ECONOMIA INVESTIMENTOS Bolsa lidera ranking de outubro, com alta 11,49% O dólar fica na lanterna com -9,89%, queda mais forte desde maio de 2009. Roberta Scrivano Da Agência Estado Depois de encerrar seis meses consecutivos com desempenho negativo, a Bolsa tomou fôlego e fechou outubro com alta de 11,49%. É o maior ganho mensal desde maio de 2009. No ano, porém, os investimentos em ações ainda estão na lanterna do ranking das aplicações, com queda de 15,82%. O dólar, que em setembro liderou em rentabilidade, ficou na última posição da listagem de outubro com variação de -9,89%, recuo mais forte desde maio de 2009. Desde janeiro, a moeda ainda soma alta de 1,80%. Os dois movimentos observados no ranking mensal - alta nas ações e queda na cotação do dólar - têm a ver com a diminuição do pessimismo mundial em relação à economia europeia. “A redução da dívida da Grécia em 50%, a ajuda aos bancos europeus e o aumento para 1 trilhão do Fundo para resgate de economias com dificuldades fizeram as bolsas, ao redor do mundo, apresentarem recuperações importantes ao longo do mês”, diz Fábio Colombo, administrador de investimentos. No Brasil, a redução da taxa básica de juros (Selic), promovida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, também colaborou para a alta da bolsa, segundo especialistas. “Mas é muito difícil dizer como vai ser de agora em diante. Não dá para dizer que a Bovespa vai engrenar no positivo”, avalia Ricardo Rocha, professor de finanças da Faculdade Instituto de Administração (FIA). Há alguns analistas, porém, que estão mais otimistas. É o caso de Eduardo Matsura, analista técnico da corretora Souza Barros. Para ele, a alta registrada neste mês, “significa um passo muito importante no processo de recuperação das quedas”. “Talvez seja o momento de colher os frutos, e investir agora com a cabeça em 2012”, avalia Matsura. Entre o segundo e o quinto lugar do ranking dos investimentos só aparecem opções da renda fixa. As rentabilidades, no entanto, tendem a ficar mais baixas de agora em diante por causa do recuo na Selic. As rentabilidades dessas modalidades tendem a ser mais impactadas se o Copom prosseguir com as reduções da taxa. Há economistas que apostam que o Banco Central quer chegar a 9% ao ano de taxa de juro, no fim de 2012. No segundo lugar do ranking das rentabilidades aparecem os CDBs com mais de R$ 100 mil aplicados. A rentabilidade registrada em outubro é de 0,71%. Na sequência estão os fundos de renda fixa, com alta de 0,70%. Os fundos DI ficaram na quarta posição, com ganho de 0,68%. O quinto lugar ficou com a poupança, com alta de 0,56%. Índice cai 1,97% no último pregão do mês Ontem, após registrar mínima de 2,39% durante a manhã, a Bovespa desacelerou o ritmo de baixa no início da tarde e fechou o último pregão do mês com desvalorização de 1,97%, fazendo uma boa defesa dos 58 mil pontos (58.338,39). Mesmo com esse desempenho negativo de ontem, a Bolsa acumulou ganho de 11,49% no período, de longe o melhor resultado do ano e também o melhor desde maio de 2009 (+12,49%). Passado o otimismo da semana passada com o plano de resgate para a zona do euro, o pessimismo voltou à cena, agora com a Itália na mira dos investidores. Logo cedo, além das persistentes dúvidas sobre a eficácia do acordo para salvar o euro, o Japão adicionou mais uma preocupação, ao intervir no mercado de câmbio para conter a alta do iene e provocando a valorização do dólar no mercado internacional. A decisão japonesa pressionou as outras moedas e as commodities e colaborou para a queda das bolsas. Também pesou nos negócios o pedido de concordata da corretora norte-americana MF Global, que tem forte exposição à dívida soberana europeia. Vale - A queda das ações da Vale contribuiu para pressionar a Bovespa. Vale PNA fechou em baixa de 2,11% e a ON, em 2%, refletindo o recuo das commodities no mercado externo. “Considerando as notícias externas hoje (ontem), a nossa Bolsa se comportou muito bem, só não foi melhor por causa da Vale”, disse um operador, ressaltando ainda que o movimento de realização de lucro no último dia do mês é considerado normal. Já os papéis da Petrobras se mantiveram em alta a maior parte do dia, mas perto do fechamento inverteram a direção. A PN caiu 1,2% e a ON, -0,2%. O movimento positivo dos papéis da petrolífera durante quase todo o pregão