A Química Somando Forças: Ensino e Pesquisa com Empreendedorismo e Inovação Produção de biodiesel a partir de óleos com alta acidez através de um catalisador heterogêneo produzido do subproduto da extração de óleo 1* 1 1 1 Thérèse E. Cibaka (IC), Flávia Gontijo da Silva (IC), Eleonice M. Santos (PG) Ana Paula Teixeira (PQ), Maria 1 1 Helena Araújo (PQ) , Rochel Montero Lago (PQ) 1 Departamento de Química – UFMG, Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627 Pampulha, Belo Horizonte - MG, Brasil *e-mail:[email protected] Palavras chave: biodiesel, catálise heterogênea, ácido oleico, esterificação INTRODUÇÃO Um grande desafio para a produção de biodiesel é o aproveitamento de óleos com elevada acidez livre ou de baixa qualidade. No processo convencional uma etapa adicional é realizada com ácido sulfúrico como catalisador para diminuir o conteúdo de ácidos graxos livres, que representa graves problemas para a purificação do biodiesel1. Sob esse aspecto, catalisadores heterogêneos vêm sendo desenvolvidos na expectativa de superar esses problemas. Neste trabalho um novo catalisador heterogêneo ácido foi produzido a partir do sub produto da extração do óleo (torta), por meio da reação de sulfonação. RESULTADOS E DISCUSSÕES A torta de girassol usada neste trabalho foi submetida a vários testes de sulfonação e caracterização por diversas técnicas - Raman, TG,TG/MS FTIR, titulação potenciométrica e MEV (apresentado na figura 1). O melhor material – CK2 - foi conseguido com 2 horas de reação com ácido sulfúrico concentrado a 120°C, seguido por lavagem até pH 7 com água destilada, e seco a 80°C por 12 horas. Figura 2: Esterificação de C18:1 com diferentes concentrações de CK2 e H2SO4 como controle. Os resultados mostram que a reação com 20% de CK2 apresentou maior rendimento - 94% de esterificação, muito próximo ao controle com 1% H2SO4. Em testes de reusabilidade do catalisador o percentual de esterificação nos dois primeiros ciclos de reuso se mantiveram altos (>80%) e após 4 ciclos o percentual foi de 48% de esterificação. O material ainda foi avaliado quanto a capacidade a absorção de água, gerada durante a esterificação que diminui a qualidade do biodiesel. No teste da adsorção de água o material CK2 foi capaz de adsorver 30 gH2O/gcatalisador. Como ilustrado no processo abaixo: Figura 3: Proposta de catálise pelos grupos sulfônicos e adosrção de água. Figura 1: Imagens de SEM/EDS do material antes (CK) e após (CK2) e após a reação de sulfonação. Como mostrado na Figura 1 o material após a reação de sulfonação apresenta grupos sulfônicos que são altamente ativos para reação de esterificação para produção de biodiesel – Figura 2. Para avaliar o material como catalisador ácido para esterificação de ácidos graxos livres, diferentes proporções (5, 10 e 20%) do material foi adicionado a reação com ácido oleico e metanol em razão molar 1:6. Como controle foram usados para mesma reação de esterificação 1% de H2SO4 e carvão comercial sulfonado nas mesmas condições que CK2. CONCLUSÕES Após o processo de aromatização/sulfonação, a torta obtida da extração de óleo pode ser convertida em um novo catalisador heterogêneo altamente eficiente para esterificação óleos com elevada acidez livre. A reusabilidade e a capacidade de adsorver a água do processo são vantagens importantes para aplicação desse catalisador no processo de produção de biodiesel a partir de óleos vegetais de baixa qualidade. AGRADECIMENTOS FAPEMIG,CNPq, CAPES, CM-UFMG, DQ/QUFMG REFERÊNCIAS 1 Borges, M. E.; L. Díaz. Renew. Sust. Eng. Rev. 2012, 16, 2839-2849. XXVIII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química – MG, 10 a 12 de Novembro de 2014, Poços de Caldas - MG