos
apoios prestados dinamizar as relações institucionais e
dar a conhecer à população quem somos e o que
fazemos.
Este é o nosso modesto contributo para o bom
relacionament o entre a Instituição Castrense e a
Sociedade Portuguesa.
A todos aqueles que nos visitaram o nosso bem haja.
Visitas
Escolas
Em 05JUN01 o Agrupamento de Escolas do Avenal -Caldas da Rainha
Em 21JUN01 a Escola Básica 2,3 Gaspar Campelo - Campelo
Em 26JUN01 a Escola Básica 2,3 D. João II - Caldas da Rainha
Em 05JUL01 a Escola Básica de Nª Senhora do Pópulo - Caldas da Rainha
De 22 a 25OUT01 a Escola Padre Neto - Rio de Mouro
Em 30NOV01 a Escola Secundária do Bombarral - Bombarral
Em 06DEC01 a Escola Superior Tecnológica de Gestão Arte e Design Caldas da Rainha
Em 15DEC01 o Infantário "O Brinquinho" - Caldas da Rainha
Em 01FEV02 o Externato Cooperativo da Benedita - Benedita
Em 22FEV02 a Escola Secundária Raul Proença - Caldas da Rainha
Em 01MAR02 a Escola Secundária de Peniche - Peniche
De 07 a 08MAR02 - Escola Básica Abade Correia - Serpa
Em 22MAR02 - Escola Secundária de Pombal - Pombal
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Associações e Ligas Culturais
De 16 a 21JUL01- O Conservatório de Música de Caldas da Raínha
Em 07SET01 a Sociedade de Instrução e Recreio "Os Pimpões”
Associações Eclesiásticas e Escuteiros
Em 05OUT01- a Paróquia de Nª Senhora do Amparo
De 14 a 16DEC01 o CNE Agrupamento da Lourinhã
De 09 a 10FEV02 a Paróquia de Nª Senhora do Amparo
Associações/Ligas desportivas
De 15 a 17JUN01 a Associação Portuguesa de Surdos (III Campeonato de
Futebol de 5)
De 03 a 04NOV01 a Associação Nacional de Kempo
De 23 a 24FEV02 a Associação Nacional de Kempo
Associações de cariz Militar
Em 09JUN01 o Almoço de Confraternização do 1º Curso de Formação de
Sargentos
Em 06OUT01 o Almoço do Batalhão de Artilharia 3859
Em 21OUT01 o Almoço da Liga dos Combatentes Núcleo de Caldas da
Raínha
Outras Instituições
De 05 a 07JUL01 o Clube Internacional do Livro
De 26JUL a 06AGO01- o Rancho Folclórico de Reguengo da Parada
De 03 a 07AGO01 o Rancho Folclórico e Etnográfico de Alvorninha
De 18 a 24AGO01 a Banda Italiana "Stafallo”
Quadros Resumo
Instalações Refeições
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Visita de D. Januário Torgal Mendes Ferreira
Em 20JUN01 e 12ABR02 a ESE recebeu a Visita de Sua Ex.ª Reverendíssima D. Januário Torgal Mendes Ferreira, Bispo
das Forças Armadas e de Segurança, tendo deixado a seguinte mensagem:
“A minha visita à Escola de Sargentos do Exército, durante a manhã de 12 de Abril, traduz o meu desejo de estar próximo,
na liberdade e comunhão solidária, e a todos propor uma visão cultural da vida, a qual exige justiça para que a Paz seja um
clima normal. Porque se trata de uma Escola tão importante em ordem à preparação de pessoas e de funções bem
significativas, o tomar parte na vida desta comunidade militar é ter a honra de, mais uma vez, ser acolhido como alguém da
Família. É esta a camaradagem que me convida a ir ter com todos!”
Lisboa, 12 de Abril de 2002 D. Januário Torgal Mendes Ferreira Bispo das Forças Armadas e de Segurança
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ESCUDO
escudo, em letras de negro, maiúsculos, de
estilo elzevir, "VONTADE E SABER".
chevronado de dez peças de verde e de oiro.
SIMBOLOGIA E ALUSÃO DAS PEÇAS
ELMO
militar, de prata, forrado de vermelho, a três
quartos para a dextra.
O CHEVRONADO, evocando as insígnias
do Sargento, é simbolo do aluno da Escola
onde é formada esta classe, elo fundamental
da estrutura do Exército.
CORREIA
de vermelho perfilada de oiro.
PAQUIFE E VIROL
de verde e de oiro.
Em timbre duas ALABARDAS - "A sua arma
he huma alabarda e lhe serve de insígnia" lêse na clássica MILÍCIA PRÁTICA ao referirse ao posto de Sargento - e a LUCERNA
bilume a invocar a dupla formação - básica e
de aperfeiçoamento - que constitui a missão
desta Escola.
TIMBRE:
Duas alabardas de oiro passadas em aspa,
atadas de verde, sustentando uma lucerna com
dois bicos flamejantes, do primeiro.
DIVISA:
Num listel de branco, ondulado sotoposto ao
OS ESMALTES SIGNIFICAM:
O OIRO a constância no esforço essencial à
obtenção da sabedoria.
O VERDE o entusiasmo da juventude do
candidato e a esperança no prosseguimento
da carreira.
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