foi atribuído a expectativa de que a empresa terá um “caixa melhor” por causa do reajuste de 10% para a gasolina e de 2% para o diesel, na refinaria, anunciado na sexta-feira. Os novos preços passam a valer a partir de hoje. A troca de sinal dos papéis na reta final do pregão é vista como simples realização de lucros. O petróleo para dezembro caiu 1,14% e fechou a US$ 93,19 na Nymex. As principais bolsas europeias fecharam nas mínimas do dia, em queda acentuada. A Bolsa de Milão, por exemplo, caiu 3,82%. Em Nova York, Dow Jones recuou 2,26%, o Nasdaq cedeu 1,93% e o S&P, -2,47%. Juros - Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013, com giro de 234.445 contratos, cedia a 10,29%, de 10,34% no ajuste de sexta-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (76.565 contratos) marcava 10,60%, de 10,64%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (25.455 contratos) indicava 11,14%, de 11,21% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (5.090 contratos) recuava a 11,19%, de 11,26% na sexta-feira. (Alessandra Taraborelli, Silvana Rocha e Márcio Rodrigues/AE) Aplicações dos mais ricos crescem 23% Altamiro Silva Júnior Os clientes de alta renda possuíam R$ 429,6 bilhões aplicados nas áreas private dos bancos no fim de setembro, segundo números divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O aumento é de 23% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação entre os dados de setembro com dezembro de 2010, a expansão foi de 15%. O número de clientes de alta renda com aplicações na área private chegou a 64,9 mil, com expansão de 6,3% ante setembro do ano passado. No geral, esses clientes possuem individualmente cerca de R$ 1 milhão aplicados. Do total dos recursos administrados dos endinheirados, R$ 101,6 bilhões estão aplicados em fundos abertos de investimento (como renda fixa, multimercados e ações). Outros R$ 77 bilhões estão investidos em fundos fechados ou exclusivos, que são carteiras criadas especificamente para grandes investidores. CASO ARACRUZ BANCO Da Agência Estado CVM fecha acordo com Deloitte Sabrina Valle Da Agência Estado A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fechou ontem termo de compromisso (acordo) no valor de R$ 1 milhão com a firma de auditoria Deloitte e com José Carlos Monteiro, acusado na qualidade de sócio, no caso de derivativos da Aracruz. Os dois eram responsáveis pela emissão do relatório de revisão especial sobre as Informações Trimestrais de 30 de junho de 2008 da Aracruz. A Deloitte e o sócio responsável foram acusados pela CVM de omissão, nas notas explicativas do relatório, dos riscos a que as operações com instrumentos financeiros derivativos (denominados Sell Target Forward) representavam para a companhia e que resultaram numa perda bilionária para a empresa. Após pagarem a quantia acertada, o processo será extinto sem presunção de culpa. Deloitte e Monteiro já haviam apresentado proposta para encerrar o processo, mas tiveram o acordo negado. Eles haviam oferecido R$ 300 mil e R$ 150 mil, respectivamente. Cerca de R$ 214 bilhões estão investidos diretamente em ativos como ações de empresas e títulos de renda fixa emitidos pelo governo. Já R$ 14 bilhões estão aplicados em planos de previdência complementar. Fundos - As aplicações na renda variável tiveram perda de recursos. Nos fundos de ações, o patrimônio em setembro era 29% menor que 12 meses atrás. Nas compras diretas de ações, a queda foi de 9% Os mais endinheirados não costumam aplicar muito na caderneta de poupança. Do total de recursos nas áreas private dos bancos, apenas R$ 3,4 bilhões (ou 0,8% do total de ativos) estão nesse tipo de investimento. Mesmo assim, houve crescimento de 69% do dinheiro investido na caderneta nos 12 meses encerrados em setembro. O estado de São Paulo é onde está aplicada a maior parte dos recursos nas áreas private, com 56% do total de ativos. Em seguida aparecem Rio de Janeiro e a Região Sul, com 17% e 13%, respectivamente. Minas Gerais e Espírito Santo possuem juntos 5% das aplicações. Indiciado ex-diretor do PanAmericano Fausto Macedo Da Agência Estado O ex-diretor superintendente do banco PanAmericano Rafael Palladino foi indiciado ontem pela Polícia Federal no inquérito que investiga rombo de R$ 4,3 bilhões na instituição. Durante cerca de uma hora, Palladino permaneceu na sede Polícia Federal de São Paulo. O delegado Milton Fonrnazari Júnior, que conduz o inquérito, enquadrou criminalmente o ex-banqueiro por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e por violação a quatro artigos da Lei 7492/86, que define os crimes contra o sistema financeiro. Ao sair da Polícia Federal, Palladino afirmou: “Trabalhei 22 anos no grupo Sílvio Santos, minha conduta sempre foi ilibada. Nunca teve nada que me desabonasse”. Ao ser indagado sobre os desvios no banco, apontados pela PF, Palladino disse: “Primeiro a gente põe em dúvida o rombo”. Ele não declarou nada ao delegado. Reservou-se ao direito de só falar em juízo. Sua advogada, a criminalista Elizabeth Queijo, disse que Palladino só vai prestar declarações perante “uma autoridade imparcial”, referindo-se à Justiça. Palladino disse aos repórteres que é vítima de “um linchamento público” e que sempre realizou “trabalho sério, honesto” no período em que atuou no grupo Sílvio Santos. Na Itália, ex-BC é condenado O ex-presidente do Banco Central da Itália, Antonio Fazio, o exchefe da seguradora italiana Unipol, Giovanni Consorte, e um grupo de empresários envolvidos na tentativa fracassada de tomar o controle da Banca Nazionale del Lavoro (BNL) em 2005 foram condenados ontem a vários anos de prisão. Fazio foi sentenciado a três anos e seis meses de prisão, enquanto Consorte foi condenado a três anos e dez meses, determinou um tribunal milanês. Ambos negam ter feito qualquer coisa errada, segundo informações da Dow Jones. Em 2005, um grupo de investidores italianos, incluídos executivos da Unipol, seguradora de Bolonha, e do mercado imobiliário, tentaram tomar o controle do BNL, agora uma unidade do banco francês BNP Paribas. Após uma investigação sobre como os investidores compraram as ações no mercado, a oferta fracassou, abrindo o caminho para o gigante francês BNP entrar no então lucrativo va- rejo bancário italiano. Um dos advogados que defendem Consorte, Giovanni Maria Dedola, disse que a sentença é inexplicável e que “sem dúvida, apelaremos da sentença”, informou a agência Ansa. Além da sentença de prisão, Fazio foi condenado a uma multa de € 1 milhão, informou a Ansa. Os executivos do mercado imobiliário Danilo Coppola, Stefano Ricucci e Giuseppe Statuto foram condenados a três anos de prisão. Terça-feira, 1 de novembro de 2011 5 PROPOSTA China defende preço à vista para o minério Cláudia Trevisan bre o caixa das siderúrgicas. “Se os clientes acreditam que, pela sua situação financeira, não podem esperar esse tempo e querem precificação à vista, a Vale vai bancar”, disse o diretor de marketing, vendas e estratégia, José Carlos Martins. Mas o executivo ressaltou que as regras devem ser estáveis e não podem mudar de acordo com o interesse dos compradores. “Nós não podemos trabalhar com um sistema no qual eles querem o preço à vista quando o preço do minério cai e querem o preço fixado em contratos se sobe”, ressaltou Martins. Ou seja: quem quiser a cotação à vista deve aceitar o modelo quando ocorrer uma virada no mercado e os preços começarem a subir. Aperto - Na avaliação da entidade que representa os fabricantes de aço da China, a redução vai se manter nos próximos meses. “Os preços do minério de ferro no mercado à vista tendem a continuar em queda”, afirmou Zhang Changfu. Empresas chinesas enfrentam escassez de recursos e de crédito em razão do aperto monetário promovido pelo governo para combater a inflação e evitar a formação de uma bolha no setor imobiliário, um dos destinos da produção de aço. O crescimento da economia desacelerou para 9,1% no terceiro trimestre, o mais baixo patamar em dois anos. Analistas estimam que o índice de expansão cairá para algo cerca de 8% no quarto trimestre de 2011. O menor ritmo de crescimento deverá afetar a produção de aço e a demanda chinesa por minério. Da Agência Estado Maior importador de minério de ferro do mundo, a China defende uma nova mudança no sistema de reajuste de preços do produto, que reflita a recente queda da cotação no mercado à vista. O alvo da pressão são as grandes empresas do setor, entre elas a brasileira Vale, que adotaram em março de 2010 um modelo de revisões trimestrais dos preços, em substituição aos acordos com prazo de um ano das três décadas anteriores. O vice-presidente da Associação Chinesa e Ferro e Aço, Zhang Changfu, disse hoje que a entidade quer um sistema “aberto” e “e que a mudança está sendo negociada com as mineradoras. A Vale e as australianas BHP e Rio Tinto respondem por cerca de 60% do comércio mundial de minério de ferro - e têm a China como principal cliente. “Nós não queremos preços baixos ou altos, mas preços justos”, declarou Zhang. “Qual será esse novo método de precificação eu não posso dizer, já que todo o mundo ainda o está discutindo.” Queda - A cotação do produto no mercado à vista caiu 30% desde o início de setembro, para US$ 130 a tonelada, cerca de US$ 30 a menos do que o preço vigente nos contratos de longo prazo renegociados trimestralmente. Na semana passada, dirigentes da Vale sinalizaram que poderão aceitar a mudança para o preço à vista, principalmente em razão do impacto da política monetária restritiva de Pequim so- ALTA DO IENE Japão intervem no mercao cambial Hélio Barboza a moeda norte-americana para 78,95 ienes, de cerca de 75,65 ienes antes da medida Os ganhos iniciais, no entanto, diminuíram rapidamente com a realização de lucros e com a demanda dos exportadores japoneses, que precisam comprar ienes antes do fechamento contábil do mês. Azumi sugeriu que a compra de moeda havia sido feita apenas em dólares, o que é habitual no caso do Japão. O governo japonês gastou em agosto 4,5 trilhões de ienes, cerca de US$ 59 bilhões nas atuais taxas de câmbio, para tentar elevar a cotação da sua moeda. Foi a maior intervenção realizada pelo país em um único dia e rapidamente levou o dólar cerca de três ienes para cima. Mas os ganhos tiveram vida curta e a moeda dos EUA logo desceu de novo para abaixo do nível em que estava quando da intervenção, em torno dos 77,10 ienes, e depois atingiu outro recorde de baixa. Da Agência Estado O ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, confirmou que o governo japonês interveio no mercado de câmbio ontem conter a alta do iene “Eu disse repetidamente que nós tomaremos medidas decisivas contra o movimento especulativo no mercado, mas infelizmente temos visto a continuação do movimento especulativo unilateral que em nada reflete a economia do nosso país”, afirmou. Azumi disse que a intervenção foi realizada isoladamente pelo Japão. Ele não falou sobre o montante da operação, mas “dealers” disseram que a onda inicial da venda de ienes foi de aproximadamente 3 trilhões de ienes (US$ 37,63 bilhões). A medida veio depois de o dólar ter caído para a menor cotação diante do iene no pós-guerra, a 75,31 ienes no começo das negociações cambiais na Ásia. A intervenção empurrou C U R T A Klabin: R$ 243,055 milhões de pprejuízo no 3º trimestre A Klabin, maior fabricante de papéis do Brasil, encerrou o terceiro trimestre de 2011 com prejuízo de R$ 243,055 milhões, ante lucro líquido de R$ 225,706 milhões em igual período do ano passado.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre cresceu 10% para R$ 277,406 milhões. JUÍZO DE DIREITO DA 35ª VARA CÍVEL - RJ EDITAL DE 1ª e 2ª PRAÇA E INTIMAÇÃO, com prazo de 05 dias, extraído dos autos da ação proposta por CONDOMINIO BLOCO D DO CONJUNTO CIDADE DE COPACABANA em face de ESPÓLIO DE DAYSE MARY SANTOS DE ASSIS (2006.001.043378-8): A Dra. PATRICIA RODRIGUEZ WHATELY, Juíza de Direito, FAZ SABER ao ESPÓLIO DE DAYSE MARY SANTOS DE ASSIS, através de seu inventariante, de que no dia 07/11/11, às 13h, no Átrio do Fórum da Capital, na Av. Erasmo Braga, 115, térreo, Centro/RJ, pelo Leiloeiro Público Rodrigo da Silva Costa, será apregoado e vendido a quem mais der acima da avaliação, ou no dia 17/11/11, no mesmo horário e local, a quem mais der independente da avaliação, o imóvel: Direito e Ação sobre as Salas nºs. 1520 e 1521, R. Siqueira Campos, nº 143, Bl. D, Copacabana/RJ, avaliadas cada em R$ 200.000,00. Sala 1520: Registrada no 5° RI, onde constam: quatro penhoras da 12ª VFP/RJ. Há débitos de IPTU no valor de R$ 18.838,13, mais acréscimos legais; SALA 1521: registrada no 5° RI, onde constam: três penhoras e uma prenotação de penhora da 12ª VFP/RJ. Há débitos de IPTU no valor de R$ 17.946,78, mais acréscimos legais. Arrematação à vista ou a prazo em até 15 dias mediante caução idônea, acrescido de 5% de comissão ao Leiloeiro, 0,25% de ISS e custas. RJ, 17/10/11. Eu, Elaine Ximenes Vieira, escrivã, o fiz datilografar e subscrevo. Dra. Patricia Rodriguez Whately – Juíza de Direito.